Crônicas demoníacas escrita por Jullie Buchanan


Capítulo 14
Meu coração está tentando seguir


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :3



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Charlotte

Branco, chato e irritante. Era assim que se resumia o teto do quarto de Charlotte depois da garota ficar olhando ele por mais de duas horas. Ela não estava muito afim de sair da cama, estava frustrada e só conseguia pensar nas coisas terríveis que ela havia feito quando desligou sua humanidade, não devia ter desligado a única coisa de humana que ainda lhe restava. Charlotte se sentia fraca, quebrável e magoada com ela própria, nesse momento, a pior coisa para ela era o arrependimento de tudo que fez quando a humanidade desligou. Era péssimo se sentir desse jeito e ela só conseguia pensar em o que Oliver pensaria dela nessas circunstâncias. Charlotte não queria mais chorar, estava cansada e suas lágrimas não mudariam absolutamente nada.
– Charlotte... - disse Lucy entrando pela porta e logo a fechando.
– Oi Lucy.
Lucy foi até sua irmã e se deitou na cama o lado dela, se virou para Charlotte e a observou com uma expressão pensativa.
– Você está bem? - perguntou Lucy.
– Não sei. Eu fiz coisas terríveis com a humanidade desligada eu até... - Charlotte deu uma pausa e molhou os lábios - Eu falei coisas terríveis para você.
Charlotte se virou para o lado, olhando Lucy também. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas Charlotte estava as segurando.
– Isso não importa. Quando desligamos nossa humanidade não sabemos o que pode acontecer, mas sabemos que nada bom virá. Essa foi a segunda vez que você desligou sua humanidade e não faz mal, você não estava mais aguentando Char.
– Como vou me perdoar?
– Todos te perdoam, agora é a sua vez de se perdoar loirinha. - Lucy sorriu.

Charlotte retribuiu o sorriso e puxou Lucy para perto de si e abraçou a irmã com toda a força que tinha.
– Eu sinto muito.
– Ta tudo bem. - disse Lucy acariciando os cabelos de Charlotte.
As duas continuaram ali no quarto de Charlotte, conversando e colocando o assunto em dia, já que Charlotte estava com a humanidade de novo, ela se importaria com Lucy e com as coisas que aconteceram na ausência da sua humanidade.

– Que bom que você voltou, Charlotte. - disse Aro beijando a testa da neta.
– Verdade.
Aro, Alec, Zorak, Lexi e Savannah estavam se despedindo de todos, eles já estavam voltando para a Inglaterra. Por Aro ser o líder do castelo Ventrue e o líder do conselho sobrenatural da Inglaterra, já era hora de ir embora, Alyssa podia não estar comandando tudo corretamente lá.
– Mande um beijo para Alyssa. - disse Godric sorrindo de lado.
Aisha o cutucou e colocou seu braço por volta do ombro do irmão.
– Até mais pai. - disse Aisha.
– Até mais meus filhos. - disse Aro se referindo a Aisha e a Godric.
– Vamos, já está na hora. - disse Lexi.
Todos já haviam se despedido, os cinco entraram no carro de Aro e partiram para o aeroporto. Quando mais rápido chegassem em seu precioso reino, melhor.
– E você Aisha? - disse Godric olhando para a irmã.
– Eu vou ficar. Nick deve estar por perto, daqui a pouco ou amanha ele vem me pegar.
Godric se voltou para Charlotte e a puxou pela mão, fazendo ela ir até ele para ele abraça-la.
– Como você está agora?
– Bem. - Charlotte abraçou Godric com um pouco de força.
– Que bom. - ele sorriu. - Você precisa se divertir um pouco, meu amor.
– Ele tem razão Charlotte. - disse Aisha. - Você não fez mais nada depois da partida de Oliver.
– Eu não sinto vontade de fazer nada. - respondeu Charlotte.
Aisha a observou, pensativa.
– Vá a uma festa, ou a um encontro. - disse Aisha.
– Um encontro com quem?
– Homem em Nova Orleans é o que não falta.
Charlotte riu e Godric revirou os olhos.
– Para de tentar arrumar um encontro para minhas filhas. - disse Godric.
– Não, e agora mesmo eu vou procurar alguém aqui em Nova Orleans. - falou Aisha.
A garota sumiu em segundos e Godric suspirou.
– Isso que é tia.
Charlotte riu.

