As Relíquias escrita por Jessica Hyuuga


Capítulo 27
Capítulo 27 - Rotina e o novo mestre dos vampiros


Notas iniciais do capítulo

Entrando escondida com a capa da invisibilidade do Harry Potter e protegida pelo escudo indestrutível do Cavaleiro de Dragão de CDZ! kkkkk
Ei pessoas lindas do Nyah! Olha eu de volta! Bem, tenho muito o que falar, mas vou deixar para o final do cap!
Personagens da tia Sthep e aquele blablabla de sempre! Mas Tina, Mary, Samy e Benjamim são meus! >.<
Vamos ao cap e leiam as notas finais por favor!
Go go go! o/



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Zafrina observava os flocos brancos caírem com graça em cima dos túmulos dos já falecidos Vanderskein, mas sua mente estava totalmente em outro lugar. 

   Marcus Volturi. O novo mestre dos vampiros, Marcus Volturi estava vindo à Rússia pessoalmente para ver como estavam as coisas. Ela devia ter imaginado que assim que Bella e Rosalie acordassem Alice correria avisá-lo. Aquela baixinha havia simplesmente colocado na cabeça que eles eram perfeitos um para o outro e que formariam um casal ideal. Afinal, Zafrina saberia como frear Marcus como ninguém, porque ninguém dava ordens a Zafrina. 

   Ela sempre havia sido assim, totalmente independente. Ninguém dava ordens a ela, na verdade até tentavam, claro, mas Zafrina nunca se importou em obedecer aqueles que não julgava importante. A única capaz de fazê-la mudar de ideia algumas vezes havia sido a mãe de Bella, Renne. Mas mesmo assim foram raras essas ocasiões. 

   Renne sempre estranhou o fato de alguém como ela - que segundo Renne possuia uma beleza rara - nunca ter se envolvido amorosamente com ninguém. Coisa que, sempre que questionada, só fazia com que Zafrina risse e murmurasse um "você não entenderia".

   Zafrina já havia sim tido envolvimentos amorosos, mas todos passageiros e muito rápidos. Ela era uma vampira antiga apesar de tudo e na época em que ainda acreditava que podia ter um companheiro, os vampiros eram todos uns grandes desgraçados sedentos por sangue e que não se podia confiar de jeito nenhum. E envolvimento com um humano estava totalmente fora de cogitação é claro. 

   E ainda haviam seus poderes. As poucas vezes em que se arriscou a se envolver com alguém, as coisas deixaram de ir bem no momento em que descobriam suas habilidades de criar ilusões. Sempre acabavam querendo usá-la para dominar mais e mais vampiros e isso era uma coisa que Zafrina também não gostava.

   Apesar de ser vampira e da época em que foi transformada, Zafrina nunca foi uma sanguinária nem nada parecido. Ela se contentava em ficar quieta em seu canto, matando apenas para sobreviver, nada que fizesse uma carnificina. Chegou até a salvar humanos nas épocas de grande terror onde os vampiros estavam quase se tornando totalmente descontrolados. 

   Isso é claro, até os Volturi intervirem. 

   O que a levava de volta ao vampiro que contra a vontade dela estava tomando seus pensamentos. 

   Ninguém, nenhum vampiro que ela tenha encontrado em todos os seus anos de existência, havia olhado para ela com tanta intensidade como Marcus Volturi havia feito nos poucos minutos em que se encontraram em Forks. 

   Ele parecia extremamente curioso sobre ela, seus olhos carmim pareciam querer desvendar todos os segredos que ela guardava. Ela não havia desviado o olhar do dele em nenhum momento, como que para dizer não o temia e também não se importava com o status que ele carregava. Afinal, apensar de tudo, ele ainda era um Volturi, um dos que fizeram suas meninas sofrerem por um bom tempo. E Zafrina jamais se curvaria a alguém que havia feito qualquer coisa de mal àquelas que considerava como filhas. 

   E mais uma vez Marcus a surpreendeu. Sua clara afronta não havia o irritado como secretamente havia sido a intenção dela, ao contrário, pareceu satisfazê-lo e enchê-lo de curiosidade, coisa que parecia que ele não tinha a muito tempo.

   Marcus Volturi estava claramente desejoso de desvendar todos os segredos de Zafrina e isso não a agradava.

   Ao mesmo tempo em que algo nela queria voltar a vê-lo, outra parte pensava seriamente na possibilidade de partir para evitar tal encontro. Não sabia se queria que alguém como Marcus penetrasse em seu mundo se não pretendesse ficar nele. Ele agora era o mestre, com certeza não teria tempo para lidar com uma ilusionista. 

   Partir era uma ideia que ela precisava analisar e decidir com calma. Sabia que Alice veria o exato momento em que decidisse partir - e claro que já deva ter pego um vislumbre dessa sua ideia e devia estar furiosa - mas também sabia que isso não a impediria de ir se assim quisesse. Ela sabia driblar muito bem o dom de Alice, se ela não quisesse ser encontrada, ela não seria.

   Analisou a sua frente os túmulos de Charles e Renne postos lado a lado. Apesar de tudo ambos sempre foram humildes e optaram por sepulturas simples ao contrário de alguns Vanderskeins que quase erguiam uma construção para acomodar seus corpos. 

   Zafrina passou a mão pela lápide e tirou o excesso de neve que havia se acumulado ali. Sorriu levemente.

   - Olá, Renne - sussurrou simplesmente.

   Renne Vanderskein havia entrado em sua vida no momento em que sua existência se resumia em ficar de corte em corte, se divertindo ou às vezes se zangando com os hábitos dos nobres. Mas Renne era uma nobre totalmente diferente. Ela realmente cativava quase que imediatamente. Uma coisa que com certeza Bella havia herdado da mãe.

   - Zafrina? - a voz veio meio hesitante, como se temesse a assustar, mas ela ja havia notado a aproximação dele.

   - Estava me procurando Sam? - Perguntou olhando por sobre o ombro para a figura morena que se aproximava devagar.

   Sam parou ao lado dela e ficou alguns segundos em silêncio, apenas olhando para a lápide.

   - Eles eram os pais da Bella, não eram? - perguntou num murmúrio não respondendo a pergunta que Zafrina havia feito.

   - Sim, eram - Zafrina respondeu curiosa sobre o que Sam estava fazendo ali, apesar de ter uma vaga suspeita.

   - Você os conheceu não foi? 

   - Conheci sim e muito bem, principalmente Renne - Zafrina voltou o olhar para lápide assim como Sam.

   - Ela... sabia que você era uma vampira? - Sam perguntou hesitante.

   Zafrina maneou a cabeça antes de responder.

   - Não, ela não sabia. Apesar de Renne ter sido a pessoa que mais confiei em minha existência, eu nunca quis que ela se envolvesse nos problemas naturais que ser vampira traz. 

   - Mas ela não suspeitava? - Sam parecia confuso.

   - Nossa amizade era algo diferente, tão diferente quanto Renne - Zafrina riu com a própria afirmação - Eu sempre vinha visitá-la, mas nunca ficava mais que dois ou três dias. É obvio que ela desconfiava, Renne era muito esperta. Mas eu sempre deixei claro que havia algo sobre mim que ela nunca poderia saber, desde o momento em que nos conhecemos.

   - E ela aceitou? Aceitou uma amizade com um segredo assim?

   - Ela era diferente como eu disse. Acho que o que incentivou Renne a se empenhar em se tornar minha amiga foi exatamente os mistérios que eu representava. Ela sabia que eu escondia algo, mas isso nunca pareceu a incomodar realmente. Ela dizia que eu era sua amiga mais sincera, Renne odiava falsidade, o que havia em excesso naquela época, ainda mais com alguém do nível social dela.

   Sam fez uma careta.

   - Ela era estranha assim como Bella é às vezes... - depois pareceu se dar conta do que disse e enrubesceu levemente - Desculpe... eu não quis...

   A risada de Zafrina cortou as desculpas desesperadas do quileute.

   - Não precisa se desculpar isso é algo que concordamos totalmente.

   Sam pareceu aliviado enquanto observava Zafrina parar aos poucos de rir. 

   - Na verdade, eu não queria ser amiga de Renne. - Zafrina confessou - Ela era humana afinal de contas. Em algum momento da vida dela eu teria que simplesmente desaparecer para que ninguém notasse que eu não envelhecia, além dos segredos que eu trazia criar uma amizade com Renne somente me atrapalharia e entristeceria mais tarde.

   - Então porque?

   - Como eu disse, foi ela que se empenhou em ser minha amiga. Renne adorava um mistério mais do que qualquer coisa, apesar de ser extremamente curiosa. Ela tentou por várias vezes descobrir o que eu escondia, mas ela entendeu que se descobrisse eu iria embora e por algum motivo estranho ela gostava mesmo de me ter por perto. 

   Ambos ficaram em silêncio por algum tempo até que Zafrina suspirou.

   - Eu sempre me culpei por não estar aqui quando Bella desapareceu. Assim que eu soube eu voltei correndo, senti o cheiro do vampiro, o cheiro do sangue de Bella... e soube o que tinha acontecido. O corpo dela não estava na floresta, mas não tinha como eu ter certeza se ela havia sido transformada ou se o vampiro que a atacou havia levado o corpo com ele. Alguns vampiros faziam isso naquela época, tomavam metade do sangue de alguém e levavam o corpo para tomar o restante em outro momento, em intervalos curtos de tempo claro, antes que a transformação se completasse. Faziam isso quando gostavam muito do sangue de determinada pessoa. E como alguns dos poderes de Bella já funcionavam sem que ela percebesse quando deixou a Rússia, eu perdi o rastro dela. Mas não do vampiro que a atacou...

  O tom de voz sombrio com que Zafrina pronunciou as últimas palavras fez com que um arrepio passasse pela coluna de Sam.

   - Você... o matou? - perguntou não sabendo exatamente se queria a resposta.

   - Fiz muito pior com ele antes de matá-lo - Zafrina confessou sombriamente - Eu nunca fui sanguinária, mas ele havia atacado a filha da pessoa mais importante para mim. Foi um dos momentos de mais raiva da minha vida. Mas ele confessou que a havia deixado agonizando na floresta, concluí que ela havia se transformado então, já que o corpo havia sumido. Contei a Renne que Bella continuava viva e prometi que a acharia.

   - E você a achou não foi? - Sam perguntou curioso.

   - Na verdade, elas que me acharam como já disse antes, com o intuito de eu treinar Rose. Eu procurei por Bella por muitos meses, mas não sabia como o cheiro dela estava só depois descobri o fato que ela o escondia. Bella nunca me conheceu quando era humana. Somente seus pais. Bella somente me conhecia das historia que Renne contava a ela sobre mim, eu nunca quis me meter na vida de Bella como já estava metida na de Renne. 

   Sam notou que Zafrina pausou a história mais uma vez, ela parecia estar repassando as memórias e escolhendo as palavras com cuidado. 

