Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Vim postar mais um capítulo para vocês. Nossa. Dessa vez até eu fiquei aborrecida com a demora. Tive dificuldade de escrever esse capítulo, e isso me frustrou bastante. Eu apaguei e reescrevi partes desse capítulo umas quatro vezes. Mas agora eu cheguei a um resultado que eu achei satisfatório e vim postar. Torçam pra esse bloqueio maldito ir embora, okay? Haha.

Agradeço a todos que comentaram do último capítulo para cá, e agradeço em especial a leitora Wanessah Everlark, que recomendou a história. Obrigada, Wanessah!

Boa leitura!



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No dia seguinte, Peeta vai para a padaria logo cedo. Após tomar café da manhã com ele e lhe dar um beijo de despedida, eu sento no sofá da sala e ligo a TV para saber das notícias. Reviro os olhos quando chega na parte da coluna semanal de fofocas das celebridades. Já estou pegando o controle da TV para desligá-la, mas o que vejo na tela em seguida me deixa totalmente paralisada.

Fotos minhas e de Peeta adentrando o hospital pela porta dos fundos. Minha barriga inquestionavelmente denunciando a minha gravidez. Depois, fotos de Peeta entrando na loja de roupa de bebês. Na parte baixa da tela, a manchete: Katniss Mellark, o tordo de Panem, e seu marido Peeta Mellark esperam seu primeiro filho. A voz do locutor narra os acontecimentos relacionados às imagens, mas não consigo prestar atenção ao que ele está dizendo. A única coisa que toma minha atenção é um fato consumado e assustador:

Panem inteira sabe da minha gravidez.

E se Panem inteira sabe da minha gravidez, meu bebê está mais vulnerável do que nunca.

O terror de antes começa a me atingir mais uma vez. Eu apoio minhas costas no encosto no sofá e começo a fazer o exercício de respiração que o doutor Aurelius me ensinou, numa tentativa de aliviar os sintomas desagradáveis de ansiedade que já se agitam dentro de mim.

Inspiro profundamente e expiro bem devagar. Tento forçar em minha mente pensamentos positivos de que hoje nosso mundo é outro, de que ninguém fará mal ao meu bebê, mas isso não me parece estar adiantando neste momento. Não consigo alívio para o meu medo, para a sensação terrível de que a qualquer momento alguém irá entrar por essa porta e fazer algum mal a mim e ao meu bebê.

Meu coração está batendo tão rápido que eu posso sentir a adrenalina se espalhando rapidamente pelo meu corpo. Tento resistir, mas não consigo. Sei que não serei capaz de fazer cessar essa crise de ansiedade sozinha.

Nessas horas, apenas uma pessoa consegue me acalmar: Peeta. Preciso de sua voz, de seu cheiro, de seu abraço. Preciso do conforto que só meu marido consegue me dar.

Com isso em mente, eu me arrasto para a ponta do sofá e pego o telefone da mesa lateral. Disco o número da padaria e espero que alguém atenda, torcendo para que seja Peeta.

Padaria Mellark, bom dia! – é a voz dele, e isso por si só já me acalma um pouco.

– Peeta, sou eu – digo com a voz trêmula.

Katniss?! – exclama ele, parecendo notar que algo vai mal pela minha voz. – O que houve?

– Venha pra casa, por favor.

– O que houve?!

– Só venha... Por favor – suplico.

Tudo bem. Eu já estou indo!

Ele corta a ligação e eu coloco o telefone no seu devido lugar, voltando a me recostar no sofá em seguida. Continuo a me sentir muito mal, mas tento forçar em minha mente a ideia de que Peeta está chegando, de que ele vai me abraçar e me acalmar como só ele consegue. De que vai ficar tudo bem.

Eu me agarro a esses pensamentos para tentar me manter sã enquanto ele não chega.

***

A porta se abre abruptamente e Peeta adentra nossa sala. Ele fecha a porta atrás de si e vem ao meu encontro no sofá, praticamente correndo.

– Katniss, eu vim o mais rápido que pude! – diz ele, e em seguida se senta ao meu lado no sofá.

Eu nem espero que ele me pergunte o que houve. Simplesmente me atiro em seus braços, buscando o conforto que só ele consegue me dar.

