As Relíquias escrita por Jessica Hyuuga


Capítulo 19
Capítulo 19 - Sofrendo e Desvendando


Notas iniciais do capítulo

Amores do meu coração!!!
Aew está o capitulo!!! Explicações no fim, leiam por favorzinho!!!
Adivinhem a novidade? Eu reviseeeei!!! Huahuaha...mas só porque tinha que revisar as dicas e...opa! Leiam, no fim explico melhor!
Huahuahhaa
Sorry!
Personagens...vocês já saem isso!
Vamos lá



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   Era brincadeira, não era? Algum tipo de piada? Algo feito para enganar os Volturi. Logo elas sairiam das chamas...logo...

   Um logo que não aconteceu.

   Assim que o grito de Aro foi silenciado, todos esperaram com um fio de esperança que as três Swans surgissem novamente ou ao menos pedissem ajuda.

   Depois de longos minutos em que nada além do crepitar das chamas podia ser ouvido, Edward, Jasper e Emmett – ainda imobilizados por Tina, Mari e Samy – apenas encaravam as labaredas alaranjadas em estado de choque. Diversos pensamentos passavam pela cabeça dos três, desde que era uma brincadeira a até que eles estavam tendo um pesadelo mesmo não podendo dormir.

   E realmente era um pesadelo. Real.

   - Não! Me larga! – Emmett gritou e num impulso sobrenatural arrancou Samy de cima de si com uma força mais do que necessária. O que fez com que ela fosse arremessada alguns metros e batesse numa imensa árvore.

   Num momento de insanidade, Edward e Jasper fizeram o mesmo com Tina e Mari. As duas voaram em direções diferentes e ao caírem no chão soltaram dois uivos baixinhos em sinal de dor.

   - A culpa é sua! – Edward acusou Mari que ainda estava com o focinho meio enterrado nas folhas. Ele rosnou incontrolado – Se vocês não tivessem nos segurado isso não teria acontecido. Nós poderíamos ter dado um jeito.

   “Teria acontecido de qualquer forma” Tina pensou fracamente “Quando elas colocam algo na cabeça nada as faz mudar de idéia.”

   Edward rosnou mais forte. Assim como Jasper e Emmett.

   - Parem com isso – Esme pediu alarmada. Mas foi em vão.

   - Vocês nunca mudaram não é mesmo? Vocês continuaram as odiando mesmo depois de tudo, vocês queriam que elas morressem! – Jasper gritou enquanto fechava os punhos fortemente.

   Se ele parassem por uns segundos, sentiriam a incalculável tristeza que as três sentiam naquele momento. Tina, Mari e Samy, ao contrário do que todos esperavam delas, nada fizeram, nem ao menos se levantaram do chão. Continuaram com os focinhos entre as patas e silenciosas, apenas escutando as acusações dos três Cullens.

   Mas toda a alcatéia sentiu. Mas infelizmente era tarde demais, pois antes, mesmo que não querendo eles sentiram certa desconfiança delas e elas é claro notaram isso por estarem em forma de lobas.

   "Vocês também? É isso o que acham então?" Mari murmurou baixinho.

   "Não! Meninas, não é isso, é que..." Embry tentava explicar desesperadamente, mas foi cortado por um choramingo de Tina que tentava se levantar.

   Jared deu alguns passos com as grandes patas na direção dela mas foi interrompido.

   "Fique longe!" Tina disse terminando de se levantar sozinha.

   "Mas..." Jacob tentou questionar mas parou ao sentir a decepção delas. Mari e Samy fizeram o mesmo esforço e se juntaram a Tina.

   "A confiança de vocês em nós... é comovente..." Samy disse sarcástica.

   - Confiança? - Edward rosnou indignado - Vocês são umas hipócritas!

   - Edward! - Carlisle censurou-o.

   Samy uivou espantando a todos.

   "Você não é tão atento quanto pensávamos, leitor de mentes. Espero que briguem com você depois." ela disse e logo depois dobrou as patas e saiu em disparada, sendo seguida por Tina e Mari.

   "Não, esperem!" Seth pediu mas foi ignorado pelas três. Elas corriam rapidamente e pelo jeito sem rumo algum. "Pra onde vão?"

   "O mais longe possível de qualquer Cullen ou quileute" Mari respondeu e as três se calaram novamente, não respondendo a mais nada que a alcatéia perguntava.

   Eles só podiam esperá-las parar. Elas estavam cansadas e por isso não poderia ir muito longe? Ou poderiam?

   Assim que elas se foram, ninguem falou mais nada novamente. Esme abraçou fortemente Carlisle.

   Os restantes dos Volturi juntamente com suas testemunhas ainda estavam presentes e encaravam o imenso fogo que exalava uma fumaça negra que subia muito alto nos céus. Caius e Marcus que estavam a frente pareciam pela primeira vez em décadas muito abalados.

   - Aro era um traidor afinal de contas – Caius sussurrou- Todos esses anos e nosso próprio irmão só planejava nossa ruína.

   - E isso nos custou um dos nossos e... três, não, quatro inocentes – Marcus continuou e depois de virou para as testemunhas – Agora que o elo maligno de nós foi eliminado continuaremos nossa tarefa de manter nosso mundo nas escuras, nada mudará, mas pagamos um preço alto por isso. Assim como prometemos antes, ninguém relará um dedo em um Cullen ou quileute.

   - Concordamos com isso, Marcus. Vocês não têm culpa de seu irmão ter caído na insanidade – uma das testemunhas, um homem de estatura média, cabelos castanho e que parecia não ter mais que dezessete anos falou – Mas e quanto ao vosso erro com as Swans? Perdemos quatro vampiras aparentemente inocentes, se pararmos para pensar, essas três últimas foram nossas salvadoras, já que ninguém mais poderia com Aro, Feliz, Demetri e Jane juntos. Se não fossem por elas, talvez Aro teria levado nosso mundo a ruína total e agora elas estão mortas.

   Marcus encarou Caius e esse pela primeira vez fez um aceno calmo para ele, deixando as palavras por conta dele. Marcus suspirou pesadamente.

   - Nosso erro foi excepcionalmente indesculpável, se tivesse alguma forma de nos desculparmos ou nos redimirmos com elas, nós o faríamos – ele disse firmemente – Voltaremos para Voltera e discutiremos o restante lá, mas que fique claro desde já que as Swans salvaram a todos nós.

   - Carlisle – Caius chamou baixo, mas audível – Informaremos vocês sobre nossas decisões. Vamos.

   Virou-se e todos começaram a segui-lo. Marcus ainda olhou para Carlisle.

   - Sentimos muito – foi tudo que ele falou antes de se juntar ao irmão e guiar a procissão de mantos cinza.

   Edward estava em pé, estático e os punhos fechados fortemente. Ele não havia escutado praticamente nada do que aqueles miseráveis dos Volturi haviam falado. Do que valiam eles reconhecerem que estavam errados agora que elas... estavam mortas?

   Ainda perdido em suas lamentações, Edward sentiu um pensamento em especial lhe chamando a atenção.

   “Você tem que ser forte, não faça nada impensado. Nem sempre as respostas estão no presente, mas sim no passado...ninguém nunca lhe disse isso antes?”

   Edward levantou a cabeça rapidamente e olhou para as costas de Marcus. Porque ele teria lhe dito aquilo? Qual era o motivo? Do que lhe importava o que ele faria com a sua existência dali em diante?

   Ninguém se atreveu a falar mais nada, na verdade, ninguém sabia o que dizer.

    - Diga que não é verdade? - Esme pediu baixinho em determinado momento.

   Carlisle suspirou.

   - Vamos embora.

   - Eu não vou - Emmett declarou convicto encarando as chamas.

   Para o espanto de todos, foi Edward quem respondeu a ele.

   - Nem pense nisso, Emmett. Bella uma vez...me fez prometer que se algo acontecesse a ela eu não faria nenhuma loucura e tenho certeza que Rosalie deve ter dito o mesmo a você assim com Alice a Jasper. Se tentássemos nos matar também, além de quebrarmos o que prometemos, o sacrifício delas terá sido em vão. Embora seja uma idéia muito tentadora, vou fazer manter a última coisa que Bella morreu para proteger, minha existência.

   Jasper e Emmett abaixaram a cabeça, desconsolados, depois desmoronaram. Primeiro foi Emmett e em seguida Jasper. Ambos caíram de joelhos no chão e levaram o rosto as mãos. Edward se manteve firme por pouco tempo mais, até que a dor o dominou também.

   Para Esme e Carlisle, vê-los daquele jeito era pior do que morrer, mil vezes pior. Os quileutes oscilavam entre a pena e a preocupação com as três lobas que ainda corriam em disparada.

