Do Outro Lado do Oceano escrita por Laura Machado


Capítulo 128
Capítulo 128: POV William Owens


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é dedicado à Debora Santana, que faz aniversário hoje, mas também à Ester Elizabeth, que fez dois dias atrás! Nunca vou conseguir agradecer o suficiente tudo que vocês fazem pelas minhas histórias, mas quem sabe esse capítulo seja um bom começo!



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Eu tinha ido para o castelo por uma única razão, ficar longe do dia em que saberia que tinha perdido todas as chances com Tessa. Só queria estar em absolutamente qualquer lugar que não fosse seu casamento quando ele acontecesse. E agora, que já sabia quem ela era, que não tinha mais porque me manter longe de Belcourt, ainda não tinha ido embora. Eu continuava no castelo.
Tinha me convencido de que não era a hora de ir. Agora que não estava mais preso a nada, poderia deixar os dias acontecerem como quisessem, poderia ficar mais aberto às coisas, me preocupar menos com aonde deveria ir e porquê. Poderia simplesmente acordar e não fazer nada o dia inteiro, me deixar conhecer a princesa, me deixar participar daquilo que, por contrato, eu devia mesmo estar participando.
Mas não era como se tivesse feito exatamente muito disso nos últimos dias. Mesmo depois de saber que a minha Tessa não existia de verdade e que eu não tinha mais porque fugir de um casamento que nunca aconteceria, ainda não consegui me abrir à Seleção, porque, afinal, eu não estava ali por ela.
Não. Não queria conhecer a princesa, não queria saber no que aquilo tudo poderia dar. Tinha, sim, algo que me mantinha nos terrenos do palácio, alguns corredores pelos quais gostaria de andar, coisas que eu gostaria de fazer, alguém com quem queria conversar.
Mas não era para competir por uma coroa e pelo coração de Lola que eu ainda estava ali. E percebi isso assim que ela entrou no salão e foi se sentar em seu devido lugar para se preparar para a competição. Não era por ela que eu não queria ir embora. Eu tinha ganhado outra coisa ali, outra coisa que me fazia descartar todas as possibilidades de ir embora.
Eu não tinha conseguido considerar Lola como uma pretendente, nem podia prestar muita atenção nela. A partir do momento em que ela passou na frente da minha bancada, meus olhos ganharam outra dona. E, até que algum outro selecionado qualquer tivesse apertado o botão para responder o que deveria ser a primeira pergunta, eu só consegui olhar para Carol.
Mesmo que isso me deixasse praticamente de costas para a minha própria bancada.
Eu tinha ficado esperando o momento em que estivesse pronto para deixar toda aquela parte da minha vida para trás. Ou pelo menos era o que tinha me dito várias vezes. Não tinha nada a perder ficando ali. Por que não tirar mais alguns dias de folga e ver no que aquilo poderia realmente dar?
Em nada. A Seleção não daria em nada, não para mim. Eu só tinha estado me ganhando tempo e me enganando, mentindo para mim mesmo que eu estava aberto àquela experiência uma vez que já estava ali. E só porque eu não conseguia admitir que tinha algo de errado em sempre querer estar em um lugar onde não ficasse entre os selecionados e do lado da princesa.
Foi a possibilidade de ver Carol indo embora, de pensar que talvez eu nunca mais conseguisse falar com ela que realmente me assustou. Mal tinha trocado algumas palavras com ela e já sentia toda a minha ilusão estremecer. Talvez eu devesse estranhar a falta que já sentia dela só de imaginá-la me deixando ali sozinho, mas, na verdade, fazia bem mais sentido do que qualquer outra desculpa que já tinha inventado para mim mesmo. Eu não queria sair dali. Não de um lugar aonde ela estivesse. E queria bem menos que ela fosse embora.
