Bridge Of Light escrita por Emna Ai


Capítulo 3
Cap ll - Topor


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão. Fiz esse capítulo antes do esperado, então resolvi postar. Qualquer dúvida é só mandar msg. Espero que gostem. E obrigada pelas rewies



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/543836/chapter/3

Bridge Of Light

Capítulo II

Torpor

O resto da semana seguiu-se com ela sem conseguir tirar de sua mente a cena da família feliz Uchiha. A cada segundo repassava cada detalhe que encontrara naquela casa, cada característica, de cada pessoa, ao redor daquela mesa.

Os sorrisos que eles trocavam entre si faziam com que o coração dela se apertasse de uma forma que uma grande dor tomasse conta de todo ser da garota. Não era uma dor física, estava mais ligada ao estado de total e completo vazio. E aquela era a pior dor que ela já sentira na sua vida.

Enquanto eles se divertiam como uma família feliz, ela estava sendo obrigada a vivenciar a perda das pessoas mais importantes que tinham em sua vida. Enquanto o mundo deles continuava igualmente perfeito, o dela havia desabando.

A sensação de perda era uma das piores que ela já experimentara. Era como perder um braço ou uma perna, na verdade, muito pior. Poderia comparar ao ato de tentar mexer um braço e descobrir que ele não está mais ali para alcançar o copo de água em cima da mesa.

Os piores momentos eram aqueles. Onde ela se pegava relembrando de tudo, guardando tudo em uma parte de sua mente que ela só voltaria ativar depois que cenas como aquela da família Uchiha não existissem mais na vida deles. Ela fazia questão de memorizar todos os momentos felizes que havia tido com sua família, para poder se recordar quando tudo finalmente acabasse.

— Sakura-sama, o advogado deu pai está aí a aguardando.

Apesar de ter pedido que o advogado de seu pai viesse no dia seguinte ao sepultamento desmarcou o compromisso. Quando acordou na manhã do encontro não se sentia nada bem. Teve febre, tremores, mal estar. Sua semana passou com ela em cima da cama recebendo cuidados de Chyio. Mas finalmente havia se recuperado e tivera força suficientes para remarcar o encontro com o advogado responsável pelo testamento de seu pai.

— Avise que já estou indo Chyio — Sua voz perdera a costumeira doçura, era fria, quase calculista. Em apenas uma semana Sakura envelheceu anos.

Entrou no escritório que pertencia ao seu pai sem nenhuma cerimônia e cumprimentou o advogado com um simples acenar de cabeça. Kaeto não conseguia acreditar no que seus olhos viam. Onde estava a garota sorridente que conheceu assim que nasceu?

Kaeto era um amigo de longa data do pai de Sakura. Estivera com Akio em diversos momentos. Vira Akio se casar, fora visitar Sakura na maternidade, e agora vira seu amigo morrer, não só ele, como sua esposa e uma de suas filhas. E ao olhar para aquela Haruno que sobrara não conseguia evitar sentir compaixão.

Sakura viu aquilo refletido nos olhos de Kaeto e se sentiu pior. Saber que despertava pena nas pessoas era terrível. Juntando coragem sabe-se lá de onde começou a falar.

— Sei que é um pouco estranho eu sentir vontade de abrir o testamento dos meus pais tão rápido, mas espero que o senhor compreenda que devido a circunstância das mortes, tenho algumas preocupações referente a como estava as finanças dos meus pais, pois posso encontrar algo que me levará a alguma pista dos assassinos.

— Entendo, mas se a senhorita está tentando ligar alguma crise financeira a morte de seus pais, creio que está enganada. — Kaeto abriu sua pasta e colocou alguns papeis sobre a mesa, Sakura observava tudo calada — Seus pais estavam em ótima situação financeira, e posso até mesmo falar que é uma das melhores fases que seu pai passava nos negócios. O escritório está indo de vento em poupa, cada vez mais contratos são fechados. Então não creio nessa possibilidade de problema financeiro.

— Então posso descartar essa possibilidade. — Sakura suspirou— Espero que o senhor não esteja me achando insensível, quero resolver a parte burocrática o mais rápido possível. Pois pretendo focar nas investigações sobre os assassinos da minha família, acredito que o senhor compreenda isso.