Charlotte não queria toda a atenção voltada para si, ela fez coisas terríveis e não merecia ser tratada como uma princesa. A loira se sentou no balcão da cozinha e começou a enfiar o Whisky goela abaixo.
– Suponho que você esteja péssima. - disse Eric se encostando na porta da cozinha.
– Você também não está com uma cara muito boa.
Eric foi até Charlotte e ficou entre suas pernas, pegou o Whisky e deu alguns goles.
– É Lunna.
Charlotte levantou as sobrancelhas e pegou o Whisky da mão de Eric. A loira colocou uma das mãos no ombro dele e começou a acariciar seu cabelo.
– O que tem ela?
– Ontem ela quase foi morta.
– O que? - Charlotte quase gritou.
– Calma, eu disse quase. Eu cheguei a tempo por causa da mensagem dela.
Charlotte deu outro gole no Whisky, era muita coisa para processar.
– Quem estava atrás dela?
– Eu não conhecia. Mas era humano, talvez estivesse hipnotizado?
– Eu não sei, Eric. Mas isso é um problema.
– É.
Charlotte deu outro gole no Whisky e em seguida o colocou na mesa, a garota colocou sua outra mão no ombro de Eric e se aproximou do rosto do rapaz. Charlotte acariciou o rosto de Eric e o puxou para perto do seu, eles estavam muito próximos, mais um passo e os dois se beijavam, talvez fosse isso que Charlotte queria tanto. Ela entrelaçou suas pernas e a puxou para cima nas costas de Eric, passando suas pernas pelos quadris e pelas costas do rapaz. Eric colocou suas mãos na cintura de Charlotte, eles estavam muito próximos, sentindo a respiração um do outro e os batimentos cardíacos de Charlotte batiam mais intensamente a cada segundo.
– Charlotte, eu... - disse Aisha entrando na cozinha. - Atrapalho?
Eric e Charlotte se afastaram rapidamente, como se nada estivesse acontecido a alguns minutos atrás.
– Que? - disse Charlotte como se não soubesse de nada.
Eric deu um sorriso sarcástico para Charlotte e se retirou da cozinha, ele parecia irritado por Aisha ter entrado bem naquele momento dele e da loira. Charlotte sorriu ao ver a expressão irritada de Eric.
Aisha olhou para Eric até ele sumir por completo de sua vista e depois olhou para Charlotte com a sobrancelha franzida e foi até a loira.
– O que foi isso?
– Isso o que? - Charlotte se fez de desentendida.
– Tudo bem... - disse Aisha olhando para Charlotte com um sorriso irônico - Arrumei um encontro para você.
– Ai deus, com quem?
– Mark Slaint.
Charlotte quase cuspiu todo o Whisky de seu estomago no rosto de Aisha.
– Como?!
– Algum problema? Ele é um gato.
– Não interessa que ele é um gato, ele é psicótico. O que você disse para ele?
– Nada, eu só perguntei se ele queria sair com minha sobrinha, ele não deu muita atenção, estava mais preocupado com a tequila, dai depois ele perguntou se era a Lucy e eu disse que não. Então eu descrevi você e Rebeca o convenceu a aceitar.
– Rebeca?
– Por favor, faça isso. Você precisa sair com pessoas novas.
– Você quer dizer com Mark.
– Esteja pronta as nove e coloque uma roupa bonita.
Aisha sorriu para Charlotte e saiu da cozinha imediatamente. Charlotte suspirou e se deitou no balcão de pedra, pegou o Whisky e o bebeu deitada mesmo. Sério? Ela iria sair com Mark Slaint? Charlotte sempre achou Mark atraente, mas ele era meio maluco, psicótico, psicopata e sexy. A loira podia estar se apresando demais, podia ser muito bom sair com Mark ou poderia ser um verdadeiro inferno. Charlotte continuou ali, bebendo o Whisky e pensando com que roupa iria em seu encontro com Mark.

