Depois da luta de Duca eu e Pedro voltamos para meu apartamento, minha língua estava coçando, aquela Marina me tirou totalmente do sério, e o que ela estava fazendo em um local de luta, eu estava calada e Pedro também, notei que ele queria falar algo, mais algo o impedia, entramos em meu apartamento, me joguei no sofá e ele foi para a cozinha, sem trocar nenhuma palavra e nenhuma olhar, eu estava morrendo de vontade de ir até ele beijá-lo e tudo mais, mais meu orgulho não deixava.

– Ka. – Escutei a voz dele, olhei séria para ele, ele sentou do meu lado e colocou minhas pernas sobre as dele. – Sei que você quer uma explicação sobre a Marina, mais antes quero que você saiba que ela não significou nada para mim. – Típica desculpa de homens.

– Então ela é mesmo sua ex namorada? – Perguntei, estava morrendo de raiva dela, da forma como ela agarrou Pedro, e da forma com olhou para mim.

– Foram só dois meses. – Ele me respondeu, como se dois meses não fossem nada.

– E por que ela estava naquele lugar? – Perguntei.

– Ela é lutadora. – Não podia acreditar no que ele tinha acabado de dizer, aquela menina era lutadora, senti a ira tomar conta de mim, mais fiquei calma.

– Lutadora?

– Isso, eu conheci ela em uma luta que teve em Londres, ela estava no local, se conhecemos e acabou acontecendo. – Tirei minhas pernas de cima das de Pedro, não queria mais escutar nada, levantei e entrei no banheiro, a única coisa que conseguia pensar era em tomar um banho, deixar toda a raiva fluir do meu corpo.

Entre debaixo da água quente, me senti bem quando a água morna percorreu meu corpo, fiquei por um longo tempo com os olhos fechados debaixo da água, senti as mãos de Pedro em meus ombros, e depois ele me abraçou, senti seu corpo nu.

– Não fica brava comigo. – Pedro beijou meu pescoço, me apertou firme.

– Não estou brava. – Me virei para ele, e acariciei seu rosto. – É que uma lutadora, assim como eu, não sei explicar. – Falei encostando meus lábios nos dele.

– Já falei que ela não significou nada para mim. Você é minha mulher, e mais ninguém. – Pedro me beijou intensamente, seu corpo junto ao meu, uma onda de tesão invadiu o banheiro pequeno, se amamos debaixo do chuveiro, Pedro saiu antes do banheiro, ia terminar o jantar, fiquei mais alguns minutos, ainda sentia desejo por ele, a luxuria ainda dominava meu corpo, sai do banho e fui até meu quarto, vesti um shorts curto, e uma regata, passei um perfume, e penteei meus cabelos, o cheiro de comida invadiu meu apartamento, fui até a cozinha e vi ele abaixado no forninho do fogão.

– O que é isso? – Suas mãos tremeram e ele quase derrubou a comida da tigela.

– Que susto Karina. – Sorri com a cara que ele fez. – Lasanha. – Colocou a tigela sobre a mesa, decorada com flores e duas velas, foi até o interruptor de luz e a apagou. – Vamos ter um jantar a luz de velas, extremamente romântico. – Veio até mim e me puxou.

– O cheiro está ótimo. Onde aprendeu a fazer lasanha? – Pedro puxou a cadeira para eu sentar.

– Eu morei sozinho em Londres, tive que me virar. – Respondeu, ele se sentou na minha frente e me alcançou um prato com um pedaço de lasanha, tirei uma garfada e levei até a boca, estava uma delicia, Pedro me fitou com expectativa.

– E ai, já estou pronto para casar? – Perguntou com um enorme sorriso.

– Com toda a certeza. – Falei, depois do jantar Pedro me colocou sentada no sofá e limpou toda a cozinha sozinho, ele estava mesmo pronto para casar, e o melhor comigo, me aninhei no sofá, estava passando um filme de comédia romântica na TV, nunca gostei desse tipo de filme, mais aquele era ótimo, acabei pegando no sono, acordei no outro dia em meu quarto, senti os braços de Pedro envolta da minha cintura, lembrei que tinha dormido no sofá, tentei me levantar sem acordar Pedro, sem êxito.

– A não fica aqui. – Falou com a voz carregada de sono, me puxou para mais perto dele, não teimei em levantar, Pedro tinha cozinhando para mim, limpado toda a cozinha na noite anterior, e ainda me levado para a cama, tudo que ele merecia era dos meus cuidados, me virei para ele e rocei meus dedos nos lábios dele, ele abriu os olhos e sorriu, pegou meu dedo e deu uma leve mordida, voltou a fechar os olhos, comecei a pentear seus cabelos com meus dedos, sua respiração estava tranqüila, apertei o nariz dele, ele abriu novamente os olhos, fiquei encarando ele, e dei um leve selinho em seus lábios, ele segurou minha cabeça e aprofundou o beijo.

– Bela forma de me acordar. – Falou ainda com os lábios encostados nos meus, segurou firme em minha cintura, me puxou para cima dele, acariciando minhas costas e meus cabelos, separamos nossos lábios depois de um longo tempo, me joguei ao lado dele na cama, e afundei minha cabeça em seu peito, ele ficou acariciando meus cabelos, enrolando em seus dedos.

Acordei e vi que Pedro não estava deitado, levantei e procurei-o pelo apartamento, ele não estava em lugar nenhuma, fui até a cozinha e tomei um café, me sentei no sofá, liguei a TV, mais meus pensamentos queriam saber só de Pedro, escutei barulho na porta, ela se abriu, Pedro entrou com malas, seu violão, e mais um monte de coisa.

– Desculpa ter saindo sem te avisar, é que você me convidou para morar com você, e eu fui até em casa pegar minhas coisas. – Não quis demonstrar toda minha felicidade, apenas assenti com a cabeça.

– Tenho que ir para a academia, não vou poder te ajudar, mais prometo que a noite te recompenso. – Vi o olhar malicioso que ele me lançou, senti meu rosto ficar vermelho. – Pedro, não estou falando sexualmente. – Sorri com a cara de triste dele, fui até ele e dei um selinho em seus lábios.

O dia na academia passou rápido, Zé estava se saindo um ótimo professor as crianças adoravam ele, e principalmente as meninas, que treinavam na academia, Pedro estava na ribalta, pedi para Zé fechar a academia e fui para meu apartamento, queria compensar a noite anterior, fiz uma comida simples, não era meu forte cozinhar, mais eu me virava direitinho com as panelas, deixei a carne assando no forno e fui tomar um banho, soltei meus cabelos, que formavam ondas sobre meus ombros, passei um batom vermelho no lábios, e vesti uma camisola vermelha que tinha comprado a muito tempo, e nunca a usei, era o primeiro dia que Pedro oficialmente morando em minha casa, tinha que agradá-lo.