Não sentia que participava de uma Seleção. Mesmo de pé atrás de uma bancada especificada para selecionados participando de uma competição sobre a princesa, ainda não conseguia sentir que pertencia ali. Eu acordava todos os dias torcendo para encontrar somente Carol. Era do lado dela que eu queria estar, com ela que eu queria conversar. Fosse na cozinha, no dormitório dos criados ou até mesmo no quarto de Keon. Era pela presença dela que eu ainda não tinha ido para casa, por ela que eu ainda fugia da realidade.
Eu era um idiota! Um idiota que não só tinha gastado tempo e esforço demais em alguém cuja única intenção no mundo era enganar os outros, como também tinha deixado passar a coisa mais óbvia possível. Era por causa de pessoas como eu que Carol ainda se convencia de que era invisível. Pessoas que não demonstravam o quão importante ela era e a diferença que ela fazia nas pequenas coisas. E por caras que não percebiam que o que eles queriam estava logo à sua frente. Caras que passavam horas falando para ela sobre outra mulher, como se não conseguissem ver que ela era a melhor que eles poderiam conhecer.
Ela percebeu que eu ainda a olhava e abaixou a cabeça. Eu virei para a frente, sem a menor intenção de ouvir que o falavam ao meu redor.
"William?" Dei um salto quando alguém tocou no meu ombro.
Uma vez que tinha levantado o rosto, percebi que todos me olhavam.
A mesma voz me perguntou baixinho, "Você vai responder?"
Era Autumn, uma das minhas criadas, a que estava logo atrás de mim. Eu só olhei por cima do ombro na sua direção, me perguntando de que ela estava falando. E então ela apontou para a frente.
Segui seu dedo até encontrar minha mão apertando o botão grande e vermelho até o fundo.
"Eu estou pensando," respondi, alto para que todos ouvissem, me ganhando tempo.
Uma, duas, três câmeras e todos os outros selecionados esperando minha resposta. Além deles, a princesa e Carolyne, a poucos metros de mim, seus olhos nas minhas costas. E eu nem sabia a pergunta.
Nem sabia que tinha apertado o botão, ou que estava tão distraído assim.
Pisquei várias vezes, tentando forçar meu cérebro a trabalhar em níveis subconscientes.
"Edinburgh?" Agora tinha sido a princesa a me chamar. "Vou perguntar uma última vez e então, se não souber a resposta, perderá dez pontos e outro terá uma chance."
"Está bem," falei, concordando com a cabeça.
O único segundo em que nossos olhares se cruzaram me deu a impressão de que Lola tinha percebido que eu não havia apertado de propósito. Ela me ajudaria, perguntaria outra vez para que eu pudesse esconder tamanha distração. Um favor enorme que ela me fazia sem saber que o que tinha roubado minha atenção era a conclusão de que eu nunca iria mesmo me importar com ela como me importava com outra garota.
Garota cujo olhos eu ainda imaginava estarem tomando nota de cada movimento meu.
Ou talvez não estivessem. Talvez Carolyne olhasse já de volta para o chão, como tinha costume de fazer. Talvez a única coisa na qual ela conseguisse pensar era em ir embora, sem saber que estaria deixando para trás alguém que já não conseguia ver sentido em acordar todos os dias sem a chance de vê-la.
"Aonde eu nasci?" Mesmo com uma pergunta tão curta, a princesa fez questão de falar palavra por palavra com cuidado, como se precisasse se certificar de que a entenderia.
Eu a entendi. Só não saberia responder.
Mantive meus olhos nela, incapaz de pelo menos começar a pensar em um jeito de descobrir. Parecia que meu cérebro se recusava a pensar, não conseguindo fazer qualquer conexão, nem ao menos tentar.
Eu abriria minha boca e diria Londres, mas aquela não poderia ser a resposta certa. Não seria tão óbvia. E, mesmo que fosse, não me sentia no direito de dizer.
Engoli a seco, ainda mantendo meus olhos nela. Agora longe do botão vermelho, me segurava à bancada com toda força que tinha. Queria me esforçar, falar qualquer coisa. Mas só balancei a cabeça.
