Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Vim postar mais um capítulo para vocês. Eu havia planejado postar na semana passada. O capítulo estava quase pronto, mas eu não consegui terminar porque tive uma crise terrível de enxaqueca. Eu sequer conseguia ficar no computador. Mas agora eu terminei e consegui vir postar.

Espero que gostem. Boa leitura!



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Encaro o reflexo do meu corpo nu no espelho do meu quarto, notando que estou bem maior que poucos dias atrás. Aos sete meses, meu corpo está se modificando numa velocidade bem maior que a do início da gravidez. Minha barriga está tão grande que meu umbigo está se esticando para fora. Às vezes, isso me dá o receio bobo de que ele irá rasgar ao meio.

Meus seios estão o dobro do tamanho normal. Para meu alívio, eles não ficam mais doloridos, como no começo, mas ainda assim é estranho vê-los tão maiores. Meu rosto está um pouco mais cheio do que o normal, não tenho mais cintura e minha lombar está cada vez mais curva. Sinto-me pesada e cada vez menos capaz de suportar caminhadas longas.

Um suspiro me escapa dos lábios. Se já estou enorme assim no sétimo mês, como vou ficar no nono mês? Será que vou ficar sem conseguir fazer nada? Será que vou ter aquelas terríveis dores de coluna que algumas mulheres reclamam de ter? Será que minha barriga ficará grande a ponto de nunca mais voltar ao tamanho normal? Será que minha aparência está ruim como eu acho que está?

— Examinando seu corpo, mamãe? – diz Peeta, tirando-me dos meus pensamentos e me dando um leve susto. Eu não havia percebido a chegada dele. Ele havia ficado limpando a bagunça do almoço lá embaixo enquanto eu tomava banho.

— Você me assustou – digo, virando-me para ele.

Ele dá um risinho e se aproxima de mim, ficando atrás de mim no espelho. Volto a encarar o reflexo do meu corpo nu.

— Eu estou cada dia mais gorda e pesada – deixo escapar.

— Para mim, você continua linda – diz Peeta, me abraçando por trás e colocando suas mãos sobre a minha barriga.

— Você só acha isso porque você sabe que o seu filho está dentro de mim – digo. Meu tom de voz soa debochado, mas a verdade é que isso não é um mero deboche.

Eu estou realmente insegura com minha aparência. Peeta nunca me deu motivos para duvidar de seu amor por mim, nem nunca me fez achar que ele poderia me trair, mas ainda assim eu receio que ele não me deseje mais como antes.

Nós temos feito sexo menos vezes do que antes. Com a barriga desse tamanho e me sentindo bastante pesada, eu mesma não consigo ter o mesmo pique. Mas Peeta tem me procurado menos, e isso não passou despercebido por mim. Talvez ele esteja apenas respeitando a minha condição, mas eu não deixo de ficar insegura. Principalmente quando me lembro das clientes curvilíneas que dão em cima dele na padaria.

— Não é só por isso, Katniss – Peeta diz carinhosamente. – Você é linda de todo jeito.

— Não tanto quanto aquelas clientes que dão em cima de você na padaria, presumo – digo, sem papas na língua. Mas me arrependo assim que as palavras saem da minha boca. Odeio parecer uma dessas mulheres inseguras e ciumentas.

Mas é exatamente isso que eu estou sendo neste momento.

Peeta dá uma risadinha triste, parecendo sentir pena de mim.

— Meu amor, você é muito mais linda que qualquer uma daquelas mulheres. Para mim, ninguém supera você. Depois de todos esses anos, achei que você soubesse disso.

— Então por que você tá me procurando menos? – droga! Para que eu fui soltar isso? Agora é que estou mesmo parecendo insegura e ciumenta.

Fito minha barriga, envergonhada demais para olhar Peeta nos olhos. Odeio parecer vulnerável!

— Katniss, você acha mesmo que nós estamos fazendo sexo menos vezes porque eu não te desejo mais? – pergunta ele.

Eu volto a encarar o rosto dele no reflexo no espelho, mais envergonhada do que nunca. Ele parece indignado. Não digo nada, e ele logo continua:

— Eu não tenho te procurado com a mesma frequência de antes porque você tem se sentido cansada e pesada. Eu não queria te cobrar sexo. Só isso. Eu te desejo da mesma forma de antes. Eu sou louco por você.

Suas mãos se afastam da minha barriga e vão para os meus seios, apertando os meus mamilos. Uma onda de prazer me invade e eu não consigo evitar que um gemido de prazer me escape dos lábios.

— Eu adoro ouvir você gemer – sussurra ele no meu ouvido, e em seguida eu sinto sua mão sair do meu seio direito e trilhar seu caminho para a minha intimidade.

