Bridge Of Light escrita por Emna Ai


Capítulo 6
Capítulo V - Sensações


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem a demora, semana de provas fica um pouquinho dificil, mas está aí mais um capítulo



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Bridge Of Light

Capítulo V

Sensações

Ela queria ter forças suficientes para suportar aquilo sozinha. Andar pelos corredores da mansão trazia a ele sensações que destruíam aos poucos tudo que ela havia sonhado fazer durante sua vida. O que diziam a ela não fazia mais sentido, muitas vezes o seu único desejo era fechar os olhos e esquecer-se de tudo que aconteceu. Queria ser forte como sua mãe, otimista como seu pai e doce como sua irmã, mas todas aquelas características estavam sumindo dentro dela, consumidas pelo desejo que crescia a cada dia, o desejo da vingança.

Quem conhecesse realmente seu coração, nunca acreditaria que ela havia se tornado daquela forma. Alguém fria e calculista, que não se importava em ter que romper com seus escrúpulos para alcançar seus objetivos. Ela havia se tornada fria e vazia, a qualquer momento acreditava que seu coração pararia devido a tanta tristeza que estava acumulada ali. Andava sem pensar o que queria fazer, só queria se livrar de todo aquele sentimento acumulado pela tragédia.

Toda vez que pensava no caminho que ainda tinha que percorrer até encontrar os assassinos de seus pais sentia uma tristeza invadir lhe a alma. Ela sabia que não seria fácil. Se os Uchihas tivessem ligações com crimes pela cidade não seria nada fácil encontrar pistas e provas que ligassem eles aos crimes. O plano de se aproximar e conseguir a confiança deles era o que ela tinha de melhor em mãos. O medo era de se envolver demais, de perder sua essência no meio daquele turbilhão de coisas que ainda aconteceriam.

Ela sabia que devia ser forte, encontrar dentro de si a coragem para enfrentar aqueles fantasmas, mas ao pensar nisso, via o quanto estava sozinha naquele mundo, ao entrar no seu quarto via o quanto tinha fantasiado uma vida de perfeição e felicidade para todos e visto a facilidade que aquilo havia sido destruído em poucos segundos.

Antes da tragédia seu quarto era seu reino particular, era ali que se refugiava para estudar, para conversar com suas amigas e até mesmo para brincar de esconde-esconde com sua querida irmão. Lembrava com detalhes das vezes que havia entrado para procurar a garota e a encontrou escondida no grande armário branco que ficava do lado esquerdo do quarto. Sasame começava a rir e Sakura lembrava-se de reclamar que ela estava bagunçando suas coisas. Como queria ter sua irmãzinha correndo por ali e desarrumando tudo que estava no lugar.

Entrar naquele quarto agora lhe dava tristeza. A decoração era toda em branco e vermelho, suas cores favoritas. A cama grande coberta por um dossel de voal branco havia sido presente do seu pai quando ela completou treze anos. Era a cama de princesa que ela tanto queria e tanto tinha pedido a ele. O chão era coberto por um carpete vermelho, Ela podia se lembrar das vezes que deitava ali e sua mãe estava na cama contando a ela as travessuras de infância de seu pai. Eram momentos tão sublimes, algo que guardaria para sempre dentro de seu coração.

Duas janelas estavam nas paredes de seu quarto, que davam vista para o enorme jardim nos fundos da casa e para a piscina ao lado. Ainda conseguia se lembrar de quando criança correr por entre as flores para pular na piscina junto com seu pai, sua mãe ria sentada ao lado observando os dois se divertirem. Lembrava-se de chegar perto dela e abraçar barriga onde estava a sua irmãzinha. Ainda conseguia ver ao fechar os olhos o dia do nascimento de Sasame, o quanto achara incrível aquela criaturinha tão pequena que parecia uma de suas bonecas.

Sua família havia sido feliz, ela sabia que devia aceitar aquilo e continuar seguindo em frente, mas não conseguia algo lhe dizia que devia ir atrás de tudo que causara aquela tragédia, que não podia simplesmente passar uma borracha e conviver apenas com as lembranças, ela queria algo mais, algo que preenchesse esse vazio que havia se formado em seu peito, e esperava que quando completasse sua vingança o sentimento gerado pudesse preencher. Mas será que o resultado de uma vingança poderia suprir as necessidades de seu coração?

