Kowai no Ai Suru escrita por Camihii, Luh Black


Capítulo 8
Choque


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo! Esperamos q gostem, finalmente as coisas vão começar a acontecer *--*



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- Certo, que animal vamos pesquisar? – perguntei para os dois na minha frente, Sakai Kei, um carinha de estatura média e com o cabelo preto sempre penteado para traz, e Satoko Miyuki, uma garota até que bem bonitinha, cabelo ruivo e curto, com rosto de criança inocente. Estávamos na minha casa para fazer o trabalho de biologia... mas tenho a impressão que os dois não estão nem ao menos me ouvindo. – Ei, por acaso estão ouvindo alguma palavra do que eu digo? – perguntei, parando na frente dos dois.

- Ah, desculpe Matsuda-kun... mas é que... – Satoko me olhou, meio admirada – Sua casa é MUITO maior que a minha. – Sakai concordou com a cabeça. Ao contrario de Satoko, que gostava de falar bastante, Sakai era um pouco calado, mas me disseram que quando se empolga ninguém aguenta ele.

- Essa ainda não é a casa principal... De qualquer maneira, vamos para meu quarto. – Por que se admirar com uma casa como esta? Ela nem é tão grande assim... são algumas dezenas de quartos e outra dezena de salas, não é tão grande assim.

- Matsuda-kun tem muita sorte de viver em uma casa como essa. Tão grande e bonita... esse quadro não é de Mozart? Que parte da casa é essa? A Sala de Estar?

- Esse é o Hall, e não acho que tenha tanta sorte assim. Na verdade, nem me importo com o tamanho dela. – Eu sou apenas um adolescente com grana que mora na casa dos pais que nunca aparecem. Isso é algo de se admirar?

- Mas Satoko-san estar certa, você tem muita sorte de viver em um ambiente desses. – agora era Sakai que falava, enquanto observava um vaso antigo. – Muita gente sonha em ter uma vida assim, cheia de luxo, como móveis caros e obras de arte famosas... sem dizer que você pode ir onde quiser e comprar o que quiser. Você realmente tem sorte, muita gente iria querer estar no seu lugar.

- Isso não vem ao caso. Vamos para meu quarto para fazermos logo esse trabalho!

Tentei ignorar o comentário deles. Não achava exatamente que eu tinha sorte por morar em uma casa grande. Eu moro aqui desde que nasci, então nunca achei que tinha sorte ou azar por morar aqui ou por ter a vida que quero. Enquanto cruzávamos a casa até meu quarto, os dos continuavam olhando para toda casa, Satoko sempre pergutando baxinho e admirida de onde era aquele vaso ou de quem era o quadro. Eu apenas fingia que não ouvia, aquele assunto me chateava um pouco e não estou com cabeça pra pensar nisso agora.

Abri a porta do meu quarto e foi aí que a festa começou. Olhavam tudo, a TV de plasma, o Video Game de íltima geração, a minha pintura na parede, a cama, o abajur, o Closet... enfim, tudo. Era como se eles fossem os Arqueólogos e meu quarto um centro de pesquisa: cada mínimo detalhe era importantíssimo. Dei uma leve tossida, tentando chamar atenção. Satoko novamente pediu desculpas e Sakai seguiu para mesa.

Nosso trabalho seria sobre o Urso Tibetano, que habitava da Ásia ao Japão, tinha tamanho médio, garras bem afiadas e a pelagem era negra com manchas brancas em forma de V no peito... bem, até aí eu estava me concentrando muito bem, até ele chegar.

- KAORU! – Era Arata, que provavelmente em um momento de súbita felicidade e por não saber que tinha outras duas pessoas ali comigo, chutou a porta a escancarando, como se fosse o dono da casa. Satoko deu um gritinho de susto, Sakai apenas olhou surpreso, e eu já estava segurando o riso enquanto via Arata ficar vermelho e quase sair correndo. – Ah... Você tem... visitas?