— Entendo perfeitamente, Sakura-chan — Kaeto se permitiu sorrir e empregar a forma carinhosa que sempre tratara Sakura, suas rugas suavizaram quando continuou a falar. — Não há muito com o que se preocupar em relação ao testamento de seus pais. Em seu último testamento Akio deixou claro que deixava tudo para a senhorita e para sua irmã, Sasame. Tendo em vista os últimos acontecimentos, perante a leia a senhora é a herdeira legal de Akio e também de Sasame.

— Obrigada pelas informações. O senhor acha que será necessário que eu comece a tomar conta dos negócios da família?

— Creio que não. Seu pai deixou ótimos diretores no escritório, e de qualquer forma meu escritório de advocacia continuará fazendo auditorias periódicas referente aos lucros que a senhorita deverá receber.

—Quero ir a todos os bancos com quem meu pai tinha negócios.

— Farei o possível para ajuda-la nisso — Kaeto resolveu não perguntar o motivo dela querer ir em todos os bancos, achava que Sakura já tinha problemas suficiente para se preocupar com ele querendo saber de seus passos.

Após mais algumas informações Kaeto foi embora, deixando Sakura no escritório em meio de seus pensamentos. O pedido para ir em todos os bancos tinha um objetivo. Os Uchihas eram proprietários da maioria dos bancos de Tóquio. Se os pais de Sakura tinham negócios com os Uchihas seria através dos bancos que ela descobriria essas ligações.

A policia ainda não havia entrado em contato ,e Sakura acreditava que aquele processo correria em segredo de justiça. Acreditava também que a policia não poderia fazer muita coisa. Os assassinos de sua família tinham o poder do dinheiro em suas mãos, e era triste admitir, mas mesmo Tóquio sendo uma cidade muito moderna e avançada, corrupção ainda existia.

Viu que Chyio estava parada a porta do escritório, como se tivesse tomando coragem para falar alguma coisa.

—Algum problema , Chyio? — Sakura se levantou das poltrona e caminhou lentamente até a porta.

— Sakura-sama — A voz da velha governanta estava embargada — Sobre os pertences de Akio-sama, Sasame-sama e Kotomi-sama, as empregadas querem saber o que fazer, desculpe incomodá-la.

Sakura sentiu um baque no coração. Não queria pensar naquilo agora. Não queria ter que imaginar a possibilidade de ter que se preocupar com o que fazer com roupas e objetos que haviam pertencido a sua família.

Girou seu corpo ficando com as costas voltadas para Chyio e encarou o porta retrato de sua família que estava sobre a mesa.

— Diga que falam a limpeza rotineira, mas que mantenham tudo no lugar.

Não ouviu o que Chyio falou ao deixar a sala, seus pensamentos rondavam o abismo que estavam em seu coração. Escuridão, vazio, topor e coisas que ela não conseguia classificar. Único desejo que tinha naquele momento era de desaparecer .

Ela não soube dizer quanto tempo passou encarando o nada, perdida em seus pensamentos. Só voltou a perceber onde estava quando seu celular vibrou em no bolso de sua calça. Apesar de não ter vontade de travar nenhum tipo de conversa naquele momento atendeu o aparelho que vibrava descontroladamente.

— Alô?

— Sakura — Ela ouviu uma voz muito conhecida e por um segundo seu coração se alegrou — Sou eu, Ino. Desculpe ter demorado tanto, mas a cidade onde Gaara e eu estamos não possuo sinal algum da operadora de celular. Tive que comprar um chip local.

Um suspiro de alívio escapou dos lábios de Sakura. Era reconfortante ouvir uma voz amiga no meio de todo turbilhão de sua vida. Ino era sua melhor amiga desde os tempos de colégio. A amizade começara no jardim de infância e se perpetuara com o passar dos anos. Sua amiga loira estava viajando a mais de um mês com o namorado. Desde que conhecera Gaara a garota passava a maior parte do tempo viajando o mundo acompanhando o namorado nas pesquisas que ele desenvolvia. Gaara era geólogo e cuidava das pesquisas de pedras preciosas para a joalheria da família Sabaku.

—Ino, estou precisando tanto de voc. — Com a amiga , Sakura não sentia receios, abria sua alma e conseguia expor toda sua fragilidade.

