Do Outro Lado do Oceano escrita por Laura Machado


Capítulo 47
Capítulo 47: POV Nina Marshall


Notas iniciais do capítulo

Escrevi ouvindo "Want Some More" da Nicki Minaj. Sim, eu ando ouvindo o cd novo dela bastante. Haha.

Uma coisa. A Nina se casou com o Sebastian, claro. E agora ela se chama Nina Schreave. Mas eu continuo chamando ela de Marshall no título do capítulo por duas razões: Primeiro, porque eu quero que saibam que é a mesma personagem. E segundo, para que, caso alguém abra a fic antes de ler QACEOM, não tenham esse spoiler ENORME. Haha.



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Gabrielle parecia estar nas pontas dos pés, só esperando que Clarissa e os selecionados desaparecessem da nossa vida. Nós ficamos na frente da porta do Grande Salão, e ela amassava uma mão na outra ao mesmo tempo que se inclinava para vê-los desaparecerem virando o corredor.
Eu fiquei ali, sabendo exatamente o que ela queria - e querendo também! Só que de um jeito bem menos ansioso.
Assim que ela se certificou de que estávamos relativamente sozinhas, ela se virou para mim, de olhos arregalados.
"E aí, o que você achou deles?" Perguntou, se segurando nas minhas mãos. Ela não me esperou responder. "O que você acha que os dois estão falando lá dentro? Acha que a gente consegue ouvir?" Ela olhou de mim para a porta, falando da princesa e do selecionado que tinha ameaçado ir embora. Depois ela voltou a me olhar.
"Acho melhor não," eu disse, já a pegando pelo braço e puxando para que andássemos para longe. Nem que fosse devagar, era melhor do que ficar ali e sermos pegas no flagra.
"Qual você gostou mais?" Ela me perguntou, olhando por cima do ombro. Depois de alguns metros, desistiu da ideia de bisbilhotar.
"Acho que o mais novinho é uma graça!" Admiti. "Nunca gostei muito de ruivos, mas ele parece um amor! E você viu ele ficando vermelho quando a princesa olhou pra ele?"
"Ah, mas ela nunca vai escolher ele! Nem sei porque ele ainda está aqui!"
"Ei, nunca se sabe! Vai que eles são super parecidos! Só por ele ser novo, não significa nada! E ele nem é mais novo que ela. Só é novo. Sabe, pra vida."
Ela revirou os olhos. "Tá, que seja. Mas você viu o que chegou atrasado? Sério, não sei como ela não o enxotou daqui também! É dos mais bonitos, meu deus! Mas atrasado? Ela é inglesa! Meus pais mesmos o teriam expulsado! Sabe, se fosse a minha seleção."
"A sua seleção?" Uma voz masculina nos cortou. Nós tínhamos chegado perto da Sala de Jantar e Charles e Sebastian nos esperavam para entrarmos juntos. "Você está querendo fazer uma seleção para você?"
"Sabe que a seleção serve pra encontrar um marido?" Sebastian perguntou a ela, enquanto se aproximava de mim e eu sentia sua mão tracejar minha cintura. "E você já tem um desses?"
"Eu tenho?!" Gabrielle perguntou, brincando. Mas Charles fechou a cara para ela, no mesmo tom. Ela olhou para o teto e depois baixou os olhos para ele, os arregalando como se só tivesse dado conta dele então.
Eles trocaram sorrisos e depois beijos, me fazendo parar de olhá-los. Já fazia anos que nós estávamos presos mais ou menos nas mesmas rotinas adoráveis, mas eu nunca me sentia menos encabulada por vê-los juntos.
Ou qualquer outra pessoa, pra falar a verdade.
Mas aquele momento era algo que nós podíamos compartilhar. Entre reuniões, tanto deles, quanto nossas, era bom poder parar no corredor e nos lembrar daquela sensação de frio na barriga e e vontade de levitar que só Sebastian sabia me trazer.
Quando me virei para olhá-lo, ele já me observava, só esperando o momento em que eu daria atenção para ele. Não demorou nem um segundo para ele chegar mais perto de mim, suas mãos se encontrando na minha coluna, as minhas em sua nuca. Ele depositou o primeiro beijo logo abaixo da minha orelha e eu mesma pude sentir o cheiro dele de banho tomado em seu pescoço. Nem era nada que ele usava, nem era algum sabonete ou um perfume que ele passava. Era só o cheiro dele mesmo, da pele dele, do abraço dele, de estar perto dele. O cheiro que me fazia dormir tão bem de noite e acordar melhor ainda pela manhã.
Seus beijos em meu pescoço foram transformando cada um dos meus pensamentos e preocupações em pó. Era por isso que nós insistíamos tanto em nos ver entre compromissos, para nos lembrarmos das coisas boas, das coisas maravilhosas de ser parte daquela família. Não eram só os vestidos ou o acesso àquela biblioteca perfeita. Mas poder olhar nos olhos de Sebastian e me lembrar de que eu era a pessoa mais sortuda do universo! Se não fossem pelos momentos em que nós nos encontrávamos pelos corredores, eu não conseguiria acreditar de que eu estava com ele. Cinco anos e eu ainda não tinha me acostumado com o jeito que ele tinha de fazer eu me sentir tímida e linda ao mesmo tempo. Tão pequena perto dele, mas tão especial aos olhos dele.
Ele subiu seus lábios até os meus e foi a minha vez de ficar nas pontas dos pés, tentando abraçá-lo o mais forte que eu podia. Na minha cabeça, eu já estava criando jeitos de desmarcar as reuniões dele e os meus compromissos, só para não ter que ficar longe dele. Café da manhã? Quem precisava de café da manhã?