Ela assentiu. "Alguém gostaria de responder?" Antes que terminasse de perguntar, outro selecionado tinha esmurrado seu botão.
Alaric, logo ao seu lado, abriu um sorriso. "Alton," ele respondeu, todo orgulhoso, quando eu mal conseguia focar meus olhos no que estava logo à minha frente. "É uma tradição da sua família que os filhos nasçam lá. Sua mãe acreditava que lhe daria sorte e, se me permite dizer, ela estava certa."
Algumas poucas risadas baixas se espalharam pelo salão, mas eu já não prestava atenção.
Todos os selecionados já tinham vários pontos e a competição continuou, comigo no máximo tentando olhar para um ou outro lado diferente, fingindo para as câmeras que eu estava presente. Eles riam, eu tentava abrir um sorriso. Eles ficavam quietos, eu aproveitava para não ter que falar nada. Levantava minha mão e fingia que bateria no botão, mas nem escutava a pergunta.
Só queria sair dali, queria parar com aquela farsa. Não tinha ideia de qual proposta Carol tinha recebido, o que significaria aquilo e para onde ela iria. Nem sabia se iria embora em dois minutos ou em dois meses. Só que precisava falar com ela.
Eu era realmente muito idiota! O que estava esperando? Que a Seleção durasse anos e eu pudesse continuar ali, fingindo interesse pela princesa para poder encontrar Carol ocasionalmente no corredor?
Era por isso que fazia tanto sentido? Por isso que eu não tinha estranhado a falta que já sentia dela? Porque eu já esperava?
Já esperava o momento de me separar dela. Sabia que viria. Qualquer que fosse a distração, não importava quanto durasse as quase férias no castelo, eu acabaria voltando para a minha vida. Mesmo que ela não me deixasse, mesmo que não fosse embora, eu teria que ir. Em algum momento, eu teria que ir.
Eu teria que seguir minha vida.
Mas precisava ser sem ela?
Sem saber que eu estava pensando nela, Carol entrou no meu campo de visão. Saiu de trás de Keon e atravessou o salão, se juntando às outras criadas. Eu tentei entender quanto tempo tinha passado e o que estava acontecendo, já que a princesa agora conversava com Alaric e todos os outros selecionados continuaram em seus lugares. Se tinha tido algo erro, algum problema, eu não sabia.
Mas nem pensei em sair de onde estava. Meus olhos acompanhavam Carol pegando uma das bandejas na mesa do canto e começando a nos servir com as outras criadas. Ela colocava seu cabelo atrás da orelha sem parar, e ele insistia em voltar a cair. Antes que servisse a Dane, achei que fosse jogar todos os copos que carregava para cima, só de raiva dele.
Por mais estranho que fosse, sua frustração me fez sorrir. Ela podia estar travando uma batalha com ele, mas eu estava do lado do cacho que ganhava toda vez que voltava a cair em seus olhos.
Gostava daquilo, de observá-la e torcer para que virasse o rosto na minha direção e sorrisse como se guardássemos um segredo. Mas não gostava que ela estivesse do outro lado. Não queria ser mais selecionado, não queria participar daquela Seleção. Preferia estar com ela. Preferia pegar uma das bandejas e me juntar a ela. Preferia poder parar de fingir que me importava com qualquer outra coisa que não fosse ela.
Seu cabelo caiu outra vez na sua cara e eu só fiquei esperando o momento em que ela fosse tirar uma das mãos para arrumá-lo. De primeira, ela só tentou assoprar e tirá-lo dos olhos. Mas ele insistiu. Então, quando saía da bancada de Dane e ia em direção da de Danio, Carol equilibrou o que segurava com uma das mãos para uma nova tentativa.
E, antes que pudesse evitar, a bandeja escorregou até bater no chão e jogar suco para todos os lados.
