Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos! Vim postar mais um capítulo para vocês. Sei que demorei mais que o normal dessa vez, e peço desculpas por isso. Eu tive algumas coisas para resolver, e isso me impossibilitou de escrever com calma. E como vocês sabem, eu não gosto de postar qualquer coisa. Só venho aqui quando estou realmente satisfeita com o que escrevi. ;)

Agradeço a todos que comentaram do último capítulo para cá, e mais especialmente à leitora Juliana Vieira dos Santos, que recomendou a história. Muito obrigada, pessoal! :D

Agora fiquem com o capítulo.

Boa leitura!



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— Tudo certo com o coração – diz a médica, e então desliga o som.

— E o sexo, doutora? – pergunta Peeta. – Conseguiu ver?

— Vou ver isso agora – responde ela.

Ela desliza o equipamento pela minha barriga e depois o mantém pressionado num ponto específico. Depois de alguns segundos olhando atentamente para a tela, ela diz:

— Ah, dessa vez foi bem mais fácil de ver – ela sorri.

— E o que é? – eu e Peeta perguntamos em uníssono.

— É um menino.

Um menino.

Primeiro, tivemos uma filha. E agora, teremos um filho.

Uma sensação deliciosa de felicidade me invade, se espalhando por todo o meu ser. Eu não tinha nenhuma preferência pelo sexo do bebê, mas agora, que eu sei que é um menino, a ideia de ter um filho me parece perfeita. Sei que ele irá nos trazer nos trazer experiências diferentes e completar nossa família de um jeito muito especial.

Subitamente, uma imagem de um menininho se forma na minha cabeça. Ele tem cachinhos loiros e um rosto doce, exatamente como seu pai. Eu fico tão absorta em meus pensamentos que só me lembro onde estou quando Peeta fala comigo.

— Depois de uma menininha, um menininho – diz Peeta, visivelmente emocionado.

— Sim – digo, saindo dos meus devaneios. – Eu estou muito feliz.

— Eu também. Isso é maravilhoso – diz ele, e em seguida me dá um beijinho na testa.

***

— Será que agora você pode me dizer qual foi a intuição que você teve? – digo num tom cômico quando eu e Peeta já estamos no carro a caminho para casa.

Ele dá uma risadinha e então diz:

— Sendo bem sincero, eu sentia que ia ser um menino. Mas achei que podia estar enganado.

— Você no fundo tinha alguma preferência? – pergunto.

Ele fica um tempo calado, como se estivesse refletindo sobre algo. E depois fala:

— Eu não diria que era uma preferência, pois tanto menina quanto menino me deixariam feliz. Mas ao mesmo tempo é bom ter uma experiência diferente, sabe?

— Sei, sim – digo, sorrindo. – O meu sentimento é o mesmo.

— Nós nunca tivemos essa ideia limitante de que tem coisas que só homens podem fazer e coisas que só mulheres podem fazer. Eu faço pães e bolos. Você entra na floresta pra caçar com um arco e flecha.

Um riso me escapa dos lábios.

— No entanto – ele continua –, eu sei que existem diferenças entre os sexos. E eu estou muito feliz de poder experimentar ser pai de uma menina e de um menino.

— Eu também estou muito feliz. Eu também não tinha preferências, mas agora, que eu sei que vamos ter um filho, isso parece perfeito pra mim.

Peeta sorri.

— Bem, agora nós temos que escolher um nome para ele, não é mesmo? – diz ele.

Eu reviro os olhos, mas não estou irritada.

— De novo essa agonia, Peeta? – digo, com ares de riso. – Nós vamos ter tempo para pensar nisso.

— Tudo bem – diz ele, parecendo ligeiramente emburrado.

— Nós temos outra coisa para pensar agora.

— O quê? – pergunta ele, sem olhar para mim.

— Como vamos contar a novidade a Lily.

Um sorriso se forma em seu rosto, substituindo a expressão aborrecida de antes. Ele olha rapidamente para mim, mas logo retorna sua atenção à estrada à sua frente.