   - Eu ia para todas as cortes naquela época. Achavam que eu era filha de um homem que cultivava negócios no mundo todo e que mais tarde eu assumiria as negociações, por isso minhas inúmeras viagens. Era uma ótima desculpa. Consequentemente eu conhecia as famílias das meninas e as mesmas, discretamente claro. Assim que elas me acharam. Fiquei realmente surpresa. As três, vampiras e juntas. Perdi a ação por muitos minutos. Quando disse a Bella o meu nome, ela ligou os fatos. Ao que parece Renne falava muito de mim a ela. 

   Zafrina passou a mão pela lápide de Renne novamente. 

   - Eu cuidei delas como minhas filhas, as que nunca poderia ter, elas são realmente incríveis em todos os sentidos. Bella me autorizou a voltar e dizer a Renne que ela estava bem, mas que não poderia voltar. Mas Renne adoeceu na mesma época. Ela não resistiu. Morreu pouco depois que eu cheguei aqui. Só tive tempo de dizer que havia achado Bella e sabe o que Renne me perguntou?

   - O que? - Sam sussurrou.

   - "Ela está igual a você? Por isso não voltou?" - Zafrina recitou as palavras como se houvesse acabado de escutá-las - Demorei a entender o que Renne queria dizer com aquilo. Até que entendi que talvez, somente talvez, Renne sempre soubesse o que eu era. Mas eu nunca pude confirmar, se ela sempre soube ou só no fim ela cogitou a ideia. Eu confirmei que Bella era como eu, Renne sorriu e disse que sabia que eu cuidaria da filha dela... não fiz muito bem essa parte, mas Bella soube se virar sem mim. Acho que esse é o fim da história, Sam, agora, quer me dizer o que realmente veio fazer aqui? Para falar sobre a minha antiga vida com certeza não foi, não é?

  Sam arregalou os olhos levemente e depois coçou a cabeça, profundamente envergonhado. Zafrina sentiu vontade de rir, mas não o fez. Era estranho ver alguém do tamanho de Sam, um líder nato, com vergonha e sem saber como agir.

   - Não sei como perguntar as coisas que tenho dúvidas... - Sam confessou.

   - Apenas deixe saírem as palavras, não se preocupe, não vou entender nada errado - Zafrina o assegurou.

   Sam somente afirmou com a cabeça, mas ainda permaneceu um tempo em silêncio.

   - Queria falar sobre Tina, Mari e Samy... - Sam começou cauteloso - como elas estão nesse tempo que passaram longe de La Push?

   Zafrina arqueou uma sobrancelha.

   - Estão muito bem como acho que pode perceber nada daquilo é fingimento se cogitou essa hipótese. Aquelas três são capazes de grandes feitos, acho que tudo que elas precisam é de certo incentivo.

   - Coisa que elas não tinham em La Push - Sam declarou, suspirou pesadamente antes de continuar - Acho que sempre agimos errado com aquelas três, elas são adolescentes apesar de tudo e carregam um certo fardo por serem transmorfas. Todos erraram com elas em algum momento.

   - Você não deve se culpar - Zafrina colocou uma mão no ombro dele em sinal de conforto - Elas mesmas já me contaram que nos últimos tempos andavam terríveis e insuportáveis, vocês somente não souberam lidar com esse lado ruim delas.

   - Talvez por isso, por não sabermos lidar com o lado ruim delas, nós não sejamos dignos de participar do lado bom - Sam mirou os olhos vermelhos de Zafrina com os seus negros - Vocês cinco, você, Benjamim e elas, parecem realmente uma família, vocês as fazem felizes...

   Zafrina retirou devagar a mão que mantinha no ombro dele.

   - O que exatamente você quer dizer com isso Sam? - perguntou sabendo exatamente onde ele queria chegar.

   - Você sabe o que eu quero dizer Zafrina, com certeza sabe... elas não serão felizes em La Push eu acredito... elas não vão querer voltar, não é?

   Zafrina continuou olhando para ele sem expressão, o analisando silenciosamente.

   - Isso é algo que somente elas podem responder Sam.

   Sam suspirou mais uma vez.

   - O fato de você não discordar me faz ter a certeza que eu temia... - ele disse tristemente.

   - Sinto muito... - Zafrina sussurrou.

   - Não sinta... nós não merecemos... - Sam mal sussurrou e se virou - Obrigado pela história, foi interessante saber sobre você e sobre os pais de Bella. Você vai continuar ai?

   Zafrina olhou para a sepultura uma última vez antes de se virar e se colocar ao lado dele para voltarem.

   - Não, tenho certeza que Bella virá mais tarde, eu já tive meus momentos, agora deixo livre para ela.

   Ambos se puseram a caminhar em silêncio pela neve. Mantinham um ritmo devagar e aparentemente despreocupado. Apenas por fora, porque por dentro ambos estavam a mil, cada qual com seus problemas e pensamentos. Mas era bom, desfrutar da companhia de alguém que não ficaria exigindo respostas. Ambos precisavam daquilo naquele momento afinal.

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   Emmett suspirou pela vigésima vez e deixou que um sorriso transbordasse por seus lábios. Ele mantinha os olhos fechados enquanto apenas apreciava a sensação dos dedos de Rosalie passando pelos seus cabelos. 

   Ambos estavam deitados na enorme cama de casal. Enquanto Rosalie se mantinha encostada na cabeceira da cama, Emmett estava com a cabeça no colo dela, apenas recebendo agrados da loira. 

   - Eu nem acredito que acabou... - ele murmurou feliz.

   Rosalie riu levemente.

   - Essa frase deveria ser minha não acha? Afina, fui eu e minhas irmãs que passamos mais de um século sendo perseguidas pelos piores vampiros do mundo!

   Emmett abriu os olhos para encarar Rosalie e deu um leve muxoxo.

   - Assim você faz as semanas terríveis que eu passei achando que você estava morta parecem fichinha perto do que vocês passaram Rose!

   - Desculpe, não estou querendo diminuir nada do que você sentiu Emm! Eu tenho certeza que você sentiu minha falta!

   Emmett se pôs sentado em frente a ela e gargalhou.

   - Você está um pouco convencida não acha Rose?

   - Eu? - Rosalie colocou suas mãos no rosto dele e se aproximou devagar, com o intuito de provocá-lo - É claro que não...

   Ambos riram e quando seus lábios estavam a apenas alguns centímetros para se tocarem, a porta foi aberta com violência e a Swan mais elétrica invadiu o quarto desesperada e furiosa. Seguida de um Jasper totalmente perdido e sem saber o que fazer.

   - Rose! - Alice entrou como um furacão no quarto, gritando e só parando até localizar a irmã. Não ligou nem um pouco pela cena e muito menos por ter interrompido um quase beijo, parecia que o mundo estava simplesmente acabando - Rose, você não acredita! Você não pode acreditar, nem eu acreditei quando tive a visão! Mas fiquei furiosa, com certeza fiquei!

   - Ei, baixinha! - Emmett resmungou cruzando os braços - Você não está vendo que você chegou numa hora muito inoportu... owwww!

   Emmett não conseguiu terminar a frase, pois Alice simplesmente o puxou para trás pela gola da blusa que ele usava e o arremessou da cama. Ele só não bateu com tudo na parede porque Jasper foi mais rápido e o segurou.

   - Sai Emmett, é caso urgente! 

   Emmett gemeu e olhou aborrecido para Jasper.

   - O que aconteceu com essa anã afinal?

   Jasper deu de ombros assustado.

   - Eu não sei! Estávamos conversando normalmente na biblioteca e de repente ela parou, teve um visão e ficou furiosa! Veio correndo até aqui gritando pela Rosalie e não me explicou nada...

   - Vamos Rose, levanta dai e me ajude a pensar em algo! - Alice andava inconformada de um lado para outro - Como ela pode pensar em fazer isso? Me diz, heim? 

   - Ela quem? Alice do que você está falando? - Rosalie perguntou e notou que a baixinha não havia dado o mínimo de atenção para o que ela estava falando - Alice! - quase gritou fazendo a baixinha parar.

   - O que foi Rose? 

   - Pare e me explique direito porque você esta furiosa, ok? -Rosalie disse mexendo nos cabelos meio sem paciência - Afinal, se você não notou você acabou de atrapalhar um momento um tanto...

   - Zafrina esta pensando em ir embora para não encontrar com Marcus! - Alice soltou de repente.

   Rosalie parou de alisar os cabelos e arregalou os olhos. Num segundo pulou da cama e agarrou os ombros de Alice.

   - Ela o quê? - perguntou desesperada.

   - Isso mesmo que você ouviu Rose! Eu tive uma visão, foi apenas um vislumbre, o que significa que ela ainda não decidiu definitivamente, apenas cogitou a ideia, mas ela pensou, é o importa! Temos que pensar em algo que a mantenha aqui! 

   - É claro que temos! - Rosalie concordou ficando irritada também - O que Zafrina tem na cabeça? Vamos procurar a Bella!

   - O que? - Emmett arregalou os olhos - Mas, Rose... 

   - Quieto Emmett! Agora não querido! - Rosalie o cortou e deu um breve selinho nele - Tenho que resolver isso, não podemos deixar que Zafrina sequer pense em ir embora!

   - Não mesmo!

   Mal terminaram de dizer e as duas irmãs saíram a toda do quarto, deixando para trás os dois Cullens totalmente perdidos.

   Emmett quis gritar e apertou seus cabelos totalmente frustrado.

   - Que merda acabou de acontecer aqui afinal?

   Jasper deu de ombros.

   - Não faço a mínima ideia... 

   Emmett praguejou por mais alguns segundos ate parar e respirar fundo. Depois voltou seu olhar para Jasper.

   - Sabe... é bom ter essas loucas de volta... - sorriu calmamente, sorriso que Jasper compartilhou.

   - Com certeza. Venha, vamos arranjar algo para fazer até que aquelas duas se acalmem.

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   Bella mantinha o olhar fixo na janela admirando os flocos de neve que caiam. Sabia que Zafrina devia estar no cemitério, por isso ela estava ali, no escritório que havia sido de seu pai, tentando organizar os pensamentos e dando o tempo que ela sabia que Zafrina devia estar precisando. 

   Assim como ela.

   Desviou os olhos da janela para a caneta de estava em suas mãos. A caneta que havia sido de Charlie Vanderskein. 

   Assim que assumiu, discretamente claro, a posse da propriedade Vanderskein, Bella fez questão de manter tudo ali do jeito que era antigamente. Zafrina havia ajudado muito naquilo, foi ela que conversou com Charlie, em seus últimos meses e garantiu que Charlie ficaria extremamente contente com a pessoa que se tornaria dona daquilo tudo. 

   Sorriu. Zafrina realmente era hábil quando se tratava dos Vanderskeins. Charlie pareceu entender e Bella retomou o que sempre foi seu. Para desespero de alguns de seus parentes que cobiçavam seu patrimônio. 