- Acho que sim. – Agora não estava rindo só pela cara do Arata, já que Satoko também estava com uma cara estranha, e Sakai havia voltado a atenção para o livro, balançando a cabeça negativamente. – A Momiji não te falou que eu tinha companhia?

- Hã... eu... Eu acho não... a ouvi dizer isso...

- Certo... bem, já que está aqui... Esta é Satoko Miyuki e este Sakai Kei, são dois colegas de classe meus. Este é meu melhor amigo, Takeda Arata. – informei, ainda sentado.

- Olá. – Satoko sorriu e se levantou até Arata. – Sou Satoko Miyuki, muito prazer. Por favor, não se importe com Sakai-kun, ele é um pouco calado, mas tenho certeza que também ficou feliz em te conhecer.

- Ah... Prazer, e obrigado pro fazer companhia ao Kaoru.

- Ora, não precisa agradecer, apesar de Matsuda-kun ser incrivelmente idiota, ainda consigo dar boas risadas com ele.

- Haha, você tem razão Satoko-san!

- Oh, por favor, me chame de Miyuki... tudo bem se eu te chamar de Arata-kun? – Bem, nesse momento puder perceber três coisas. A primeira delas era que Satoko era extremamente sincera para ter me chamado de idiota na minha casa e como se eu não estivesse aqui. A segunda era que já estava suspeitando de que Satoko estava interessada em Arata, já que corara ao pedir para ser chamada e chama-lo pelo primeiro nome, o que deixa ela sendo uma garota um tanto atirada porém discreta. E a terceira é que, de repente, Arata se tornou popular com as garotas e eu só percebi isso agora... eu definitivamente ando meio lento.

- Hã... certo, claro... Miyuki-san... – E Arata estava claramente desconfortável com aquela situação.

- Que momento fofo... fui chamado de idiota na minha própria casa e sou ignorado pelas minhas visitas! Nem Sakai que esta sentado do meu lado esta me dando atenção... – me virei drásticamente de costas para os três, por puro drama. – Oh, talvez seja hora de dizer adeus a este mundo onde sou só mas um alguém inútil...

- Ora, Matsuda-kun, não se sinta tão depressivo, nós apenas desviamos a atenção um pouquinho... não sabia que era tão mimado e ignorante assim. – O pior daquela situação não eram nem os risos abafados dos outros dos, muito menos o fato dela ter dito isso de MIM, na MINHA frente e dentro da MINHA casa, mas sim o irritante sorriso de satisfação colado em seu rosto, como se ela tivesse acabado de ter realmente me consolado. Quando abri a boca novamente, ela se vira para Arata. – Nee, Arata-kun, porquê não se une a nos? Estamos fazendo um trabalho de escola, seria ótimo ter uma cabeça a mais para ajudar.

- Aah, acho melhor não, vou atrapalhar e...

- Atrapalhar? Arata-kun, seria otimo se ficasse conosco, você apenas ajudaria! – Apesar de eu ter começado a odiar essa garota e seu “sorriso-24-horas”, eu tive uma boa ideia para tirar Arata da seca.

- É Arata, venha logo e deixe de frescura! Senta logo aí e vem ajudar agente. Não é porque não estamos na mesma escola mais que me esqueci das suas notas. – Ele desistiu, concordando com a cabeça e seguiu com Satoko até a mesa em que estávamos.

            Satoko estava obviamente interessada em Arata, Arata estava obviamente na seca, e como sei que Arata definitivamente não sabe lidar com garotas... o grande Eu aqui resolveu dar uma força para o amigo e empurrá-lo para cima de Satoko... certo, não literalmente, claro. O caso é que Arata é decididamente tímido, terrivelmente desajeitado e assustadoramente inocente na frente de outras garotas... e durante todas as 3 horas em que ele esteve nos ajudando com o trabalho, ganhando inúmeras cantadas e convites para sair de Satoko, sempre com a desculpa de “Tenho que estudar” ou “Vou estar trabalhando”, após ter praticamente recebido uma declaração de amor  de Satoko... ele não reagiu em nada!