— Peeta... – suspiro ao sentir seus dedos estimulando a parte mais sensível do meu corpo. Sua outra mão continua acariciando o meu outro seio.

Posso sentir o meu máximo cada vez mais próximo, mas eu não quero alcançá-lo assim. Quero alcançá-lo com o corpo de Peeta junto ao meu, sentindo-o dentro de mim.

— Eu quero você, Peeta... – peço num sussurro, minha voz fraca e meus olhos semicerrados de prazer e desejo.

Não preciso pedir duas vezes. Peeta tira suas mãos de onde estão e segura minha mão, conduzindo-me até a nossa cama. Eu me deito e espero que ele tire as roupas dele. Mas espero quase nada. Ele se despe em tempo recorde e logo vem até mim, beijando-me em cheio na boca.

Apesar do meu barrigão, nós conseguimos arranjar uma posição confortável. Sentir seu corpo se mover junto ao meu e suas mãos passearem pelo meu corpo já é muito bom, mas ouvi-lo dizer no meu ouvido o quanto me ama e o quanto me deseja potencializa minhas sensações de prazer de uma forma inexplicável. Quando o meu máximo me atinge, ele é tão intenso que um som que mais parece um grito escapa da minha garganta. Peeta me segue logo depois, gemendo forte.

Depois, quando estou aninhada nos braços de Peeta e com a cabeça repousada em seu peito, ainda em êxtase pelo sexo maravilhoso que tivemos, eu sinto no fundo do coração que não há razão alguma para eu me sentir insegura. Ao menos, não sobre minha aparência ou sobre o desejo do meu marido por mim.

Com essa sensação de alívio, eu me entrego a um sono gostoso.

***

Ponto de vista de Peeta:

Quando abro os olhos, já estamos no que parece ser o meio da tarde. Após fazer amor com Katniss, eu a abracei e terminei pegando no sono.

Olho para baixo e me deparo com a imagem da minha esposa dormindo com a cabeça sobre o meu peito, seus lábios entreabertos e o leve ressonar de seu sono escapando deles. Fito seus lábios cheios, seu nariz arrebitado, seus cabelos negros espalhados pelo meu ombro, as partes de seu corpo nu que meus olhos conseguem alcançar nessa posição...

Ela é tão linda!

Tudo nela me atrai. Tudo nela me encanta.

Como ela pôde achar que meu desejo por ela havia diminuído? Como ela pôde achar que as clientes da padaria são alguma coisa perto dela? Obviamente, eu não sou cego à beleza das outras mulheres, mas nenhuma delas chega nem perto de Katniss. Ela é a única mulher que eu desejo dessa forma. A única mulher com quem eu sinto vontade de dividir esse tipo de intimidade. E sempre foi assim, desde que eu ainda era um adolescente. Óbvio que o fato de ela estar grávida não mudaria isso. Muito pelo contrário. Vê-la esperando um filho meu só lhe deixa ainda mais linda aos meus olhos.

Lanço meu olhar para sua barriga, que está apoiada sobre a minha. Está bem grande e redonda, da forma que eu sempre sonhei vê-la. Com cuidado para não acordar Katniss, que ultimamente tem sentido dificuldade em achar uma posição confortável para dormir devido à gravidez, eu coloco minha mão esquerda sobre sua barriga, acariciando-a de leve. Em pouco tempo, o bebê começa a mexer, como se respondesse ao meu toque.

Sou acometido por uma emoção já conhecida por mim. Uma sensação imensa de felicidade, um amor que não parece caber no meu peito. Ainda nem conheço esse bebezinho que está na barriga de Katniss, mas o amor que já sinto por ele é tão grande que chega a ser assustador. Tudo o que quero é cuidar dele, protegê-lo, e se fosse necessário, eu daria minha vida por ele.

Não sei exatamente por que, mas algo me diz que será uma menina. Uma linda menininha. Posso estar enganado, mas já faz várias semanas que eu venho sentindo isso. Para ser mais preciso, desde que senti o bebê mexer pela primeira vez.

Não comentei nada com Katniss, pois não quero soar como se eu tivesse alguma preferência pelo sexo. Para mim, o mais importante é que o bebê venha com saúde. Se fico ansioso para saber se terei um filho ou uma filha, é apenas por curiosidade.

Com sorte, eu matarei essa curiosidade na semana que vem, quando Katniss fizer uma nova ultrassonografia. Só me resta torcer para que dessa vez o bebê abra as perninhas e facilite o trabalho da médica.