   Os papéis espalhados pela mesa, a caneta que agora ela mantinha nas mãos, os pesos de papéis... seu pai havia se mantido na atividade ate o último momento. Era alguém realmente forte, que Bella admirava mais que tudo. Após o desaparecimento dela ele apoiou Renne e depois se manteve forte mesmo com a tristeza pela morte da esposa.

   Girou o corpo na cadeira e observou o quadro que estava na parede atrás dela. Observou a própria imagem de quando ainda era humana. As lembranças vindo como um furacão.

   

   Flashback

   - Eu não entendo papai, o senhor disse que esse seria meu presente de aniversário e agora quer colocá-lo em seu escritório? - uma Bella de recém-feitos dezessete anos reclamou cruzando os braços.

   - Querida - Renne passou um braço pelos ombros nus devido ao vestido tomara que caia da filha - Até parece que você ainda não conhece seu pai! Você sabe que ele sempre quer as coisas mais bonitas perto dele, ele é um narcisista nato! - brincou.

   A risada grossa de Charlie encheu o cômodo.

   - Tenho que concordar com sua afirmação Renne! Realmente as coisas mais bonitas me fascinam, tanto é que tenho a esposa e a filha mais lindas de toda a Rússia! 

   Renne riu também e deixou a filha para ir de encontro ao marido que a recebeu nos braços.

   Bella observou aquela cena com carinho. Charlie beijou levemente Renne. Eram demonstrações de afeto que ambos não se incomodavam em dar, ao contrário de toda a aristocracia da época que achavam atitudes como essa, totalmente inadequadas.

   - Vamos lá Isabela - Charlie se dirigiu a filha enquanto abraçava Renne com um único braço - Logo você estará na idade de se casar e eu não poderei mais tê-la aqui comigo, o mínimo que pode fazer é me deixar algo tão lindo como esse quadro.

   Bella tentou manter-se brava, mas era impossível com pessoas como seus pais. Sorriu e acenou afirmativamente com a cabeça. Charlie gargalhou novamente e a chamou com a mão. Bella se acomodou no braço restante do pai, apenas sentindo a calmaria que seus pais exalavam naturalmente. 

   Sentiu seu pai beijar-lhe a fronte e sorriu mais uma vez.

   Fim do Flashback

   Sorriu com a lembrança. Charlie era realmente muito persuasivo algo que aparentemente ela havia puxado. Logo depois seu sorriso morreu. Ela ficou sabendo como o pai se comportou assim que constatou que eles não a achariam e que ela não voltaria para casa. 

   Ele trancou-se naquele escritório e chorou. Chorou com aquele quadro dela ali. 

   Suspirou pela enésima vez.

   Casar. Seus pais viviam fazendo brincadeiras sobre quando ela se casaria e elas só aumentaram quando ela conheceu Pietro. Depois de um tempo de corte ele havia pedido a mão dela em casamento e ela aceitara. Acreditava realmente amá-lo naquela época. A Bella daquela época o havia amado.

   Amar. Seus pensamentos voltaram para o que mais a incomodava minutos antes. 

   Edward.

   Antes de começar todo aquele plano, Bella sabia que Edward ficaria furioso quando soubesse da verdade. Ele era afinal o mais complicado dos irmãos. Mas as atitudes de Edward realmente a desagradavam e a deixavam um tanto desanimada. Eles eram sempre o último casal a fazer as pazes, os mais difíceis. Isso fazia com que ela pensasse se seria sempre assim. Sempre que eles brigassem teriam toda aquela dificuldade em se perdoarem? Uma eternidade de desentendimentos?

   Edward pelo jeito demoraria a entender que ela havia feito aquilo pensando no futuro de ambos juntos. Isso era realmente desanimador. 

   - Esta ocupada?

   A voz veio do nada, pegando-a totalmente de surpresa. Soube que devia estar realmente mergulhada em suas divagações para não notar a aproximação dele. 

   Ainda mais dele. 

   Girou na cadeira novamente e viu-o parado na porta do escritório. Edward mantinha as mãos nos bolsos da calça jeans, sua camisa preta contrastava com a pele extremamente branca. 

   Bella franziu levemente as sobrancelhas quando analisou os olhos âmbares. Onde estava a raiva incontida que dominava aqueles olhos horas antes?

   Edward estava simplesmente indecifrável.

   - Não - disse cautelosamente - Não estou.

   Edward, porém não se moveu.

   - Posso entrar? - perguntou simplesmente - Gostaria de falar com você se não se importa.

   Bella deixou que seus olhos se estreitassem mais ainda em desconfiança.

   - Claro - foi tudo que respondeu - Mas já adianto que se veio brigar ou algo parecido eu não estou num bom momento para isso.

   Edward entrou e fechou levemente a porta atrás de si. Parecia calmo como nunca.

   - Garanto que não vim para isso - ele disse enquanto se aproximava. 

   Bella largou levemente a caneta na mesa e analisou Edward mais uma vez. E mais uma vez não obteve sucesso em decifrar nada daquela postura sóbria e controlada do Cullen.

   Ele notou a desconfiança dela, mas não se ofendeu. Afinal, era totalmente compreensível. Ele havia complicado as coisas de todas as maneiras até aquele momento, havia sido extremamente cabeça dura e descontado as frustrações e medos das últimas semanas em cima de Bella. Por isso ele entendia que agora ela não podia simplesmente acreditar que ele estava ali sem querer briga ou coisa parecida.

   Ele teria que ser cauteloso, muito cauteloso, com as palavras.

   Ao invés de se sentar na cadeira em frente a ela, Edward andou calmamente até ficar em pé ao lado dela. Não olhou para Bella em nenhum momento do trajeto, mas podia sentir o olhar atento dela seguindo-o. Encostou-se levemente na mesa e observou o quadro que ela olhava antes. Tomou fôlego para fazer a pergunta que o atormentava dias antes.

   - Você é feliz Bella? 

   Bella estranhou o tom suave dele. Procurou os olhos âmbares, mas eles não olhavam para ela de jeito nenhum, apenas mantinham-se focados no quadro atrás dela. Virou na cadeira ficando assim de frente com ele. Cruzou os braços cautelosamente.

   Esperou que ele olhasse para ela, mas ele não o fez. Bella sorriu internamente. Se ele não olhava por vontade própria, ela o faria olhá-la de qualquer maneira.

   - Parece que finalmente decidiu me fazer a pergunta no tempo verbal certo, Edward? Afinal, há um dia você me perguntou se eu "era" feliz, não foi?

   Bella quase sorriu quando notou os cantos da boca de Edward se repuxarem naquele sorriso torto que ela tanto amava.

   - Você continua com a sua terrível mania de não responder as perguntas diretamente, não é? - Edward disse, mas resistiu ao impulso de olhar para ela, o que é claro, ele já sabia que era o que ela queria.

   - E que graça teria nisso?

   - Acho que só é engraçado para quem já sabe a resposta da pergunta que foi feita, geralmente, para que fez a pergunta, é meio angustiante - Edward respondeu ficando um pouco sério.

   Bella sentiu a graça da brincadeira se esvaindo completamente.

   - Deixei você angustiado? - perguntou, mas notou que Edward não iria responder, nem confirmar e nem negar - Sinto muito por isso.

   Edward fechou os olhos por alguns segundos antes de finalmente se virar para olhá-la.

   - Antes de você me dar sua resposta, acho que tem algumas coisas que quero que saiba Bella.

   Edward parou de falar para suspirar novamente. Bella notou que ele procurava as palavras com cuidado. Ela tentou falar, mas a intensidade do olhar que ele lhe dirigia a deixou completamente sem fala.

   - Por muito tempo eu e meus irmãos fomos felizes sem ninguém, no sentido romântico, eu digo. Logo que fomos transformados passamos muito tempo apenas focados em nos comportar e aderir totalmente a "dieta" que Carlisle e Esme nos apresentaram. Depois veio Forks e a concentração foi em manter a paz com os quileutes, que por sorte, Carlisle já havia facilitado muito há vários anos atrás com o antigo líder. 

   Bella o observava atentamente, querendo saber onde ele queria chegar com aquele diálogo.

   - Até que nossa rotina se estabilizou e finalmente nós começamos a notar que faltava algo. Que ainda restava um vazio. Nós queríamos alguém para dividir nossa existência, alguém para amar. Observávamos Carlisle e Esme todo dia e nos perguntávamos se um dia conseguiríamos alguém e se seríamos como eles. Mas tínhamos poucas esperanças na realidade, afinal, quantas vampiras por aí são "vegetarianas", não é?

   Edward riu levemente.

   - Com o tempo, começamos a desistir dessa ideia. Passamos a tentar aceitar que permaneceríamos sozinhos por todo o tempo que nossa existência durasse. Até que você e suas irmãs apareceram. 

   Bella sentiu a ternura tomar conta de si quando Edward fixou os olhos nos dela. O sentimento que havia refletido nos olhos âmbares do Cullen, era algo tão profundo que ela sentiu-se tentada a simplesmente levantar-se e se jogar nos braços dele. O que por sinal ela nunca achou que fosse sentir. Mas ela sabia que ele não havia acabado e que ele precisava, por ele mesmo, falar tudo que o atormentava.

   - Vocês chegaram confiantes e cheias de si. Nem nos deram atenção no começo! - ele riu com a lembrança - O susto que tomamos quando soubemos que eram vegetarianas foi algo sem explicação. Algo dentro de nós já começou a cogitar as possibilidades sem que nós mesmos notássemos, isso só se juntou com a atração imediata que sentimos por vocês.

   Bella engoliu em seco com aquela afirmação tão espontânea.

   - Foi algo desastroso sabia? Nós simplesmente nem tentamos lutar contra isso. Não havia como lutar. Não queríamos lutar. Nós finalmente havíamos achado o que pensamos que nunca acharíamos. Vocês, somente vocês - ele desviou os olhos dos dela, desencostou-se da mesa e andou até a janela. Nossa convivência até agora foi tomada de momentos bons e ruins, mas foi tudo que sempre desejamos. Vocês eram o motivo de nossa existência. Foi por isso que quando achamos que vocês tinham morrido, nós simplesmente nos perdemos... não sabíamos mais o que fazer...

   Ele deu uma pausa novamente, observando os flocos de neve que caiam lá fora. 

   - Você não tem nem noção Bella, de como eu me senti achando que ia ter que viver o resto dos meus dias sem você. Cheguei a desejar que nem tivesse te conhecido, porque assim eu não teria as lembranças pra me assombrar. Quando as pistas começaram a chegar, eu não quis acreditar no começo. Não quis criar esperanças. Veja, eu não poderia suportar me encher de esperanças para depois constatar que eu estava errado! Isso acabaria comigo Bella...