Ele deve ser um Gay mesmo... foi quando me lembrei do banheiro e do Jiro. Ok, ok, chega disso! Estou tendo pensamentos errados do Arata. E claro que ele não e Gay... certo? Eu só estou tirando conclusões precipitadas... certo? O Arata só é tímido, não sabe como reagir na frente das garotas.... certo? Ele... não é gay... ou é?

Deixei o assunto de lado e voltei a me concentrar no trabalho, eu decididamente não era bom pensando em duas coisas ao mesmo tempo.

 

                                                           ---//---//---

 

            Roupa vestida, dentes escovados, tênis calçado, carteira e celular no bolso, perfume e pronto! Estou pronto para o encontro em grupo que Haruo me forçou a ir. Se bem que seria até que interessante, precisava me distrair um pouco.

- Momiji, estou saindo. Volto de noite. – disse, assim que a vi quando saí do meu quarto.

- Kaoru-sama, espere um pouco...

- Desculpa Momiji, eu tô atrasado, a gente se fala mais tarde. – voltei até ela e lhe depositei um beijo na testa, assim que me virei ela voltou a me chamar, mas de um jeito mais assustador.

 

- Kaoru Matsuda-sama... – Me virei novamente. Ela estava sorrindo levemente. Mas não era um sorriso gentil e simpático. De certo modo, seu sorriso era assustadoramente controlador. Além disso, pronunciou meu nome completo, o que não é um bom sinal. Ela voltou a falar, ainda sorrindo. – Por favor, volte a seu quarto e penteie seu cabelo. Não posso permitir que o senhor saia assim.

            Não acreditei. Quer dizer que ela sorriu daquele jeito assustador só para me mandar pentear o cabelo? Tá zuando! Ela ficou nervosa por causa do meu cabelo?

- Momiji, ele fica melhor bagunçando, não me force a...

- Kaoru Matsuda-sama... – Ela olhou diretamente para mim. Dava pra ver que se controlava, ela nunca gostou do meu cabelo bagunçado. Quando era pequeno, ela quase me amarrava em uma cadeira para pentear meu cabelo. – Volte, por favor, e penteie seu cabelo.

            Obedeci. Na verdade não foi exatamente eu que obedeci, e sim meu corpo que se moveu sozinho até o quarto. Tive que pentear meu cabelo umas três ou quatro vezes, já que para Momiji nunca estava bom o bastante. Até que ela arrancou a escova da minha mão e começou a pentear meu cabelo. Nota mental: Confirmar se não fiquei com alguma falha gigantesca no coro cabeludo, porque Momiji quase arrancou minha cabeça.

 

---//---//---

 

- Yo, Kaoru! E aê? Animado pro encontro? Consegui umas meninas bem bonitinhas do Colégio Feminino que tem perto da minha casa. As meninas de lá são verdadeiras obras de arte! - Era Haruo, e ja estava me esperando em frente a estação. Até agora me pergunto por que estou vindo nesse encontro... Ah, lembrei, eu perdi aquela aposta... Mas isso não importa.

- É bom que sejam mesmo obras de arte, Haruo. Eu quase tive a cabeça arrancada antes de sair de casa! – Meu cabelo, lógico, ja não estava penteado. Eu havia o bagunçando assim que saí dos terrenos da minha casa.

            O encontro foi realmente muito bom. As meninas eram lindas, delicadas e bastante burrinhas. Nada melhor. Com isso, meu humor foi lá pra cima. Fomos no Karaoke, e foi lá que decidi qual das 2 garotas seria meu par. A “sortuda” foi  Emi Izanami, cabelos curtos e castanhos, pele clara e delicada, simplesmente linda, e sua voz era muito boa também.