Katniss se mexe um pouco, tirando-me dos meus pensamentos. Eu imediatamente tiro a mão de sua barriga, temendo tê-la acordado, mas ela não se acorda. Simplesmente ajeita sua posição e continua a dormir. Eu lhe dou um carinhoso beijo na testa e simplesmente fico parado, deixando que ela descanse mais um pouco.

***

Ponto de Vista de Katniss:

Alguns dias depois, é chegado o dia de mais uma consulta com a doutora Brooks. Hoje, nós faremos mais uma ultrassonografia para saber como estão as coisas e para tentar, novamente, ver o sexo do bebê.

— Será que hoje a doutora vai conseguir ver o sexo do bebê? – diz Peeta enquanto estamos no carro, a caminho do hospital.

— Não sei – digo com sinceridade. – Mas espero que sim. Eu não faço tanta questão assim de saber, mas sei que isso é importante para você.

— Eu estaria mentindo se dissesse que não estou ansioso – ri ele.

Depois de realizar em mim os usuais exames clínicos e fazer as usuais perguntas sobre a minha gravidez, a doutora Brooks me encaminha para a sala de ultrassonografia. Peeta entra comigo e se senta ao meu lado, segurando minha mão carinhosamente para me passar segurança. E também para se sentir mais seguro, presumo. Sei que ele está ansioso com esse exame. Não só pelo sexo do bebê, mas também pela saúde dele.

A doutora Brooks levanta minha camisa, coloca o gel na minha barriga e então começa a deslizar o equipamento por ela.

Quando consigo distinguir na tela em frente a mim a imagem do bebê, sou acometida por uma emoção já conhecida. Dessa vez, eu não choro, mas ainda assim sinto um calor preencher-me o peito. Peeta olha pra mim, e eu posso ver a felicidade estampada em seu rosto.

— Ele tá grandinho, não é? – diz ele, sorrindo.

— Sim. Parece bem maior que da outra vez – digo a ele, também sorrindo.

Depois de um tempo admirando a imagem do meu bebê, eu olho para a doutora Brooks e a vejo olhando fixamente para a tela à sua frente, uma expressão intrigada em seu rosto.

— Está tudo bem com o bebê, doutora? – pergunto, insegura. Não estou gostando do silêncio dela.

Ela olha para mim, dando um leve sorriso.

— Está tudo bem, sim. Não se preocupe.

— E o sexo do bebê, doutora? – pergunta Peeta.

— Bem, isso é o que eu estava tentando ver – explica a médica. – Mas o bebê está de pernas fechadas, de novo. Eu tenho um palpite do que é, mas pra eu ter 100% de certeza, ele precisa abrir as pernas.

— Não vai dar pra saber então, não é? – pergunta Peeta, a decepção pintando sua voz.

— Vamos tentar – diz ela, colocando o equipamento no suporte.

Ela pega umas folhas de papel toalha, enxuga o gel da minha barriga e depois começa a mexer nela. Em pouco tempo, o bebê começa a me chutar.

— Ele tá mexendo – informo.

— Sim, eu estou sentindo – diz a médica. – Pronto, agora vamos ver se ele abriu as pernas.

Ela coloca novamente o gel na minha barriga e depois pega o equipamento mais uma vez. Ela o desliza pela minha barriga enquanto olha concentradamente para a tela. Eu fico olhando para o rosto dela, esperando ver alguma reação a respeito do que ela está vendo.

E então ela sorri.

— Exatamente como eu previra – diz ela.

— O quê? – pergunto, confusa.

Ela olha para mim, para Peeta e depois volta a olhar para mim.

— O bebê abriu as pernas. Não muito, mas foi o suficiente para que eu tivesse certeza sobre qual é o sexo.

— E qual é? – pergunta Peeta, e eu posso perceber pela voz dele o quão ansioso ele está.

— É uma menina – responde a doutora, sorrindo.

Uma menina.

Uma filha.

Eu e Peeta teremos uma filha!

Sou tomada por uma deliciosa sensação de felicidade. Eu não tinha nenhuma preferência pelo sexo do bebê, mas de repente, a ideia de ter uma filha me parece maravilhosa. Terei uma pequena companheira, uma nova presença feminina na minha vida após anos convivendo predominantemente com homens. Isso será bom, muito bom.

Olho para o lado e vejo Peeta, que está com lágrimas em seus olhos.

— Nós vamos ter uma filha, Katniss! – diz ele, com a voz embargada. – Uma filha!

Ao vê-lo emocionado assim, sinto meus próprios olhos se encherem de lágrimas.

— Sim, nós vamos – digo a ele, sorrindo. – E eu estou muito feliz por isso.