   "Mas então tudo foi se encaixando, todos fomos nos lembrando das pistas que vocês haviam deixado quando ainda estavam conosco, as coisas faziam muito sentido juntas, não podiam ser simplesmente coincidência. Nós resolvemos arriscar e eu te confesso Bella, que o segundo dia mais feliz da minha vida foi quando eu soube que você estava viva."

   "E é ai, que entra a parte difícil. Toda a angústia e tristeza se transformaram em fúria quando soube o que vocês tinham feito. Eu não podia aceitar que vocês haviam mentido para nós, nos escondido algo dessa magnitude e fingido estarem mortas. Fiquei indignado pensando o quanto vocês foram egoístas por nos deixarem no completo desespero por semanas".

   Bella abaixou a cabeça e suspirou. 

   - Mas eu não penso mais assim - a voz calma de Edward chegou aos ouvidos dela. Bella arregalou os olhos e fitou novamente a figura de Edward parado em frente à janela. Agora, porém, ele sorria.

   - Agora eu entendo - ele continuou - entendo porque vocês fizeram tudo isso. Perguntei-me o que eu faria se os papéis estivessem trocados e cheguei à conclusão de que faria muito mais, se no fim isso me fizesse ficar com você para sempre. Agora eu compreendo que também foi muito difícil para vocês e me arrependo das reações exageradas que tive... eu realmente, sinto muito Bella, sinto muito mesmo. 

   Edward sabia que Bella devia estar absorvendo as palavras dele, pois o silêncio era absoluto no cômodo. De repente, sentiu dois braços o abraçarem por trás e o suspiro de Bella chegou ate ele.

   - Parece que finalmente você entendeu - ela murmurou suavemente.

   Edward sorriu e se virou de frente para ela, prendendo-a nos braços num abraço apertado. 

   - Eu amo você, Bella - ele declarou firmemente - Amo você mais que tudo!

   - É totalmente recíproco Edward - Bella brincou - Totalmente. Eu amo você, Cullen!

   Edward sorriu e se afastou centímetros para que pudesse olhar nos olhos de Bella. O sentimento de amor e felicidade foi à última coisa que se recordou de ter notado antes de ambos estarem se beijando como nunca antes e se abraçando como se o mundo fosse terminar em poucos segundos.

   - Quer dizer que o dia que soube que eu estava viva foi o segundo dia mais feliz da vida? - Bella murmurou assim que eles se separaram ainda de olhos fechados.

   Edward abaixou um pouco a cabeça e encostou a testa na dela. 

   - Sim, foi.

   - E posso saber qual foi o primeiro? - Bella abriu os olhos e viu Edward a olhando divertido.

   - O primeiro foi o dia em que eu te beijei pela primeira vez - ele disse de uma forma que Bella agradeceu por ser vampira, pois com certeza teria corado como nunca - E a minha resposta?

   - Se eu sou feliz? Edward, você me salvou de tantos jeitos que nem pode imaginar... você é a minha felicidade. Eu sou sim feliz e te digo que conto com você pra manter a minha felicidade no mínimo pela próxima era!

   Edward riu.

   - Vivo para te agradar. 

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 Tina, Samy e Mari subiam a escadaria da mansão Vanderskein sem pressa alguma, o trio se dirigia para o quarto de Mari com uma calma que elas não sentiam há muito tempo.

   O silêncio reinava no local. Era difícil vê-las num momento de reflexão como o de agora, elas raramente deixavam alguém, além delas mesmas, participarem desses rompantes.

   - Finalmente as coisas se acertaram - Tina comentou aliviada - Não sei para vocês, mas para mim é como se representasse um novo começo.

   - Sem dúvidas - Mari concordou - Nós fomos envolvidas diretamente nessa espécie de guerra, embora não fossemos o alvo dela. Mas isso foi ótimo, pois isso provocou mudanças que necessitávamos passar.

   - Necessitávamos muito - Samy riu levemente - Amadurecer nunca é fácil eu acho. Mas tivemos sorte também, foi doloroso, mas tínhamos ótimas pessoas ao nosso lado.

   As três se entreolharam e sorriram cúmplices. 

   - Às vezes me pego pensando... Como será que agiríamos se não tivéssemos Benjamim, Zafrina e as meninas como apoio? - Samy questionou.

   - Não acho que teríamos nos dado bem - Mari confessou - Poderíamos até ter tido sorte, mas sem eles não teríamos tido apoio nenhum... E acredito que sem apoio nós teríamos acumulado um ódio cada vez maior dos... de certas pessoas...

   - Não hesite em dizer Mari, um ódio cada vez maior dos quileutes - Tina suspirou - É, você tem razão. Nós estávamos indo por um caminho muito perigoso antes de Bella, Rosalie e Alice chegarem. 

   - Ainda bem que elas surgiram - Samy disse veementemente - Acho que precisamos agradecê-las ainda por isso.

   - Com certeza precisamos, mas antes temos outros assuntos para resolver... - Mari suspirou se aproximando da porta de seu quarto, abrindo-a e entrando no enorme cômodo.

   Tina e Samy trocaram olhares preocupados enquanto seguiam a outra loba para dentro do quarto.

   Ambas se jogaram na enorme cama de casal enquanto Mari pegava uma toalha que estava largada na cadeira da penteadeira e se dirigia ate o guarda roupa.

   - O que faremos? - Samy perguntou apoiando as mãos atrás da cabeça e olhando para o teto - Não sei se quero voltar...

   - Nenhuma de nós sabe - Tina concordou do mesmo jeito que ela.

   - Acho que deveríamos esperar para ver o que vai acontecer com a visita de Mar... - Mari parou abruptamente de falar assim que abriu a enorme porta do guarda roupa. Arregalou os olhos e apertou a maçaneta com tanta força que a madeira estalou - Maldito... - sibilou baixinho estreitando os olhos.

   - O que aconteceu Mari? - Tina perguntou se pondo sentada na cama.

   Mari não respondeu de imediato, correu para a outra porta do guarda roupa para abri-la e começar a xingar desenfreadamente. Fez o mesmo processo com duas gavetas. 

   - Maldito! Vampiro filho de uma mãe! Desgraçado de uma figa! - ela esbravejava irritada.

   Tina e Samy tinham os olhos arregalados e preocupados. Desviaram os olhos da figura irritada de Mari e olharam para a primeira porta que ela tinha aberto. 

   - Vazia? - Samy exclamou surpresa - Onde estão suas roupas Mari?

   - É, exatamente, onde estão minhas roupas Samy? Heim? Onde? - Mari andava de um lado para outro sentindo a raiva lhe tomar totalmente o ser - Quem você acha que pode ter feito isso? Só um maldito vampiro teria a coragem de jogar as minhas roupas fora para me provocar! Te dou uma única chance pra acertar!

   - Benjamim - Tina e Samy disseram ao mesmo tempo.

   - Vampiro desgraçado! Quando eu encontra-lo vou arrancar a cabeça dele e transformá-lo em cinzas! - Mari pegou a escova de cabelo que estava em cima da cômoda e arremessou, Tina e Samy soltaram um gritinho quando tiveram que se abaixar para que o objeto não lhes acertasse a cabeça - Vou matá-lo, definitivamente vou matá-lo!

   - Mari, se acal... - Tina tentou.

  - Não mande eu me acalmar! Eu não vou me acalmar! Eu não quero me acalmar! Quero o pescoço do Benjamim em minhas mãos para que possa apertar isso sim! - Mari empurrou a cadeira que caiu com um estrondo.

   - Só queremos que se acalme para que... Não me interrompa Mary! - Samy se levantou quando viu que Mari ia retrucar - Queremos que se acalme para que pense no melhor modo de dar o troco ao Benjamim!

   - É claro que eu vou dar o troco naquele filho de uma... - Mari parou de falar assim que ela pisou na toalha que havia pegado para tomar banho. Um sorriso quase sinistro tomou seus lábios.

   - Já tem uma ideia não tem? - Tina perguntou alegre.

   - Sim, eu tenho - Mari se abaixou e pegou a toalha nas mãos antes de se virar para aquelas que considerava como irmãs - Benjamim vai se arrepender de ter jogado todas as minhas roupas fora... Com certeza vai... Vou ensiná-lo que me provocar pode ter consequências que ele não vai gostar.

   - É isso aí! - Samy exclamou orgulhosa e ansiosa para saber o que Mari faria.

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   Bella e Edward estavam deitados abraçados na cama do quarto dela, aquele mesmo onde ela e Rosalie haviam ficado dias descansando.

   Edward fazia um carinho nos cabelos dela com calma, enquanto Bella brincava com um botão da camisa dele.

   - Edward?

   - Hum?

   - Vou visitar o túmulo dos meus pais mais tarde, você virá comigo?

   Edward não pode deixar de rir baixinho o que fez com que Bella levantasse a cabeça para olha-lo nos olhos.

   - Do que você está rindo? - ela perguntou erguendo uma sobrancelha.

   - Mari me disse que você gostaria de me levar até o cemitério, até o túmulo dos seus pais. Estou rindo pelo fato de ela saber tanto sobre você, inclusive como você vai agir, em tão pouco tempo.

   Bella também riu levemente.

   - Incrível mesmo. Talvez por que ela e as irmãs sejam tão parecidas com Rosalie, Alice e eu. 

   Edward sorriu.

   - Você as adora não é?

   - Muito - Bella riu novamente, mas logo ficou meio seria - E me preocupo muito também...

   - O que quer dizer com isso? - Edward perguntou curioso.

   - Acho que logo elas terão que tomar uma decisão muito importante para todos.

   Edward percebeu que Bella não iria dizer mais nada além daquilo.

   - Você sabe mais do que acabou de me dizer, não é? - perguntou com um meio sorriso.

   Bella gargalhou. 

   - Esta começando a aprender como as coisas funcionam Edward.

   Edward também riu antes de puxar o rosto de Bella para cima e dar lhe um beijo. Bella rodou seu corpo ate ficar em cima de Edward com uma perna de cala lado dele e sentada em cima do abdômen bem trabalhado do Cullen.

   Edward apertou a cintura de Bella, o que fez a Swan rir e deixar a boca do Cullen e se dirigir ate o pescoço do mesmo, depositando ali um leve beijo. O aperto de Edward em sua cintura se intensificou.

   - Bella... - Edward sussurrou.

   - Bells!!! - a porta foi aberta com violência e duas Swans entraram com tudo no quarto. Bella deu um pulo de susto, pulando para o lado e por reflexo empurrando Edward que caiu para fora da cama se estatelando no chão.

   Alice e Rosalie paralisaram com a cena, até a fadinha começar a gargalhar.

   - Uow, o que vocês estavam aprontando aqui heim? Fizeram as pazes e estavam nesse estágio já? Safadinhos! - Alice lançou um olhar malicioso para Bella e depois olhou para Edward no chão e riu mais ainda.

   Rosalie tentava ser um pouco mais contida e por isso olhava para tudo menos para Bella e Edward.

