POV. Piper

Eu estava me esforçando ao máximo nessa missão, apesar da minha mãe ser um pouco doida, e as vezes meio má com algumas pessoas e suas histórias de amor, eu realmente a amo e vou dar tudo de mim para garantir a segurança e saúde dela. Mas, admito que estou um pouco de receio em enfrentar Perséfone; de acordo com o que o Nico disse, ela pode nos transformar em qualquer flor em qualquer minuto. Eu realmente não entendo os deuses e essa mania de guardar rancor para tudo, mesmo algo que tenha acontecido mais de mil anos atrás...

Antes de comer, Nico terminou de contar sobre a deusa das flores e cada um foi para sua cabine. Estava cansada, com sono, meu corpo me mandava descansar, porém minha mente me mandava fazer outra coisa. Uma voz em minha cabeça mandava-me pegar uma folha de papel e um lápis, coisa que logo tratei de fazer. Há algum tempo, desde que derrotamos Gaia, para ser mais exata, eu tenho tido essas sensações estranhas, sempre me mandando pegar algo para desenhar. E quando a ponta do lápis toca o papel, é como se algo o guiasse, fazendo-o dançar pelo papel logo construindo lindos desenhos.

No começo, eu achei bem estranho, mas depois me acostumei, os desenhos nunca faziam muito sentido para mim, coisas aleatórias. Mas eram tão bonitos e delicados que guardei-os comigo. Como disse, no momento que o lápis tocou o papel, ele começou a guiar minha mão por toda extensão da folha, fazendo um desenho que parecia um mapa. Quando o lápis parou, a imagem na minha frente é a de um labirinto feito de folhas e árvores. Veio uma ideia na minha cabeça, fazendo-me levantar e pegar os outros desenhos na mochila. Uma flor, um espelho quebrado, um navio, uma adaga, um portão, um bracelete de sete pingentes, agora, um mapa de um labirinto de folhas.

Tudo se encaixava, a flor para Perséfone, o espelho quebrado simbolizando minha mãe "doente", o navio é o Argo||, a adaga é a minha adaga, o portão é o portão do mundo inferior, o bracelete da minha mãe, e um mapa para chegarmos até os braceletes!

Mas, espera, minha mãe disse que os braceletes estavam espalhados por Manhattan e esse mapa com certeza não parece com a cidade, parece mais uma floresta.

O tempo foi passando enquanto eu tentava entender tudo, tentava encaixar as coisas para ver se faziam sentido, mas nada combinava com aquele mapa. Estava tão compenetrada com os desenhos que nem lembrei que já era hora do jantar, e Jason veio me chamar na minha cabine:

–Hey, Pipes.- ele diz entrando no quarto. Ao ver meu olhar cansado, logo se junta ao meu lado e pergunta- Tudo bem?

–Tudo ótimo- eu digo tentando disfarçar minha preocupação, claro que não consigo enganá-lo

–Piper, olha pra mim...- ele diz segurando meu rosto e virando-o para ele, me fazendo olhar para aqueles olhos azuis elétricos que eu tanto adoro- Você sabe que pode me contar qualquer coisa?

–Eu sei...- eu disse olhando para baixo- É que eu descobri uma coisa...- contei para ele sobre tudo, os desenhos, o que eles significavam.

–Pipes, temos que contar para os outros, isso ajuda muito. E talvez a Annabeth ou Nico possam saber o que esse mapa significa...- Ele diz empolgado, me transmitindo confiança.

– Eu só queria saber quem é que faz esses desenhos...- Disse pensando alto.

– Vai ver é alguém que goste de você, e queira nos ajudar- Meu namorado disse com um sorriso.

– É, talvez você esteja certo...- o acompanhei até os outros.