"Vamos entrar?" Era a voz de Charles, quebrando todos meus planos.
Sebastian se afastou de mim, não sem antes me mirar e me dar um último beijo. Depois ele virou para o irmão.
"Tem certeza?" Perguntou.
"Tenho!" Foi Gabrielle que respondeu. "Não quero perder um segundo sequer em que eu possa olhar para os selecionados," antes mesmo de terminar a frase, ela piscava com um olho só para Charles, claramente falando aquilo pra provocar.
Ele a mirou sério. "Não vou falar nada," foi o que ele resolver falar.
"É a única coisa boa dessa Seleção, né," ela continuou. "A única coisa boa de ter aquela menina aqui."
"A Lola?" Eu me intrometi. "Você não gosta dela?"
Gabrielle mordeu o lábio, provavelmente pensando no que ela não queria falar.
"O que ela te fez?" Charles perguntou, protetor. Só o jeito dele de olhar pra ela já deixava claro que ele estava pronto para ir brigar com a Lola naquele mesmo momento.
"Ela fez alguma coisa pra você, Nina?" Sebastian virou pra mim. "Ela já falou alguma coisa pra você?"
"Ela não fez nada pra ninguém!" Gabrielle falou um pouco alto.
Bem naquela hora, um cara apareceu virando o corredor. Nós todos ficamos quietos até ele passar por nós e nos cumprimentar com um aceno de cabeça.
Era um dos selecionados. Um dos mais bonitos, apesar de eu não gostar muito dele. Ele tinha um jeito meio de antigo Sebastian, mas não de um jeito bom. De um jeito que me fazia querer ficar o mais longe possível dele. Só por ele ter brigado com Lola, eu já sabia que ele daria trabalho.
"Ela não fez nada," Gabrielle repetiu, de braços cruzados. "Não que eu saiba. Não pra mim."
"Do que você tá falando?" Charles quis saber, chegando mais perto ainda dela, quase como se quisesse ter certeza de que ela não conseguiria olhar para nada além dele.
Sebastian focou em mim. "Por que a gente não vai tomar café e deixa eles conversarem?"
"Não tem nada pra conversar," Gabrielle decidiu. "É só que essa Seleção nos obrigou a adiar muitas coisas."
"Como o quê?" Sebastian perguntou.
"O leilão, por exemplo," ela apontou para mim e eu senti vontade de me esconder atrás dele. "Sabia que era pra termos organizado para amanhã? E não pudemos mais, porque ela está aqui. E ninguém quer saber da gente. Só querem poder filmar cada selecionado e a princesa e fazerem suas apostas."
"Muitas opiniões para quem já foi selecionada uma vez," Sebastian rebateu, a fazendo olhar para ele como se mais uma das discussões deles fosse começar. Eles se bicavam como irmãos, mas faziam as pazes na mesma frequência. "Pra quem ganhou, aliás."
"Só estou falando," ela levantou as mãos no ar e naquela hora Mia saiu da Sala de Jantar, nos obrigando a colocar toda a conversa em pausa. Ela olhou para todos nós, mas continuou seu caminho. Depois todos nos voltamos para Gabrielle. "Várias instituições aí vão ficar sem dinheiro, porque nós tivemos que adiar o leilão."
"Vai ficar tudo bem, Gabbie," eu falei, segurando o blazer de Sebastian nas suas costas e o puxando de leve. Quem sabe se eu conseguisse incliná-lo na direção da Sala de Jantar, nós entraríamos para tomar o café. "Nós fazemos outro dia. Ou com a Lola, mais pra frente. Não tem problema."
"Ela pode até ajudar a trazer pessoas do mundo inteiro para ajudarem," Charles comentou. "Gente rica que quer aparecer na Seleção Internacional e que pode dar um lance aqui e ali nas jóias."
Gabrielle pareceu pensar por dois segundos. Depois deu de ombros.
"Ótimo," eu soltei. "A gente pode começar a planejar isso hoje mesmo. Mas depois do café da manhã, porque eu to morrendo de fome!" Falei, passando a mão na minha barriga.
Todos concordaram. Charles ofereceu seu braço à Gabrielle, que o aceitou e entrou com ele na Sala de Jantar, deixando a porta aberta para nós.
Sebastian a segurou. Mas não entrou. Parou e se virou para mim, segurando minha nuca com uma mão e a trazendo para ele até que nossos lábios se encontrassem. Mesmo único e rápido, aquele beijo foi bem mais intenso, acordando cada célula em meu corpo com uma energia que demorou o resto do dia para sair de mim. E mesmo assim, a partir do momento em que ele se afastou de mim, eu já sentia falta dele.


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Notas finais do capítulo

Sei que não é dos maiores capítulos da Nina. E que nem acontece muita coisa. Mas vocês precisam saber que os personagens da fic passada só serão meio figurantes nessa. Eu tenho vários personagens (incríveis) novos que várias meninas criaram para essa fanfic. E muita gente já acha confuso como está (eu entendo vocês!). Ficar resgatando os antigos não será muito viável. Não quero criar grandes acontecimentos para eles, mas eles estarão presentes na história.
Dito isso, daqui pra frente vou tentar dar pelo menos um pouco mais de atenção para o que eles estão fazendo enquanto a Seleção rola, mesmo que não sejam grandes coisas!

Quero saber a opinião de vocês sobre tudo isso! ^
E obrigada por lerem!



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