   - Desculpe Bells... parece que chegamos em má hora... Mas é um assunto meio urgente... - Rosalie falava pausadamente tentando não rir.

   Bella abriu a boca para responder, mas Edward foi mais rápido.

   - O que poderia ser mais importante que isso? - Edward resmungou sem perceber. Somente quando notou o silencio e uma Bella de olhos arregalados o olhando fixamente é que notou que seu pensamento não havia sido somente um pensamento. 

   Rosalie e Alice se dobraram de tanto rir. 

   - Desculpe Edward... - Rosalie disse entre uma risada e outra.

   - Maníaco sexual por acaso? Vou te atormentar por causa disso pelo resto da sua vida... - Alice quase se jogou no chão rindo.

   Bella não pode deixar de se sentir feliz com aquela cena. Olhou Edward se levantando e viu o quanto ele estava envergonhado. Decidiu ir à salvação a ele.

   - O que é tão importante para que você duas invadissem meu quarto com essa afobação?

   Bella notou que o assunto era sério quando Rosalie e Alice pararam de rir no mesmo momento.

   - Zafrina - as duas responderam ao mesmo tempo.

   - Zafrina? - Bella arregalou os olhos, de repente muito preocupada - O que aconteceu com ela?

   - Não aconteceu nada com ela - Rosalie a tranquilizou.

   - O problema é o que ela anda planejando - Alice pareceu se irritar.

   - O que ela anda planejando? - Bella perguntou curiosa dessa vez.

   - Fugir! - Alice exclamou indignada.

   - Fugir? - Bella arregalou os olhos - Como assim fugir?

   - Você ficou burra de repente Bells? Ficou burra e virou um papagaio também? Pare de repetir e use seu cérebro super potente Bells! - Alice estava realmente irritada - Fugir de ir embora e não voltar! Ela quer fugir do Marcus!

   Bella se levantou no mesmo momento.

   - Ah, mas ela não vai mesmo! - disse confiante - Tem certeza disso Alice?

   - Foi somente um vislumbre, o que significa que ela ainda não decidiu definitivamente, mas sabe que Zafrina é ótima em driblar meu dom - isso pareceu irritar mais ainda a pequena - temos que fazer algo antes que ela se decida mesmo!

   - Com certeza, vamos! - Bella disse se dirigindo ate a porta.

   - Aonde vamos? - Rosalie indagou.

   - Atrás de Tina, Mari e Samy - Bella disse como se fosse óbvio.

   - Er... Bella? - a voz de Edward fez as três pararem abruptamente.

   Bella se virou e foi até Edward lhe dando um beijo de dar inveja em qualquer um.

   - Até mais tarde Edward - sussurrou no ouvido dele.

   Edward viu as três deixarem o quarto, não sem antes é claro notar o olhar de divertimento de Alice. É, ao que parece ele iria ter que escutar muita zoação da pequena Swan ainda.   

   Mas também teria Bella.

   Sorriu e decidiu ir procurar seus irmãos.

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   Benjamim estava parado em frente do espelho do banheiro há algum tempo. Observava seus olhos antes totalmente vermelhos agora com uma leve coloração âmbar. 

   Quem diria, pensou consigo mesmo, que um dia eu estaria tomando sangue de animais. Aliás quem diria que um dia estaria fazendo isso para agradar uma mulher.

    Aliás novamente, quem diria que essa mulher seria uma transmorfa, sua inimiga natural.

   Riu levemente. O mundo era um lugar realmente misterioso. Tantos anos se sentindo sozinho, incompleto... Para no fim achar o que procurava na pessoa mais improvável do mundo.

   Mari era alguém excepcional. A cada dia ele se convencia mais de que era um vampiro muito sortudo e que todo o tempo de espera havia valido a pena. Havia definitivamente valido a pena esperar Mari nascer e se tornar a mulher que era.

   Ela vivia para surpreendê-lo. Era algo estranho... Ao mesmo tempo em que ele sabia o que ela sentiria ou agiria em determinada situação, inevitavelmente ela acabava o surpreendendo.

   E isso era o toque especial dela. 

   Com certeza a eternidade deles seria algo muito, mas muito interessante.

   

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   - Estou entediado... - Embry resmungou.

   - Já sabemos disso Embry - Leah revirou os olhos - Você faz questão de dizer isso a cada cinco minutos!

   - É porque realmente estou entediado! - Embry enfatizou.

   - Porque você não fica quieto de uma vez? - Paul resmungou passando as mãos nos cabelos e depois apoiando o queixo na mão.

   - Porque não fazemos algo legal? - Embry perguntou ignorando totalmente Paul que trincou os dentes de raiva.

   - Porque ao invés de falarmos bobagens não pensamos sobre o que faremos daqui pra frente assim que voltarmos para La Push? Ou vocês se esqueceram de que viemos sem a autorização do conselho? - Jacob retrucou o que fez com que todos se calassem e olhassem imediatamente para ele.

   Os quileutes estavam sentados na escadaria da entrada pela qual chegaram à mansão. A neve não os animava para sair então não tinha muita coisa para fazerem ali. 

   - Mas que droga! - Seth resmungou - Tinha me esquecido desse... Pequeno detalhe! 

   - Estamos ferrados! - Quil murmurou - O conselho vai querer as nossas tripas servidas numa bandeja...

   - Ou fazer um casaco com nosso couro! - Jared estremeceu com o pensamento.

   - Acho que só podemos esperar o Sam chegar de seja lá onde tenha ido e nos reunirmos com Tina, Mari e Samy para vermos como será quando voltarmos - Embry disse inocentemente.

   Todos se calaram novamente e trocaram olhares.

   - Tina, Mari e Samy certo? - Leah sussurrou, mas sabia que todos a escutavam - Será que elas...

    Parou a frase na metade. Embora todos soubessem o que provavelmente aconteceria ninguém queria ser aquele que expressaria aquilo em voz alta. 

   Ninguém falou mais nada. Cada um perdido em seu próprio pensamento, tentando adivinhar as possibilidades do que poderia acontecer. 

   - Estou entediado... - Embry quebrou o silêncio.

   Paul se levantou num rompante.

   - Eu vou quebrar a sua cara! - ele ameaçou tentando andar, mas Seth e Quil seguraram as pernas dele o mantendo no lugar.

   Embry riu de repente animado.

   - Pode vir então Paul, duvido que ganhe de mim!

   Paul rosnou.

   - O que exatamente está acontecendo aqui? 

   Todos viraram o rosto para a porta de entrada e viram Sam entrando junto com Zafrina. A vampira parecia que segurava o riso, enquanto o líder quileute mantinha as sobrancelhas arqueadas.

   - Então, estou esperando uma resposta - Sam voltou a perguntar.

   - A culpa é dele - Paul acusou e quase gritou apontando um dedo para Embry - Ele que está me provocando!

   - Não tenho culpa se você se irrita facilmente Paul! - Embry tirou sarro, o que fez Paul querer avançar contra ele novamente.

   Sam suspirou.

   - Já chega - ele disse simplesmente e ambos pararam - Paul, se acalme. Não quero que você destrua mais um pedaço da casa, aliás, não sei como Bella ainda não descobriu. Sorte sua a mansão ser muito grande.

   Paul empalideceu imediatamente. Embry abriu a boca para tirar com o amigo, mas Sam também tinha algo guardado para ele.

   - E você não o provoca Embry. Se você o provocar e ele fizer mais algum estrago na casa eu vou dizer a Bella que você é o culpado e não ele.

   Foi vez de Embry empalidecer. 

   - Estamos entendidos?

   Paul e Embry acenaram afirmativamente com a cabeça e mantiveram-se quietos.

   Zafrina gargalhou abertamente.

   - Vocês são realmente muito divertidos!

   - Divertidos? - Sam debochou - Às vezes penso que estou lidando com um bando de crianças! 

   - Quem é um bando de crianças? - Jasper perguntou chegando ao local sendo seguido por Emmett.

   - Paul e Embry - Leah respondeu.

   - Só os dois? - Emmett zombou.

   - Não, me referia a todos eles mesmo - Sam admitiu cruzando os braços.

   - Ei! - todos os quileutes reclamaram, fazendo com que Zafrina, Jasper, Emmett e Sam rissem.

   - Estou vendo que as pessoas estão muito felizes por aqui - Edward indagou sorrindo enquanto descia a escadaria.

   - Alguns sim, outros nem tanto como pode ver - Zafrina fez um gesto com a cabeça em direção aos lobos sentados emburrados.

   - Não se pode agradar a todos pelo jeito - Edward também riu.

   - E porque não se pode agradar a todos? - Benjamim perguntou apoiado no batente da porta atrás de Sam e Zafrina.

   Paul bufou.

   - Mas que porcaria é essa? Isso aqui virou uma reunião por acaso? Todos resolveram aparecer aqui e nos zoar?

   - Aparentemente sim, apesar de eu achar o encontro de todos nós uma feliz coincidência - Benjamim respondeu zombativo.

   Paul estreitou os olhos, mas respirou fundo quando Sam olhou significativamente para ele.

   Dessa vez até os quileutes sentados na escada riram da cara de mal humorado de Paul.

   - Ei, Zafrina - Jasper chamou atraindo a atenção da vampira para si - Alice e Rosalie estão te procurando.

   - E Bella também - Edward completou - E não estão muito felizes, diga-se de passagem.

   Zafrina suspirou e pressionou as têmporas.

   - Sabia que Alice pegaria alguma coisa... - resmungou contrariada - Bem - disse para todos - Acho que não posso mais ficar aqui com vocês senhores, encontrar com as Swans não é algo muito bom para mim no momento e eu sei que elas logo estarão aqui.

   - Como sabe? - Sam perguntou ao lado dela.

   - É o único jeito de chegar à ala onde ficam os quartos de Tina, Mari e Samy -Zafrina disse, piscou para ele e logo depois sumiu porta a fora.

   - Como ela sabe que elas vão procurar as lobas? - Edward indagou curioso.

   - Zafrina deve ser a pessoa que mais conhece as Swans por aqui, então ela saber de algo assim não é muito de se admirar - Sam se viu dizendo.

   Exatos dez segundos depois Alice, Rosalie e Bella chegaram.

   - Onde ela está? - perguntaram apressadamente as três.

   - Já foi - Edward disse sorrindo torto.

   Alice resmungou.

   - Droga, odeio o fato de ela estar sempre um passo a frente de... - Alice parou e seus olhos perderam o foco indicando uma visão. Assim que voltou a si a baixinha começou a rir.

   Bella e Rosalie estranham, mas assim que tiveram acesso a visão da pequena começar a gargalhar também. 

   - E ainda me perguntam por que eu as adoro! - Alice disse entre risos.

   - Simplesmente genial - Bella exclamou.

   - Isso com certeza fará ele aprender uma lição - Rosalie disse tentando parar de rir.

   Todos as olhavam como se elas tivessem enlouquecido.

   - Do que é que vocês estão rindo? Também quero rir! - Emmett perguntou curioso.