   "Talvez seja melhor você manda-las parar, Sam" Quil observou temeroso "Digo, mandar com a voz do alfa."  

   "Talvez" Sam concordou a contra gosto.

   Infelizmente, porém, as três deviam ter escutado aquela idéia, pois antes que Sam pudesse falar qualquer outra coisa, elas se transmutaram de volta, cortando toda e qualquer ligação entre eles.

   "Droga" Jacob esbravejou "O que foi que fizemos?"

   Aos poucos eles foram se dispersando, primeiros os quileutes, depois Carlisle e Esme até restarem apenas os três Cullens mais jovens.

   Ainda ajoelhados, eles olhavam o que um dia tinha sido um imenso fogaréu e agora era somente cinzas.

   Escureceu e eles não tinham a menor idéia de quando tempo haviam ficado ali, Edward foi o primeiro a tomar coragem e se levantar.

   "Aonde vai?" Jasper pensou sem forças para pronunciar as palavras em voz alta.

   Edward suspirou e colocou a mão no rosto tampando os olhos.

   - Vou fazer a última coisa que ela pediu, cuidar do violino delas. Ficar aqui... não vai adiantar nada, ela...não está mais aqui...

   Emmett suspirou e se levantou em seguida. Jasper demorou um pouco mais mas os irmão foram pacientes e respeitaram o ritmos dele.

   O trio lado a lado se virou lentamente, com uma dor imensa no coração. Agora realmente morto. Morto junto com elas.

   Num momento súbito, Jasper se virou novamente e andou até as cinzas que se estendiam por metros, se abaixou e passou um dedo nela.

   - Eu vou amar você para sempre...Alice - ele sussurrou com a voz entrecortada.

   Emmett e Edward imitaram o gesto de Jasper e sem mais nem menos saíram correndo daquele lugar, onde não pretendiam voltar nunca mais.

 

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   Em La Push o problema ia bem mais além da dor da perda das três vampiras que todos haviam aprendido a conviver e respeitar.

   Tina, Mari e Samy não haviam voltado e nem se transmutado novamente.

   O conselho estava prestes a entrar em reunião, primeiro para decidir se esperariam um pouco mais para procurá-las ou se iriam imediatamente e segundo para decidirem que homenagem fariam as irmãs Swans.

   Era um costume da tribo quando algum guerreiro morria em batalha lhe prestar uma homenagem, claro que para a grande maioria aquilo era somente história e já tinha deixado de acontecer a muitos anos junto com as batalhas, mas entre os lobos isso ainda era bem presente.

   E era isso que decidiriam em instantes.

   - Acha...acha que elas estão muito...magoadas conosco? - Quil murmurou jogado no sofá da casa de Emily assim como todos os outros menos Sam e Jacob que acompanhavam a reunião.

   - Se não estivessem já teriam voltado - Jared respondeu com um braço tapando seus olhos.

   - Tem razão... - Embry concordou - Me sinto péssimo...

   - Todos nós nos sentimos assim - Leah completou com metade do rosto enfiado numa almofada.

   - Sam e Jacob ainda não voltaram? - Seth perguntou baixo.

   Como que ecoando as palavras dele, a porta da sala foi aberta com imensa brusquidão dando vista a um Jacob transtornado.

   - Eu não acredito nisso! - ele esbravejava e xingava imensos palavrões enquanto entrava e começava a andar de um lado para outro.

   - O que houve? - Paul perguntou alarmado.

   -  O que houve... - Jacob rosnou - ...foi que não nos deixaram procurá-las!

   - O que? - Emily perguntou incrédula.

   - Foi isso mesmo - Sam apareceu na porta, sua expressão não estava nada feliz também embora não chegasse às proporções de Jacob - O conselho nos proibiu de procurar por Samy, Tina e Mari até termos certeza que os Volturi deixaram Forks ou as cidades vizinhas.

   - Mas sabe-se lá quanto tempo isso pode durar e se demorar demais vamos perder os rastros delas! - Embry disse indignado.

   Jacob deu um soco na parede que estremeceu levemente no local.

   - Malditos velhos babacas! Eles dizem isso porque não foram eles que as decepcionaram!

   - Nós vamos cumprir a ordem, Sam? Sabe que se realmente quisermos ir o conselho não poderá nos impedir e muito menos nos punir depois, já que eles não têm nenhuma espécie de "ordem alfa" com eles, a única coisa que faz com que sigamos o que pedem é o nosso respeito por eles- Quil perguntou esperançoso.

   Sam suspirou cansado e olhou para fora aonde a noite ia alta. Já deviam ser quase cinco da manhã.

   - Odeio admitir, mas eles têm um pouco de razão, não podemos relaxar até ter certeza de que os Volturi foram embora.

   - Mas... - Leah começou indignada, porém Sam a interrompeu.

   - Esperaremos até a noite de amanha, se elas não voltarem nós iremos atrás delas o conselho querendo ou não - decretou e todos acenaram afirmativamente.

 

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    Emmett, Jasper e Edward entraram na mansão Cullen parecendo apenas o pó do que eram dias atrás.

   Os três subiram as escadas silenciosamente e pararam em frente ao quarto que era de Bella. Hesitaram por um momento, mas por fim, Emmett estendeu a mão e girou a maçaneta.

   O quarto estava na penumbra, pela janela de vidro se via as árvores mexendo devido ao vento do lado de fora e a lua quase dando adeus novamente. A cama em perfeito estado e o guarda-roupa incrivelmente com uma porta aberta. Ao lado da cama, em cima da mesa que antes estava no quarto de Edward, o violino descansava imperturbável sem saber que havia acabado de perder as pessoas para que ele era mais importante.

   Eles viram a caixa onde ele era guardado aberta ao lado e o brasão Swan fortemente gravado em sua lateral era como um lembrete de que eles agora nunca mais veriam aquelas que ostentavam aquela marca.

   Edward deu dois passos e alcançou o instrumento, ergueu a mão mas não foi capaz de tocá-lo.

   - Não consigo... - murmurou - ...não consigo tocá-lo! Parece que estou sendo infiel assim, parece que estou aceitando a morte dela de bom grado...

   - Foi o que ela te pediu, Edward - Jasper também murmurou - Alice... não me pediu nada, queria que o tivesse feito para pelo menos eu saber que caminho seguir agora...

   - Porque? Porque elas tiveram que fazer isso? - Emmett perguntou com a voz torturada - Tinha que ter outro jeito!

   - Encaremos - Edward voltou a falar - No fundo, sempre soubemos que se elas tivessem essa idéia nada as faria mudar de idéia.

   Finalmente ele voltou a estender a mão e passou primeiramente um dedo pelo stradivarius. Sentiu um choque de tristeza o invadindo. Fechou delicadamente a mão sobre o instrumento e tirando-o do suporte apertou-o levemente no peito.

   Fechou os olhos, sentindo-os arder no jeito vampiresco de chorar. Caiu de joelhos ainda naquela posição e soluçou. Sentiu Jasper juntar-se a si e depois Emmett.

   Tudo que eles tinham agora, era a dor da perda. Somente aquilo e as lembranças.

 

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   - O que faremos agora? - Esme perguntou.

   Ela e Carlisle estavam no quarto deles e ambos se abraçavam já relativamente mais calmos.

   - Sinceramente? Não sei - Carlisle respondeu - Tudo que podemos fazer é ajudá-los a superar.

   - Acha que isso é possível? - Esme insistiu tristemente.

   - Quero acreditar que sim - foi tudo que ele conseguiu dizer.

 

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   O dia seguinte foi melancólico para todos.

   Edward, Jasper e Emmett permaneceram o tempo todo fechados no quarto de Bella com o violino. Esme e Carlisle permaneceram na casa preocupados com os filhos e os quileutes rezando para que as três lobinhas voltassem.

   Mas elas não voltaram.

   Naquele entardecer a alcatéia se reuniu nervosa.

   - Nós vamos atrás delas, não é? - Seth perguntou rapidamente.

   - Vamos - Sam confirmou - Elas são parte da nossa família, parte de nós e nós as desapontamos... cabe a nós traze-las de volta.

   - Quando vamos? - Leah perguntou.

   - Daqui a vinte minutos - Sam voltou a responder - Se alguém tiver que fazer alguma coisa é bom que a faça rápido, porque quando der a hora eu não vou perder nenhum minuto sequer.

   - Ok - todos responderam.

