Crónica da Boa Malandra escrita por MiSwan


Capítulo 6
Carta sem destinatário




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Quero que me conheças, que saibas as minhas manias e saibas reconhecer algumas para fugires quando eu estiver mais mal disposta. Não te quero prometer muitas coisas - não sei se as vou puder cumprir, mas as promessas que te fizer, quero tentar cumprir com todas. Sabes que vais precisar de muita paciência, certo?

Apesar de o negar, sei que sou um bocado a menina da mamã e do papá, sou filha única, entende. Mas não quero ser mãe de apenas um filho, quero 2 ou mais. A infância de uma filha única com alguma -muita- timidez é difícil e deixa marcas. Ainda assim, acho que as minhas marcas de timidez estão cada vez mais disfarçadas. A faculdade tem-me feito bem, não achas?

Espero poder levar-te a conhecer a minha família maluca e os amigos ainda mais malucos que tenho. São todos malucos, mas excelentes pessoas. De tempos de escola é bem provável que não te apresente quase ninguém. Acho que não era o lugar onde tinha que estar. O Porto trouxe-me pessoas maravilhosas que espero que fiquem para a vida toda. Por falar em Porto, nunca te zangues quando eu te trocar por futebol, compreende futebol corre-me no sangue. Espero que gostes, assim vemos os dois.

Se quiseres e tiveres paciência para isso, ensina-me a jogar na playstation ou seja lá o que gostas de jogar e jogamos os dois. Vemos filmes de terror juntos, alguns melosos, muitas comédias, por favor, boas comédias, aquelas que até temos que parar o filme porque estamos com ataques grandes de riso. Adoro isso.

Vou tentar ser forte quando tu perderes as forças para lutar, mas espero o mesmo de ti: quando eu quiser desistir de tudo abraça-me, mesmo que eu te diga para te afastares e resista durante algum tempo. Abraça-me, simples assim. Vais derrubar as minhas barreiras, pode ser que eu chore, de raiva, de emoção, sei lá. Mas faz com que eu entenda que estás lá para o que der e vier. Aceita-me o melhor que puderes, sei que em certas coisas sou quase insuportável, mas tenta, por favor.

Espero poder passar muitos natais e passagens de ano contigo, quer seja com a minha família, quer seja com a tua. Mas tu é que vais ser aquele que me vai sorrir e, mesmo sem dizer palavra alguma, vais transmitir-me todos os desejos de Natal e Ano Novo que todos dizem alto. Um beijo na testa há de valer, por vezes, muito mais que um beijo na boca. Beijo na testa é sinal de carinho, de respeito. É fofo. Eu ponho-me em bicos de pés para te conseguir dar uns quantos beijos na testa... ou subo para cima de uma cadeira, tenho que ver isso.

Sendo mais alto que eu, coisa que não é difícil, vai ser divertido abraçar-te, sabes? Vou parecer uma criança. Mas essa imagem deixa-me com um sorriso no rosto. Vamos aos casamentos dos nossos amigos e a meio do casamento eu vou ao carro para largar os saltos e calçar uns ténis. Vamos dançar até não conseguir mais. Depois...

Depois, um dia, vamos ter o nosso próprio casamento. Não quero nada de exuberante, deixa os exageros para os outros. Mas algo clássico, intemporal e que nos dê muitas e boas memórias para começarmos um futuro juntos.

Não estou à espera de um "felizes para sempre". Provavelmente vão haver dias em que vou querer matar-te e tu a mim, mas se discutimos é sinal que ainda há sentimento. Vamos lutar um pelo outro e dar cabo de todas as más probabilidades que nos apresentam. Vamos ser uma excepção junto com os nossos amigos.

Vamos passear, sem rumo, com rumo, mas vamos juntos. A ouvir rádio, a conduzir à vez, a tirar fotos, a roubar beijos. Mas vamos juntos.

Outras vezes ficamos em casa, quer seja no sofá, quer seja na cama, tapados por uma manta quentinha a ver televisão ou cada um a ler o seu livro. Vamos fazer uma aposta? Vamos ver quem ama por mais tempo? Quem respeita por mais tempo? Quem perder...bem, logo vemos.

Vamos apostar no nosso para sempre?


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