            Depois do Karaoke, Kaori Mamoru, bonita também, não como Emi, mas bonita, bem, Kaori sugeriu que fossemos a um festival que estava acontecendo ali perto. De início não queria ir, mas como Emi ficou interessada e meu lema é ser cortês com as garotas, acabei cedendo. Ficamos conversando pelo caminho, que foi curto, e quando chegamos lá vimos que o lugar estava incrivelmente cheio.

- Ah! Kaoru-kun, vamos pegar um peixinho dourado?

- Ah, claro... deixe-me ver, deve ser por aqui...

-  Venha, é por aqui. – Ja haviamos nos perdido de Haruo e Kaori, e agora Emi sai correndo no meio da multidão e me perco dela também. Que maravilha. O jeito era tentar achar a barraquinha dos peixes dourados, quem sabe nos encontrávamos lá.

- Me desculpe. – Mas aí um ser trombou em mim. Bem, ao menos pediu desculpas, e como reparei que era uma garota pela voz, respondi, enquanto a esperava levantar o rosto.

- Não t... – Eu ia dizer que não tinha problema, que a culpa era minha por estar distraído e ia pedir para recompensá-la, lhe pagando um takoyaki, cantá-la e assim passar o resto do festival com ela, isso, claro, se fosse bonita. Era esse meu plano, porem, eu não contava que trombaria com quem trombei. – Kyoko?

- Olá, Matsuda! O que quer? – Gostaria de dizer que ela havia ficado feliz em me ver, que ela tinha soltado um belo e grande sorriso como as garotas normais fariam, mas ocorreu justamente o contrário. Ela me comprimentou de um jeito seco e frio, como se a última coisa que quisesse era me ver ali.

- Kyoko-chan! E assim que fala com alguém que acabou de esbarrar?

- Já disse para não me chamar assim. – Ela revirou os olhos. Estava ficando irritada, melhor para mim.. ou não.

- Mas...

- Tchau, Matsuda.

- Espera. A gente acabou de se encontrar! Também se perdeu dos seus amigos? – Tentei puxar assunto antes que ela se virasse e realmente fosse embora. Ainda não havia desistido de saber mais sobre ela.

- Faz diferença? – Mas ela já estava me irritando com esse jeito “Não-tô-nem-aí-pra-você!”.

- Acho que você podia ser um pouco mais comunicativa não? Pelo menos por cinco segundos.

- Certo. Eu não me importo com o que você pensa, eu não gosto de você. O seu tempo acabou, tchau. – ela fez menção para se virar, mas segurei seu braço de leve.

- Espera! Vamos conversar como pessoas civilizadas.

- Quando eu te bater aí você pode falar em civilização.

- Você não ganha de um garoto.

- Acha mesmo? Então como todos do colégio tem medo de mim? – Ela estava ficando mais irritada.

- O seu olhar que te protege. Ninguém consegue lutar contra ele, mas em uma briga mesmo, principalmente com um garoto, você perde. – Será que ouvir algumas verdades mudaria toda essa arrogância dela?

- É?

- É você não tem físico o suficiente. Não venceria de mim. – Acho que não.

- Com certeza. Afinal, você é in-ven-cí-vel, não? – Mesmo sentindo a profunda ironia nessa frase, fiz questão de responder como se não tivesse reparado nada.

- Em todos os sentidos.

- Apenas perde para um garotinho de 7 anos, não? Nunca pensei que o tão aclamado Matsuda Kaoru pudesse ser um humano a ponto de se preocupar com um garotinho. – Fiquei estático. Ela realmente havia visto o rolo toda la no parque?

- Você não sabe sobre mim. – Tentei rebater, mas senti meu rosto quente.

- Também não quero saber. O que você faz da sua vida não importa para mim.

- Kyoko! Aí está você! Oh.. Interrompi alguma coisa? –  Era Matsui Maki juntamente a Hirano Ayame, ambas na mesma sala que eu e Kyoko.

- Não interrompeu nada importante.

