Os Significados Das Palavras escrita por lovemyway


Capítulo 1
Escolhas


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, tudo bom?

Vocês devem saber que o nyah tá com esse desafio de songfic, com uma música pra cada dia do mês. Eu escutei a música de hoje, e bateu a inspiração pra escrever isso aqui. Não sei se vai rolar outro capítulo ou não, quem sabe? Mas, por enquanto, acaba por aqui.

Espero que gostem!

Boa leitura :D



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Mesmo querendo, eu não vou me enganar.

Eu conheço seus passos, eu vejo os seus erros.

Não há nada de novo.

Paralamas do sucesso


Eu queria que palavras fossem o suficiente.

Elas não são.

Gosto de pronunciá-las lentamente, em voz alta, para absorver completamente seus significados — mas, ainda assim, eles me parecem incompletos. Como se algo se perdesse entre o caminho do cérebro até os lábios. Como se nunca fôssemos realmente capazes de falar, em alto e bom tom, sobre como nos sentimos.

Talvez, afinal, sentimentos não devam ser ditos. Talvez eles não possam ser descritos.



Eu espero, sinceramente, que isso não seja verdade. Espero que eu possa fazê-la entender a extensão de meus sentimentos em relação a você, e tenho esperanças de que elas — as palavras — possam ser o suficiente desta vez. Só desta vez. Ainda que eu não use minha voz para verbalizá-las. Quem sabe apenas lê-las seja o truque. Então você saberá, ainda que eu nunca tenha dito. A voz é carregada pelo vento; a escrita está eternizada numa folha de papel.

Há coisas sobre você e eu que todos sabem. Eles sabem, por exemplo, que nossa relação sempre foi cheia de altos e baixos; sabem que sempre estivemos em algum lugar que beirava entre a amizade e a inimizade; e, mais recentemente, eles sabem que a amizade tem se tornado algo mais. Há, entretanto, coisas que só nós duas sabemos. Como, por exemplo, você é a única para quem contei sobre todos os meus dramas — familiares e pessoais —, ou a única a quem confio todos os meus segredos; e como eu sou uma das poucas pessoas que compreende você, apesar de nossas diferenças; ou como conhecemos o estado de espírito uma da outra apenas pelo olhar.

E é por conhecer você tão bem que tenho tentado me manter distante. Sei dos seus medos. Sei dos seus sonhos. Sei dos seus planos. Sei de cada passo errôneo que você dá, e de cada cicatriz que marca seu coração. Sei das lágrimas que molham seu rosto, à noite, quando não há ninguém para ouvir seus soluços enquanto você chora. Sei que, no fundo, eu não sou a pessoa certa para você. Não sou a pessoa certa para te fazer feliz; para te fazer sorrir; para te apoiar em cada decisão que você tomar, porque com muitas delas eu não concordo. Talvez eu seja tóxica. Talvez eu vá, aos poucos, embrenhando-me sob sua pele, percorrendo todo o caminho até seu coração para, quando alcançá-lo, destruí-lo com o meu veneno. Talvez eu seja errada para você em todos os níveis que alguém pode ser errado para outra pessoa.

Talvez eu nem me importe.

Porém, se eu dissesse que não me importo, seria uma mentira. E você pode detectar minhas mentiras tão bem quanto a lua pode impor seu brilho à escuridão. Você pode ver através de mim — através da fachada que cuidadosamente tenho cultivado nos últimos anos, ou, pensando bem, na que tenho carregado desde sempre. E quem sabe, por me conhecer tão bem, você já saiba. Saiba de todas as coisas que eu estou escrevendo. Saiba de todos os significados por trás de minhas palavras. Saiba de minhas verdadeiras intenções. Talvez você sempre tenha visto isso — talvez até mesmo antes de mim mesma. Todavia, caso você não saiba, sinto que devo lhe dizer.

Eu só queria que você soubesse que eu me importo. Importo-me o suficiente para ter medo. Importo-me o suficiente para pensar nas consequências. Importo-me o suficiente para deixá-la ir, se você assim o quiser, porque todas as coisas que eu disse até agora são verdadeiras — eu conheço você, eu me importo com você, eu sou tóxica para você. São as três mais puras verdades da qual nenhuma de nós pode escapar. As verdades que precisamos enfrentar antes de seguir em frente com nossas escolhas.

