Do Outro Lado do Oceano escrita por Laura Machado


Capítulo 122
Capítulo 122: POV Elena Leger


Notas iniciais do capítulo

Escrevi ouvindo "Around the World" da Natalie La Rose.



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"A culpa é sua."
Davi abriu os braços no ar, me questionando. "O que eu fiz?"
"Me atrasou," dei a volta na cama, pegando cada uma das minhas peças de roupa do chão e enfiando dentro da mochila. "Se não fosse por você, eu já estaria na universidade."
Ele levantou as mãos até apoiá-las na cabeça e cruzar as pernas nos calcanhares. Estava quase completamente deitado e não fazia a menor questão de se vestir, independente da minha pressa. "Não vi você reclamando ontem à noite."
"Argh," soltei, revirando os olhos.
Tosco. Desnecessário.
Me abaixei para olhar embaixo da minha cama, onde um pé dos meus sapatos preferidos estava jogado. Eu o puxei para fora, aproveitando que estava ajoelhada para colocá-lo.
"Por que você tem que ir mesmo?" Davi quis saber, quando eu me apoiei na cama para me levantar.
"Porque,” comecei, ajustando minha blusa que parecia estar afim de mostrar meu sutiã para todo mundo a qualquer movimento, "eles não vão me dar um diploma se eu não aparecer pelo menos na maioria das aulas."
"Você não precisa de um diploma. Conhece o rei. Não tem uma pessoa em Illéa que não te contrataria com uma recomendação de Maxon."
Nem lhe dei atenção, me virei de costas para olhar em cima da minha mesa se tinha alguma coisa da qual eu fosse precisar. Não era como se eu fosse passar muito tempo longe, mas mesmo assim.
A única coisa que vi foi minha maquiagem. Todos os itens amados e abatidos de tanto serem carregados. Abri a mochila bem e coloquei na beirada da mesa, usando meu braço para arrastá-los todos de uma vez para dentro. Depois fui até o armário.
"Quando você volta?" Davi insistiu.
Eu respirei fundo, jogando todos os sapatos que tinha no armário para fora, procurando o outro pé da minha bota. "Se você continuar perguntando, nunca."
Não a via em lugar nenhum, mas encontrei uma saia que já não usava havia meses! E eu a adorava! Ela era verde limão, justa e curta. Tirei os shorts que usava ali mesmo, logo a vestindo e indo ver no espelho mais próximo.
Ela realmente era perfeita! Como tinha sentido sua falta! Ficava ainda melhor com minha regata cinza. Só faltava uma coisa.
Minha bota.
Ajoelhei de novo no chão a procurando.
"Oito horas."
"Você não está ajudando," lancei um olhar na direção de Davi, que continuava na mesma posição, apesar de agora parecer flexionar os braços.
Como se aquilo fosse me conquistar, me fazer ficar mais um pouco.
Voltei a olhar embaixo do armário, revirando os olhos para mim mesma. Por sorte, fui distraída pelo alívio de encontrar o outro pé da bota e não ter que trocar de roupa. Fiz o melhor para vesti-lo correndo. O último trem para a Universidade de Angeles daquela manhã saía em menos de meia hora e eu não queria ter que ir pedir para meus pais irem me levar. Nunca era uma viagem agradável, mesmo que só durasse pouco mais de uma hora.
"A culpa é sua," falei de novo, me levantando e dando uma última olhada em volta. "Agora eu nem vou poder me despedir da minha irmã."
Davi riu, como se a ideia fosse ridícula e eu estivesse só brincando. Depois se levantou com um salto, determinado a chegar até mim e com todos seus músculos à mostra. Enquanto eu já estava extremamente entediada desse jeito dele.
Seus braços se colocaram à minha volta, me segurando pela cintura e me puxando para ele, que ainda cheirava a seu perfume forte demais. Por mais chato que ele pudesse ser, eu realmente não tinha reclamado na noite anterior. E não reclamaria naquela hora, se ele não estivesse sendo tão grudento.
"Se você quiser, eu posso te dar uma carona," ele disse, chegando o rosto perto do meu.
Eu desviei. "Definitivamente não quero," falei, olhando-o de lado. "Mas eu volto na sexta. Não se preocupe."
Ele sorriu, satisfeito, enquanto eu pensava que já estava bom, ele já podia me soltar.
"Vou sentir saudades," falou, começando a me dar beijos no pescoço.
E eu vou esquecer seu nome, pensei comigo mesma. Mas o rastro de arrepio que seus lábios deixavam pela minha pele era bom. Era ótimo. E não o interrompi.
Não até olhar de relance pro relógio e ver que já eram quase oito e dez.