- Você some de repente, Nakamura. Ficamos preocupadas... Ah, olá Matsuda. – Elas vieram juntas ao festival? Quando elas viraram amigas?

- Maki-chan. Ayaa-chan. Kyoko-chan. – Comprimentei as três, por pura cortesia, e tentando esconder minhas duvidas sobre a situação. Pelo jeito, não estava prestando muito atenção na minh “presaa” como deveria, já que não percebi quando as três viraram amigas e principalmente começaram a sair juntas... talvez eu devesse arrumar alguém para me passar essa informações.

- Não me chame assim. – Kyoko e Hirano rebateram, juntas. Acho melhor pensar nisso depois, com Kyoko e Hirano, que me odeiam, aqui, eu concerteza fico em desvantagem e muito na retaguarda.

- Vocês combinam. Bem, eu tenho que ir, foi um prazer vê-las. – Eu disse, indo embora. Hora de recuar.

- Ele é um idiota. – Ouvi de Kyoko, que falava para as outras duas.

            Um tempo depois, desisti de procurar por Emi, Haruo ou Kaori, e como havia um shopping ali perto, resolvi dar uma passada por lá, quem sabe comer um belo sanduiche ou algo do gêreno. Porem fazer isso não foi exatamente uma boa ideia. A mesma duvida que tive ontem, quando Arata apareceu la em casa, foi a que tive ao ve-lo com Jiro no shopping, entrando no cinema.

            Pensar nessas coisas realmente não me fazia bem. Como eu poderia suspeitar que meu melhor amigo, que o cara em quem eu mais confio, na pessoa que melhor me conhece e que eu conheço desde antes de me entender por gente, é gay? Eu com certeza estava pensando errado, tirando conclusões precipitadas. Arata foi ao cinema ver um filme que ele queria ver, então, por coincidencia, encontra Jiro, que também por coincidência, vai assistir o mesmo filme que ele.

            Sim, foi isso que aconteceu... ou eu espero que tenha sido.

 

---//---//---

 

- Ah! Pelo amor de Deus, Masanori! Me poupe, eu estava apenas a ajudando na matéria da escola!

- Pare de mentir, Matsuda! Conheço sua fama de galinha, e também sei que você tem namorada!

            Situação: Eu estava no meio da sala de aula, no intervalo de professores, brigando, ou melhor, discutindo com um garoto por que eu estava cantando a namorada dele. Bem, é claro que eu não vou dizer que estava cantando a namorada dele, mas como o caderno dela ainda estava aberto, eu estava “ajudando ela na matéria”. Mas o teimoso custava a acreditar.

- Pergunte para ela, então Masanori! Pergunte se eu estava ou não ajudando-a na matéria. E sim, tenho namorada e nem por isso faço questão de traí-la!

- Não faz questão mas traí! – Pode ter sido por um motivo trivial, mas como ele ousa dizer coisas que não sabe! Tá, eu traio sim a Hana, mas ninguém sabe, além disso, se soubessem que traio minha namorada, minha reputação na escola cairia muito, e isso com certeza não é legal.

- Ora seu... Não diga coisas mentirosas. – Avancei sobre ele e lhe dei um murro. Não, não dei um murro nele por ele estar dizendo mentiras verdadeiras, mas sim para começar a se espalhar pela escola que eu não levava desaforo para casa, apesar do meu modo simpatico, e muito menos deixava qualquer um falar da minha namorada. Isso faria minha popularidade subir e muito! – Não fale da minha namorada dessa maneira!

            Ok, tudo seria lindo e eu seria tachado como “O namorado que todas pedem a Deus”, e eu receberia mais e mais cartas de amor ou admiração, todos achariam que eu era fiel a minha namorada e que a amava muito... eu sairia como um heroí, se a professora não tivesse visto o soco que dei no Masanori, e ele segurando o nariz sangrando.