– Meu amor, o que houve? – pergunta ele, mas eu não digo nada. Aninho-me mais forte em seu ombro e deixo minhas lágrimas molharem sua camisa.

Ele não diz mais nada. Simplesmente me acomoda melhor em seus braços e depois fica acariciando os meus cabelos levemente com sua mão direita enquanto eu soluço baixinho em seu ombro.

Aconchegada nos braços de Peeta e sentindo o calor que emana de seu corpo, os sintomas mais críticos da ansiedade aos poucos vão se esvaindo. Meu coração volta a sua frequência normal e eu paro de sentir que vou desmaiar a qualquer momento. O medo, porém, ainda está aqui dentro de mim, bastante vivo. A existência do meu bebê agora é de conhecimento do país inteiro. Só de pensar no que alguém pode fazer comigo para atingi-lo, arrepios me sobem pela espinha. Minha vontade neste momento é me trancar em casa e não sair até que meu bebê tenha nascido.

Ao avaliar o meu medo, eu me dou conta de que não necessito apenas do contato com Peeta para me sentir melhor. Preciso também de suas palavras. Preciso que ele me diga, pela enésima vez, que vai ficar tudo bem. Que ninguém fará mal algum ao nosso filho.

Decidida a desabafar, eu rompo nosso abraço e enxugo os rastros de lágrimas do meu rosto com as costas da minha mão direita. Sinto a mão de Peeta acariciando o meu braço esquerdo levemente e alço meus olhos para encará-lo. Há uma expressão de preocupação nua e crua em seu rosto.

– Você pode me contar agora o que houve? – pergunta ele, antes que eu diga qualquer coisa.

Eu trago minha saliva para aliviar um pouco a secura da minha garganta e começo:

– Panem inteira já sabe do nosso bebê, Peeta. Nós fomos fotografados entrando no hospital e você foi fotografado na loja de roupas de bebês.

A princípio, uma expressão de surpresa perpassa o rosto dele, mas depois suas feições se modificam em uma expressão bastante enigmática, como se ele estivesse pensativo.

– Você não vai falar nada? – questiono, quase que indignada pelo silêncio dele. Ver Peeta, que é sempre tão bom com as palavras, calado desse jeito é no mínimo estranho.

– Alguém deve ter notado sua barriga – começa ele – e dado com a língua nos dentes pra imprensa da Capital. Eu não queria que tivesse sido assim. Eu realmente não queria. Mas de um jeito ou de outro, as pessoas iam terminar sabendo, Katniss. Nós não íamos conseguir esconder isso pra sempre.

– Eu sei... – digo. O que mais posso dizer? Ele está totalmente certo. Mas o fato de isso ser verdade não me impede de sentir medo dessa exposição da minha gravidez.

Peeta pega minhas mãos e as segura entre as dele, num gesto que eu já sei que é de conforto.

– Eu sei que você está assustada com isso. Eu também estou um pouco, confesso. Não tanto quanto você, mas estou. Se ter um filho já traz insegurança para pais que nunca passaram por tudo o que nós dois passamos, imagine para nós dois. Mas nós temos um ao outro, meu amor. Juntos, nós vamos proteger o nosso bebê da melhor forma que pudermos. Ninguém fará mal nenhum a ele.

Eu tento absorver ao máximo suas palavras em minha mente traumatizada, para que minha insegurança fique sob controle. É difícil pensar positivo quando já se sofreu tanto, mas eu não posso deixar que meu medo me impeça de viver. Preciso encontrar novamente a coragem que me permitiu estar nessa condição agora. Só preciso saber como.

– Se isso estiver te afligindo tanto assim, tente se lembrar de suas conversas com o doutor Aurelius – diz Peeta, como se adivinhasse o que eu estava pensando. – E se você sentir a necessidade, telefone para ele mais vezes. Você já melhorou muito desde que sentiu o bebê mexer, então você pode superar mais essa dificuldade. Vai dar tudo certo. Não duvide disso.

É impressionante o poder que Peeta tem de me acalmar. Ao ouvi-lo dizer essas coisas, quase todo o meu medo se esvai, mesmo que por um momento.