"Davi, eu preciso ir," falei, deslizando minhas mãos pelos seus braços até conseguir empurrá-lo. "Eu te vejo no final de semana." Ele concordou com a cabeça, se inclinando para me dar um beijo. Mas eu levei minha mão à sua boca antes que chegasse perto demais. "Batom," expliquei.
Ele pareceu desanimado mesmo assim. Mas eu só fugi de seu abraço e fui pegar a mochila que tinha deixado no chão, a jogando no ombro logo em seguida.
"Quer que eu te acompanhe até o carro?" Ele perguntou, quando eu fui até a porta, aonde minha mala maior me esperava.
"Não!" Levantei a mão para impedi-lo de se aproximar mais. "Você quer dormir. Sabe disso. Eu sei disso. Aproveita minha cama, que deve ser melhor do que aquele beliche seu. Eu consigo encontrar meu caminho sozinha."
"Como preferir," ele disse, se jogando de costas no colchão a ponto de ameaçar quebrar o estrado da cama.
Eu sorri. E saí pela porta, empurrando a mala com o joelho.
Droga. Estava mais pesada do que eu me lembrava. O que eu tinha trazido? Tinha sido só uma semana! Por que eu tinha que colocar todo meu dormitório dentro da mala se eu só ia ficar no castelo por alguns dias?
Não queria ter que voltar para a universidade. Mas nem era nada contra ela. Era só esse deslocamento chato. Ter que ir e vir e não poder simplesmente aparecer lá em um passe de mágica. Parecia tão simples, só uma hora mais ou menos dentro do trem e pronto. Mas era terrivelmente cansativo. E só de pensar, já arrastava meus pés pelos corredores.
O pior era que eu era praticamente obrigada a ir. Precisava me formar e eles realmente não me dariam um diploma se eu faltasse muito mais. Já tinha decidido começar a minha semana do saco cheio dois dias antes de todo mundo para poder acompanhar a Seleção e provavelmente não conseguiria ir nas aulas de manhã hoje. Não era como se tivesse muitos créditos para gastar ali, mesmo que quisesse.
Meus joelhos já estavam doloridos quando eu saí do corredor dos criados para o principal. Não aguentava mais chutar aquela mala e estava pronta para largá-la ali mesmo.
O que eu precisava fazer era parar de voltar tanto para casa. Mas Mia insistia que era minha obrigação ver minha irmãzinha o máximo possível enquanto ela era tão pequenina. Elsa só tinha cinco anos, sentia demais minha falta. E, honestamente, eu sentia a dela, mesmo que ficasse bem mais no castelo do que em casa.
Era muito mais chato ter que empurrar minha mala pelo corredor principal. O tapete no chão dificultava tudo, me fazendo conseguir bem menos metros pela mesma força. Estava para chutá-la de frustração, quando ouvi um barulho vindo atrás de mim.
Sabia que era uma pessoa andando na minha direção, mas nem me importei de ver exatamente quem era. Continuei na minha missão até que ele passasse por mim.
Era Keon.
Não. Eu não deixaria que simplesmente me ignorasse assim.
"Ei, não vai me ajudar?" Pedi, me esticando e levando as duas mãos à cintura. "Lola definitivamente escolheu um cavalheiro."
Ele parou aonde estava, mas demorou um pouco para se virar para mim, o que me dizia que sabia muito bem que era eu ali.
"Obrigada," disse em um tom bem mais meigo, quando ele veio até onde eu estava e pegou a mala com uma mão só para depois começar a andar de novo. "Você é tão forte!" Acrescentei, exageradamente impressionada.
"Sim," ele respondeu. Não porque concordava, mas só para não dar corda ao meu jeito.
Ele andava com passos largos, mas eu o acompanhei. "Mil desculpas por te desviar do seu caminho para me ajudar. Sei que está muito ocupado conquistando a princesa."
Ele bufou uma risada.
"Como isso tá indo, aliás?" Insisti. "Ela já percebeu que você é terrivelmente entediante?"
"Ei, terrivelmente entediante aqui está te fazendo um favor," ele parou para me dar a bronca, me olhando quase bravo.
Tentei não sorrir demais, mas já sentia um dos cantos do meu lábio se encurvando.
Ele o percebeu também, logo voltando os olhos para os meus. No mínimo impulso que eu tive de me aproximar dele, só para o provocar, ele se virou para a frente e começou de novo a andar.
"Hm, talvez não tão entediante," falei, ainda parada no mesmo lugar. Mas não permiti que me deixasse para trás por muito tempo, mesmo que tivesse que dar passos largos quando voltei a segui-lo.
"Aonde você vai?" Ele perguntou, agora olhando só para a frente, como se precisasse mirar o horizonte para chegar ao seu objetivo.
Nós viramos o corredor.
"Universidade," respondi. "Mas não precisa morrer de saudades, eu volto até o final de semana."
"Eu quis dizer agora," ele me corrigiu, arriscando um olhar por cima do ombro na minha direção. "É para eu levar a mala para onde?"