O barulho de metal nem tinha chegado aos meus ouvidos e eu já me mexia. Mas parei quando Carol pareceu paralisar também. Se antes só eu a olhava, agora todos a miravam, incapazes de compreender de primeira o que tinha acontecido e como reagir.
E eu podia ver em seu rosto que ela sabia daquilo, sabia da atenção que tinha chamado e gostaria muito de ser mesmo invisível naquele exato momento.
E, quando achava que não poderia piorar, Danio, que agora tinha a bancada cheia de suco, soltou:
"Mas que criada burra!"
Nunca tinha gostado dele. Sempre achei que tinha alguma coisa errada com ele, mesmo que até então não tivesse demonstrado. Mas quando falou aquilo, quando abriu a boca para se dirigir à Carol daquele jeito, senti meu sangue ferver. Se ele estivesse do meu lado, teria lhe jogado por uma das janelas do salão.
E foi com passos duros que eu comecei a ir na direção de Carol. Mas, por sorte de Danio, meus olhos acabaram indo na direção dela antes que eu chegasse até ele.
Apesar de outras criadas já terem ido lhe ajudar, Carol parecia que estava prestes a chorar. Ela fazia seu melhor para limpar o chão quando tentei me aproximar mais dela, mas parava de vez em quando para passar as costas da mão pelo rosto. E ela apertava seus olhos como conseguia, segurando sua barriga com o outro braço, se fechando em punho e tentando se diminuir como podia.
Praticamente pulou quando eu encostei minha mão em seu ombro. Não passou nem um segundo com os olhos em mim antes de virar o rosto na direção completamente oposta, mesmo que não tivesse nada ali além da bancada de Danio.
Eu ajudei as outras criadas como podia. Queria mostrar para Carol que não tinha problema. Tinha sido um acidente e aquilo não provava nada. Podia ter acontecido com qualquer um. Danio que era idiota, a última coisa que ela deveria fazer era lhe dar ouvidos.
Mas toda vez que eu tentava abrir a boca ou tocá-la de novo, ela me empurrava, se fechando ainda mais. Podia sentir os olhos de todos em nós, a equipe de filmagem, os outros selecionados e até a princesa nos assistindo. E Carol devia estar pensando na mesma coisa, pois largou o pano que segurava para se abraçar, suas unhas ameaçando entrar em seu braço com toda a força que ela conseguia juntar.
Eu larguei também o meu pano na bandeja que uma das criadas estava usando para juntar tudo que alcançasse. O chão já estava o mais limpo que conseguiríamos e todas foram continuar a servir, mas Carol ainda estava agachada, vermelha de constrangimento.
Quando percebeu que todas tinham se levantado e ela só tinha se tornado ainda mais exposta, se levantou e começou a correr na direção da entrada dos criados.
Mas eu a segurei. Uma mão em cada ombro, a mantendo ali. Ela tentou me empurrar, esconder seu rosto, mas eu não desistiria. Tudo acontecia rápido demais para que eu pensasse direito, mas havia pelo menos uma coisa da qual eu tinha certeza absoluta: não deixaria que se escondesse. Não deixaria que corresse para seu quarto para passar a noite remoendo algo que de jeito algum diminuía todo o seu valor. Sabia que seria exatamente o que ela faria. Um pequeno acidente vindo dela determinaria que ela já não sabia fazer mais nada, cancelaria todo o bem que ela já tinha feito sem pedir nada em troca.
Não estava nem aí para quem estava à nossa volta, quem nos via. Eu só me importava com ela agora. Só queria que ela, bem ali onde tinha acontecido, se acalmasse. Fiz questão de abraçá-la quando ela escondeu o rosto no meu ombro, já que isso pelo menos a manteria ali. Queria também que ela entendesse que não tinha nada de errado naquilo. Eu ainda a via exatamente como ela era, tão bonita quanto era. Tão especial quanto ninguém mais conseguiria ser.
