Kowai no Ai Suru escrita por Camihii, Luh Black


Capítulo 14
Juízo?


Notas iniciais do capítulo

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- ...tanto que já estão de casamento marcado. – Velhos.

- Fico feliz por seu filho, Chikako-san. Um bom casamento deixaria qualquer um orgulhoso! – Velhos.

- Falando nisso, Matsuda-san... Soube que seu filho rompeu com a filha de Ichikawa-san. – E mais, velhos intrometidos!

- Oh, sim... – Esses são os sócios do meu pai. Um bando de velhos intrometidos.

- Acho que isso vai interferir em algo na amizade dos senhores, Matsuda-san.

- Não, não acredito nisso. Tenho certeza que este rompimento é apenas temporário, logo os dois voltam a ficar juntos. – É incrível como ninguém nesta pequena roda de sócios tem algum desconfiômetro. Falam como se eu não estivesse ali, bem ao lado deles.

- Mas soube, segundo meu sobrinho, que ele já arrumou outra namorada.

- Ora... – Disse, enquanto me lançava um olhar fuzilador – Sim, é verdade. Mas tal garota não é nada mais do que algo para distraí-lo, tenho certeza. Seu rompimento com Hana-san foi absolutamente desnecessário e impensado. Nenhuma outra garota é mais adequada para ser a companheira de meu filho, entretanto, jovens são inconsequentes e rebeldes. Kaoru é um garoto inteligente, e logo corrigirá seu erro.

- Mas ouvi de Ichikawa-san que Hana-san está desconsolada. Será difícil corrigir o erro de magoar tão profundamente uma garota pura como Hana-san, e ainda por cima ter começado outro relacionamento logo depois. – Apenas agüente calado. Finja que são um bando de cigarras inquietas e barulhentas. Aah, isso me lembra o verão.

- E o principal é que Hana-san é a única herdeira das empresas Ichikawa, certo? Um matrimônio entre os dois seria ótimo. – Matrimônio? Matrimônio? Fala sério, eu mal tenho 16 anos, e já estão falando em casamento? São uns velhos mesmo.

- Mas Hana-san é bastante infantil, conseguirá mesmo cuidar da empresa do pai.

- Acho muito capaz. Não devemos subestimar as mulheres, Manabu-san.

- Diz isso por que tem uma filha super dotada, Takada-san. É ela quem herdara suas empresas, certo? – Pobre Momo-chan. Tão nova e já com um destino tão obscuro.

- Sim, tanto que atualmente me ajuda com meu trabalho.

- Mas ela não é a primogênita, certo? Onde está o primogênito?

- Não tenho um filho mais velho, Manabu-san. Ele se foi no momento que traiu a própria irmã, sendo assim, sua família. – Que história é essa? Arata traindo a Momo-chan? Ele não consegue trair nem uma mosca, vai trair a Momo? Do que esse velho tá falando? – Mas não importa. O importante é que o pior foi evitado.

- O que aconteceu afinal, Takada-san?

- Prefiro não tocar nesse assunto Matsuda-san. O importante é saber que aquele garoto não é digno de pena por viver como vive.

- Com licença, senhores, irei me retirar. – Pronunciei, dando a volta e sentindo o olhar de meu pai sobre mim. Talvez estivesse surpreso por não ter feito nenhuma cena dessa vez. Já estava cheio daqueles velhos tagarelando sem parar.

A festa, pra variar, estava chata. Velhos falando sobre a super-faturação do mês, mulheres comparando as jóias, garotas histéricas dando gritinhos irritantemente histéricos enquanto ouviam fofocas das amigas, ou falavam de alguma roupa cara que compraram ontem... Ah, cara, isso não pode ficar mais legal, não?

Bendita seja a minha boca!

- Hana-chan! Há quanto tempo. – Cumprimentei. Um dos grupos de garotas dando gritinhos histéricos era o grupo dela. Namoro fixo, já podia encarar a víbora.

- Kao-chan... – Murmurou. Ótimo, estava na defensiva e as amigas dela olhavam feio para mim. Isso quer dizer que já havia aplicado o veneno, e eu era o vilão da historia. Então, como vilão, hora de exercer o meu papel.

- Fico feliz que esteja bem, Hana-chan. Onde está aquele seu amigo? Kakeru-kun, certo?

- E-ele não pode vi hoje.

- Aah, mas que pena... Queria agradecê-lo por um favor que me fez. Tirou uma pedra rosa e irritante do meu sapato. – Disse, sorrindo. Ela captou a mensagem, e como imaginei, não agüentou minha indireta.