"Portas principais," falei, sem nem tentar impedir de sorrir pelo jeito dele, meio mal-humorado, meio forçando desinteresse. "Já estou atrasada, se você puder apressar o passo aí."
"De nada," ele disse, só me fazendo sorrir mais largo. "O que você faz?"
"Hm, tanta coisa que você nem quer saber!" Foi a primeira resposta que me veio e eu nem a reprimi. Só ri logo depois, quando ele revirou os olhos para mim. "Psicologia," completei.
"Ah," ele soltou. "Pseudo-curso."
"Perfeito para uma pseudo-estudante," rebati, apesar de querer era lhe dar um tapa pelo comentário. Mesmo que tivesse escolhido por falta de opção, sua era a opinião de alguém que claramente não sabia nada de psicologia. "Por quê? O que você faz?"
"Fiz," ele me corrigiu, parecendo sentir prazer em se dizer formado e mais velho. "Economia."
Eu ri na hora em que falou. Poderia apostar que diria algo parecido mesmo!
"Uau," soltei. "Realmente, combina bem com você. Entediante."
Keon balançou a cabeça de leve, mas parecia um tanto ofendido. "É fácil chamar de entediante os cursos difíceis demais para certas pessoas."
Nós chegamos ao hall de entrada e ele parou, apoiando a mala no chão.
"Não use complexidade como desculpa para tédio, por favor," pedi.
Ele apertou os olhos para mim, como se considerasse minhas palavras como um desafio. "Quando se tem o futuro do mundo nas mãos, você acaba achando economia bem menos entediante."
"Duvido," provoquei, só porque queria ver no que resultaria aquele olhar dele. "Aliás, não duvido só da parte do tédio, como do futuro do mundo nas suas mãos."
Keon pareceu morder mais forte, quase travando sua mandíbula, enquanto continuava pensando em como responder.
Acabou desviando os olhos para o lado, depois voltando a me mirar. "As pessoas acham que nós de economia cuidamos só do fluxo de dinheiro em empresas. Mas minha tese era sobre o porquê de a Nova Ásia não ter conseguido dominar o mundo dos negócios, mesmo tendo mais da metade da produção de praticamente tudo. Acontece naturalmente, mas só um bom economista consegue ver as tendências do mercado e declarar se o progresso de um país vai significar alguma ameaça para os outros."
"Ah, é?" Perguntei, cruzando os braços.
Ele pareceu dar um mínimo passo na minha direção, determinado e até um pouco orgulhoso do que falava. "Sim. Os números são só números para pessoas de pseudo-cursos como você. Para nós, são um jeito de entender o mundo, de prever o que vai acontecer, para onde as pessoas vão e o que vão querer."
Eu só segurei seu olhar por um tempo, mantendo os braços cruzados. Depois ri.
"Sinto lhe informar," falei, quando ele me olhou confuso, "mas sua tese foi uma perda de tempo. O segredo não está nos números, Keon. Não importa quantos deles você veja e nem quantas palavras gaste para encontrar uma explicação na falta de ascensão da Nova Ásia em meio a uma economia tão promissora."
"Do que você tá falando?"
"É isso que tem de errado em vocês, economistas e pessoas de exatas," continuei. "Vocês querem que o mundo seja baseado em números, quando é baseado em pessoas. Não é pelos produtos ou falta de maturidade econômica que a Nova Ásia nunca virou potência mundial, apesar do que muitos profissionais de sua área insistam em falar. É pela língua que eles falam."
Keon franziu as sobrancelhas na minha direção, não desviando o olhar de mim por um só segundo.
"Eles podem fabricar todos os produtos do mundo, mas sempre continuarão sendo usados pelos outros países. E só porque eles não têm uma língua fácil de ser aprendida. Mesmo que algumas pessoas ainda questionem a nossa, eles nunca conseguirão chegar aos pés do que nosso país já foi porque não conseguem espalhar a língua deles. E, sem mídia, eles nunca vão conseguir dominar nada." Vi em sua testa o exato momento em que Keon entendeu do que eu falava. "O resto do mundo nunca vai querer ser como eles antes que eles vendam seu estilo de vida. E é impossível fazer isso sem conquistar a televisão, os filmes, os jornais. Infelizmente, a Nova Ásia vai ter que se contentar em viver nas costas de outros países. E você em saber que perdeu tempo precioso com sua tese."
Fiquei esperando sua reação, mas ele parecia nunca ter pensado naquilo antes e precisar de bem mais do que alguns minutos para digerir a informação. Eu nem sabia se era verdade, não tinha dito mais do que minha própria teoria. Mas algum fundamento devia ter, pois ele parecia estar sentindo o mundo inteiro desabar à nossa volta, sem que conseguisse encontrar uma resposta do porquê.
