Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Vim postar mais um capítulo para vocês. Demorei bastante, eu sei. Mas, como eu já havia dito, eu não tenho nenhuma intenção de abandonar a história. Podem ficar tranquilos, pois eu sempre volto. ;)

Agradeço a todos que comentaram no último capítulo. Muito obrigada pelo incentivo, pessoal!

Agora fiquem com um dos capítulos mais esperados dessa história. Escrevi com carinho e espero que vocês gostem. :)

Boa leitura!



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Certa noite, na hora de dormir, eu começo a sentir umas cólicas mais fortes. A princípio, eu penso que podem ser contrações falsas, mas quando a memória do parto de Lily vem à minha mente, sei que não é isso.

Eu entrei em trabalho de parto.

O meu bebê vai nascer!

Sentindo um misto de felicidade, excitação e medo, eu vou até Peeta, que está sentado na cama lendo um livro, e digo:

— Peeta?

— Hmm? – diz ele, sem tirar o olhar do livro.

— Chegou a hora. O bebê vai nascer.

Ele ergue o olhar na minha direção e larga o livro para o lado.

— Você tem certeza? – indaga ele, parecendo um pouco nervoso.

— Sim – respondo. – Eu já estou tendo umas contrações.

Peeta se levanta da cama e vem até mim.

— Isso começou há quanto tempo? – pergunta ele, passando sua mão direita nos meus cabelos num gesto de carinho.

— Não sei ao certo... Uma hora, ou duas... Só sei que... Ai!

Uma nova contração chega, cortando a minha fala.

Peeta, imitando o que fez no parto de Lily, me abraça por trás, fazendo com que minhas costas fiquem apoiadas em seu tronco. Como da outra vez, o gesto alivia um pouco a minha dor.

Depois de um tempo que não sei exatamente precisar, a contração passa e eu respiro aliviada. Peeta percebe, pois logo me solta.

— Meu amor, eu tentei contar quanto tempo durou sua contração – diz ele.

— E aí?

— Durou mais ou menos uns 50 segundos. Acho que a gente devia chamar logo a doutora Brooks.

— Será que tem necessidade? A minha bolsa ainda nem estourou.

— Eu já ouvi falar que às vezes a bolsa só se rompe mais pro final do trabalho de parto. E, bem... – ele para de falar no meio da frase, com uma expressão de quem refletiu e achou melhor ficar calado.

— O que foi, Peeta? – sem saber por que, eu sinto um ligeiro abalo de nervosismo no estômago.

— Não é nada – ao ver minha expressão de reprovação, ele continua. – Bem, é que essa noite está nevando um pouco, e o hospital não fica tão perto daqui. Se a gente demorar pra avisar, talvez a doutora não consiga chegar aqui a tempo.

Um novo abalo de nervosismo atinge o meu estômago, dessa vez mais forte.

Peeta tem razão. A neve pode atrapalhar a vinda da doutora Brooks. Eu não tinha pensado nessa possibilidade até agora, mas ela é real.

E se ela realmente não conseguir vir? Quem vai me ajudar a ter o meu bebê?

Eu fico tão tensa que começo a hiperventilar. Peeta percebe, pois logo fala:

— Ei, calma, meu amor! Eu não vou sair do seu lado, e o que quer que aconteça, nós vamos resolver juntos.

— Ok – digo, embora ainda esteja um pouco nervosa.

— Vai dar tudo certo, viu? – diz ele, e em seguida me dá um abraço bem reconfortante.

E então nós ficamos lá, parados, apenas sentindo o calor um do outro por um bom tempo. Quando nos separamos, eu já estou me sentindo bem mais tranquila.

— Agora eu vou lá embaixo telefonar para a doutora, ok? – diz Peeta.

— Ok – assinto com a cabeça.

Quando ele já está a caminho da saída do nosso quarto, uma nova contração me atinge, fazendo com que um gemido forte me escape dos lábios. Ele dá meia volta e vem até mim.