Já eram 20:00 da noite e Charlotte estava cansada de não fazer absolutamente nada, todos tinham saído para uma noite de poker no bar da Sophia, pelo visto, todos estavam de bem com a garota agora. Charlotte tomou um banho quente e assim que saiu procurou um vestido em seu guarda-roupa, alguma coisa chique e bonita e graças a Adeline ela encontrou. Um vestido de seda beje, bem atraente aos olhos de Charlotte. Ela colocou o vestido, arrumou o cabelo e fez a sua maquiagem. Charlotte nunca gostou muito de aparecer, ela preferia usar uma jaqueta jeans, ou um moletom com uma jaqueta de couro e uma calça jeans surrada. Mas Aisha fez questão de que ela se vestisse de acordo. Quando a campainha soou Charlotte já ficou nervosa e desceu rapidamente a escada, com sua velocidade de vampiro. Ela abriu a porta com um sorriso belíssimo nos lábios, talvez ela nem estivesse o forçando.
– Charlotte? - disse Mark observando a loira.
– Oi.
Mark estava de terno e com uma gravata borboleta, era raro ver ele assim. Ele também era simples, geralmente com uma jaqueta de couro e uma calça jeans surrada. Ele estava lindo aos olhos de Charlotte, era até difícil se concentrar nos olhos verdes de Mark.
– Aisha ficou descrevendo você quase meia hora. Ela não se tocou que já nos conhecíamos.
– Ela é maluca.
Mark abriu um sorriso.
– Vamos? - perguntou Mark.
– Claro.
Os dois foram para a mansão Slaint. Não tinha ninguém lá, talvez tivessem ido a uma noite em família na cidade assim como a família de Charlotte.

Charlotte nunca havia entrado na mansão Slaint. Era belíssima por fora e ainda mais por dentro, uma escada de cada lado no hall de entrada que dava ao segundo andar, sofás caros e de couro da cor branca e um lustre pendurado bem em cima dos sofás. Mark levou Charlotte até a cozinha, era do lado esquerdo, tinha uma porta de vidro que estava aberta e lá se encontrava a cozinha que também era belíssima. Os dois se sentaram na mesa e Mark se sentou bem perto de Charlotte, a garota estava começando a corar.
– Você gosta de frutos do mar?
– Gosto.
Mark sorriu para a loira e estralou os dedos e com o som do estalar de dedos percorrer o local, apareceram dois garçons e levaram um prato para Mark e para Charlotte, um prato delicioso, com vários frutos do mar e os garçons serviram vinho para os dois.
Mark e Charlotte ficaram conversando por horas enquanto comiam, quando acabaram de comer continuaram a conversar e a beber o vinho.
– Você é mais divertida do que eu pensei que fosse. - disse Mark.
– E você não é tão mal quando eu achei que fosse. - disse Charlotte com um sorriso.
Mark retribuiu o sorriso e tirou a gravata borboleta.
– Eu detesto essa roupa chique. Nem para bailes eu gosto.
– Eu também, Aisha que me forçou a vir com um vestido. Por mim, eu viria com um moletom e uma calça jeans surrada e rasgada. - riu Charlotte.
– Eu também. - Mark também riu. - Podemos ter outro encontro e vir com uma roupa do nosso jeito.
– E comer churrasco.
– Está marcado.
Os dois riram e Mark começou a abrir um botão do terno, ele parecia agoniado com aquilo.
– Deixa que eu tiro para você. - disse Charlotte sorrindo.
Ela se inclinou mais para perto de Mark e abriu um dos botões do terno e em seguida outro. Mark olhou para ela e sorriu. Charlotte sorriu também e voltou a se sentar direito na cadeira, desta vez, Mark se inclinou para perto de Charlotte e puxou seu rosto para perto do seu e encostou seus lábios nos dela, beijando-a intensamente.
– Mark... - disse Rebeca entrando pela porta principal da cozinha.
Ela sorriu ao ver Mark e Charlotte e não quis interromper e saiu imediatamente do local.
Charlotte soltou os lábios de Mark e se levantou rapidamente da cadeira.
– Eu acho que preciso ir.
Mark a observou e sorriu, se levantou e observou Charlotte.
– Tudo bem.
Charlotte sorriu e observou Mark, aqueles olhos verdes dele hipnotizavam a garota. Ela molhou seus lábios e pulou nos braços de Mark, colocou suas mãos no pescoço dele e voltou a beija-lo. Mark puxou Charlotte pela cintura e ela entrelaçou suas pernas nas costas dele. Ela esqueceu completamente que estava de vestido, mas continuou beijando Mark e mordiscando seus lábios. Depois de quatro minutos ela soltou suas pernas das costas dele e voltou para o chão. Deu outro beijo em Mark e sorriu para ele.
– Agora eu preciso ir.
Ele sorriu.
– Quer que eu te leve em casa? - disse sarcasticamente.
– Não. - respondeu Charlotte parecendo indecisa.
Mark sorriu para ela e deu um pequeno beijo em seus lábios. Charlotte sorriu e em segundos não estava mais com Mark.