– E nós vamos conseguir – continua ele – manter a nossa privacidade. Hoje mesmo eu vou ligar para um pessoal de assessoria de imprensa da Capital e pedir ajuda com isso. Eu vou dar um jeito de manter esses fotógrafos longe de nós.

Ele diz isso com tanta convicção que eu acredito nele. Sei que ele vai proteger a mim e ao nosso bebê. Sei que ele não vai descansar enquanto não tiver a certeza de que estamos seguros contra esses loucos da Capital que têm como único objetivo de vida invadir a privacidade alheia. E isso já faz com que eu fique bem mais segura.

– Obrigada – digo, acariciando o rosto dele com minha mão direita.

– Você não tem o que agradecer. Proteger minha esposa e meu filho é o meu dever.

Um sorriso se forma em meus lábios.

***

Nos dias que se seguem, eu fico um pouco insegura para sair de casa, mas com o apoio de Peeta e com o fortalecimento emocional que as conversas com o Doutor Aurelius me proporcionam, eu aos poucos vou conseguindo superar isso. Continuo dividindo minha rotina em cuidar da casa, cuidar do jardim e ajudar Peeta na padaria. Sinto uma falta terrível da floresta, mas não quero fazer nada que possa prejudicar o meu bebê. A menos que a doutora Brooks me libere, eu não ultrapassarei aquela cerca.

O medo de que alguém possa fazer mal ao meu bebê ainda está presente, mas eu me esforço ao máximo para focar em outras atividades e não pensar nele. Sei que as pessoas têm curiosidade sobre minha gravidez e que elas fofocam a respeito. Posso ver seus olhares na minha barriga nos poucos momentos em que ando pela rua. Mas graças aos contatos de Peeta, nenhum fotógrafo da Capital veio nos importunar novamente.

Com quase seis meses de gravidez, minha barriga já está grande e redonda. É como se, de uma hora pra outra, seu ritmo de crescimento tivesse aumentado consideravelmente. Eu não acho que estou bonita, mas Peeta claramente discorda. Está sempre dizendo que eu estou linda grávida. Ele decide comprar uma câmera fotográfica que revela o filme na hora para registrar a minha gravidez. Não sei ao certo por que ele esperou que eu passasse do quinto mês para fazer isso. Creio que tenha sido porque só agora eu estou mais confortável com minha gravidez, tanto fisicamente (os enjoos e a sonolência passaram) quanto emocionalmente. Bem, o fato é que ele agora está viciado em me fotografar.

– Você quer tirar foto de novo, Peeta? – digo a ele no que parece ser a trigésima vez em que chega até mim segurando a câmera em suas mãos.

– Só mais uma, por favor! – pede ele, numa falsa súplica. – A próxima foto eu tiro só quando você completar seis meses.

Reviro os olhos.

– Tudo bem.

Deixo que ele me fotografe mais uma vez, pensando se ele continuará a me achar linda grávida daqui a uns meses, quando eu estiver parecendo ter engolido uma melancia.

O tempo vai passando rapidamente. Minha mãe me avisa que vai chegar, o que me deixa bastante feliz. Com a ajuda de Peeta, eu limpo o quarto do andar de baixo, deixando tudo bem arrumadinho para a chegada dela.

Ela chega num fim de manhã de sábado. Peeta vai buscá-la na estação enquanto eu preparo o almoço. Quando eles chegam em casa e minha mãe me vê grávida, ela não consegue conter a emoção.

– Minha filha, você está tão linda! – diz ela após me dar um abraço. Ela acaricia a minha barriga com carinho, e eu posso ver que há lágrimas em seus olhos.

– Estou gorda, mas agradeço o elogio, de qualquer maneira – digo a ela em um tom cômico, tentando amenizar o clima emocional que se instalou aqui.

– Não. Você está muito linda. Gravidez é um momento mágico na vida de uma mulher. Apesar do enjoo, do peso e do inchaço, eu me senti incrível quando estava esperando você e sua irmã.

Minha irmã.

Mesmo após todos esses anos, falar sobre Prim continua sendo difícil para mim. Fico muito grata quando Peeta muda de assunto, perguntando à minha mãe se ela quer que ele leve as malas dela para o quarto. Ela aceita a oferta e eu e Peeta a ajudamos a se instalar no quarto.