   Quando partiram minutos mais tarde, foram até a clareira onde havia acontecia do a batalha para pegar o rastro delas. Um grande pedaço ainda estava resumido a cinzas denunciando o grande incêndio que havia tido ali. Involuntariamente todos entristeceram e pensaram nos Cullens de quem ainda não haviam tido noticias.

   "E se eles fizerem alguma bobagem?" Paul perguntou preocupado com os amigos vampiros.

   "Então nos teremos que impedi-los" foi Jared quem respondeu.

   "Não acho que eles irão fazer algo assim, embora deva ser muito tentador para eles" Jacob disse "Eles vão entender que fazendo isso todo o esforço delas terá sido em vão."

   "Espero que entendam mesmo" Quil murmurou desconfiado.

   "Achei o cheiro delas" Embry disse eufórico.

   Os lobos saíram em disparada para onde o cheiro ia. O rastro ja estava consideravelmente fraco, então todos tinham que se concentrar parar não o perderem.

   Depois de alguns poucos quilômetros, quando chegaram na beira da estrada quase na saída de Forks eles pararam abruptamente.

   "Impossível!" Jacob sussurrou cheirando todos os cantos.

   "O cheiro delas... desaparece aqui!" Leah concluiu incrédula.

   "Como isso é possível?" Embry perguntou sem entender nada como todos os outros "Eu sei que com agua o rastro praticamente se perde, mas assim do nada, numa estrada... não há como..."

   Para o assombro de todos, Sam soltou um uivo que demonstrava uma mistura de raiva e culpa.

   "Vamos nos separar" ele disse "Para todos os lados. Nós temos que achar algum vestígio delas. Elas não podem ter sumido assim do nada."

   Mas infelizmente, quando eles voltaram para a reserva já de madrugada, nada tinha mudado. Eles voltaram sem pistas e sem as lobinhas.

 

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   Jasper, Emmett e Edward ouviram um uivo que reconheceram ser de Sam. O som estava baixo, o que significava que ele deveria estar muito longe.

   - O que será que aconteceu? - Emmett perguntou sem animo algum.

   - Não tenho idéia... - Jasper murmurou com a cabeça enterrada nos braços que estavam encostados na mesa onde era para estar o violino.

   Edward nem se dignou a se pronunciar. Estava jogado na cama de Bella assim como Emmett e entre eles estava o violino guardado na caixa.

   Escutaram uma batida leve e hesitante na porta.

   - Meninos? - reconheceram a voz de Esme - Vocês estão bem? Querem alguma coisa? Conversar?

   Nenhum deles respondeu.

   Esme do lado de fora suspirou e sentiu Carlisle se aproximar. Olhou para ele com os olhos ardendo e se odiou por não poder chorar. Fez um aceno negativo para Carlisle e os dois saíram dali desanimados.

   Dentro do quarto eles escutaram os passos deles se distanciando e se sentiram culpados.

   - Nós os estamos fazendo sofrer... - Emmett comentou.

   - Não há como evitar... - Edward se pronunciou pela primeira vez -... a única pessoa com quem eu queria conversar no momento... é aquela que eu não vou ver nunca mais...

 

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   - Não sabemos mais o que fazer, Sam - Esme choramingou o mais baixo que pode para que os Cullens mais novos não escutassem - Já faz quase duas semanas e eles não melhoram. Não saem daquele quarto onde está o violino para nada. Desde aquele dia eles nem ao menos se alimentaram... estou... desesperada...

   Carlisle passou um braço em torno de Esme e olhou para Sam como que pede desculpas. Este respondeu com um aceno de cabeça como quem entende exatamente pelo que eles estão passando.

   O trio estava reunido na cozinha da mansão Cullen. Sam havia finalmente conseguido uma brexa entre as infindáveis reuniões do conselho e tinha ido ver como estavam os amigos.

   Infelizmente as noticias não eram nada boas.

   - Não se preocupe, Esme - Sam respondeu o mais gentilmente que pode - Eles vão sair de lá assim que se sentiram prontos.

   - Tenho medo que eles façam alguma loucura - ela confidenciou.

   - Eles não fariam isso. Não desrespeitariam a memória delas assim - Sam insistiu.

   - E ficar naquele quarto daquele jeito não é o mesmo que morrer? - Carlisle perguntou desanimado - Acha que elas deram a vida delas para que eles passarem o resto da deles daquele jeito? Acha que é isso que elas queriam?

   Sam ficou sem palavras. Mas infelizmente não sabia mais o que dizer.

   - Desculpe, Sam - Carlisle se apressou em completar - Não quis ser rude, mas é que... Esme e eu realmente estamos meio abalados por não poder fazer nada. Até uma dispensa temporária do hospital eu pedi para o caso de ter que impedi-los de fazer alguma besteira.

   - Não se preocupe, Carlisle - Sam sorriu muido - Eu entendo. Bom, infelizmente eu tenho que ir. Mas se precisar de alguma coisa não hesite em me chamar, sim?

   - Muito obrigado - Carlisle e Esme se levantaram das cadeiras assim como Sam e apertaram-lhe a mão - Alguma noticia das meninas?

   Uma sombra pareceu passar pelos olhos de Sam.

   - Nenhuma.

   No andar superior, nenhum dos vampiros era capaz de ouvir nada, tanto pela melancolia quanto pelo volume da conversa. Mas Edward ainda tinha seu dom de ler mentes.

   Pela primeira vez em dois dias inteiros ele abriu os olhos e viu os irmãos largados no chão do quarto assim como ele.

   - Eles têm razão... - murmurou.

   - Sobre o que? - Jasper perguntou sem abrir os olhos e mexendo tão rápido os lábios que parecia que eles não haviam se movido um milímetro sequer.

   - Sobre nosso estado deplorável e... sobre o fato de que elas não deram suas vidas para que vivêssemos a nossa desse jeito...

   Emmett abriu os olhos lentamente.

   - Mas é tão difícil...

   - Talvez... se pensarmos bem... é uma falta de respeito com o ato delas - Jasper ia falando enquanto também abria os olhos - Confesso que todo esse tempo estive rezando para morrer de qualquer forma possível... é errado, eu sei...mas não pude evitar de fazer isso.

   - O que acham que elas fariam se soubessem que durante todas as horas desses dias nos passamos desse jeito? - Emmett perguntou.

   O vislumbre do primeiro sorriso apareceu em Edward.

   - Nos espancariam até a morte - respondeu e tanto Jasper quando Emmett não puderam evitar que um pequeno sorriso também tomasse conta de seus rostos.

   - É, acho que seria isso mesmo que elas fariam - Jasper comentou e lentamente levantou-se e encostou-se na cama.

   - É hora de superar e viver somente com as lembranças então? - Emmett perguntou novamente.

   Nenhum deles respondeu por longos minutos.

   Foi Edward mais uma vez que rompeu o silêncio.

   - Acho...que nunca vamos superar. Mas podemos ao menos tentar viver decentemente como elas desejavam.

   Todos olharam mais ume vez para o intocável instrumento que não havia sido retirado mais de dentro da caixa e nem de cima da cama. Entraram num acordo mutuo e decidiram que no dia seguinte dariam o melhor de si para continuarem com suas existência mas que naquele fim de dia continuariam ali, sentindo as três através do violino.

 

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   - Bom dia, mamãe - Esme derrubou a revista ao ouvir aquela voz soar atrás de si. Olhou vagarosamente para trás e sorriu como quem não acredita.

   Parados atrás dela, estavam Edward, Jasper e Emmett. Os três haviam trocado de roupa e embora seus semblante ainda estivessem muito abatidos, os três tinham um pequeno sorriso direcionado aquela que consideravam como mãe.

   Esme levantou-se num atimo e correu para abraçá-los. Os irmãos se sentiram extremamente culpados ao verem a mãe abraça-los e começar a soluçar.

   - Finalmente - ela murmurou.

   Carlisle escolheu aquele momento para entrar na sala e emocionou-se com a cena.

   Assim que os filhos notaram a presença dele ali, acenaram vergonhosamente com a cabeça.

   - Papai - disseram baixinho.

   O patriarca da família rapidamente atravessou a sala e deu um grande abraço em cada um deles separadamente. Depois os olhou com um grande sorriso no rosto.

   - Senti saudade - foi tudo que ele disse - Bem vindos de volta.

   - Ah, então finalmente resolveram sair daquele quarto? Nós viemos com a intenção de arrancá-los de lá a pontapés e mordidas, mas parece que infelizmente não será mais necessário.

   Escutaram a voz debochada vindo da porta e quando olharam deram de cara com Jacob e Seth. Ambos sem camisa o que denunciava que haviam vindo correndo em suas outras formas.

   - Duvido que consegui-se nos dar uma mordida sequer, Jacob - Emmett brincou embora sua voz não tivesse nem metade da alegria de antes.