Mais uma vez, Peeta me abraça por trás para aliviar minha dor até que a contração tenha passado. Quando ela finalmente passa, ele diz:

— Durou mais ou menos um minuto. Acho que esse parto está evoluindo bem mais rápido que o de Lily.

— É, dizem que o segundo filho é mais rápido – digo, tentando disfarçar meu nervosismo. Está tudo acontecendo muito rápido, e embora esse seja o meu segundo parto, eu não sei bem lidar com isso.

— Fica calma, tá? – diz Peeta. – Eu vou chamar sua mãe pra ficar aqui com você e vou ligar pra sua médica.

Minha mãe.

Até o momento, eu tinha me esquecido completamente de sua presença em nossa casa. Por algum motivo, lembrar-me de que ela está aqui me enche de uma grande sensação de alívio.

— Katniss? – Peeta chama por mim, me trazendo de volta à realidade.

— Tudo bem – assinto com a cabeça.

Ele me dá um beijinho nos lábios e em seguida sai do quarto. E eu me sento na cama e fico esperando a próxima contração.

***

— Filha, como você está se sentindo? – diz minha mãe, adentrando o meu quarto. – Peeta me disse que você entrou em trabalho de parto.

Ao ver minha mãe, eu sinto um alívio ainda maior.

— Minhas contrações estão durando mais ou menos um minuto, segundo Peeta.

— Certo. E qual está sendo o intervalo entre elas? – pergunta minha mãe, sentando-se na ponta da cama.

— Isso nós não fizemos ainda – digo, me sentindo estúpida por não ter me lembrado de pegar o relógio para contar.

— Tudo bem, filha – diz ela me tranquilizando. – Depois da sua próxima contração, nós faremos isso.

— Ok – dou um sorriso.

Depois de pouco tempo, uma nova contração me atinge. Minha mãe oferece a sua mão para eu apertar, num gesto de conforto.

Quando a contração finalmente passa, ela diz:

— É, essa contração foi bem longa. Seu parto parece estar evoluindo bem rápido.

— Mas a minha bolsa ainda não estourou.

Assim que essas palavras deixam os meus lábios, eu sinto algo quente me escorrer por entre as pernas. Eu levanto a coberta para checar o que aconteceu, e quando vejo minha camisola e o lençol da cama molhados por um líquido que parece água, sei que foi a bolsa.

— É, parece que agora ela estourou – diz minha mãe, com um leve sorriso nos lábios. – Agora vamos contar em quanto tempo a próxima contração chega.

Ela pega o relógio da mesa de cabeceira e fica contando. Depois de cerca de três minutos, a próxima contração chega, me causando uma dor lancinante.

Eu me levanto da cama, agoniada demais para ficar sentada. Quando a dor passa e eu posso novamente me sentar na cama, Peeta volta ao quarto. Há uma expressão de preocupação em seu rosto.

— Você falou com a médica? – pergunto, já temendo a resposta.

Ele fica um tempo calado, como se não quisesse contar o que aconteceu. Mas depois fala:

— Infelizmente eu não consegui. A linha do telefone está muito ruim, acho que por causa da neve.

— Mas você insistiu? – indago, nervosa.

— Insisti bastante, mas não consegui – diz ele, chateado. – Mas eu vou tentar de novo depois.

— Minha bolsa estourou, meu parto está evoluindo super rápido... Se a médica não vier, o que vamos fazer? – pergunto, sentindo uma onda crescente de ansiedade tomar conta de todo o meu ser.

— Minha filha, você esqueceu que eu sei fazer parto? – questiona minha mãe.

É verdade. Minha mãe é uma curandeira muito experiente. Inúmeras crianças já nasceram pelas mãos dela. Com o nervosismo do momento, eu acabei me esquecendo disso.

— Verdade, mãe – digo, já me sentindo um pouco mais calma.