— Eu estou sem caber em mim de felicidade. Obrigado por isso, meu amor – diz ele docemente, e depois me dá um suave beijo na testa.

Mais tarde, quando já estamos no carro voltando para casa, ele diz:

— Eu não tinha nenhuma preferência pelo sexo, mas eu estava sentindo que ia ser uma menina.

— Por que você não me disse nada? – pergunto a ele. Peeta costuma dividir suas ideias comigo, então isso é estranho.

— Eu não queria que você pensasse que eu tinha uma preferência, sabe? – justifica ele.

— Eu não ia pensar nada.

— Então tá certo – ri ele. – Bem, o importante é que agora você sabe.

— Quando foi que você começou a sentir isso?

— Depois de sentir o bebê mexer.

Um sorriso se forma em meus lábios.

— Eu estou muito feliz que nós vamos ter uma filha – diz ele, sorrindo. – Muito mesmo. Eu mal posso esperar para ver a carinha dela. Como será que ela vai ser? Será que ela terá cabelos escuros e olhos cinzentos, como você? Ou será que terá cabelos louros e olhos azuis, como eu?

Por um momento, penso em Prim pequena, na menininha de cachos louros e olhos azuis que andava com a barra da camisa para fora, como se fosse um rabo de pato. Minha patinha.

Um sentimento ruim de insegurança começa a ameaçar me dominar, mas eu não permito que ele me domine. Essa menininha que está dentro da minha barriga terá uma história diferente. Ela nascerá num mundo sem fome, sem miséria, sem Jogos Vorazes e sem guerra, como Peeta tantas vezes disse. Apegada a esse pensamento, eu consigo ficar mais calma e então foco toda a minha atenção à novidade e aos sentimentos positivos que ela provocou em mim.

— Está tudo bem, Katniss? – pergunta Peeta. Olho para ele e vejo que há uma expressão de preocupação em seu rosto.

— Sim. Eu só estava aqui pensando como nossa filha será – isso não é, de todo, uma mentira. Mas eu me recuso a contar o resto. Não quero estragar esse momento feliz com meus pensamentos negativos.

— Tudo bem, então – diz ele, parecendo satisfeito com minha resposta. – Eu acho que ela vai ser parecida com você.

— Eu gostaria que ela fosse uma mistura de nós dois. Morena de olhos azuis ou loira de olhos cinzentos. O que você acha? – pergunto, com um risinho.

Peeta abre um sorriso e depois fala:

— Acho que fica legal. Mas ela vai ser linda de todo jeito.

— Sim, vai – concordo.

— Temos que pensar em nomes para ela, não é? – diz Peeta.

— É mesmo – digo. – Mas nós ainda temos dois meses para pensar nisso. É bastante tempo.

— Mas seria bom nós começarmos logo.

— Relaxe, papai – brinco. – Temos bastante tempo.

Ele dá uma risadinha.

— Se você diz... – ele dá de ombros.

Quando chegamos em casa, almoçamos juntos e depois Peeta vai para a padaria. À noite, ele chega trazendo consigo um lindo vestidinho cor-de-rosa.

— Isso aqui é pra princesinha do papai – diz ele carinhosamente, mostrando-me o vestido.

Eu pego o vestido da mão dele e seguro-o sobre a minha volumosa barriga. Coincidência ou não, o bebê começa a se mexer.

— Acho que ela entendeu que ganhou um presente – digo, divertida. – Já tá mexendo.

Vejo o rosto de Peeta se iluminar da mesma forma que sempre se ilumina quando falo do bebê mexendo. Já sabendo que ele vai querer tocar na minha barriga, eu afasto o vestido dela, segurando-o em uma das minhas mãos. Entendendo o convite, ele se aproxima de mim e levanta minha camisa, acariciando minha barriga em seguida.

— Ei, filha. Você tá feliz com o presente que o papai comprou pra você?

Como em todas as vezes em que Peeta fala com ela, ela se mexe. Sou obrigada a acreditar que ela realmente entende que o pai está falando com ela.

— Vou levar isso como um sim – diz ele, rindo. – O papai mal pode esperar para conhecer você.

— Em menos de dois meses, ela estará aqui – digo a ele.

— Sim, ela estará – diz ele, sorrindo. Ele tira a mão da minha barriga e baixa novamente a minha camisa.

***

O tempo vai passando rapidamente. No mês que se segue, eu e Peeta ficamos bastante absorvidos com os preparativos para a chegada do bebê. O quarto de hóspedes que fica ao lado do nosso é desmontado, transformando-se num quarto de bebê. Os móveis clássicos de madeira maciça são substituídos por um bercinho, uma cômoda e uma poltrona de amamentação. As paredes ganham uma nova cor e dois belos quadros pintados por Peeta. A antiga persiana de madeira é substituída por uma linda e delicada cortina de tecido.