A estadia da minha mãe é bem agradável. Ela me faz companhia, me dá dicas sobre a gravidez e até mesmo me ajuda com o enxoval do bebê, conforme ela havia prometido. Ela vai comigo até a loja de artigos de bebê na cidade. Eu fico insegura, com o medo quase que irracional de que alguém nos fotografe lá, mas minha mãe diz que vai ficar tudo bem e eu me acalmo um pouco.

Nós voltamos para casa com sacolas cheias. Compramos roupinhas, sapatinhos, meias, fraldas de pano, cobertas, lençóis... Tudo unissex, evidentemente, tendo em vista que nós ainda não sabemos o sexo do bebê. Eu me controlei para não comprar tanta coisa, pois sei que vou querer comprar mais coisa depois de saber o sexo do bebê.

No fim da tarde, sento com minha mãe em minha cama e distribuo nossas compras por cima de uma parte da colcha. Fico imaginando meu bebê usando essas roupinhas, calçando esses sapatinhos, enroladinho nesse cobertor. Uma sensação estranha percorre o meu peito, aquecendo o meu coração de uma forma inexplicável.

– Você está imaginando seu bebê usando tudo isso, não é? – pergunta minha mãe, parecendo adivinhar meus pensamentos. Ela segura dois sapatinhos em seus dedos e os mexe, como que imitando os pezinhos de um bebê.

– Sim, eu estou – digo. – Me dá uma sensação estranha imaginar que ele ou ela daqui a pouco estará aqui, usando tudo isso. Mas é uma sensação boa.

– Sei como é – diz minha mãe, com um sorriso de compreensão nos lábios. – Você vai ser uma mãe maravilhosa. Sei que vai.

– Eu espero que sim – digo, forçando um sorriso. Peeta diz a mesma coisa, mas eu não deixo de ficar insegura.

– Você vai – reafirma ela. – Tenho certeza disso.

– Olha só quanta coisinha de bebê! – ouço uma voz conhecida dizer. Eu me assusto um pouco, mas quando me viro ao lado, vejo Peeta parado no meio do quarto, com um sorriso bobo no rosto. Ele saiu mais cedo do trabalho, pelo visto.

– Vem ver, Peeta – convido-o, batendo com a mão num espaço vazio ao meu lado na cama para que ele venha se sentar.

– Bem, eu combinei de ir visitar Hazelle – diz minha mãe, levantando-se da cama antes que Peeta se sente no lugar que eu indiquei. – Fiquem aí aproveitando o enxoval do bebê de vocês. Eu não demoro.

Ela me dá um beijo na testa, dá um rápido abraço em Peeta e depois se retira. Ela realmente combinou com Hazelle de ir visitá-la, mas sei que ela não decidiu sair do quarto agora só por isso. Ela também quer nos deixar a sós para aproveitar este momento com privacidade.

Peeta se aproxima da cama, sentando-se no lugar que eu havia indicado antes.

– Quanta coisa, né? – diz ele, examinando uma das roupinhas.

– Sim, mas eu vou comprar mais depois de saber o sexo do bebê.

Ele levanta seu olhar para mim.

– Então agora você quer saber? – pergunta ele, com um sorrisinho sarcástico em seus lábios.

Reviro os olhos.

– Eu quero saber mais por você do que por mim – digo.

– Tá certo, então – ele ri.

Nós passamos um bom tempo admirando o enxoval do nosso bebê. Peeta segura as roupinhas em suas mãos, coloca os sapatinhos em seus dedos – como minha mãe fizera antes –, examina as meias e os cobertores... Uma vez ou outra, ele faz um comentário sobre como nosso bebê ficará lindo usando a tal peça. Não posso evitar sorrir ao vê-lo tão contente.

Depois de já termos examinado tudo, Peeta pergunta de repente:

– Falando no bebê, como está ele hoje?

– Eu acho que está bem – digo, passando minhas mãos pela minha barriga. – Deve estar feliz por todos esses presentes que ganhou.

Peeta dá uma risada. Como se sentisse que estamos falando dele, o bebê começa e mexer. Senti-lo mexer ainda é estranho para mim, mas agora eu não fico mais aterrorizada, como no começo. Aos poucos, estou começando até a aproveitar a sensação, tendo em mente que isso significa que ele está vivo e bem.