— Sei que você está mais acostumada com sua médica, mas se você confiar em mim, eu posso ajudar o seu bebê a nascer. Eu não tenho equipamentos médicos aqui, mas tenho a minha experiência e um kit de primeiros socorros que eu sempre tenho comigo. Sei exatamente como proceder.

— Eu confio em você, mãe – digo com sinceridade.

— Bem, acho que temos uma solução aqui, então – diz Peeta, claramente aliviado.

— Mas eu quero tentar ligar pra doutora Brooks mais uma vez depois. Se a gente realmente não conseguir falar com ela, aí sim você ajuda o meu bebê a nascer, ok? – digo para a minha mãe.

Porém, assim que as palavras deixam os meus lábios, eu me arrependo. A forma como eu falei não soou bem. Pareceu que eu não tenho confiança na minha mãe, que eu acho que somente a minha médica pode me ajudar.

Minha mãe, no entanto, sorri de forma compreensiva e fala:

— Tudo bem, minha filha. Mas até sua médica chegar, deixe que eu cuide de você.

— Tudo bem. Eu deixo – assinto com a cabeça.

***

Minha mãe realmente cuida de mim, e bem. Ela me faz umas massagens para aliviar a dor das contrações, e depois ensina Peeta como fazê-las em mim, para respeitar o espaço dele de pai e marido. Ela me indica posições e movimentos para ajudar na dilatação, me ensina um exercício de respiração para aliviar a dor e me ajudar a ter mais fôlego no momento em que o bebê for nascer... E, acima de tudo, me passa uma calma e uma segurança que nenhum outro profissional de saúde me passou até hoje.

Deve ser porque ela é minha mãe, presumo.

Peeta também fica ao meu lado, me aliviando e me passando tranquilidade. Eu me sinto tão confortável com os dois que, por um momento, até me esqueço que tinha combinado de ligar para a minha médica. Peeta é quem me lembra.

Quando ele, mais uma vez, não consegue falar com a minha médica, eu não sinto medo nem insegurança. Sei que minha mãe pode me dar o suporte de que necessito no momento.

Quando ela me diz que precisa fazer o exame de toque, eu deixo. Com as mãos limpas e envoltas por um par de luvas que ela achou em seu kit de primeiros socorros, ela me examina e constata que eu já estou com 7 cm de dilatação. Meu parto está evoluindo muito rápido, e logo mais o meu bebê estará aqui. Isso me deixa nervosa, mas eu não dou vazão a nenhum nervosismo. Neste momento, preciso me ocupar em fazer o meu filho nascer.

O tempo vai passando, e as contrações vão ficando cada vez mais intensas e constantes. Suor brota do meu corpo, apesar do tempo frio, e fortes gemidos escapam da minha garganta. Por um momento, eu fico com receio de acordar Lily, que está no quarto ao lado. Mas ela continua dormindo, sem ter a menor ideia de que o seu irmãozinho tão querido e tão esperado está prestes a nascer.

Eu tomo um banho quente, recebo massagens, ando de um lado para o outro do quarto, respiro fundo, me apoio em Peeta... E assim o meu trabalho de parto vai passando, até que chega ao seu momento mais importante.

No meio da madrugada, eu enfim alcanço os 10 cm de dilatação. É a hora de eu, oficialmente, fazer o meu bebê vir ao mundo. Os panos limpos, a água quente e a tesoura esterilizada já estão a postos. Agora, é comigo.

Mais uma vez, eu decido parir de cócoras. Exatamente como fiz no parto de Lily, eu tiro a minha camisola e me acocoro na cama com Peeta atrás de mim, me apoiando pelas axilas e segurando minhas mãos.

— Respire fundo e faça uma força bem comprida, filha! – ordena minha mãe quando a contração chega, e eu lhe obedeço.

Eu faço a força mais longa que consigo. Meu rosto se retorce e gritos escapam da minha garganta, mas o bebê não sai de primeira.