Acho que o que estou realmente tentando dizer, e nenhuma dessas palavras foi capaz de transmitir corretamente o recado até agora — lá estão elas, falhando-me novamente — é que existe uma escolha. E eu preciso que você saiba disso, tanto quanto preciso de ar para respirar. Sei que posso ser (muito) dramática, às vezes. Sei que posso exagerar, ou tornar as coisas um tanto quanto fantasiosas demais. Sei que nem sempre tenho meus pés firmes no chão (o que é engraçado, porque de nós duas, você é a sonhadora). Mas sei, também, que não há exagero em nada do que foi dito até agora. E eu preciso escrever isto. Preciso eternizar estas palavras. Você pode até já saber — mas não quero que hajam dúvidas.

Não vou dizer que te amo, Rachel.

Nós duas temos dezessete anos de idade, e não conhecemos a verdadeira forma do amor. Já me apaixonei antes — por Finn, por Puck, e agora por você (pronto, está dito, agora você sabe com todas as letras) —, mas amor é uma palavra forte demais, a qual as pessoas não lhe dão o devido significado. Elas a dizem levianamente, e as escutam levianamente em troca, acreditando, assim, que conhecem o amor. Só que o amor não é conhecido pelos ouvidos, ou pelo coração. Sei que parece estranho de se ouvir — como o coração não pode reconhecer o amor verdadeiro? —, mas, se você parar e pensar sobre isso, pode chegar a mesma conclusão que eu: o coração conhece a paixão.

Nossas almas conhecem o amor.

Ele é um sentimento tão profundo, tão sincero, que vai além de um órgão batendo dentro do nosso peito, bombeando sangue para todo o nosso corpo; vai além de nossas mentes, com seus milhares de neurônios; vai além de nosso conhecimento, que é tão limitado. Ele vai até aquela parte mais profunda de nosso ser. Aquela da qual precisamos para viver (e eu digo viver, não sobreviver). Aquela que permite nos conectarmos genuinamente a outra pessoa.

A paixão pode surgir com um olhar. O amor só surge com a convivência. Ele surge quando duas pessoas se completam, no sentido de que, não ter a outra pessoa ao seu lado é como não ter uma parte de você mesma. Não é questão de personalidades que se encaixam. Não é sobre defeitos e qualidades. É sobre quem essencialmente somos — e como essa parte, a que está tão fundo que mal podemos alcançar, aproxima-se mais da superfície, tornando-se quase tocável, porque a pessoa que você ama permite que seu verdadeiro eu se liberte de todas as correntes que você usou para prendê-lo.

Não, Rachel Berry, eu não te amo.

Mas, por mais louco que isso possa parecer, eu quero te amar.

Sei que tudo isso soa como o devaneio louco de uma garota de dezessete anos cega pela paixão. Acontece que eu me conheço, eu conheço você, e sei que a maneira que me sinto quando você está por perto é uma que mais ninguém pode me propiciar. Sei que, nesses dezessete anos de vida, ninguém nunca conseguiu me alcançar tão fundo quanto você faz. Quase posso senti-la criando raízes não só em minha mente e meu coração, mas se estendendo, lentamente, até minha alma.

Digo-lhe isto, porque você precisa saber. Precisa saber que escolhas nunca são sem volta, mas quando voltamos atrás, há consequências. E a consequência para mim seria devastadora, porque sinto que posso te amar, de verdade, intensamente, da forma que o amor realmente foi feito para ser sentido. Talvez não hoje, ou amanhã, ou no dia depois de amanhã. Entretanto, sei que, um dia, pode acontecer. Se você permitir.

É por isso que preciso que você pense bem, Rachel. Eu pensei. Pensei várias e várias vezes antes de escrever cada uma destas palavras. Pensei nos riscos que estou correndo ao me abrir e mostrar meus sentimentos, ao me permitir ser vulnerável — logo eu, que sempre tentei parecer tão forte. Não vou pedir para que você não parta meu coração, Rachel. Mas peço (ou, melhor dizendo, eu imploro) para que você não quebre a minha alma. Os pedaços do coração podem voltar a se unir, mas os pedaços de quem um dia fomos nunca voltarão. Eles serão levados pelo vento, e serão espalhados por todos os cantos, de forma que, talvez, eles nunca mais sejam encontrados. O vento leva e traz — só que ele nem sempre traz o que leva.

Então pense, e escolha. Seja qual for sua decisão, eu a respeitarei.

Eu sempre a respeitarei.

Sua, sinceramente,

Quinn Fabray.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? :D



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