— Eu sei — A voz de Ino estava triste — Foi tudo ttão horrível , não foi? — A resposta que ouviu foi um soluço abafado — Estou voltando para Tóquio em 3 dias. Não consegui encontrar voo antes desta data. Para você ter noção estou praticamente em cima de uma árvore para conseguir falar com você.

— Onde você está , porquinha? — Sakura se permitiu sorrir ao imaginar a “frescurenta” Ino cercada por árvores e mosquitos.

— Algum lugar no meio da floresta Amazônica —Sakura sorriu — É terrível! Não tenho muito tempo, em breve esotu chegando, se cuide até lá e quando eu chegar cuidarei de você.

—Obrigada, Ino.

— Tenho que ir, testuda. Não vou falar para você ficar bem, porque nesse momento sei que é difícil, mas tente sobreviver. E não se esqueça o quanto amo você e que sempre vou estar ao seu lado. Até logo.

—Também amo você, Ino — A ligação foi encerrada.

Secou as lagrimas e começou a remexer nos papéis que estavam sobre a mesa que pertencia ao seu pai. Queria encontrar todas as informações possíveis que a levassem a algum contato com os Uchihas. Queria fazer isso antes de Ino chegar, porque sabia que sua amiga tentaria fazer com que ela desistisse daquela ideia. Queria se aproximar, conhecer, encontrar cada detalhe que ela pudesse usar contra eles. A imagem de “família feliz” que ela tinha visto pela janela e os sorrisos que eles tinham no rosto desapareceriam se tudo saísse conforme ela esperava.

O olhar que trocou com o rapaz mais jovem invadiu seus pensamentos. Era um olhar forte, intenso. Lembrou da sensação que sentiu a sustentar aquele olhar. Era como se ele soubesse o que ela fazia ali, como se conhecesse os pensamentos dela. Lembrou do rosto dele, da pele clara, dos olhos escuros, das sobrancelhas curvadas em interrogação perante a presença dela alí e do cabelo levemente repicado. Tinha que admitir, ele era bonito, mas era um Uchiha e como tal deveria pagar junto com o resto da família pelas mortes de Akio, Kotome e Sasame.

XxXxXxXxXxXxXxXxXxX

Suas pernas tremiam muito. Ela tentou controlar a respiração diversas vezes, mas não conseguia. Seu coração parecia querer saltar do seu corpo indo parar em sua garganta. Suas mãos suavam e ela não conseguia decidir para onde olhar. Sakura remexeu em sua bolsa pela centésima vez, isso se sua conta estivesse certa. Desde que entrara naquele salão de espera seus nervos começaram a protestar. Seu olhar vagou novamente entre a recepcionista vestida de negro e a porta do elevador que esperava com tanta paciência.

O chão daquele local era dourado e lustroso, era possível ver sua imagem refletida nele. As paredes eram pintadas de um branco muito claro e por onde se olhasse tinham gravuras e quadros de pintores renomados espalhados sobre elas. O balcão onde a recepcionista trabalhava era todo de vidro negro. A tela do computador era tão fina que Sakura não conseguia entender como faziam para que o eletrônico funcionasse tão bem. Toda aquela riqueza deixava Sakura um pouco acanhada, apesar de sua família sempre ter tido boa condição financeira, seus pais eram pessoas simples, que não estavam muito ligados ao luxo.

O relógio parecia não querer avançar seus ponteiros. Tentou se concentrar mais uma vez. Precisava estar atenta. Em sua mente aquele era um território inimigo. E ela não podia deixar nada escapar. Havia conseguido, depois de muito esforço e muitas ligações de seu advogado Kaeto, uma conversar particular com um dos diretores do banco. Aquele banco era dos Uchihas e Sakura tinha esperança de conseguir algumas informações a partir daquela conversar que teria em alguns instantes.

— Sakura-sama? — Por pouco não pulou da cadeira ao ouvir a recepcionista lhe chamar.

— Já estão lhe aguardando lá em cima. Décimo quinto andar, sala 204.

— Obrigada. — Bom, não era momento para se amedrontar. Já tinha chegado até ali e não recuaria.