Optamos por uma decoração em tons de branco, verde-claro e lilás. O quarto do nosso bebê fica simples, sem muitos exageros. Mas muito bonito e aconchegante.

Compramos mais roupinhas, lençóis e mantas para o bebê, e depois contratamos uma lavadeira para lavar todos eles. Compramos também pacotes e mais pacotes de fraldas descartáveis, um “luxo” da Capital que tem sido relativamente acessível no nosso distrito há alguns anos. Alguns amigos dão presentes para o nosso bebê, completando ainda mais o enxoval.

Quando chego ao oitavo mês de gravidez, já está tudo pronto para a chegada da nossa filha. Às vezes, quando estou sozinha em casa, eu fico admirando o quartinho dela, pensando como serão as coisas quando ela estiver aqui conosco. Ainda me sinto insegura sobre ser mãe, e isso faz com que eu receie a chegada dela. Mas ao mesmo tempo, eu desejo muito que ela chegue.

Quero ver seu rostinho e segurá-la em meus braços. Quero acomodá-la em meu seio e sentir sua pele na minha. É estranho, e até um pouco assustador, como eu posso me sentir assim por alguém que eu ainda nem conheço. É um amor diferente de tudo o que eu já senti.

Peeta sempre conversou muito com ela, dizendo-lhe que a ama, que mal pode esperar para ela nascer. Eu nunca fui muito de conversar, mas de um tempo para cá, com a perspectiva da chegada dela, eu tenho feito isso mais vezes. Sempre que sinto a insegurança ameaçando me dominar, eu digo a ela que a amo e que vou me esforçar ao máximo para ser uma boa mãe. Não digo isso só por ela, mas também por mim. Para forçar em minha mente que eu vou conseguir ser a mãe que ela merece ter. E ela parece entender, pois sempre se mexe em resposta. Ao que parece, minha filha será uma pessoa bastante doce e atenciosa, como o seu pai.

Às vezes, eu também canto para ela. Certa vez, ela estava mexendo bastante enquanto eu regava o jardim e eu casualmente comecei a cantar. Na mesma hora, ela parou de mexer, ficando tranquila, como se apreciasse a canção. Desde então, eu adquiri o hábito de cantar para ela sempre que ela está inquieta, e a reação dela é sempre a mesma.

Eu e Peeta ainda não decidimos qual será o nome dela. Com tantas preocupações na cabeça, eu nem tenho pensado muito nisso, para ser sincera. Mas ele, preocupado que nossa filha fique sem nome, termina comprando um livro com nomes femininos e seus significados.

— Eu trouxe esse livro para nós vermos nomes para a nossa filha – diz Peeta, entregando-me o livro. É de noite e ele acaba de chegar em casa.

— Peeta, nós ainda temos tempo – digo a ele, me esforçando para não revirar os olhos.

— Falta menos de um mês para ela nascer.

— É estranho escolher o nome dela antes de olhar para a carinha dela – argumento.

— Mas seria bom nós já termos alguma ideia em mente – teima ele.

— Tudo bem – eu me rendo. – Amanhã de manhã eu darei uma olhada no livro.

— Certo. Eu vou dar uma olhada ainda hoje, depois do jantar. Quero ter uma ideia logo.

Dessa vez, não posso evitar revirar os olhos. Mas não estou irritada. Peeta está tão preocupado com isso que a situação chega a ser cômica.

No dia seguinte, eu me sento no sofá para ler o livro, após Peeta sair para a padaria. Começo pela lista da letra A, mas nenhum nome realmente prende a minha atenção. Quando estou no que parece a metade da lista da letra B, ouço a campainha tocar.

Quem será?, penso. Ninguém costuma me visitar a essa hora da manhã, e Peeta tem a chave. Bem, só vou descobrir se atender a porta.

Marco o livro na página onde eu parei e me levanto do sofá, com dificuldade. Aos 8 meses de gravidez, coisas simples como se levantar de um sofá tornam-se difíceis.

Com meu andar cambaleante de grávida em fim de gestação, eu vou até a porta e a abro. Quando vejo quem está à minha frente, mal posso acreditar.

— Olá, Catnip.


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Notas finais do capítulo

Não me matem! Hahaha! Eu espero que vocês tenham gostado do capítulo. Lembrem-se de deixar um comentário. Muita gente está lendo sem comentar, e alguns leitores que sempre comentavam sumiram. Isso tem me deixado meio chateada. Comentem, okay? Façam a autora feliz. Haha.

Beijos e até a próxima.