            Resultado: Detenção depois da aula. Bem, talvez existisse um ponto positivo em toda essa historia... eu realmente seria chamado de corajoso e seria admirado por não me importar por pegar uma detenção pela honra da minha namorada. É... talvez isso fosse melhor para mim. E quando cheguei á sala da detenção, realmente vi que a sorte estava exigindo entrar na minha casa:  Kyoko também estava lá.

- Olá, Kyoko-chan! – A comprimentei. Lembre-se: Seja amigavel mesmo que ela lhe aponte uma arma. Ela se virou para ver quem tinha entrado.

- Ah, e só você. E não me chame assim.

- Mas seu nome fica fofo assim Kyoko-chan!

- Matsuda, você não tem nada melhor pra fazer do que me encher não, hein? Vamos fazer o seguinte: Eu finjo que você não existe, você finge que eu não existo, e ficamos todos felizes e você fica sem nenhum arranhão! – Ela parecia um pouco irritada, por isso resolvi concordar... e também por que lembrei que tinha que ligar pra Hana.

- Tudo bem, Kyoko-chan, ja vi que você esta irritada e que não quer conversar. Mas vou te incomodar um pouquinho, preciso ligar pra Hana-chan, minha namorada. – esperei por uma resposta já com o celular na mão, mas ela nem olhou para minha cara. Serei sincero, a parte do “... e você fica sem nenhum arranhão!” me assustou um pouco, já que ela realmente parecia irritada.

            Disquei o numero do celular da Hana-chan e esperei que ela atendesse. Tinhamos marcado de que eu a buscaria na escola dela, mas como fiquei de detenção não ia dar pra buscá-la. Fazer o quê!?

-“KAO-CHAN! Estou tããããão feliz que tenha me ligado!” – ela gritou pelo telefone, tenho certeza que ate Kyoko ouviu, mas nem por isso virou a cara.

- Também estou feliz em falar com você, Hana-chan. Mas infelizmente não tenho boas notícias. Não vou poder passar aí pra te buscar. Acabei pegando detenção e preciso ficar até mais tarde.

-“Detenção? Por que deram detenção pra você, Kao-chan?” – Ótimo, hora de subir meu conceito com ela também!

- Ele começou a falar que eu era infiel a você, que você era um burra idiota por não ter visto que eu estava te traindo, aí não aguentei e fui pra cima dele. Ele também, mas eu fui mais rapido e desviei, quando dei um soco nele, a professora chegou, só acreditou nele e me deu detenção!

- “Você brigou na escola por mim! AAH! Kao-chan, você é tão fofo! Eu te amo tanto! Nee. Já que você não vai poder passar aqui, eu posso ir aí na sua escola? – A voz dela estava manhosa, mas seria melhor não.

- Olha, Hana-chan, eu acho melhor que você nã-

 

- “ Ah, so um momento papai, estou falando com o Kao-chan no telefone!” – ela se calou por um momento. “Papai”?! – “ Oh! E verdade, vocês ficaram de sair hoje, certo?” – Essa última voz era do pai dela. O pai dela tava sabendo que agente ia sair? Como assim? Droga... agora não tem como mais! – “Sim, papai, estou terminando de combinar com ele. Desculpa, Kao-chan, mas o papai smepre quer sabe onde eu vou, hehe. E então, posso passar aí, Kao-chan?”

- Aah, claro! Eu ia sugerir isso mesmo, Hana-chan. – Agora não tinha mais como. Não tinha medo do pai dela quebrar a sociedade com meu pai, mas sim do pai dela querer ME quebrar... sei bem que ele tem uns contatos perigosos, pessoas que devem favores a ele.

- Aaah! Kao-chan e eu estamos conectados! Que legal, isso me deixa contente! Nee, Kao-chan, preciso desligar, estou terminando um dever de casa e vou pra aí logo depois, prometo não demorar!”

- Ok, vou estar te esperando Hana-chan, não tenha pressa! Tchau.

- Ok, até mais tarde Koa-chan. Milhões de beijos, te amooo!tu....tu....tu. Ah, o que eu não faço para conservar meu belo pescoçinho em baixo da minha linda cabecinha!