— Nossa, verdade – diz ele, alegre. – Ela vai adorar saber da novidade.

***

Quando chegamos à Aldeia dos Vitoriosos, nós passamos na casa de Haymitch para buscar Lily e em seguida vamos para casa.

Assim que chegamos em casa, eu, incapaz de me conter, digo a ela:

— Filha, eu e o papai soubemos uma novidade sobre o neném, e gostaríamos de te contar.

— O que é? – pergunta ela, com seus olhinhos azuis cheios de curiosidade.

— É um menino – respondo, sorrindo. – O bebê que a mamãe tá esperando é um menino.

— Um menino? – indaga ela, com uma expressão que eu não sei decifrar. Por um momento, fico com receio de que ela não tenha gostado da notícia.

— Sim, princesinha – diz Peeta. – Você vai ter um irmãozinho.

— Eu vou poder brincar com ele igual eu brinco com o Noah? – pergunta Lily.

— Ele vai nascer bem pequenininho, mas quando ele crescer, você vai poder, sim – respondo.

— Eba! – comemora ela, pulando de alegria.

Eu fico tão aliviada que um suspiro me escapa dos lábios.

— Vocês vão ser muito amigos, filha – Peeta diz a Lily com doçura. – Melhores amigos.

— Quando ele vai chegar, papai? Eu quero conhecer ele!

— Em alguns meses – ele responde. – Mas até lá, nós temos muitas coisas para preparar. Temos que comprar o enxoval dele, arrumar o quartinho dele, escolher um nome pra ele... Você nos ajuda?

— Ajudo sim, papai! – diz Lily, animada.

— Você é uma ótima irmãzinha, sabia?

Lily estufa seu peito, visivelmente orgulhosa de si mesma.

Desse dia em diante, nós começamos os preparativos para a chegada do bebê. Peeta já havia comprado umas duas roupinhas unissex, mas é agora que nós começamos a comprar o enxoval propriamente dito. Mais roupinhas, meias, mantas, lençóis, paninhos de boca... Um mais lindo que o outro.

Lily nos ajuda a escolher tudo, com bastante alegria. É impressionante como ela não demonstra sentir nem um pouco de ciúme. Sei que isso pode mudar depois que o bebê nascer, mas até o momento, tudo que ela demonstra para a gente é felicidade pelo irmãozinho que vai chegar.

No dia que ela coloca a mão na minha barriga e sente o bebê mexer, ela fica tão feliz que seus olhinhos azuis ficam brilhando.

— Mamãe, eu senti! – diz ela, correndo as mãos pela minha barriga. – Eu senti o meu irmãozinho!

— Sim, filha – digo, emocionada com a alegria dela. – Ele tá sentindo que você tá perto dele.

— Papai! – ela grita por Peeta, que está na cozinha. – Vem cá!

Em alguns segundos, ele chega na sala.

— O que houve? – pergunta ele, parecendo preocupado.

— Eu senti o meu irmãozinho! – diz ela, eufórica.

Um sorriso enorme se forma no rosto de Peeta.

— Céus, eu não acredito! Ontem mesmo eu tentei sentir e não consegui! – exclama ele, rapidamente se sentando ao meu lado no sofá.

Ele coloca as mãos sobre a minha barriga, tentando sentir algum movimento do bebê. Ele dá um chute forte, e quando eu olho para o rosto de Peeta e vejo uma expressão de surpresa e felicidade ali, sei que ele finalmente sentiu.

— Eu senti! – diz ele, emocionado. – Filha, o papai também sentiu o seu irmãozinho mexer!

Depois os dois ficam lá, acariciando e beijando a minha barriga. E eu fico observando, sentindo uma emoção imensa tomar conta de todo o meu ser.

***

O tempo vai passando rapidamente, tornando a chegada do bebê cada vez mais próxima. Mas enquanto o momento não chega, nós continuamos os preparativos.