   - Não sei não hein - Seth zombou - Nós somos bons na espreita.

   - Bem, vamos deixá-los a sós - Carlisle disse e tanto ele quando Esme saíram da sala.

   O quinteto se encarou, até que Jacob se adiantou e se jogou no sofá.

   - Você não se acha muito folgado, não? - Jasper perguntou divertido.

   - Não - Jacob respondeu simplesmente.

   - Não vai nos dar nem um abraço? - Emmett disse incrédulo.

   - Credo! Eu não! Desde quando vou querer abraçar homem, vampiro, ou sei la o que? - Jacob respondeu imediatamente desesperado.

   - Mas nós sofremos uma perda - Edward entrou na brincadeira.

   - E eu sinto muito por isso mas não vou abraçar homem nenhum, não.  - Jacob colocou as mãos atrás da cabeça folgadamente - Além do mais, isso de ficar recebendo abraços e pêsames toda hora não é um saco?

   Jasper balançou a cabeça sorrindo.

   - Você não tem jeito.

   - Sai pra lá - Seth murmurou e empurrou as pernas de Jacob para poder sentar no sofá tambem - Não liguem, sabem que ele é muito folgado e indiscreto. Além de ser irresponsável.

   Jacob bufou.

   - Irresponsável porque? - Emmett perguntou curioso.

   - Era para ele estar na reunião do conselho agora - Seth dedurou.

   - Aquelas coisas de conselho são para Sam, ele é o alfa não eu. Porque eu tenho que ir também? Aquilo é uma chatice! - Jacob reclamou.

   - Talvez porque você seja o segundo no comando? - Edward perguntou zombativo.

   - Droga de posto idiota - Jacob resmungou.

   Todos riram levemente da raiva dele.

   Depois os três Cullens ficaram quietos demais, o que não passou despercebido nem por Seth nem por Jacob.

   - Algo errado? - Seth perguntou.

   - Não...bem, sim - Jasper respondeu com um suspirou - Nós queríamos saber se, bem, poderiam pedir para Tina, Mari e Samy virem aqui ou avisar que vamos até a reserva. Nós...queremos nos desculpar com elas. Dissemos coisas sem fundamento a elas aquele dia.

   A cor pareceu sumir do rosto moreno dos dois quileutes e ambos tiveram as expressões tomadas por uma imensa tristeza.

   - Vocês não sabem? - Seth perguntou - Não, não devem saber já que saíram daquele quarto somente hoje.

   - Não sabemos de que? - Edward perguntou ficando um pouco nervoso.

   - Samy, Tina e Mari...estão desaparecidas desde aquele dia - Jacob respondeu abalado.

   Os Cullens arregalaram os olhos.

   - Desaparecidas? - Jasper repetiu incrédulo.

   - No dia seguinte do...bem, daquele dia - Jacob continuou - Seguimos os rastros delas para traze-las de volta, mas o cheiro delas simplesmente desapareceu e elas não nos deram nem um sinal de vida desde então.

   - Por isso Sam está sempre ocupado nas reuniões - Seth explicou - O conselho não sabe mais o que fazer. Mortas elas não estão, um lobo sente quando outro se foi mesmo ele não estando transformado, mas elas não se transmutaram mais para não nos dar pistas de onde elas estão. Não temos a menor idéia do que fazer e nem quando elas voltaram.

   - Isso se voltarem - Jacob completou.

   - Sentimos muito - Edward murmurou sentindo o peso da culpa em si - Acho que elas foram pelas coisas que falei e...sinto muito...

   - Não se preocupe, nós entendemos que vocês estavam num momento muito ruim naquela hora - Seth os tranqüilizou - Mas a culpa não é só de vocês, o problema foi que nós também desconfiamos delas. Foi imperdoável. Nós as magoamos e elas se foram, agora temos que remediar isso de algum jeito. O problema é que não sabemos como se não temos nem idéia de onde elas estão.

   - E elas lutaram tão bem - Jacob murmurou.

   - Que você tem, Seth? - Emmett perguntou vendo que esse havia feito uma careta involuntária com o comentário de Jacob.

   Seth se sobressaltou e pareceu envergonhado.

   - Eu? Nada? - respondeu apressado.

   - Você nunca foi um bom mentiroso, Seth - Jasper comentou - O que houve?

   - Bem - ele coçou a cabeça - É que...não quero fazer com que fiquem tristes.

   - Como assim? - Emmett perguntou confuso.

   - O que ele quer dizer, é se vocês conseguem falar nelas normalmente? - Jacob ajudou o amigo - Seth tem uma espécie de dúvida e envolve "aquele" dia, mas ele não quer que vocês se sintam mal.

   Os três ficaram em silêncio por um minuto.

   - Uma vez, elas nos disseram que o único modo de superar era encarar, nós vamos fazer isso também. - incrivelmente foi Emmett quem respondeu aquilo - Pode falar, Seth.

   Seth pareceu desconfiado um instante mas um aceno de Jacob o incentivou.

   - Bem, é que... vocês não acharam estranho? O modo como Mari, Samy e Tina atacaram Renata? Foi tão rápido, nem nós que lutamos a mais tempo que elas tivemos tempo de raciocinar direito... foi como...se elas já soubessem o que fazer...

   Edward franziu o cenho.

   - O que está querendo insinuar?

   - Não quero insinuar nada, mas isso realmente está me incomodando por dias - Seth esfregou os olhos fatigado - E não é só isso. Jasper... você pode sentir todos os sentimentos das pessoas, não é?

   - Basicamente, porque? - Jasper respondeu sem entender.

   - Bem... teve uma hora na luta... em que Alice gritou desesperada "Está dando errado" para Rosalie e Bella. Todos nós, lobos, ficamos apavorados com aquela afirmativa mesmo sem saber do que se tratava... menos Mari, Samy e Tina. Você se lembra de ter sentido isso também,  Jasper?

   Jasper suspirou se lembrando daquele dia. Naquela hora estava lutando com uns Volturi de baixo escalão enquanto as Swans cuidavam dos mais perigosos por assim dizer.

   Lembrou-se do momento que Seth descrevia. Jane tinha acabado de acertar Bella com seu poder que tecnicamente era para ter acertado Edward. Alice então se virava para Rosalie e gritava aquelas palavras. Sentiu o mesmo frio passar pela espinha como naquela hora.

   O que estaria dando errado?

   Forçou-se para tentar se recordar dos sentimentos de todos naquele momento. Eram tantos que chegavam a ser uma tortura para ele. Tina, Mari e Samy já haviam dado um fim na existência de Renata naquele momento, sabia disso pois elas agora brigavam com outros Volturis qualquer a uma distancia muito curta dele.

   - Realmente... - Jasper murmurou por fim - ... não me lembro muito bem, afinal era muita coisa num lugar só, mas me lembro do sentimento de desespero me atingir de todos os lados e vindo de todas as pessoas depois dessas palavras de Alice...menos de Samy, Mari e Tina...

   - Estranho - Jacob comentou pensativo.

   - O que isso quer dizer afinal? - Emmett indagou confuso.

   - Não sei...provavelmente nada - Seth que respondeu - Talvez só algo a mais para atrapalhar meus pensamentos.

   - Teremos que esperar para perguntar isso a elas quando elas voltarem - Edward comentou distraído olhando para a floresta pela imensa parede de vidro.

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   Jasper, Emmett, Jacob e Seth ainda estavam na sala enquanto Edward observava as árvores da varanda da casa. Pediu licença e saiu para pensar.

   Algo no que Seth tinha dito o estava incomodando.

   "Foi como... se elas já soubessem o que fazer."

   Aquela frase do quileute rodava pela mente dele.

   De repente, outras duas frases que o haviam incomodado muito naqueles dias em que estava no estado de semi-vivencia atacaram seus pensamentos como um raio.

   Primeiro a de Samy.

   "Você não é tão atento quanto pensávamos, leitor de mentes. Espero que briguem com você depois."

   O que ela queria dizer com aquilo? Porque ele tinha que ser atento? E mais importante... quem brigaria com ele depois?

   Logo em seguida foi a frase de Marcus Volturi.

    “Você tem que ser forte, não faça nada impensado. Nem sempre as respostas estão no presente, mas sim no passado...ninguém nunca lhe disse isso antes?”

   Mais duvidas ainda o assaltaram.

  Porque Marcus diria uma coisa com aquela para ele? Edward sabia que ele havia sido profundamente sincero em suas palavras o que o deixava mais confuso ainda.

   De repente algo atravessou sua mente.