- Terminei, já estou indo. – Avisou Kyoko para sensei, um tempo depois de eu ter desligado o telefone.

- Certo. Pode ir. E da próxima vez não arrume tanta confusão.

- Eu não fiz nada.

- Claro. – ela disse sarcástica – E me chame de Nana-sensei.

- Tanto faz. – murmurou, saindo da sala.

- Tenho uma boa tarde. – Disse ela, despedindo-se. Eu achava a relação das duas muito estranha. Toda aula Nana-sensei a colocava de castigo por ficar desenhando ou lendo na aula dela, então ela ficava de castigo sem reclamar, pelo menos não em voz alta. Quando Kyoko termina, elas se despedem amigavelmente e se preparam para o castigo do próximo dia. Isso é assustador.

- Sensei, também já terminei, vou indo.

- Certo, tenha uma boa tarde, Matsuda-kun.

            Bem, vejamos o que faria agora... Hana-chan vai estar me esperando na porta da escola para irmos naquela festa do... como é mesmo o nome dele? Droga... não consigo me lembrar... Bem, de qualquer jeito, vamos na festa de aniversário de mais algum mauricinho nas redondezas do condominio fechado mais caro de Tokyo. Estava saindo quando há vi. A loira estava com uma saia preta e uma blusinha rosa por debaixo do casaco preto brilhante. Hana-chan, como sempre, estava linda!

- KAO-CHAN! – Hana-chan gritou por mim. Eu sinceramente preferia que ela não tivesse me chamado de “Kao-chan” na frente de toda a escola, eu com certeza serei zoado amanhã, mas não vou pensar nisso agora. Pensarei nisso depois, afinal, ninguém tem uma namorada como a Hana-chan, ela é totalmente minha!

- Hana-chan. Me desculpe por fazer você vir até aqui. – Seja gentil e calmo, esqueça da sua voz fina e irritante. Seja gentil e calmo. Ela me beijou e me abraçou... eu realmente não queria que ela fizesse isso na frente da escola toda.

- Sem problemas, Kao-chan. De qualquer jeito, eu estava curiosa para vir ver a sua escola. Eu queria estudar em uma escola mista... mas parece um pouco assustador com tantos garotos. Nenhuma garota dá em cima de você, né, Kao-chan!? – Se segura, Kaoru, se segura. Você não pode começar a rir desesperadamente da ingenuidade do ser loiro ao seu lado. Se segure... respire fundo... isso, se acalme.

- Não, Hana-chan, eu já disse a todas que sou compromissado e amo muito minha namorada! E mesmo se você fosse estudar aqui, eu te protegeria desse garotos sem escrúpulos! – Segurei em sua cintura, a abraçando de lado e ela retribuindo. Não podia deixa que ela visse Haruo e Jiro rindo da situação. – Vamos?

- Vamos, Kao-chan! Estou com vontade de comer bolo! – Quando estavamos saindo, ouvi alguem chamando Kyoko. Namorado? Terei que esperar ate amanhã para saber quem é o cara.

- Nee, Kao-chan... em certeza que você não me trái com esse monte de garotas oferecidas? – Ela perguntou, assim que entramos na limousine particular dela. Ela estava de biquinho e com os braços cruzados, mostrando que estava desconfiada e emburrada.

- Fique tranquila, Hana-chan. Não seria louco de trocar você por nenhuma das garotas daquela escola ou do mundo! – Mentira não era... eu só adicionei algumas palavras e tirei algumas outras. Distorci a verdade! Sim, foi exatamente isso!

- Aaah! Kao-chan, eu te amo tanto! Você me ama, não ama?

- Não te amar seria o mesmo que não viver! – Ok, agora tira o primeiro “Não” e vira verdade! Eu continuaria com ela, pelo menos até completar a maioridade, sair de casa e sumir no mundo! Faltava pouco... cerca de 1 ano e meio, eu poderia aguentar! Ela sorriu em resposta e me beijou.