O quarto que era de Prim é desmontado e reformado, dando lugar a um lindo quarto de bebê em tons de verde, laranja e branco. O processo é um pouco penoso para mim, mas eu me mantenho firme, consciente de que 20 anos já se passaram e de que as melhores lembranças que eu tenho com a minha irmãzinha estarão para sempre eternizadas no livro, na pintura que Peeta fez e, principalmente, em meu coração.

Depois de algumas discussões por causa do nome do bebê, eu e Peeta decidimos que iremos escolher o nome dele somente quando ele nascer, como fizemos com Felicity. E assim, nós finalmente ficamos em paz a respeito desse assunto.

Quando eu chego ao oitavo mês de gestação, já está praticamente tudo pronto para a chegada do bebê. Eu fico meio preocupada com esse momento, pensando se vai dar tudo certo, se vou conseguir ser uma boa mãe para ele. Mas ao mesmo tempo, eu quero muito que esse momento chegue. Não vejo a hora de conhecer o meu filhinho, de pegá-lo nos braços e de aconchegá-lo em meu seio. Já sinto por esse serzinho que está na minha barriga aquele amor forte, inexplicável, que só quem é mãe conhece.

Nessa gravidez, eu tive meus momentos de insegurança. Eu temi pela segurança do meu bebê várias vezes, principalmente quando a imprensa de Panem tomou conhecimento de que ele está a caminho. Eu tive pesadelos que me apavoraram. Eu tive medo de que algo desse errado. Eu questionei se sou uma boa mãe. Eu tive receio de o meu marido não me desejar como antes.

Mas apesar dessas inseguranças, eu sinto que foi tudo mais calmo que quando eu estava esperando Lily. Eu levei tudo com muito mais leveza, leveza essa que apenas as experiências e a maturidade puderam me proporcionar. Sei que enfrentar os meus demônios e aceitar dar um filho a Peeta me fez crescer muito como pessoa. E só por isso, tudo já valeu a pena.

***

— Já está tudo pronto para você chegar, sabia? – digo para o meu bebê, acariciando minha volumosa barriga com as minhas duas mãos. – A mamãe não vê a hora.

Olho para o quartinho do meu bebê, imaginando como vai ser quando ele estiver deitado naquele bercinho, deitado naquele trocador ou apoiado nos meus braços naquela poltrona de amamentação.

Aos nove meses de gravidez, controlar a ansiedade e a expectativa pela chegada do bebê tem sido cada dia mais difícil. Mas eu vou tentando, ciente, por experiência, de que o tempo passa muito rápido.

— Examinando de novo o quarto do bebê, mamãe? – diz Peeta, tirando-me dos meus devaneios.

Ele está parado à porta do quarto, segurando uma câmera fotográfica.

— Você quer tirar foto de novo? – digo, ligeiramente impaciente. Peeta sempre teve um verdadeiro fascínio por me fotografar grávida.

Ele dá um risinho.

— É a última, eu prometo – diz ele, adentrando o quarto. – Depois dessa, eu só tiro foto do bebê.

— Tudo bem.

Ele atravessa o quarto e coloca a câmera em cima da cômoda do bebê, o que me deixa confusa.

— O que você está fazendo? – pergunto.

— Eu quero uma última foto de nós dois no quarto do nosso bebê. Como não tem ninguém pra tirar foto agora, eu vou colocar no automático.

— A gente pode pedir pra minha mãe tirar. Ela chega amanhã.

— Da outra vez, o bebê nasceu antes de ela chegar, lembra? – ele ri. – Não quero arriscar.

Ao ouvir isso, eu sinto um ligeiro abalo no estômago. Mas eu dou um sorriso mesmo assim.

— Vamos tirar a foto agora – diz ele, programando a câmera. – Pronto. 10 segundos!

Ele rapidamente me puxa para certa distância da câmera e faz uma pose colocando as mãos na minha barriga. Sem saber muito o que fazer, eu dou um sorriso e fico olhando para ele.