Não falei mais nada, só esperei uma resposta, uma reação, enquanto observava seu rosto mudar de confusão para esclarecimento. Ele levantou os olhos para mim com um olhar completamente diferente. Era mais do que como se eu tivesse lhe explicado o porquê da vida. Era quase de admiração.
Em qualquer outro momento, eu teria rido da menor possibilidade de vê-lo me olhando como se me admirasse. Mas, naquela hora, me faltou vontade. Pelo contrário. Seu olhar quase me deixava constrangida. Precisava rebater com uma piada ou desconsiderar o que tinha dito antes que ele me achasse séria demais.
Cruzei os braços ainda mais forte, abrindo a boca para falar. Mas outra pessoa foi mais rápida.
"SABIA!" Reconheceria sua voz em qualquer lugar do mundo. E até o som dos seus passos apressados na minha direção. "Sabia que se atrasaria! Sabia que perderia o primeiro dia de aula!"
Joguei a cabeça para trás, respirando fundo, enquanto Keon se virava para ver quem falava comigo. Em poucos instantes, meu pai tinha chegado do nosso lado.
"Comandante Leger, é uma honra te encontrar outra vez," Keon foi logo estendendo a mão para ele, que vestia seu uniforme. "Não sabia que estava trabalhando no castelo outra vez."
"A honra é minha, Illéa," meu pai o cumprimentou. "Mas não voltei a trabalhar aqui. Vim por um chamado especial de Maxon. E, aparentemente, para encontrar minha filha matando aula."
Seus olhos se viraram para mim, com os de Keon logo em seguida. Mas meu pai me olhava bravo, enquanto Keon só parecia ficar ainda mais confuso do que tinha estado minutos antes.
"Oito horas é quando começa sua aula, Elena," meu pai falou, como se eu nunca tivesse ouvido aquilo antes. "E não quando você deve acordar para fazer sua mala e ir para a faculdade."
Movimentei minha boca com as suas palavras ao mesmo tempo que ele falava, mas não deixei sair voz alguma. Depois revirei os olhos.
"A culpa não é minha. Eu estava cansada, não dormi direi-"
"Eu não quero ouvir," ele me interrompeu. "Definitivamente não quero ouvir."
"Aspen Leger é seu pai," Keon falava baixo, provavelmente só para si mesmo. Mas eu estava prestando atenção o suficiente para escutá-lo. "Você é Elena Leger."
"Eu não tinha me apresentado? Desculpa. Prazer," estiquei minha mão para ele, mas meu pai praticamente se colocou entre nós.
"Você sabe que horas são?" Me perguntou, e eu só dei de ombros. "Oito e vinte e cinco. Sabe o que isso significa?"
"Que você vai me levar até lá!" Respondi, lhe dando um tapinha no braço. "Sortudo!"
Mas ele não parecia partilhar do meu bom humor.
"Sua mãe vai ter que te levar," me corrigiu. "Sua mãe vai ter que encontrar uma babá para ficar com Elsa enquanto ela leva a filha dela até a faculdade, porque ela é incapaz de acordar a tempo. Você tem vinte e dois anos de idade, sabia disso?"
"Vinte e dois? No meu último bolo de aniversário só tinha duas velas!" Me defendi, mesmo sabendo que era inútil tentar fazê-lo rir. "Não importa, pai. O problema é meu. Eu que vou ficar com falta. E, se é tão terrível assim para a mamãe me levar, eu pego o trem de noite. Já perdi as aulas da manhã, posso perder as da tarde tam-"
"Não, não, não," ele me segurou pelos ombros, me virando na direção da porta e me dando um empurrãozinho. "Você vai agora."
Comecei a andar, mesmo que relutante, enquanto ele pegava minha mala e passava por mim, fazendo os guardas abrirem as portas. Sabia que devia estar marchando até seu carro para me levar, mas não o segui de primeira. Me virei para Keon.
"Você é Elena Leger," ele repetiu antes que eu conseguisse falar alguma coisa. "Eu te conheço."
"Por aí, talvez," dei de ombros.
Eu também o conhecia de alguns poucos eventos do castelo. Mas já devia fazer uns quatro anos que nem cruzava seu caminho. E, como bom economista, ele só parecia aparecer ali para discutir números.
"Faz um favor para mim, Keon?" Voltei até ele e parei logo na sua frente. Ele concordou com a cabeça, apesar de ainda parecer confuso. "Tenta não sair da Seleção até eu voltar?" Pedi. E, sem lhe dar tempo de responder, me inclinei na sua direção e deixei um beijo na sua bochecha.
Quando me afastei, ele tinha aberto a boca, para protestar ou questionar, e eu podia quase sentir na minha pele a sua respiração acelerando. Sorri uma última vez, depois me virei e andei de volta até as portas.
Pude jurar tê-lo ouvido responder. "Vou tentar."


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