   Uma lembrança que parecia tão distante como se tivesse sido a séculos.

 

"- Edward - Bella chamou de repente, um tom de voz mais baixo que o normal - Se eu te pedir uma coisa, uma única coisa, você promete não perguntar e só fazer o que estou pedindo?

   Edward se afastou dela e franziu o cenho. Viu-a suspirar e abrir os olhos para encará-lo. Os olhos pela primeira vez suplicantes.

   - Porque isso, Bella? - ele perguntou confuso.

   - Por favor, é tudo que te peço - ela implorou. Bella Swan implorando? Incrível.

   Edward, porém, viu a necessidade que ela tinha de que ele aceitasse. Como se muita coisa dependesse daquilo.

   - Prometo - disse por fim.

   - Obrigada - Bella sorriu e pegou o rosto dele entre as mãos - Agora, escute.

   Edward começava a ficar aflito.

   - Edward - Bella sussurrou - Eu preciso que você preste atenção nos detalhes. Por favor. Preciso que você perceba os detalhes. - ela disse veementemente.

   Edward franziu as sobrancelhas confuso.

   - Não estou entendendo, Bella...

   - Vai entender. Na hora certa vai entender - ela garantiu - Me promete? Promete que por mais ruins que as coisas estejam, por mais sem saída que pareçam, você não vai fazer uma loucura e vai se lembrar de olhar para trás e ver o que você não tinha percebido antes?

   - Bella...

   - Prometa! - ela usou toda a força dos olhos nele. Suplicantes, necessitados.

   - Eu prometo - Edward afirmou convicto.

   Bella suspirou e sorriu para ele. Puxou o rosto de Edward e encostou a testa dele na dela como estavam antes daquela conversa. Ele estranhou mas não perguntou."

 

 

   Tudo rodava em sua cabeça, as palavras de Marcus entrelaçando com as de Bella.

   "Nem sempre as respostas estão no presente, mas sim no passado... ninguém nunca lhe disse isso antes?"

   Haviam dito e...havia algo... que ele não estava percebendo...

   Mas o que?

   No instante seguinte entrou correndo na casa e parou na sala assustando os quatro que ali estavam.

   - Que aconteceu, Edward? - Jasper perguntou vendo o irmão que parecia aflito e de olhos arregalados, mas acima de tudo sentindo sua ansiedade e angustia.

   - Seth está certo... - ele murmurou - ... tem algo errado...algo estranho...

   Contou a reflexão que tinha acabado de ter e falou sobre as frases que o estavam atormentando. Todos ficaram surpresos especialmente com a frase do Volturi.

   - Não entendo - Jacob reclamou frustrado - Mesmo que elas tenham deixado pistas ou sei lá o que, qual seria o fundamento nisso? Digo, se elas sabiam que...bem, não sobreviveriam, então porque?

   - Pistas? - Edward repetiu com um brilho repentino no ar - Incrivelmente não tinha pensado que poderiam ser isso. Pistas.

  Jacob revirou os olhos incrédulo.

   - Como não? E o que mais seriam? Lembretes amigáveis? Elas só podiam estar querendo dizer alguma coisa importante para vocês. Algo que não podia ser dito diretamente ou por palavras.

   - E porque elas fariam isso? - Seth perguntou.

   - Para esconder alguma coisa. Alguma coisa que elas queriam que vocês só se dessem conta depois - Jacob continuou.

   - Esconder de nós? - Emmett perguntou incrédulo.

   - Não de vocês - Jacob voltou a revirar os olhos - Mas daquele vampiro esquisitão, aquele Volturi que vocês disseram que poderia saber de qualquer coisa assim que tivesse um contato pele a pela com a pessoa.

   Os Cullens arregalaram os olhos.

   - Acha mesmo... que isso é possível? - Jasper gaguejou.

   Jacob suspirou compadecido.

   - Não vejo outra explicação.

   - Se for assim...o que elas queriam nos dizer? - Emmett perguntou tristemente.

   Jasper pareceu parar para pensar um pouco.

   - Sabem...pensando bem, nós últimos tempos elas estavam estranhas não acham? Desde aquela viajem de comprar para Paris. Alice no dia que voltaram me disse uma coisa que na época achei muito normal, mas se formos desconfiar de todas as frase, talvez agora ela tenha um significado diferente.

   - O que ela disse? - Edward perguntou na expectativa.

   - Quando falei para ela que achava que ela tinha comprado muitas roupas e que seria incapaz de usar todas, ela me respondeu que nunca compraria nada que não pudesse usar futuramente. Na época não desconfiei de nada, mas se pararmos para pensar, Alice já tinha tido sua visão da chegada dos Volturi quando estava na França, certo? Então porque ela falaria algo assim se soubesse que seu fim estava próximo? Não faz sentido agora...

   Os cinco ficaram em silêncio até que o som da campainha foi ouvido. Eles estranharam.

   - Carteiro? Aqui? - Seth exclamou - O carteiro nunca vem até aqui.

   No instante seguinte ouviram um leve grito de Esme e correram até a porta da entrada.

   Chegaram ao mesmo tempo em que Carlisle e deram de cara com uma Esme de olhos arregalado e com as duas mãos tapando a boca. Incrédula. Ela olhava um pedaço de papel que saia de um envelope. Parecia uma foto. A porta ainda estava aberta e já não havia mais ninguém.

   - Que houve, Esme? - Carlisle perguntou aflito.

   Esme estendeu uma mão tremula e apontou para o papel no chão.

   Jacob se abaixou e o pegou. Fez uma expressão confusa.

   - O que é isso? Não entendo.

   Edward, Jasper e Emmett se aproximaram e sentiram que se fosse possível teriam desmaiado ali naquele instante.

   Nas mãos de Jacob estava um envelope com uma foto dentro. A foto mostrava uma folha de um trevo com uma lua crescente em cima, na folha um pedaço do que parecia ser um outro desenho e mais afora o que parecia ser o pedaço de um circulo. Mais em cima, escrito com uma letra muito caprichada estava a palavra "Londres".

   - Não pode ser... - Emmett sussurrou.

   - Que foi? - Seth olhava deles para foto e da foto para eles novamente.

   - Esse... - Jasper engoliu em seco - ...é um pedaço do brasão Swan.

   Agora foi a vez de Seth e Jacob arregalarem os olhos.

   - Brasão Swan? - Jacob repetiu incrédulo - E porque alguém mandaria isso para vocês?

   - Não sabemos - Edward afirmou - Principalmente, se levarmos em conta, que nós éramos os únicos a saber da existência dele.

   - Vamos avisar a alcatéia - Seth disse decidido - A noite viremos aqui para discutirmos sobre isso. Tem algo fugindo de nós e temos que saber o que é.

 

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   - Cara, estou extremamente confuso – Embry reclamou bagunçando os cabelos frustrado.

   - E qual é a novidade? – Paul zombou impaciente.

   Como combinado mais cedo, naquele fim de tarde todos os lobos chegaram a casa dos Cullens para discutir e quem sabe achar possibilidades do que poderia estar acontecendo.

   Amontoados na cozinha de Esme, todos olhavam vez ou outra para a foto com o pedaço do brasão Swan que estava colocada solitária sobre a mesa.

   - Muito engraçado você Paul – Embry reclamou.

   - Parem com isso, temos coisas mais importantes a tratar aqui – Sam advertiu.

   Todos voltaram a ficar em silêncio.

   - Vamos recapitular então – Leah começou – Vamos assumir a possibilidade de que elas realmente tenham deixado pistas sabe-se lá o porque. Vocês não se lembram de mais nada? – ela perguntou olhando para Edward, Jasper e Emmett – Bella pediu para olhar para trás e ver o que não tinha sido visto. Vocês têm que se esforçar!

   - Alguns dias antes do nosso encontro com os Volturi – Edward começou pensativo -  teve algo que Bella falou que me incomodou muito. Fiquei horas com aquilo na mente, remoendo, mas depois foram tantas coisas que a raiva passou.

   - E o que foi? – Seth perguntou esperançoso.

   - Eu pedi para Bella me prometer que não faria nada impensado, que não arriscaria sua vida caso visse que estávamos com problemas. Queria que ela prometesse que não se sacrificaria por nós assim como Daiana. – Edward olhou tristemente para as mãos antes de continuar – Mas ela não o vez. A resposta dela foi exatamente essa: “Não posso prometer algo que não posso cumprir. E eu nunca faço nada impensado nesses assuntos.”

   - Acho que entendi aonde quer chegar – Carlisle murmurou.

   - Exato – Edward provavelmente respondeu a um dos pensamentos de Carlisle antes de dar a explicação em voz alta.