****

As pessoas andavam apressadas pelo salão. Funcionários carregavam pastas de documentos importantes de um lado para o outro. Aquele era um dia de pico no trabalho da maioria dos bancos mundiais. Quem era sortudo de ter conseguido um emprego no banco dos Uchihas agradecia mentalmente o fato de poder trabalhar com tanto conforto. Mesmo os empregados de nível hierárquico mais baixo eram tratados com muito respeito e gratificações por seus serviços.

Hikari trabalhava ali há quase vinte anos, o senhor de quase setenta anos não aceitaria ser demitido e os pais de Itachi e Sasuke não tiveram coragem de fazer aquilo com ele. Assim como os Uchihas mais jovens não teriam coragem de fazê-lo aceitar a aposentadoria depois de tantos serviços prestados. Hikari a era ao responsável por organizar toda a limpeza e segurança do prédio onde funciona a sede da empresa da família. Era o primeiro a chegar e o último a sair. Havia criado uma relação de amor para com os donos do lugar, que era reciproca.

Viu Itachi e Sasuke nascerem, crescerem, se tornarem meninos e depois homens que agora comandavam tudo ali. Sabia que se deixasse de trabalhar acabaria por morrer sem ter nada para fazer, ele necessitava estar em movimento o tempo todo para continuar a produzir. E não abriria mão de estar servindo a aquela família que havia aprendido a amar.

—Bom dia, Itachi-kun e Sasuke-kun. — Cumprimentou os dois Uchihas que acabavam de chegar naquela manhã de sexta. Tinha uma vassoura em mãos e terminava de limpar a frente da empresa quando avistou os dois rapazes chegando.

—Bom dia. — Respondeu Itachi com seu costumeiro sorriso de boas vindas. — Não tem quem faça isso para você, Hikari?

—Ah eu não me importo, vocês sabem — O velhinho respondeu sorrindo. — Muito trabalho hoje?

—Acredito que sim. — Sasuke respondeu.

— Mas você é espertinho, Sasuke-kun. — Hikari deu uma risadinha fraca — Seu dia vai ser melhor do que o de seu irmão.

—Que história é essa , Hikari? — Itachi estava meio confuso.

— Ah, é que tem uma moça bem bonita sabe, daquelas bem bonitas, esperando o Sasuke-kun há algum tempo. Aquela ali, olha . — Disse apontando o dedo na direção de uma cabeleira rosa que estava esperando por Sasuke sentada em uma das poltronas do salão.

Sasuke então se lembrou de que havia marcado com Sakura para resolver o que faltava da herança dos pais da moça. Ouviu o sorrisinho malicioso de Itachi e deu um meio soco na barriga do irmão.

—Calado. — Foi a única palavra que saiu de seus lábios quando juntos foram em direção a moça que estava aguardando tão pacientemente. — Bom dia, Sakura.

—Olá, Sakura — A resposta mais animada tinha que vir da parte de Itachi e Sasuke cerrou os olhos em sinal de irritação.

—Bom dia, Sasuke-kun e Itachi-kun. — Sakura respondeu com o sorriso mais radiante que sabia dar.

—Desculpe por meu irmão ter feito você esperar tanto tempo. — Disse Itachi fingindo uma cara enraivecida enquanto olhava para Sasuke.

—Imagina. — Respondeu abanando as mãos — Não tem muito tempo que eu cheguei.

— Nos acompanhe, por favor, Sakura. —A voz do Uchiha mais novo apareceu tentando fazer com que as atenções voltassem para ele.

Sakura os acompanhou por corredores até chegarem ao elevador que os levariam aos andares onde os irmãos trabalhavam. Sakura tentava controlar as batidas de seu coração, Ainda era muito difícil conseguir se concentrar apenas em seus objetivos quando estava tão perto das pessoas responsáveis. E ainda havia o fato de que eles realmente pareciam tão boas e tranquilas que ela achava complicado fingir ser uma coisa que não era de verdade.

Despediram-se de Itachi em frente a sala dele e seguiram apenas ela e Sasuke até o escritório do mesmo. Sakura entrou meio apreensiva. Ela não estava acostumada a estar em lugares sozinhas com um garoto. Havia tido alguns namoricos de adolescente , mas nada muito sério, e Sasuke era tão bonito e tinha um ar de tanta perfeição que ela tinha medo que apenas olhando em seus olhos ele fosse capaz de descobrir toda verdade.