Charlotte parecia uma adolescente, os nervos a flor da pele e com o rosto quente. Fazia tempo que não se sentia assim. Ela foi para seu quarto e tirou aquele vestido, colocou seu moletom preto e uma calça jeans surrada, desajeitou seu cabelo e se deitou na cama com um sorriso no rosto. Ela tocou seus lábios e suspirou, foi perda de tempo reclamar de Mark.
Seu telefone tocou e Charlotte rapidamente o pegou, era uma mensagem de Mary Leclerq, a tia de sangue de Lucy. Na mensagem dizia o seguinte:

Charlotte, eu sinto muito pelo Oliver. Eu gostaria de lhe ajudar, Lucy me disse que vocês pretendem traze-lo de volta e eu e Judith ficamos honradas em ajudar vocês, passe aqui em Falls Church essa semana e nós já podemos começar, só traga algo pessoal do Oliver. Podemos procurar também quem o matou.

Charlotte ficou muda e suas esperanças finalmente voltaram. Ela pulou da cama e correu para o quarto de Oliver e pegou um de seus colares, um colar que continha um pingente em forma de águia, ele nunca tirava aquilo. Ela pegou seu celular e o pingente e jogou dentro de sua bolsa, junto de um pacote de balas e pegou a chave de seu carro. Ela desceu as escadas toda animada e sorridente, como se tivesse visto um unicórnio.
Todos já estavam na sala, conversando e rindo.
– Charlotte, onde você vai? - perguntou Adeline.
Charlotte molhou os lábios e foi até eles.
– Mary me mandou uma mensagem. Ela disse que ela e Judith podem ajudar a trazer Oliver de volta e eu preciso tentar. Vou para Falls Church agora.
– Porque não espera até amanha? - disse Godric.
– Não vou conseguir esperar até amanha, preciso ir agora. - disse Charlotte sorridente.
– Tudo bem. - disse Godric sorrindo, não tinha visto a filha tão feliz desde a morte de Oliver.
Charlotte foi até Godric e o abraçou, abraçou todos da sala e foi até foi para a entrada, saindo pela porta da frente e indo direto para seu carro, ela entrou, jogou a bolsa no banco do carona e ligou o carro. Já começando a dirigir e indo direto para a estrada principal. Ela mal podia esperar para conseguir trazer seu irmão de volta dos mortos. O dia de Charlotte tinha sido incrível.


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Notas finais do capítulo

Estão shippando Charlotte e Mark? Eu particularmente shippo Charlotte e Eric shaushau.



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