– Ele começou a mexer agora – informo.

– Deixa eu ver se consigo sentir – diz Peeta, chegando mais perto de mim e colocando suas mãos em cima da minha barriga. Eu afasto minhas mãos, deixando que ele me toque à vontade.

Ele levanta minha camisa, buscando um contato mais direto com a minha barriga. Eu acomodo minhas costas na cabeceira da cama e olho para o rosto dele, vendo sua expressão de curiosidade. O bebê dá um chute forte e ele parece sentir, pois um sorriso enorme se forma em seus lábios.

– Eu senti! – exclama ele, confirmando minha suspeita. Ele olha nos meus olhos e eu vejo o brilho de felicidade refletido no azul profundo. – Eu senti o bebê mexer!

Ele corre suas mãos pela minha barriga, tentando sentir os movimentos do bebê mais uma vez. Como que sentindo o contato com o pai, o bebê chuta novamente.

– Você sentiu de novo agora? – pergunto.

– Senti! – responde ele, e dessa vez parece à beira de lágrimas.

Ele se curva, encosta seu rosto na minha barriga e a enche de beijos.

– Filho ou filha, aqui é o papai – ele diz pra barriga quando termina de beijá-la, a emoção pintando sua voz. Ele pousa sua mão direita um pouco abaixo do meu umbigo. – Eu estou sentindo você mexer. Você sente quando eu toco ou beijo a barriga da sua mamãe?

Como que respondendo à pergunta do pai, o bebê mexe novamente. Dessa vez, Peeta não consegue conter as lágrimas. Ele repousa a cabeça na minha barriga e a abraça, molhando-a com suas lágrimas.

– O papai ama muito você. Muito mesmo.

Isso é demais pra mim. Sou invadida por uma emoção tão grande que quando dou por mim, também estou chorando. Dessa vez não de medo, mas de felicidade. E de um pouco de alívio, também. Pois é em momentos como esse que eu sei que tomei a decisão correta. Que eu sei que apesar de qualquer insegurança que eu tenha, decidir dar um filho a Peeta foi a melhor coisa que eu já fiz.

Levo minha mão esquerda aos cachos louros de Peeta, acariciando-os levemente. Aqui, com a cabeça dele pousada em minha barriga e nosso bebê mexendo em aprovação à presença do pai, eu sou acometida por um forte sentimento de que nós três somos uma família. É um pouco assustador pensar que eu, de fato, estou formando minha própria família, mas ao mesmo tempo é bom. Depois de tantas dores e perdas, isso dá uma sensação boa de recomeço.

Peeta sai de cima da minha barriga e se endireita novamente na cama. Ele enxuga suas lágrimas e depois olha pra mim. Sua mão direita vem até o meu rosto, dessa vez para enxugar as minhas lágrimas. Depois ele fica acariciando o meu rosto levemente, olhando para mim com uma expressão que não sei exatamente precisar.

– Obrigado por isso, meu amor – diz ele, e só então eu percebo que sua expressão é de gratidão. – Por ter mudado de ideia. Por ter aceitado me dar um filho.

– Você não tem que me agradecer – digo a ele. – Ver você feliz assim já é minha recompensa.

Peeta abre um grande sorriso e depois se aproxima de mim, unindo nossos lábios em um beijo doce e carinhoso, um beijo do tipo que reafirma que nós estamos juntos para enfrentar mais um desafio em nossas vidas.

Desta vez, o desafio sendo o fruto do que sentimos um pelo outro.


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Notas finais do capítulo

É isso, pessoal. Espero que vocês tenham gostado do capítulo. Foi muito difícil explorar as emoções da Katniss nesse capítulo, mas eu espero ter sido coerente com relação aos livros e ao desenvolvimento que eu venho criando pra ela desde "Amor Real". Talvez tenha soado estranho ela não ter ficado tão mal quanto da outra vez, mas vocês precisam ter em mente que ela está tendo acompanhamento profissional. Ela não está lidando com suas emoções sozinha, e isso faz toda a diferença. ;)

Beijos e até a próxima.

Ps: A fanfic completou um ano no último dia 8. Parabéns pra nós! o/