   - “Eu nunca faço nada impensado nesses assuntos.” – ele repetiu – Elas tinham algo planejado. Só nos resta saber o que.

   - Isso está sendo mais complicado do que pensei – Jared recamou.

   - Vocês não têm nada a nos acrescentar? – Esme perguntou esperançosa aos quileutes – O que vocês acham que elas poderiam estar nos escondendo? Que queriam que nos déssemos conta somente agora?

   Eles ficaram em silêncio. E depois parecia que todos tinham tido o mesmo pensamento pois se sentiram envergonhados.

   - Isso vai parecer uma acusação à vocês, mas acreditem, não é nada disso – Sam se pronunciou – Mas de nós todos, as únicas que provavelmente estenderiam mais coisas e conseguiriam ver melhor nas estrelinhas, são Samy, Tina e Mari.

   - Elas podiam ser brincalhonas e parecer que não sabiam de nada, mas bobas era o que elas menos eram – Jacob falou parecendo se lembrar das pequenas que estavam desaparecidas a duas semanas – Vocês se lembram do que elas fizeram com o violino, não é? O “time” delas foi perfeito, nós nem percebemos que elas tramavam alguma algo. Elas sempre foram muito espertas para essas coisas.

   - Definitivamente, se elas estivessem aqui, nós provavelmente já teríamos avançado um bocado nessas “pistas” – Leah terminou – Isso sem contar que elas estavam muito pensativas desde que fizeram as pazes com as Swans, mais concentradas e mais próximas delas. Pessoalmente, eu acho que elas já sabiam de algo que nós não. Mas agora é impossível de ter certeza.

   Os Cullens olharam para baixo constrangidos.

   - Sentimos muito – Emmett murmurou.

   - Tudo bem, eu disse antes que iria parecer uma acusação mas que não seria e realmente não foi – Sam se apressou em falar – Agora temos que continuar.

   - E se começarmos pelas coisas, frases ou ações, delas que nos incomodaram? – Embry perguntou – Afinal não foi assim que isso começou? Com algo que estava incomodando Seth?

   Todos olharam espantados para ele.

   - Que foi? – perguntou cauteloso.

   - É você mesmo que está ai dentro? – Jared perguntou com uma sobrancelha arqueada.

   - Vou mostrar para você como sou eu – Embry fechou os punhos e arreganhou os dentes em desafio.

   - Aro... – o resmungo de Carlisle interrompeu os dois e chamou a atenção de todos.

   - O que tem Aro, Carlisle? – Esme perguntou sem entender.

   - Eu conheço Aro, até vivi com ele por um tempo como vocês já sabem, e posso afirmar com certeza que o Aro que eu conheço nunca confessaria o crime que cometeu, digo, revelar que ele planejou e ordenou a morte de Didyme. – Carlisle fechou os olhos como que para se lembrar melhor daquele dia – E porque ele resolveu fazer isso justo naquele dia, com tantas testemunhas presentes? Não faz sentido. Isso sem falar... que ele parecia estar sendo obrigado a falar.

   - Obrigado por quem? – Quil indagou.

   - Por Bella – foi Jacob quem respondeu e todos arregalaram os olhos – Vocês não notaram? Bella normalmente é quem comanda essas discussões e antes de Aro confessar, quem estava fazendo isso eram Alice e Rosalie. Bella parecia concentrada em algo. E depois, Aro não tirava os olhos dela enquanto falava, era mais como se não conseguisse desviar o olhar. E eu a vi fechar os punhos fortemente em determinado momento, como se estivesse fazendo um esforço enorme. Algo que ela estava fazendo a estava cansando.

   - Controle, é? – Jasper murmurou pensativo - Isso explicaria a devoção de todos ter saído de Aro e ido para Marcus e Caius. Bella deve ter influenciado Chelsea.

   - Ao mesmo tempo em que controlava Aro? – Quil perguntou surpreso.

   - Explicaria o cansaço e o porquê de Aro ter ficado tão irritado e fora de si depois – Leah comentou.

   - Mas ela podia fazer isso? Digo, ela conseguia fazer isso? – Paul perguntou confuso.

   - É claro! – Emmett exclamou assustando a todos - Quando Edward discutiu com a Bella e depois a trouxe de volta, depois de levar aquele soco de Alice e Rose que contamos a vocês – ele soltou um risinho antes de continuar  – elas foram caçar e demoraram em voltar. Na verdade elas tinham ido buscar o violino também. Quando perguntamos onde ele estava foi assim que elas nos responderam:

 

   “-Onde ele estava? – Edward perguntou.

   - Muito bem escondido – Bella respondeu – Normalmente, quando nos mudamos, nós o escondemos e depois voltamos para buscá-lo. Ou alguém volta por nós. É muito arriscado viajar com ele e muito mais ainda manda-lo na frente.

   - Isso mesmo. Se esse violino se extraviasse junto com alguma mala acho que cometeríamos a primeira carnificina humana de nossas vidas – Alice brincou.

   - Como assim “ou alguém volta por nós”? – Emmett perguntou curioso.

   - Você esquece, querido cunhadinho, que nossa Bella mexe com mentes – Alice explicou paciente – Se ela “plantar” na cabeça de qualquer um que ele tem alguma coisa para buscar em determinado lugar, ele virá. Pode ter certeza.

   - E vocês fazem isso? - Jasper perguntou mesmo sabendo que era uma pergunta um tanto idiota.

   - Com mais freqüência do que imagina - Bella respondeu sorrindo amigavelmente.”

 

 

   - Então foi ela mesmo – Sam murmurou – Bella controlou Aro e Chelsea.

   Naquele momento todos ouviram o barulho de um carro e um cheiro humano se aproximando, mas o ser não bateu na porta. Sentiram o deslizar de algo por debaixo da porta e depois a pessoa voltar correndo para o carro e sair dali rapidamente.

   - Edward? – Carlisle perguntou insinuante.

   - Não sei. É alguém da escola, um garoto que nunca tinha reparado, um outro jovem pediu a ele para deixar um envelope aqui por uma boa quantia em dinheiro. E foi o que ele fez. – Edward respondeu o que tinha visto na mente do garoto.

   Esme se levantou e foi buscar o envelope. Quando voltou olhava o pequeno papel branco com espanto.

   Antes que qualquer um pudesse perguntar, ela o largou sobre a mesa ao lado da foto e todos puderam ver o porque do espanto dela.

   O envelope era idêntico ao que continha o pedaço do brasão Swan.

   Jasper foi o primeiro a se recuperar e pegou envelope para abri-lo. Dentro, havia outra foto, quase idêntica a primeira, o mesmo trevo, o mesmo desenho, mas dessa vez era uma lua nova que aparecia e em cima estava escrito “Bucareste”.

   - Outro pedaço do brasão Swan? – Jacob perguntou para confirmar.

   - Sim – Edward respondeu.

   -Pode desenhá-lo inteiro para nós? O brasão? Para que possamos saber exatamente como ele é? – Paul perguntou indo direto ao ponto.

   Emmett correu e no instante seguinte estendeu um pedaço de papel e caneta para Edward. Nem dois minutos depois o brasão estava majestosamente desenhado naquela folha.

   - Então é assim que ele é – Jacob murmurou – O que acham que são esses nomes de cidades?

   - Não temos nem idéia – Emmett respondeu frustrado – Não me lembro delas terem mencionado nenhuma dessas cidades. Droga!

   - Mas quem poderia estar mandando esses pedaços do brasão para vocês e com que propósito? – Seth indagou pegando as duas fotos na mão e as olhando como que procurando algo que eles não tivessem visto.

   - Será que elas não se enganaram e haja alguma outra pessoa que saiba sobre ele? – Jared perguntou.

   - Talvez... – Jasper sussurrou – Elas disseram uma vez que conheciam muitos outros vampiros, embora não tivessem vivido muito tempo com nenhum deles.

   - Edward como era o jovem que entregou o envelope para esse rapaz que veio aqui trazer? – Quil perguntou esperançoso.

   - Era humano se é isso que quer saber – Edward se apressou em responder – Meu palpite, é que tenha uma terceira pessoa nessa entrega. Alguém que entregou para o primeiro rapaz, que depois entregou para esse que veio aqui. Como se tivesse sido feito pensando em mim, como se soubessem do meu dom. Fizeram para me confundir.

   - E se fossemos até essas cidades? – Emmett perguntou – Podemos achar alguma coisa nelas.

   - Alguma coisa o que? – Jacob revirou os olhos – Nem sabemos se estamos pensando certo. Além do mais, essas cartas estão chegando em intervalos muito curtos, talvez para não nos dar tempo de sairmos daqui.