Sasuke sentou-se na cadeira que lhe pertencia e indicou uma poltrona para que ela se sentasse. Frente a ela não conseguia entender como ela parecia estar tão bem depois de tudo que acontecera. Em sua mente pensamentos de que estaria arrasado e completamente sem vontade fazer nada se tivesse perdido os pais lhe confundiam. Será que ela era tão fria a ponte de apenas se interessar pela herança e não viver o luto? Não queria acreditar naquilo.

—Então, vou tentar explicar da forma mais simples possíveis todos os tramites financeiros, até porque é uma parte chata, acredito que você não esteja tão interessada nas leis e detalhes delas, então vou dizer basicamente qual tipo de investimento você deve fazer e de qual tipo você deve correr sem olhar para trás, ok?

— Sim, eu quero realmente saber onde posso investir, apesar da empresa do meu pai ser bem sucedida há vários sócios e eu não quero depender exclusivamente dela.

—Entendo. — Sasuke coçou a cabeça com um lápis — Bom, acredito que o mais seguro seja investir em propriedades. É o tipo de bem mais seguro. Você pode comprar alguns imóveis revende-los por uma taxa de cotação e assim movimentar seu capital, e é claro que deixando o dinheiro no banco ele vai render de qualquer forma. Outra fonte de investimentos é o tesouro nacional, você compra dívidas do governo paga e reembolsada com juros e correção monetária.

E ele seguiu divagando sobre todas as preferências do mercado e sobre todos os pontos seguros onde ela poderia investir a herança de seus pais. Em nenhum momento tocou no assunto de tê-la visto no jardim. E ela agradeceu mentalmente por isso, não saberia o que responder a ele se fosse pega desprevenida. Em todo momento ele a olhava nos olhos, manter aquele contato visual era meio que difícil para ela, envergonhada , cismava em manter os olhos baixos.

Mesmo no meio da conversa ele continuava a observá-la. Acompanhava com os olhos os traços delicados dela, o pescoço esguio, o maxilar afilado e o nariz arrebitado. O pequenino sinal escondido por uma mecha de cabelo na testa e uma pequena cicatriz na altura da orelha esquerda. Ele tinha que confessar, estava encantado por ela.

— Espero ter te ajudado de alguma forma. — Sasuke disse após ter explicado tudo. Observou o sorriso dela e sorriu também.

—Muito obrigada, Sasuke-kun. Vou seguir seus conselhos e investir em imóveis.

Minutos depois se despediram. Infelizmente, talvez fosse a última vez que se viram. Provavelmente Sakura seguiria sua vida cuidando de seus negócios e não precisaria mais da consultoria dele, mas Sasuke ainda não havia desistido de descobrir os mistérios dela. Queria de alguma forma continuar a manter contato. Talvez na universidade? Iria procurar saber qual curso ela estudava e onde era a sala, quem sabe começasse a dar voltar pelo campus da unidade de saúde da faculdade.

****

Sakura estava organizando sua correspondência. Sua mãe fazia aquilo e agora era responsabilidade dela resolver tudo referente a casa. Separou as cartas em três pilhas organizadas: uma para as contas, outra para cartas importantes e a última pilha composta por cartas convites. Abriu uma a uma. Um das cartas convites tinha o nome Uchiha bem delineado no envelope.

Passaram se duas semanas desde que falara com Sasuke, e desde então não se encontraram novamente. E isso era ruim, precisava estar em contato total com a família Uchiha para prosseguir com seus objetivos, e aquele envelope fez com que a oportunidade de se aproximar novamente surgisse.

O convite era para uma festa filantrópica oferecida anualmente pelo conjunto de empresas Uchihas. Além dos bancos, a família Uchiha também tinha em sue poder empresas de beneficiamento de petróleo e açúcar, era um verdadeiro império. E anualmente toda a empresa se reunia em pró de uma causa social, aquele ano a instituição beneficiada seria uma casa de acolhimento a crianças portadoras de AIDS. Apesar de todo rancor que tinha para com os Uchihas, Sakura achou uma boa causa, e pelo menos nesse ponto ela tinha que admitir que eles estavam fazendo algo bom para a sociedade.

Se Sasuke fosse a festa seria uma ótima oportunidade para falar com ele. Apesar de não querer admitir sentia um pouquinho de vontade de vê-lo. Às vezes se pegava encarando a parede e lembrando de certos olhos negros. Os olhos dele. Olhos que passavam tanta verdade que faziam com que ela estremece ao pensar que queria o mal da família dele.


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Notas finais do capítulo

Espero os comentários? Estou cada vez mais animada com a fic e espero que vocês também :)



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