Depois que ouvimos o barulho da câmera fotografando, nós saímos de nossas posições.

— Prontinho – diz ele, e em seguida vai até a câmera.

— Ficou boa? – pergunto.

— Ficou linda! – exclama ele, e logo me mostra o visor da câmera.

Quando vejo a foto, percebo que ele não está exagerando. A foto realmente ficou linda. Eu e ele, juntos, e a minha barriga com o nosso filho entre nós dois.

— Essa tem que ir para um porta-retrato – digo.

— Também acho – concorda ele, sorrindo.

Ele coloca a câmera novamente em cima da cômoda e depois se volta para mim.

— Agora eu posso dizer que está realmente tudo pronto para ele chegar – diz Peeta, me fazendo rir.

— Eu não vejo a hora.

— Eu também – diz ele, e então começa a acariciar a minha barriga por cima da minha roupa. – O papai não vê a hora de você chegar, filho.

Um sorriso se forma em meus lábios. Eu sempre adorei ver Peeta conversando com o bebê na minha barriga. Desde que eu estava esperando Lily.

— Já está tudo pronto pra você chegar – continua Peeta. – O seu quartinho está todo arrumado, a sua vovó está vindo... Eu e sua mamãe estamos só esperando pra te conhecer, e sua irmãzinha também. Nós te amamos muito, filho.

Como se pudesse entender o que o pai está dizendo, o bebê mexe. E pela cara de alegria de Peeta, eu sei que ele sentiu.

— Você tá respondendo o papai, filho? – diz ele com doçura, correndo as mãos pela minha barriga.

O bebê mexe de novo, como se respondesse à pergunta do pai.

— Ele realmente entende quando a gente fala com ele – digo, ligeiramente emocionada.

— É verdade. Ele entende, sim – concorda Peeta. – Obrigado por me proporcionar isso, meu amor.

— Te ver feliz é minha recompensa – digo mais uma vez.

— Eu te amo – diz ele, e em seguida me dá um carinhoso beijo nos lábios.

***

Pelo resto do dia, eu fico um pouco apreensiva, achando que o meu bebê pode nascer antes da minha mãe chegar, como da outra vez. Mas nada acontece. Tudo o que eu tenho são leves contrações falsas.

No dia seguinte, numa manhã fria de final de inverno, a minha mãe chega. E isso me deixa bastante aliviada. Ela não vai acompanhar o meu parto, nem nada do tipo. Eu terei o meu bebê novamente com a doutora Brooks. Mas mesmo assim, é bom saber que minha mãe estará por perto para me apoiar e me ajudar nos cuidados com o bebê que vai chegar e com Lily.

Alguns dias se passam, sem nenhum sinal de que o bebê vai nascer. Eu começo a ficar preocupada, achando que o bebê vai passar do tempo de nascer e que eu vou precisar passar por uma cesariana. Mas a doutora Brooks me tranquiliza, dizendo que ainda faltam mais alguns dias para eu chegar à data limite.

Eu decido parar de me preocupar com isso e simplesmente deixar as coisas acontecerem naturalmente. E quando eu menos espero, elas acontecem.

Certa noite, na hora de dormir, eu começo a sentir umas cólicas mais fortes. A princípio, eu penso que podem ser contrações falsas, mas quando a memória do parto de Lily vem à minha mente, sei que não é isso.

Eu entrei em trabalho de parto.

O meu bebê vai nascer!

Sentindo um misto de felicidade, excitação e medo, eu vou até Peeta, que está sentado na cama lendo um livro, e digo:

— Peeta?

— Hmm? – diz ele, sem tirar o olhar do livro.

— Chegou a hora. O bebê vai nascer.

Continua...

 


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Notas finais do capítulo

Não me matem! Haha. No próximo capítulo, vocês vão saber todos os detalhes do nascimento do bebê. Comentem bastante para eu ter bastante inspiração e postá-lo logo. ;)

Beijos e até a próxima.