   - Já vai entender Emm - Rose disse - Na verdade vai entender exatamente agora!

   - Do que é que vocês estão fala... - Benjamim começou a perguntou, mas parou assim que visualizou alguma coisa no topo na escada. Seus olhos arregalaram e sua boca abriu um pouco em espanto e horror.

   Todos estranharam aquela atitude de Benjamim e viraram as cabeças seguindo o olhar do vampiro para ver o que tinha sido motivo de tanto espanto. Assim que visualizaram as reações foram diversas.

   Olhos arregalados, bocas entreabertas, todos exclamando algo ao mesmo tempo e todos sem saber como reagir aquilo.

   No topo da escadaria se encontravam Tina e Samy descendo os degraus lentamente e com uma mão na boca fortemente pressionada, claramente prendendo o riso. Ambas caminhavam lado a lado, mas o motivo de espanto vinha dois degraus à frente delas, com uma pose como se fosse uma rainha, Mari descia os degraus pé ante pé, calmamente, um sorriso presunçoso nos lábios e os olhos claramente satisfeitos e ela usava somente uma toalha vermelha enrolada em si.

   - Uau - Embry assoviou - Isso sim é uma ótima visão pra acabar com todo tédio!

   - Caramba... É diferente te ver de loba e te ver... Assim... Mari... - Quil murmurou ainda de olhos arregalados.

   - Que visão heim - Jared indagou e recebeu muitos acenos em concordância dos que aparente não sabiam o que falar.

   Leah olhou para as Swans que riram e riu juntamente com elas. 

   - Então era disso que vocês falavam... 

   - Exatamente disso - Alice confirmou e de uma olhada para trás - E parece que atingiu perfeitamente o alvo, pois ele ainda não se recuperou.

   Leah olhou para Benjamim e viu-o completamente pasmo. Os braços estavam soltos ao lado do corpo e ele mantinha o olhar fixo em Mari, totalmente desnorteado e sem reação.

   Mari parou de andar e sorriu largamente.

   - Muito obrigada meninos, aprecio que tenham gostado do meu novo modelito porque de agora em diante será isso que me verão usando.

   Aquela frase pareceu tirar Benjamim de seu estado de torpor. O vampiro fechou as mãos em punhos fortemente e no momento seguinte estava bem em frente à Mari.

   - Que droga você pensa que está fazendo Mari? - ele rosnou com o rosto a quase trinta centímetros do dela. Mantinha-se meio encurvado para se manter-se na mesma altura que ela. Ele estava simplesmente furioso. A saliência de suas presas eram provas claras disso.

   Mari mirou os orbes agora quase âmbares que refletiam uma raiva enorme e simplesmente sorriu.

   - Ora ora ora, o que foi Benjamim? Achei que gostaria do meu novo visual.

   - Está de brincadeira? - Benjamim quase gritou e agarrou-a pelos ombros - Você acha mesmo que eu gosto que um bando de homens veja a minha mulher apenas de toalha?

   Mari fez a sua melhor cara de espanto.

   - Ah não? Jura? Pois eu achei que sim, já que afinal você jogou todas as minhas roupas fora, não é?

   Benjamim emudeceu. Então era isso.

   - Que porcaria Mari! Você poderia ter feito qualquer outra coisa para se vingar de mim!

   Mari ergueu as sobrancelhas.

   - Podia. Mas eu gostei de como isso saiu.

   - Uma briga de casal então? - Jacob brincou - Será que isso vai terminar com Mari tirando a toalha? Eu torço que sim!

   Benjamim rosnou fortemente enquanto todos os outros riam. Mari estava entre os que riam claro.

   - Sabe que não é uma má ideia Jacob? - ela disse e fez levou uma mão ate uma ponta da toalha.

   Benjamim arregalou os olhos. 

   - Mas não vai mesmo! - gritou e num instante jogou Mari sobre os ombros como se fosse um saco de batatas.

   - O que...  - Mari gaguejou de susto - Me coloque no chão seu vampiro filho da...

   No instante seguinte ambos haviam sumido dali.

   - Não acredito nisso! Benjamim acabou com a melhor parte do show! - Seth reclamou zombando.

   Tina e Samy quase se dobraram de tanto rir.

   - Isso foi simplesmente demais - Tina disse tentando pegar fôlego.

   - Sem explicação... - Samy mal se aguentava em pé. 

   - Não estou mais entediado - Embry exclamou entre as gargalhadas - Embora eu quisesse ver o final do ato da Mari.

   - Seu pervertido - Leah exclamou dando um tapa na nuca de Embry que se envergou pra frente, mas mesmo assim não parou de rir. 

   - Benjamim está perdido com Mari - Sam balançou a cabeça em negação, mas quem o conhecia sabia que ele estava muito orgulhoso dos atos da pequena quileute.

   - Eu simplesmente adoro essa menina - Alice batia palmas, extremamente feliz - Benjamim merecia uma lição mesmo. Ela realmente se parece com você Bella.

   - O que quer dizer? - Edward pareceu momentaneamente preocupado com o assunto.

   - Quero dizer que as duas sabem se vingar como ninguém - Alice colocou um braço no ombro de Edward - Um conselho? Nunca dê motivos para que a Bells queira te dar uma lição assim, do contrario você vai ver ela andando por ai com menos ainda do que uma toalha.

   - Alice - Bella exclamou exasperada e sabia que se vampiros corassem aquele com certeza seria um momento para isso. 

   - O que? É a verdade, só estou sendo uma boa cunhada e avisando - Alice piscou para Edward que parecia estático.

   - Ela tem razão Bells.

   - Rose - Bella estava ficando realmente sem jeito - Bem, nós não tínhamos uma pessoa para procurar? 

   - Ai meu Deus, é mesmo! Zafrina! - Alice deu um pulo que assustou metade das pessoas no local - Aquela vampira escorregadia de uma figa! Vamos! - E saiu correndo do local.

   - Vamos seguir o furacão Alice antes que ela se distraia de novo. Do jeito que ela esta eufórica é bem capaz dela se distrair e esquecer que Zafrina pretende fugir - Rosalie disse olhando para Bella que concordou com um aceno.

   - Eu estou ouvindo - Alice gritou para elas de algum lugar.

   - E quem disse que não era essa a intenção? - Bella também gritou e escutou um resmungo da Swan menor. 

   - É serio Tina, se você continuar assim vai ter um ataque e não acho que tenham hospitais por perto - Jacob se segurava para não rir da lobinha que estava largada no degrau da escada - Você também Samy.

   As duas estavam escoradas uma na outra de qualquer jeito, largadas no degrau da escadaria e se balançavam freneticamente devido aos risos. 

   - Não dá... para parar...- Tina ria desesperadamente.

   - Vou... morrer... - Samy mantinha as mãos pressionadas na barriga que pelo jeito já estava doendo. 

   - Tina, Samy, será que vocês poderiam nos escutar um minuto, é importante - Rosalie tentou chamar a atenção delas.

   - Claro... - Samy resmungou tentando parar de rir.

   Bella suspirou e no instante seguinte estava do lado delas. Cochichou algo no ouvido das duas que fez elas pararem de rir instantaneamente.

   Tina arregalou os olhos e olhou para Samy que estava estática.

   - Mas ela pensa que vai fugir? Mas não vai mesmo! - Samy levantou com os olhos brilhando de raiva.

   - Nem que tenhamos que cercar a mansão, fazer figia vinte e quatro horas, o que for preciso, mas ela vai ficar aqui até ele chegar - Tina levantou um dos punhos em confirmação as suas palavras. 

   - Vamos, não podemos perder tempo - Tina e Samy pularam por cima dos quileutes no pé da escadaria e saíram apressadas por onde Alice havia ido. Rosalie e Bella ainda trocaram olhares satisfeitos antes de segui-las.

   Os que ficaram ali - com exceção de Edward, Jasper e Emmett claro - ficaram sem saber o que havia acontecido.

   - Sou só eu ou esse lugar deixa a gente extremamente confuso? - Seth reclamou embora sua expressão mostrasse que ele estava se divertindo - Acontece uma coisa atrás da outra. Uma hora estão na gargalhada, depois bravas... não estou entendendo mais nada....

   - Não, não é só com você - Jared deu uns tapinhas de consolo das costas de Seth - Todos nós nos sentimos assim meu caro.

   - Tem que ter um raciocínio muito rápido pra conviver com essas mulheres - Embry reclamou.

   - Coisa que você não tem não é - Paul zombou - Aliás, onde aprendeu essa palavra? Raciocínio. Não parece algo que você use.

   - Ei - Embry exclamou indignado.

   - Vocês dois vão começar de novo - Sam alertou e os dois engoliram em seco e ficaram quietos.

   Emmett gargalhou.

   - Tem algo a ver com Zafrina estar querendo fugir.

   - Fugir? Fugir de que? - Quil perguntou confuso.

   - Do vampirão que está vindo - Emmett respondeu imediatamente.

   - Marcus? - Quil pareceu mais confuso ainda - Porque ela iria querer fugir do Marcus? Não foi ela mesmo que o defendeu antes? 

   Jasper deu de ombros.

   - Aparentemente tem algo a mais nessa história, algo que não sabemos.

   - E quando não tem? - Jacob perguntou desgostoso - Parece que sempre estamos de fora de uma informação muito relevante.

   Os risos foram inevitáveis.

   - Infelizmente tenho que concordar - Edward sorriu de lado.

   Os risos foram parando aos poucos até ficar um silêncio. Que não durou muito.

   - Estou ficando entediado novamente - Embry reclamou e todos riram quando ele saiu correndo de um Paul nervoso que corria atrás dele dizendo que não podia matá-lo dentro da casa, mas fora nada impedia.

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   Benjamim entrou no quarto como um furacão e fechou a porta com um forte chute. 

   - Me coloca no chão Benjamim! Agora! - Mari esperneava - o quanto podia devido à toalha - no ombro do vampiro. Socava as costas dele e tentava morder onde podia.

   Ele se virou e a jogou com tudo na cama dela. Mari não reclamou, nem pensou em reclamar na verdade. Ela era uma bola de fúria em forma humana. Mas Benjamim também não estava atrás. As presas dele estavam salientes mostrando que ele estava no auge da sua raiva.

   - Que droga você tinha na cabeça para sair usando somente uma toalha numa casa lotada de homens? - Benjamim quase gritou.

   Mari se ergueu e ficou em pé em cima da cama com as mãos na cintura. 

   - E o que você achou que eu faria quando não tivesse mais roupas, as quais você jogava fora, heim? Parece que não pensou tão longe, não é? 

   Benjamim sentiu uma leve onda de vergonha batendo nele, mas logo a raiva voltou a tomar lugar e ele franziu o cenho. 

   - Não, não pensei...