            Chegamos na festa, que como sempre, era xstremamente chique e tinha uma sala reservada para cada coisa. Em uma sala ficavam os velhos, em outra os donos de empresas, em outra as mulheres dos donos de empresas, tinha a para as crianças com menos de 5 anos e para as com menos de 10. Também tinha uma só para os docinhos da festa, outra só para o bolo e ainda tinha uma para guardar os presentes. Assim que passavamos pelo portal do Hall da mansão do aniversariante, o qual eu ainda não me lembrava o nome, recebemos um guia sobre a festa, que segundo o mesmo estava ocupando mais de uma quadra, e uma lembrancinha: Um broche de ouro com uma pedra de diamante no meio, tinha a forma do simbolo de uma empresa... de cosméticos, eu acho.

            Fiquei feliz ao saber que a festa não seria tão chata assim: apesar de terem muitas patricinhas, eram todas muito bonitas. E fiquei mais aliviado ainda ao ver Arata em um canto de uma das várias salas, brincando com Momo-chan, que estava em seu colo. Disse a Hana-chan que iria falar com Arata enquanto ela conversava com algumas amigas. Enfim me livrei dela.

-Yo, Arata! Olá, Momo-chan!

- Kaoru-nii! Você veio! – Momo-chan pulou no meu colo assim que me viu. Dava pra ver que estava bem feliz, sorrindo bem mais que o normal. – Viu só, Nii-san, eu falei que Kaoru-nii viria! Ela não acreditou que você viria, Kaoru-nii! – Ela quase deu uma bronca em Arata, que ria da cara dela junto comigo.

- Que Oni-chan mais malvado, em Momo-chan. Não acredita que o melhor amigo dele viria... Por que eu ainda falo com você mesmo, Arata?

- Oi, Kaoru... Claro que eu achei que você não viria, quem iria querer vir a uma festa chata como essa? Só vim para ver a Momo.

- Você tem razão... só vim porque Hana-chan apareceu lá na minha escola... fiquei de castigo por uma briga idiota.

- Ooh, o grande Kaoru, de castigo, na escola! Essa eu quero saber. Anda, começa a contar. – Ele puxou a cadeira para eu sentar. Não pedi para Momo-chan sair dali, sei que ela não queria e que não tinha amizade com as outras pessoas. Além disso, ela sabia que eu traía a Hana-chan, só não sabia como isso se chamava.

            Ficamos conversando por um bom tempo, nem vi a hora passar. Momo-chan chegou a dormir em cima do Arata. Me despedi e saí. Tinha que saber onde ela estava para me despedir. Depois que me juntei ao Arata, não a vi mais. Perguntei a algumas pessoas (leia-se garotas) se a haviam visto e acabei parando em um lugar mais afastado da festa, algo próximo a cozinha.

            Vi um bolo de cabelos loiros e quase gritei seu nome. Quase, por que não esperava ver a cena que vi.

- Arata? – Estava ao celular depois de sair dali sem que ninguém percebesse. Ainda não acreditava no que havia visto.

- “Oi, Kaoru. Que aconteceu, a gente acabou de se separar?”

- Onde você tá? Ainda tá na festa?

- “Sim, tô na frente da casa. Acabei de colocar a Momo no carro pra ela ir pra casa. O que aconteceu?”

- Não saia daí, estou indo aí agora.

- “Perai, o que houve Kaoru? Você tá estranho. O que houve?”

- Acredite se quiser, já que nem eu acredito ainda... – dei uma breve pausa com protestos vindos do outro lado da linha – Eu vi a Hana-chan beijando outro cara. E não era ela que estava sendo beijada, agarrada. Ela tava beijando outro cara com vontade!

- “O quê?”

 

 


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Notas finais do capítulo

WOW! E aí? Gostaram?? Merecemos algo bom? *cara de pidona*



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