   - Faz sentido – Sam concordou e olhou para o desenho do brasão que Edward havia feito – Se dividirmos todo o brasão pelos mesmos padrões que esses pedaços que recebemos, daria ao todo quatro partes. Só temos duas, talvez devêssemos esperar para ver se as outras duas aparecem.

   - Concordo com Sam – Carlisle passando um braço pelos ombros de Esme.

   - Quatro partes... – Emmett murmurou com o olhar perdido - ...como as quatro Swans iniciais?

   Edward e Jasper arregalaram os olhos.

   - Claro – Edward disse com um brilho diferente nos olhos – Isso foi mencionado quando nos contaram toda a história delas. Cada parte do brasão tem um significado e todos significam “quatro”, como as quatro Swans. E se cada pedaço fizesse referencia a uma delas?

   - Quer dizer... que cada lua representa uma delas? – Jasper perguntou olhando para os pedaços que tinham recebido – Mas que fase da lua representa quem?

   Um momento de silêncio tomou conta e Sam o aproveitou para se levantar.

   - Acho melhor irmos – ele disse – Já passa da meia-noite e o conselho deve estar uma fera por eu ter faltado a reunião desta noite.

   - Sinto muito, Sam – Esme disse cheia de compaixão para ele.

   - Não se preocupe, Esme – Sam sorriu para reconfortá-la – Isso era sem dúvida mais importante que qualquer reunião e confesso que achei que poderiam encontrar também alguma pistas de para onde Tina, Mari e Samy poderiam ter ido. Mas tudo bem.

   - Podem ficar aqui está noite se quiserem – Carlisle ofereceu simpaticamente – Sinto dizer que só temos a sala, mas ela deve ser grande o bastante para vocês.

   Sam pareceu pensativo e muito inclinado a aceitar.

   - Ora vamos, Sam – Jacob apoiou o queixo na mão e bocejou – Você sabe que se voltar para La Push os anciões não vão deixar nem você e nem nós descansarmos. Já fazem duas semanas, precisamos dormir direito.

   Sam suspirou.

   - Certo. Muito obrigada, Carlisle.

   - Disponha – Carlisle respondeu sorridente – Fico feliz em ajudá-los a fugir dos anciões.

  Todos riram, até mesmo Edward, Jasper e Emmett.

   - Acho que você vai se arrepender – Paul disse malignamente – O Embry ronca.

   - Ei! – Embry saltou da cadeira – Eu vou matar você!

   - A coisa aqui parece que vai demorar – Esme riu – Vocês não querem ir caçar? Estão a duas semanas sem se alimentar.

   - Talvez seja melhor mesmo – Emmett concordou – Embora eu quisesse ver umas boas porradas.

 

 

 

   Edward entrou silenciosamente no quarto onde ele e os irmãos haviam passado todos aqueles quinze dias. Seus olhos reluziam num dourado líquido devido a recente alimentação. Caçaram durante praticamente toda a noite e mesmo assim voltara antes que os irmãos por estar inquieto e sabia que aquilo atrapalhava Jasper.

   Olhou para o interior escuro do quarto, seus olhos não tiveram problema algum em se adaptarem devido a sua visão apurada.

   Nada tinha mudado já que tanto ele quando Emmett e Jasper tinham ficado como estátuas ali trocando nem meia dúzia de palavras.

   O violino no suporte sobra à mesa, a caixa ao seu lado, a cama era a única coisa desarrumada por eles e a porta do guarda-roupa permanecia aberta. Exatamente como ela havia deixado.

   Assim que os primeiros rios de sol começaram a surgir ele ouviu uma pequena movimentação fora da casa, assim como na noite anterior. Só que dessa vez era uma mulher.

   Ela vinha de carro, estacionava, corria e passava algo por debaixo da porta, voltava para o carro o mais apressada possível e saia dali. Dessa vez ela havia recebido a carta de uma outra mulher também. Ele estava certo no fim das contas, havia uma terceira pessoa.

   Suspirou sabendo que Carlisle acordava os quileutes pouco a pouco enquanto Esme pegava o envelope como havia feito com os outros. Sentiu seus irmãos chegando e Jasper discutindo com Emmett já que este último queria perseguir a mulher do carro.

   Aproximou-se do guarda-roupa para fechar a porta deste, mas algo dentro chamou sua atenção.

   Um pedaço de papel meio amarelado aparecia debaixo da primeira peça de roupa. Ele não se conteve e o puxou.

   Arregalou os olhos.

   Era uma foto, antiga e em preto e branco ainda.

  Nela estavam as quatro Swans lado a lado, elas mostravam o pulso direito onde o brasão Swan tinha sido gravado e deixavam a mão aberta mostrando toda a palma. Cada uma tinha uma fase da lua desenhada na palma. Rosalie a crescente, Alice a nova, Bella a minguante e Daiana a cheia.

   Cada fase... uma Swan.

   Desceu as escadas correndo e viu todos reunidos na sala em volta de Emmett que segurava o envelope já aberto.

   - Chegou mais uma mano – ele disse sem levantar os olhos – E dessa vez é a lua minguante escrito “Moscou” em cima.

   - Bella – Edward murmurou.

   - Como? – Jacob arqueou a sobrancelha.

   Edward estendeu a foto arrancando arfares de todos. Jasper e Emmett foram os únicos a se aproximarem rapidamente.

   - Incrível – Emmett murmurou – Você estava certo, mano!

   - Rosalie, Alice e agora Bella então – Jasper disse pensativo – E as cidades?

   - Moscou não fica na Rússia? – Leah perguntou.

   - Sim, porque? – Carlisle arqueou uma sobrancelha sem entender.

   - Não foi na Rússia que Bella nasceu? – ela continuou – Digo, Mari, Tina e Samy estavam perguntando sobre isso para elas aquele dia, lembram? E na história delas, elas apenas mencionaram os países ou continentes de que vieram, nunca as cidades.

   - Está querendo dizer que foi nessas cidades que elas nasceram? – Emmett perguntou tentando acompanhar.

   - Basicamente sim, pelo menos é a única resposta que consigo – Leah deu de ombros.

   - Faz sentido... – Sam murmurou – Mas porque faz tanta a diferença assim vocês saberem das cidades onde elas nasceram?

   - Para fazer uma visita do que um dia foi delas? Para dizer “adeus” a tudo que lembre elas? – Quil não pode evitar o tom meio zombativo.

   Emmett arregalou os olhos.

   - É isso! – ele gritou e um brilho surgiu em seus olhos.

   - Pelo amor de Deus, Emmett! Você quase me mata do coração! – Paul reclamou.

   - Que aconteceu? – Esme indagou preocupada e curiosa. A última vez que tinha visto aquele brilho nos olhos do filho tinha sido a duas semanas atrás... quando Rosalie ainda estava com ele.

   - Eu sabia que Rose não faria isso comigo – Emmett continuou falando sozinho.

   - Emmett – Jasper chamou mas o irmão não o escutou. Revirou os olhos impaciente – Edward, uma ajudinha aqui, por favor?

   Mas Edward estava tão estático quando uma estátua.

   - Você... isso... – ele balbuciou desconexo – Acha... que isso é possível, Emmett?

   - Ótimo, mais um falando sozinho agora – Jared resmungou – Oi, algum dos dois pode explicar o que vocês estão pensando ou comemorando, sei lá.

   - É isso, Jared. Elas não nos disseram “adeus” – Emmett disparou a falar eufórico – Elas prometeram que quando se fossem, fossem para nunca mais voltar, elas nos diriam “adeus”. Falaram que “até logo” ou qualquer outra coisa era diferente de “adeus” e tudo que elas disseram foi que nos amavam e mandaram tomarmos conta do violino. Elas não se foram, elas estão vivas!

   - E tem mais – Edward agora parecia acreditar totalmente no irmão, pois começou a explicar tão rápido quanto ele – Elas disseram que eram donas das antigas casas das famílias delas, não foi? Se essas são as cidades, as casas devem estar lá... elas devem estar lá.

   Todos demoraram um pouco para absorver toda aquela enxurrada de informação que os dois jogavam sobre eles.

   - Mas, nós as vimos entrarem no fogo. Ouvimos o grito de Aro – Embry gaguejou – Será que elas conseguiram escapar?

   - E se essa hipótese de vocês for verdadeira – Jacob vacilou – Porque elas não voltam? Porque se manterem escondidas?

   - Se... – Jasper gaguejou – se isso for verdade... o que elas querem? Que as procuremos nessas casas?