   - Claaaro que não pensou você nunca pensa mais ao longe! - ela desceu por um lado da cama, enquanto Benjamim lentamente a seguia, foi a vez de ele subir na cama, como se fizesse todos os passos da presa, que no momento parecia ser a Mari.

   - Olha só quem fala, não é? - ele desceu da cama atrás dela e ela deu a volta deixando o móvel entre eles.

   - Isso é para você aprender uma lição! Não faça isso de novo!

   - E se eu fizer? - Benjamim a desafiou.

   - Se fizer então da próxima vez não haverá uma toalha cobrindo meu corpo, eu vou sai por aí, totalmente nua! 

   Benjamim travou. Nua? Ela disse que estaria nua? 

   Mari sentiu o olhar de Benjamim flamejar sobre ela e no momento seguinte ela pulou por sobre a cama fugindo de Benjamim que tinha pulado em cima dela. 

   - Volte aqui! Vou te prender no quarto se necessário, mas ninguém além de mim vai ver você nua! 

   Mari ficou de todos os tons possíveis até assumir o roxo.

   - Seu pervertido, como se você já tivesse me visto nua! 

   - Mas pretendo ver um dia - ele desviou de um livro que ela jogou sobre ele.

   Mari engasgou de vergonha, foi a deixa que Benjamim esperava e no momento seguinte estava com ela presa em seus braços.

   - Me solta, seu pervertido! Me larga! - Mari esperneava e gritava. 

   Benjamim jogou-a na cama e colocou-se em cima dela, não dando a Mari nenhuma brecha por onde pudesse escapar. O que é claro não a impedia de tentar e continuar se movimentando como louca.

   O vampiro observou o leve tom avermelhado que tomava o rosto de Mari e sorriu interiormente. Há segundos atrás estava morrendo de raiva, mas vendo o quanto ela estava linda envergonhada e meio brava ainda, ele não conseguia sentir nada mais do que a enorme paixão que ela, e somente ela, acendia nele. 

   Mari o olhou nos olhos agora quase completamente dourados enquanto bufava indignada. Sentiu a raiva se esvaindo aos poucos enquanto ele aproximava seu rosto do dela. Ela sentiu seu cheiro, aquele que ela tecnicamente deveria odiar, mas que a atraia mais que qualquer coisa. 

   Benjamim lançou a ela um olhar presunçoso, como se soubesse o efeito que tinha sobre ela. Mari é claro que percebeu e não evitou a pontinha de indignação, vampiro presunçoso.

   Assim que ele se abaixou e colou a boca na dela, Mari fechou os lábios com força, decidida a não ceder.

   - Vai resistir, então? - Benjamim murmurou com seus lábios colados nos dela, viu que ela estreitou os olhos como se disesse "você não acha que eu sou burra de responder e assim abrir a boca, não é?", ele sorriu divertido - Tudo bem farei você ceder.

   Mari sentiu como se fogo corresse pelas veias quando Benjamim começou a distribuir beijos pelo rosto dela, inclusive pela boca firmemente fechada onde ele ainda mordiscou algumas vezes. Ele beijou-lhe o queixo e se dirigiu até a orelha dela onde sussurrou com a voz mais sexy que ele tinha. Impostor de uma figa, isso era golpe baixo! 

   - Vamos Mari... você não está mais brava comigo... - ele cheirou o pescoço dela e voltou - Desculpe por jogar suas roupas fora, eu simplesmente adoro te provocar, você fica linda irritada, sabia? - terminou de falar e deu uma mordida no lóbulo da orelha dela. 

   Mari sentiu as pernas amolecerem, ainda bem que ela estava deitada. Notou que seus lábios haviam se desgrudado e ela quase havia gemido. Puxou uma mão da dele e levou a boca a tampando.

   Benjamim segurou o riso pelos esforços dela e se dirigiu a outra orelha. 

   - Admita que quer me beijar também, assim como eu quero te beijar - ele mordeu aquele lóbulo também e viu-a fechar os olhos, a mão abafando o pequeno gemido. Ele se dirigiu ao pescoço dela onde começou a distribuir beijos também - Vamos, Mari... 

   Ele entrelaçou seus dedos com a da mão dela que ainda segurava e deu um beijo mais forte e mais demorado na base do pescoço dela que fez com que ela apertasse sua mão com força. Benjamim ergueu o rosto e encarou aqueles olhos castanhos com o prazer estampado neles como ele nunca havia visto. Sorriu de lado ainda mantendo o contato visual. Com a mão livre pegou levemente a mão dela que ela mantinha na boca e não se surpreendeu quando ela deixou-o beijar-lhe os dedos o olhando entorpecida. 

    Porém ela ainda mantinha os lábios fechados. Teimosa. A sua teimosa.

   - Eu estava com ciúmes... - ele disse levando ambas as mãos dela para seu próprio pescoço e as encaixando la, Mari entrelaços as mãos nos fios de cabelo dele - ... você é só minha...   

   Mari fechou os olhos quando ele baixou o rosto mais uma vez, mas ao invés de lhe beijar diretamente a boca ele beijou o cantinho dela demoradamente, as mãos dele seguravam-na fortemente pela cintura. Ela simplesmente resolveu mandar tudo pelos ares naquele momento. Quem resistiria aquele vampiro lindo lhe provocando, admitindo que ficou com ciúmes e ainda a proclamando dele tão possessivamente? 

   Benjamim sorriu de satisfação quando escutou o leve gemido de Mari e ela o puxou pela nuca para que virasse a cabeça e lhe beijasse diretamente a boca. 

   Assim que se separaram Mari ainda ficou com os olhos fechado por um tempo. 

   - Nunca mais faça isso.

   Benjamim ergueu uma sobrancelha.

   - O que? Lhe beijar? 

   - Não idiota, jogar minhas roupas fora - Mari abriu os olhou e o encarou agoniada - Sabe o quando eu vou sofrer nas mãos da Alice quando formos fazer compras? 

   Benjamim gargalhou.

   - Desculpe Mari, esqueci-me desse detalhe. Mas não pense nisso agora... - ele baixou o rosto e lhe depositou um beijo no pescoço novamente.

   - Benjamim... - ela gemeu e logo depois o socou levemente no ombro - Pode parar por ai, nós não vamos... não vamos... - ela ficou vermelha - Não é hoje que você vai me ver nua! 

   Ele gargalhou mais uma vez quando ela disse aquilo.

   - Isso é uma pena. Mas nada me impede de te provocar, provocar muito e quem sabe te fazer mudar de ideia. Mas se não mudar, ainda tenho você somente de toalha só para mim...

   Mari ficou vermelha de vergonha.

   - Seu vampiro pervertido! 

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   - Onde diabos ela está? Ninguém some assim do nada - Tina reclamou cansada - Alice, nenhuma visão dela? Nenhuminha? 

   Alice cruzou os braços totalmente contrariada. 

   - Não. Zafrina é ótima em fugir de mim. Maldita!

   As Swans junto com Tina e Mari se sentaram na escadaria da frente da mansão e observaram as árvores cobertas de neve.

   - Se Zafrina te ouvisse a chamando assim ela com certeza ficaria muito brava - Rosalie advertiu.

   - Ficaria mesmo, ou melhor, fiquei - uma voz pronunciou divertida e todas olharam para a janela que ficava a metros acima delas. Zafrina estava confortavelmente sentada no batente da janela com uma perna para fora e os braços atrás da cabeça.

   - Zafrina! - elas exclamaram indignadas por estarem procurando a vampira tão insistentemente e ao que parecia ela estava o tempo todo tão perto as observando.

   - Vocês já cansaram? Dessa vez nem deu tempo de ser divertido - Zafrina zombou rindo da cara de desgosto das meninas abaixo dela.

   - Desistiu da ideia idiota de fugir? - Alice ignorou a provocação e foi direto ao que queria saber.

   - Fique calma Alice - Zafrina a tranquilizou - Foi apenas um vislumbre de pensamento, nunca pretendi fugir de verdade, o que não significa que eu não tenha cogitado a ideia. Até porque vocês jamais deixariam que eu fizesse isso.

   - Então porque fugiu de nós? - Samy perguntou confusa.

   - Eu estava entediada - Zafrina revelou sem vergonha alguma. 

   - Ora sua... - Bella resmungou, mas mantinha um sorriso no rosto - Esteve o tempo todo perto de nós? 

   - Claro nenhum "caçador" espera que a "caça" esteja tão perto dele - Zafrina riu da própria comparação - Foi realmente divertido, aliás, o que te fez pensar Tina que eu me esconderia dentro da geladeira? 

   Tina corou até as raízes dos cabelos enquanto as outras riam da lembrança de Tina procurando por Zafrina dentro da geladeira e dos armários da cozinha. Tina emburrou e cruzou os braços se recusando a falar qualquer coisa.

   - Como escondeu seu cheiro? - Samy perguntou tentando livrar a companheira do foco.

   - Segredo - Zafrina piscou para elas - Tenho mais truques do que podem imaginar, não vou revelar aqui e agora, sinto que ainda terei que me esconder muito de vocês. 

   - Bem, não sendo agora - Alice bateu palminhas feliz - Afinal, Marcus está chegan...

   - Minha nossa, olha a hora! - Zafrina a interrompeu e todas olharam para ela confusas. A vampira sorriu perversamente - É hora de eu ir, tenho um compromisso inadiável e não sei se chagarei a tempo de ver o grande mestre dos vampiros!

   - Essa frase foi recheada de sarcasmo até demais - Tina murmurou para Samy que concordou com um aceno.

   - Zafrina, não se atreva a continuar se esconden... - Rosali começou a ameaçar, mas não pode terminar.

  - Até mais meninas! - Zafrina disse maldosamente e ainda acenou com a mão antes de desaparecer janela adentro. 

   - Zafrina! - Todas gritaram indignadas. 

   - Quantos anos ela tem mesmo? Ela não deveria ser a mais madura de todas nós? - Alice cruzou os braços fervendo de raiva.

   - Fique calma Alice - Bella riu do nervosismo da irmã - Zafrina já deixou claro que não vai fugir, ela estará aqui quando Marcos chegar, não se preocupe.

   - Eu sei que ela estará - Alice rolou os olhos frustrada - O problema é que se ela continuar fugindo eu não poderei força-la a usar o modelo que preparei exatamente para o encontro dela com Marcus! 

   Rosali, Bella, Tina e Samy tocaram olhares confidentes antes de Rosalie sorrir.

   - Agora entendo porque Zafrina está fugindo, como sempre ela antecipou os passos da Alice.

   - Tenho que confessar que agora até me sinto tentada a ajudá-la a fugir - Samy brincou e todas concordaram.

   - O que vocês estão querendo insinuar com isso? - Alice estreitou os olhos para elas - Eu tenho modelitos preparados para todas vo...

   - Nossa, olha só a hora! Tenho que ir Alice! - Samy a interrompeu e saiu correndo, Bella, Rosalie e Tina a seguiram.