Podia sentir suas mãos nas minhas costas, intercalando entre se agarrar a mim e tentar me empurrar para que pudesse finalmente ir se esconder. Enquanto o resto do salão só parecia manter metade da atenção em nós, Danio ainda resmungava algo. Assim que percebi que ele começou a falar mais alto com a intenção de que Carol o escutasse, segurei no rosto dela com as duas mãos, mirando-o na direção do meu, para que focasse toda a atenção possível em mim.
"Está tudo bem," eu disse, mas ela mal devia conseguir me enxergar com seus olhos cheios de lágrimas.
Usou toda a força que podia para balançar a cabeça, sem conseguir abrir a boca.
Seu rosto estava vermelho, molhado e, agora sim, seu cabelo ia em várias direções, se atrevendo a sair do penteado. Mas a única coisa que eu consegui pensar foi em como ela estava linda! Ainda tinha toda a intenção de a consolar, mas passei meu dedo de leve pela pele de sua bochecha, sentindo o rastro de uma lágrima e me perguntando como era possível que tanto desespero pudesse só acentuar sua beleza.
E era logo ela que ainda se via como invisível. De todas as pessoas do mundo, de todos os males e toda a feiura que éramos obrigados a aceitar, como alguém tão bonito podia duvidar tanto de si mesmo? Como ela podia ser tão cega?
Só o toque do meu dedo traçando o contorno do rosto dela já foi o suficiente para que meu coração começasse a bater no ritmo do seu. Sabia o que aconteceria antes mesmo que pudesse recuperar meu fôlego e pensar direito. Podia sentir em meus ossos, correndo pelas minhas veias, uma decisão que já não era minha. E não queria que fosse. Não queria reivindicar razão, não queria ter que pensar e me reprimir. Queria que entendesse, - e talvez entender eu mesmo - que ainda que ela fosse realmente invisível para todo o resto do mundo, era só ela que eu conseguia ver.
E eu a queria. Eu a queria comigo, do meu lado, todos os dias. Queria sentir sua respiração na minha pele, queria secar suas lágrimas, mostrar que ela conseguia ficar de pé sozinha. Queria tanto ver o dia em que ela conseguiria se enxergar de verdade e descobriria a força que tinha dentro dela!
Mas, talvez mais do que tudo, eu a queria ali, seu rosto entre minhas mãos, seus braços em volta de mim, seus lábios nos meus.
Por mais que o barulho no salão tivesse aumentado, uma vez que eu já a tinha beijado, só conseguia prestar atenção nela. No longo segundo que a demorou para reagir, eu finalmente percebi o que estava arriscando e porque deveria mesmo ter pensado antes. Tudo que eu queria era poder ficar perto dela, era conseguir voltar a uma realidade na qual ela não faltasse por um instante sequer. Nunca tinha considerado que talvez ela não quisesse o mesmo. Eu tinha sido egoísta. Prepotente. Terrivelmente arrogante, como era de costume. Dando por certo que ela nunca me rejeitaria, nem lhe dando abertura para me parar.
Era como se toda a vergonha dela de antes tivesse passado para mim. Mas eu tinha realmente uma razão para me reprimir. Era minha própria personalidade vaidosa que nem tinha me deixado questionar se teria sorte o suficiente para alguém como ela olhar para mim. Não tinha sido um erro ou um pequeno acidente. Meu constrangimento vinha de minhas próprias ações e era eu quem deveria me desculpar e ir me esconder.
Mil arrependimentos e um milhão de decepções tomaram conta de mim por um segundo. Até ela reagir, até que voltasse a se agarrar a mim com força que antes nem tinha, eu mal conseguia respirar. Talvez fosse medo, mas foi um medo que ela conseguiu extinguir ao me devolver o beijo. E eu enrolei meu braço em volta de seu pescoço, tentando trazê-la mais perto de mim, tentando fazer o mundo se resumir a nós.
Não poderia ter escolhido um momento pior, tinha certeza disso. E tinha também certeza de que era o melhor momento da minha vida.


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