   - Mas qual delas? – Carlisle se pronunciou começando a considerar a hipótese – Porque duvido que elas tenham se separado, com certeza estão juntas. E não podemos r entrando em todas elas. Lembro-me delas terem mencionado que alguns aposentos como os quartos eram privados e são mansões antigas e muito estimadas, deve ser difícil até para um vampiro burlar a segurança. E não podemos chamar a atenção, pois se formos à casa errada não conseguiremos entrar em outra, ficarão de olho em nós.

  - Se são elas realmente e elas tiveram todo esse trabalho, deve ser porque querem que façamos tudo o mais discretamente possível – Paul colocou uma mão no rosto pensativo.

   - Que foi, Jacob? – Leah perguntou para este que olhava atentamente a foto e os pedaços do brasão.

   - Por acaso... vocês não teriam um mapa por aqui, não é? – ele perguntou simplesmente.

   Esme correu e voltou com um pequeno mapa um pouco maior que uma folha de caderno.

   - Rússia... Moscou... Inglaterra... Londres... Europa... Bucareste... – Jacob balbuciava enquanto ia achando as cidades no mapa – Tem uma caneta?

   Segundos depois Emmett lhe estendia uma mesmo sem entender.

   Jacob traçou uma linha ligando uma cidade a outra e quando as três estavam ligadas, formou-se um triangulo no mapa.

   - A brincadeira com mapa delas – ela disse orgulhoso de si mesmo – Confesso que quando ela nos disseram isso quando íamos para o penhasco, achei a maior loucura. Mas não me contive em pegar o mapa de Forks e traçar um triangulo para ver onde La Push e minha casa ficavam nele. Achei que elas pudessem estar usando o mesmo padrão.

   - Impressionante – Sam elogiou – Mas qual delas?

   - A ponta mais distante – os três Cullens mais novos responderam ao mesmo tempo.

   - Você não foi o único a achar loucura, mas a pegar um mapa para fazer o mesmo – Jasper informou com um sorriso discreto no rosto.

   - Elas mencionaram que sempre escolhem a ponta mais distante dos triângulos – Edward olhava o mapa – Bucareste e Londres estão quase a mesma distancia um do outro, a ponta mais distante aqui é...

   -Moscou, na Rússia – Emmett completou com um sorriso enorme - Nós vamos verificar, não é?

   - Claro – Edward e Jasper concordaram imediatamente.

   - Todos nós vamos – Carlisle informou.

   - Exatamente todos nós – Sam completou – Nós também vamos. Tanto para ajudar vocês quando por Tina, Mari e Samy.

   - Se elas realmente estiverem vivas, se tudo foi armado para acontecer assim e se for verdade que Mari, Samy e Tina sabiam de alguma coisa, então com certeza elas estarão com as Swans. – Jacob declarou com um sorriso de expectativa.

   - Muito bem – Esme se levantou – Vou reservar nossas passagens. Deus queira que estejamos certos e que não seja apenas uma coisa que elas queriam que vocês vissem nessas casas.

 

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   Esme só conseguiu passagens para a manha seguinte. Os quileutes praticamente eram fugitivos, já que o conselho não havia deixado todos irem, mas ninguém estava disposto a ficar.

   Depois de horas de viajem, eles finalmente desembarcaram no aeroporto de Moscou. O clima era gelado embora para nenhum deles - nem Cullens, nem quileutes – aquilo fizesse a diferença. Pequenos e constantes flocos de neve caiam do céu e tingiam o chão de branco.

   Agora que estavam ali, nenhum deles sabia exatamente para onde ir. Não haviam tido tempo de pesquisar sobre a antiga família de Bella.

   Mas algo incrivelmente chamou-lhes a atenção, ou melhor, um cheiro.

   Encostado na parede a poucos metros deles, estava um rapaz de aparentemente dezessete anos, cabelos castanhos lisos que caiam por sobre os óculos escuros que lhe tampavam os olhos. A pele incrivelmente branca contrastava com a jaqueta de couro negra que ele usava, na qual ele mantinha as mãos confortavelmente escondidas nos bolsos.

   Vampiro.

   Ele os olhou e sua boca se retorceu num sorriso de canto. Desencostou-se da parede e lentamente começou a andar até eles.

   Jacob fechou os punhos com força.

   - Controle-se, Jacob – Sam mandou.

   O estranho se aproximou e parou bem em frente a eles, levou as mãos até o rosto e retirou os óculos, sem perder o sorriso nem uma vez.

   - Cullens e quileutes, eu suponho – a voz dele cantou quando os encarou com seus profundos olhos vermelho-sangue.

   - Você? – Leah indagou e todos a olharam sem entender – Não o reconhecem? Ele estava com os Volturi, era uma das testemunhas. Aquele que falou por último, que engrandeceu os feitos das Swans...

   Aos poucos todos pereceram se lembrar.

 

 “Vocês não têm culpa de seu irmão ter caído na insanidade – uma das testemunhas, um homem de estatura média, cabelos castanho e que parecia não ter mais que dezessete anos falou – Mas e quanto ao vosso erro com as Swans? Perdemos quatro vampiras aparentemente inocentes, se pararmos para pensar, essas três últimas foram nossas salvadoras, já que ninguém mais poderia com Aro, Feliz, Demetri e Jane juntos. Se não fossem por elas, talvez Aro tivesse levado nosso mundo a ruína total e agora elas estão mortas.”

 

  - Lembraram? – o estranho indagou imperturbável e sem perder o sorriso – Realmente eu estava com os Volturi, mas foi só naquela vez, para fazer um favor a uma grande e antiga amiga. E é pelo mesmo motivo que estou aqui agora.

   - Pelos Volturi? – Emmett perguntou bravo.

   Incrivelmente o vampiro riu.

   - Não, para fazer um favor a grandes amigas – ele olhou atentamente para Emmett – Você é exatamente como pensei... Emmett...

   - Quem é você? Como sabe nossos nomes? – Edward indagou já sem paciência também. Ele não conseguia ler os pensamentos daquele vampiro, já que ele traduzia um poema japonês para o alemão.

   - Desculpem minha falta de educação – ele tirou uma mão do bolso e imitou uma leve reverência – Sou Benjamim, ao seu dispor.

   Jasper arregalou os olhos.

   - Isso mesmo, Jasper – Benjamim se endireitou e colocou novamente a mão no bolso – Eu sou exatamente esse Benjamim, aquele que transformou Alice em vampira.

   - O assassino de aluguel? – Jacob perguntou espantado se lembrando o maximo que podia da história de Alice.

   - Uau, a quanto tempo não me chamam assim – Benjamim deu de ombros com a lembrança.

   - O que faz aqui? Como sabia que estaríamos aqui? – Jasper perguntou embora no fundo ele já soubesse a resposta e torcesse para que fosse exatamente o que estava pensando.

   Benjamim sorriu largamente.

   - Não é obvio? Vim levá-los até as garotas. Alice, Rosalie e Bella estão esperando.


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Notas finais do capítulo

Amores do meu coração!!!
Primeiramente quero dizer que não postei semana passada porque adivinhem aonde eu fui no fds? No Anime Friends!!! *.*
Genteeee!!! Delirei lá! O estande que eu passei mais tempo sabem qual foi? O da saga Twilight lóóóóóógico! Até voltei para casa com imãs de geladeira do filme “Eclipse” e com o anel do Carlisle que tem o brasão Cullen!!! *.* Relíííquia!
Huahauhuah
Segundo, domingo a noite o cap já tava pronto, mas eu precisava revisar as pistas, porque como vocês viram, nesse cap todas elas são reveladas, não podia me dar ao luxo de errar com elas.
E como não tenho net em dias de semana, hoje foi o único dia que consegui dar uma fugida do trabalho e vim correndo postar!
Muuuuuuuuuuuiiiiiito obrigada a todos que leram a minha one-shot, agradeço realmente de coração!
Um agradecimento especial à Gabi_Twilight, sakura25111213, Belle_Robrigues, Francielli, Aline_Cullen, Bela Cullen, jessick, Rosalie Lillan, docepesadelo e melissaprincess que recomendaram “As Relíquias” e a Gaab e Mityy que recomendaram minha one “Amor sem limites”. Valeu meeeeeesmo! *.*
Genteeee, to conseguindo adiantar as respostas das reviews!!! *.* Ainda faltam algumas, então se a sua resposta ainda não chegou... não se preocupe, vai chegar! A autora esta de desdobrando em duas e vai conseguir! Hauhuahua
O que acharam desse cap??? Digam que merece reviews, por favorzinho!!! Façam a autora feeeeeliz como sempre!!!
Até a próxima!
Bjinhooosss com carinho a todos vocês!
Jéssica Hyuuga