   - Mas o que... - Alice arregalou os olhos antes de começar a correr atrás delas - Voltem já aqui! 

   

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   - Achei que estivesse muito ocupada procurando Zafrina? - Edward indagou com um sorriso provocativo que fez Bella gargalhar.

   - Zafrina está fugindo por um bom motivo, não desejo a ninguém o que Alice está planejando para ela. Apesar de ainda não entender porque Alice insiste nisso, ela sabe que só vai ficar frustrada, Zafrina nunca usa as roupas que ela manda.

   Edward foi quem gargalhou dessa fez. 

   - Eu imagino como Alice deve ficar. 

   - Extremamente brava - Bella confirmou com um sorriso e Edward apertou a mão com que ela o guiava - Bem, é aqui - Bella disse parando.

   Edward olhou a sua volta e só depois fitou as sepulturas dos pais de Bella. 

   Ela se ajoelhou em frente à sepultura dos pais e fechou os olhos por alguns minutos. Edward respeitou aquele momento.

   - Eu passei muito tempo sem conseguir vir aqui - ela começou a falar, os olhos ainda fechado, a voz quase num sussurro - A culpa me consumiu por muito tempo, eu achava que não teria coragem de encarar o túmulo daqueles que eu tanto amei e que tanto me amaram também. Temia desmoronar de alguma maneira quando encarasse a realidade de que nunca mais os veria. 

   Edward não disse nada quando ela fez uma pausa e abria os olhos para encarar diretamente os nomes dos pais gravados no mármore.

   - Incrivelmente foi mais fácil do que eu imaginei, não que eu seja insensível, mas na verdade Alice e Rosalie ajudaram bastante a aplacar a dor, elas me prepararam bastante para o "impacto", mas quem foi fundamental foi Zafrina. Eu podia ser a filha deles, mas Zafrina... bem, era Zafrina, ela sempre sabe mais do que aparenta e acaba ajudando mais do que esperamos. Ela sabe mais como lidar com um Vanderskein do que um próprio Vanderskein - terminou com uma risada singela.

   Bella se levantou calmamente e deu a mão para Edward.

   - Olá mamãe, papai... vim fazer uma visita e apresentar o Edward. Parece que finalmente achei alguém.

   Edward sorriu torto e abraçou-a, depositando um beijo na bochecha dela. 

   - Senhor e senhora Vanderskein, é um imenso prazer - Edward sussurrou sem soltar Bella - Tenho muito que agradecê-los por colocarem no mundo a razão da minha existência. Prometo cuidar muito bem dela. 

   Uma leve brisa passou por eles quando Edward virou Bella de frente para ele e a beijou apaixonadamente. 

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   - Alice, pela milésima vez, você quer fazer o favor de se acalmar - Rosalie falou pra ela irritada vendo Alice andar de um lado pro outro.

   - Vou me acalmar quando ver Zafina aqui - Alice disse sem nem mesmo olhar para a irmã.

   Rosalie rosnou contrariada e Emmett se segurou para não rir. 

   - Ela está me deixando zonzo - Jacob murmurou para Sam, mas engoliu em seco quando Alice lançou um olhar irritado para ele.

   Estavam todos reunidos na frente da mansão para a tão esperada chegada de Marcus Volturi. Alice tinha visto que ele chegaria naquela manhã e havia invadido todos os quartos sem exceção acordando a todos e armando o maior estardalhaço dizendo que queria tudo perfeito. 

   Agora ali estavam todos. Todos menos Zafrina. O que estava deixando Alice num estado de nervos muito perigoso. 

   - Você não pode fazer nada mano? - Emmett perguntou para Jasper que suspirou cansado.

   - E você acha que eu já não tentei? Não adianta, nada está acalmando ela nesse momento.

   Alice de repente parou e depois de segundos se virou na direção do portão. 

   - Eles chegaram! - exclamou animada antes de fechar a cara mais uma vez - Onde está aquela vampira...

   - Alice - Bella a interrompeu antes que ela falasse algo que ela sabia que Zafrina não gostasse, como se estivesse insultando a mãe delas.

   Alice mostrou a língua para a irmã no mesmo momento em que todos divisavam figuras encapuzadas se aproximando rapidamente. 

   Todos se puseram em pé, o nervosismo tomando conta de alguns.

   Era um pequeno grupo de cinco, a figura do meio vinha com um manto extremamente preto o que denunciava de quem se tratava. 

   Assim que eles se aproximaram e pararam em frente ao contingente de Cullens, Swans e Quileutes, o silêncio reinou. 

   Bella ergueu uma sobrancelha desconfiada, Rosalie e Alice também estavam um pouco confusas. 

   "Não achei que Marcus traria ele aqui?" Alice comentou.

   "Nenhuma de nós imaginou" Rosalie disse desgostosa.

   "Vamos confiar em Marcus" Bella decretou, mas notava-se que também não havia gostado muito dele ali. 

   Marcus bem devagar tirou o capuz e fitou as Swans calmamente, depois de alguns segundos abriu um pequeno sorriso.

   - Fico feliz em vê-las bem - o timbre dele era grosso e baixo, hipnotizante até, incrível como uma mudança drástica às vezes pode mudar uma pessoa para melhor. Ele em nada lembrava o ser apático de antes. 

   Bella e Rosalie sorriram e deram um passo a frente, porém um furacão chamado Alice passou correndo por elas e se adiantou até a frente de Marcus. O ato foi tão inesperado que as quatro figuras que estavam com Marcus se sobresaltaram. Marcus rapidamente levantou a mão os impedindo de fazer qualquer coisa.

   - Olá Marcus, estamos muito felizes pela sua visita - ela quicava na frente dele com um enorme sorriso no rosto.

   Marcus sorriu de volta.

   - Estou feliz por estar aqui também - ele respondeu e sorriu para Bella e Rosalie quando elas se aproximaram. Ele passou os olhos pelas pessoas que ali estavam e não pode evitar franzir levemente o cenho.

   - Está procurando alguém Marcus? - Rosalie sussurrou para que só eles ouvissem.

   Marcus olhou surpreso para ela, mas logo sorriu.

   - Não sei se compensa gastar meu tempo negando, sinto que não posso esconder nada de vocês.

   As três riram e concordaram. 

   Marcus notou que os olhos de Bella rapidamente passaram pela figura que estava a sua direita. Ele colocou uma mão no ombro dela. 

   - Não se preocupe - ele garantiu a ela - Conversamos melhor depois e eu lhes explicarei tudo. 

   Bella assentiu e Marcus fez um movimento para que as figuras tirassem seus capuzes. Eram todos três homens e uma única mulher. Havia dois loiros praticamente idênticos, praticamente não, eles eram idênticos. Ambos loiros, mas um mantinha o cabelo na altura dos ombros, solto, enquanto o do outro era um pouco mais comprido e ficava amarrado num pequeno rabo de cavalo de uns vinte centímetros. As franjas lhes caiam nos olhos incrivelmente vermelhos insistentemente. Um parecia claramente divertido com a situação, já o outro parecia entediado.

   A mulher do grupo era morena, de cabelos lisos e retos que batiam na cintura. Estava com uma cara de esnobe, seus olhos vermelhos passavam pelas pessoas como se ela fosse a melhor vampira daquele lugar.

   O último era Alec. E era o que preocupava as Swans. Com a morte de Jane elas não imaginavam que algum dia o veriam novamente. Mas Marcus havia o trazido e ele não parecia nem preocupado, nem com raiva. Estava ilegível na realidade. Impossível de saber o que ele realmente achava da situação.

   - Esses são Lucius e Leone - Marcus apontou para os que pareciam ser gêmeos - Essa é Zahra e Alec vocês já conhecem.

   Bella, Alice e Rosalie acenaram levemente para as figuras embora estivessem sérias. Marcus abriu a boca para acalmá-las, mas algo atrás delas fez com que ele parasse e esquecesse totalmente o que ia dizer.

   As Swans se viraram e sorriram abertamente quando viram Zafrina surgir pela porta da mansão. Ela estava com uma calça jeans clara e uma blusinha simples branca que aparecia pela abertura do moletom vermelho. Os cabelos negros estavam amarrados num rabo de cavalo bem alto e ela tinha um sorriso presunçoso no rosto.

   Ela andou e parou entre Mari e Tina.

   - Olá, Marcus - ela sorriu confiante.

   As coisas ali iam voltar a ficar muito agitadas.


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Notas finais do capítulo

HEEEEEEEEYYYYYY GALERA!!! ESTOU AQUI!!! O/
Beeem, em primeiro lugar as desculpas (estou ficando otima nisso, pois estou atrasando mais do que deveria, infelizmente)! Eu havia prometido que o capitulo sairia uma semana depois do último postado, porém não consegui cumprir, sinto muito mesmo, de verdade. Espero que me perdoem e não tenham me abandonado! o/
Sobre o motivo da demora (porque eu acho que vocês merecem muito uma total explicação) foi simplesmente criatividade. Eu reescrevi o cap umas 5 vezes no começo e não gostava de nenhum jeito, ia rolar uma briga monstruosa entre Mari e Benjamim que também não me agradou... enfim, tudo que eu escrevia não me agradava... já estava entrando num desespero nível master! Até fiz maratona Crepúsculo pra ver se ajudava! Então eu dei um tempo, parei de tentar... e um tempo depois, acho que quando parei de me pressionar, eu consegui o/
Agora eu tenho uma beta (linda, maravilhosa), a Aline Thiel! Ela já me passou esse cap pra eu postar a diaaas atrás, mas eu queria postar o bônus junto (SIM, TERÁ UM BÔNUS PRA COMPENSAR A DEMORA!) Porém ainda falta o finalzinho do bônus, então só vou conseguir mandar para ela provavelmente mais para o final da semana >.
Como acabei de dizer, vai ter um bônus para compensar a demora o/ Já adianto aos curiosos que ele será sobre Mary e Benjamim, como eles se conheceram, como foi o imprinting, Mary tentando fugir dele, enfim, por ai! kkkkk
Você notaram que coloquei uma galera ai junto com o Marcus, não é? Eles com certeza vão fazer aquela mansão tremer! kkk Ia adiantar algumas coisas, mas vou deixar vocês na curiosidade! kkk
Marcus chegou! E agora heim, Zafrina? kkk
Recebi várias recomendações! FIQUEI TIPO MEGA, MASTER, PLUS FELIZ E SALTITANTE!!! *-* Pretendo falar sobre elas individualmente nos agradecimentos depois do cap final, que por acaso será depois do bônus :S Sim gente, teremos o bônus e só mais um :S
Comemorem ou fiquem tristes, eu quero acreditar que vão ficar tristes! kkkkk
Por favor, espero de verdade que não tenham me abandonado (apesar de terem todo o direito para isso :S), mil desculpas mais uma vez e me mandem uma review! Elas me deixam tão feliz que me motivam de um jeito que vocês nem imaginam! >.
Beijos e Abraços com carinho da Jess o/