Forçou suas pernas a irem em direção ao elevador. Já tinha chegado até ali, estava perto de conseguir algo referente a morte de seus pais e não fraquejaria. O elevador era tão luxuoso quanto o restante do prédio. Seu revestimento interno era dourado e preto e não era possível de se ouvir nem o mínimo de ruído das engrenagens. Saiu em um corredor que tinha o mesmo aspecto que o salão onde estivera esperando. No andar já havia um funcionário que estava lhe esperando para que pudesse guia-la até a sala.

— Me acompanhe por favor, Sakura-sama. — Apenas o barulho de seus saltos no piso era audível. Optou por se arrumar com um pouco mais de elegância do que costumava. Trocou seu costumeiro jeans e regata por um vestido estilo “tubinho” preto um colar de pérolas que fora da sua mãe e fizera um coque alto no cabelo. Era difícil combinar coisas quando seu cabelo era rosa, mas ela fazia o melhor que podia.

Frente a porta 204 , Sakura parou e respirou fundo. Viu a porta sendo aberta e observou o que parecia ser uma pré-sala de reuniões. Um sofá marrom estava encostada em uma das paredes que era coberta por um papel de parede que se assemelhava a madeira envelhecida. No fundo da sala ela viu outra porta, esta era completamente de madeira, uma madeira avermelhada, ela gostava de arquitetura e percebeu que de fato aquela sala era composta por objetos muito requintados.

A outra porta foi aberta e ela sentiu seu estômago balançar. Atrás de uma mesa de mogno escuro estava nada mais , nada menos, do que o homem de cabelos compridos que ela tinha visto na mesa dos Uchihas. Não havia duvida alguma, as linhas de expressão, os cabelos longos amarrados com um simples elástico. Ele sorria quando levantou para recebê-la. Sakura seguia até onde ele estava e apertou a mão que ele estendia. Calculou que ele não teria mais de 30 anos e menos de 26.

—Boa tarde, Sakura. — O sorriso que ele deu fazia com que suas linhas de expressões se suavizasse — Posso chama-la assim.

Ela suspirou. Ali iniciava o que ela chamava de vingança. Preparou seu melhor sorriso e deixou que seu rosto se iluminasse, queria que eles depositassem confiança nela. Queria entrar no mundo deles , queria estar próxima, queria ver cada segundo da queda que ela proporcionaria ao império Uchiha.

— Sim, e como devo chama-lo? — O esforço que fazia para sorrir com tanto ódio guardado no coração era sobre-humano

—Uchiha Itachi — Ele sorriu ainda mais. — Por favor, sente-se.

— Obrigada. — Observou ele dar a volta na mesa e sentar-se em uma poltra de couro negro

— Então, em que posso lhe ajudar?

— Não sei se ficaram sabendo, acredito que meus advogados já entraram em contato com vocês, mas meus pais, que eram clientes de vocês, faleceram recentemente. Pedi para que marcassem essa reunião por que preciso de ajuda. Nunca precisei pensar nada referente a área financeira de minha família, então não tenho experiência nenhuma , preciso de um bom consultou financeiro, e acredito que vocês possam me oferecer um neste nível.

— Veio ao lugar certo. — A expressão dele perdeu um pouco da alegria — Sinto muito por seus pais. Não consigo imaginar a dor que é, mas creio que deve ser uma das piores que podemos sentir em vida. — Ela quase acreditou na sinceridade dele.

A conversa transcorreu sobre assuntos puramente financeiros. Sakura tentava prestar atenção em tudo referente as contas da família. Percebeu que sua herança era maior do que elas esperava. Não tinha ideia que o patrimônio de sua família fosse tão grande. Conversaram cerca de meia hora. Itachi indicou alguns consultores que ela podia encontrar.

— Espero ter lhe ajudado da melhor maneira possível.

Sakura iria responder, mas uma voz masculina tirou a resposta que já estava preparada de seus lábios.

— Itache, eu preciso que você assine isso aqui —Sakura automaticamente virou seu rosto em direção a voz que ouvia — Desculpe, não sabia que você estava com uma cliente

Era ele. O moreno de sorriso discreto, de pele clara e de olhar. Eles se encararam. Olhar com olhar, e naquele momento ela percebeu que ele se lembrava dela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mereço rewies? Obrigada por acompanharem
O proximo acredito que saia até sábado
Fiquem com Deus
Beijos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bridge Of Light" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.