— A cabecinha já está aqui. Em mais uma ou duas contrações, o bebê vai sair – diz minha mãe, me enchendo de uma determinação maior que qualquer cansaço.

Na segunda contração, ele ainda não sai, mas eu não fico desapontada. Quando a terceira contração chega, eu fecho os olhos, encho os meus pulmões de ar e faço uma força que nem eu sabia que era capaz de fazer. Uma sensação de peso se forma em meu baixo ventre e eu começo a sentir o meu bebê saindo de dentro de mim.

— Tá nascendo, Katniss! – anuncia minha mãe, emocionada. – O meu netinho!

— Ele tá vindo, meu amor! – diz Peeta no meu ouvido, com a voz embargada. – O nosso filhinho tá vindo!

De repente, é como se o mundo parasse. Eu sinto o meu bebê escorregar por completo para fora do meu corpo e na mesma hora o seu chorinho forte e agudo chega aos meus ouvidos.

— Ele nasceu! O nosso filho nasceu! – exclama Peeta, sua voz abafada pelo seu choro de emoção.

— Olha aqui o seu filho, Katniss! Ele é muito lindo! – exclama a minha mãe, que também parece estar chorando.

Eu abro os olhos e lá está ele, nas mãos da minha mãe. Sua pele é clara e seu cabelinho é loiro, como o de seu pai. Sua boquinha está aberta, deixando escapar o som que soa como música para os meus ouvidos.

Mesmo coberto por uma nata esbranquiçada e um pouco de sangue, ele é lindo. Absolutamente lindo. A coisa mais perfeita que eu já vi na minha vida.

Sem que eu possa evitar, lágrimas escorrem pelos meus olhos. Pareço que vou explodir de tanta emoção e felicidade.

— Seja bem-vindo, meu amor – digo a ele em meio às minhas lágrimas. Minhas mãos se soltam das de Peeta e se projetam para a frente, ansiosas para tocar no meu bebê pela primeira vez.

Eu me desequilibro um pouco com o movimento e caio sentada na cama. Diante da cena, minha mãe pede que Peeta me ajude a deitar.

Quando estou devidamente acomodada, minha mãe põe o meu bebê sobre o meu peito, o cordão umbilical ainda unindo nós dois. Depois ela envolve o bebê num paninho e me cobre com um lençol, para que fiquemos aquecidos. Eu envolvo o meu filho em meus braços e o choro dele cessa na hora, como se ele soubesse que quem o está acalentando é sua mãe.

— Obrigado, meu amor! Obrigado! – diz Peeta. Quando olho para ele, vejo a mais pura emoção refletida em seu rosto.

— Você sabe que te ver feliz é minha recompensa – digo, sorrindo.

Ele dá um beijo no topo da minha cabeça e depois dá um beijo no topo da cabecinha do nosso filho. Eu sou transportada para quatro anos atrás, no nascimento de Lily. Ele fez exatamente esse gesto.

— Mamãe? Papai? – uma voz fininha muito conhecida por mim soa no ar, tirando-me dos meus pensamentos.

Quando levanto o olhar, vejo Lily parada à porta do quarto. Uma expressão de espanto em seu rostinho.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Não me matem! Haha! Em vez disso, comentem bastante para eu ter bastante inspiração para escrever o próximo capítulo. :D

Brincadeiras à parte, eu tenho algo um pouco triste para dizer a vocês: Nossa história está chegando à reta final. :'( Creio que haverá apenas mais um capítulo e o epílogo.

Despedidas sempre são meio tristes, mas se essa história está chegando a uma conclusão, é porque vocês estiveram aqui comigo esse tempo todo, comentando, recomendando... Me incentivando a continuar escrevendo. E isso é algo muito bom. Serei sempre muito grata a todos vocês por esse apoio. :)

Continuem aqui para ver o desfecho disso tudo. ;)

Beijos e até a próxima.