- Posso avisá-lo sobre isso, Kao-chan. Também gostaria de agradecê-lo por cuidar tão bem de mim.

- Ah, acabei de lembrar. Hana-chan, não pedi desculpas pelo que fiz a você. Deve ser horrível ser chutada por alguém, certo? Como é a sensação?

- Fique tranqüilo, Kao-chan, sei que você sabe exatamente como é ser chutado por alguém. Entretanto, Kakeru-kun, sendo um grande amigo e de longa data, ficou o tempo todo ao meu lado, por isso já estou me sentindo bem. – Esperta. Já havia se recomposto, e atuava muito bem mantendo sua expressão tenebrosa enquanto me atacava impiedosamente.

- Sim, sim, compreendo, Hana-chan. Amigos são para essas coisas, só espero que ele seja fiel a você como eu era, Hana-chan.

- Claro, Kao-chan. Espero que ele seja um bom amigo, e sendo o cavalheiro que é, com certeza vai conseguir cuidar de mim como ninguém. – Ela sorriu maliciosamente por um segundo, e por esse segundo, por alguma razão, me senti inútil e bruscamente passado para trás. – E você, Kao-chan. Como está com a nova namorada? Ela está realmente te agüentando? – Para os outros, isto soaria como brincadeira, tanto que ela riu logo em seguida. Mas não era uma brincadeira.

- Ah, estamos muito bem, obrigado por perguntar, Hana-chan. Mais felizes do que nunca. Tanto que ela está aqui hoje...  – Olho em volta, como se a procurasse, e para minha surpresa, a encontro parecendo meio perdida. – Ah, olha ela ali. Se me der licença, Hana-chan, meninas. KYOKO-CHAN! KYOKO-CHAN, AQUI!

Ela me ouviu e olhou para mim. Imediatamente, se virou para a direção oposta, quase correndo, mas parou por um momento e veio até mim. Estranhei isso, já havia aceitado o fato dela tentar fugir de mim.

- Kyoko-chan, onde estava? – Perguntei, segurando sua mão, recebendo um olhar reprovador da mesma. – Estava te procurando.

- Ah, desculpa Matsu-kun. Fui ao banheiro e acabei me perdendo. – Respondeu, sorrindo. E ao ver seu sorriso, senti que deveria me cuidar um pouco mais.

- Nah, tudo bem. Está gostando da festa?

- É bem diferente do que estou acostumada, mas... Não sei, é diferente. – Ótimo, está mantendo as aparências, já que até agora não me xingou ou repeliu minha mão. – Matsu-kun... Podemos ir... Para um lugar com menos pessoas? – Ah, nunca pensei que estaria vivo para o dia em que ela falasse assim, tão mansamente.

- Claro, Kyoko-chan. Por aqui. – Peguei em sua mão e sai, fazendo questão de passar na frente da Hana. Haha, a vingança é tão suculenta e doce!

- O que raios pensa que está fazendo, seu imbecil? – Ela esbravejou, no exato momento em que ficamos sozinhos, me batendo.

- M-mas o que? Por que me bateu, Kyoko-chan?!

- Eu não disse que não era para me tocar? Na foi essa uma das minhas condições? E também já não mandei você parar de me chamar de “Kyoko-chan”!

- M-mas, Kyo-

- Sei que você é idiota, muito idiota, mas ao menos japonês você entende, certo?!

- Kyoko, seja armação ou não, você ainda é minha namorada! Eu posso ao menos pegar na sua mão ou te chamar de um jeito carinhoso!

- Sendo assim posso terminar com toda essa história, agora, certo? Terminar um namoro falso é tão simples quanto respirar, Matsuda.

- Não, Kyoko, isso não! Por tud-

- Ótimo! Então cumpra com a sua parte que eu cumpro com a minha. Siga minhas condições e vamos se o casal falso mais perfeito do mundo! – Eu estava na mão dela, mas também tinha minhas armas. Mesmo que fossem poucas.

- Ok, Kyoko, você venceu. Mas nem por isso pode ficar me chamando de idiota ou me batendo com total liberdade! Sou homem antes de tudo, e tenho orgulho.

- Oh, sério?

- Olha, Kyoko-

- Estou cansada, temos aula amanhã, por isso queria ir pra casa. Vou me despedir do Arata e da Momo-chan e te encontro na saída.

- Ok... – Ela é decididamente estranha. Uma hora está me apedrejando, e de repente muda totalmente o ruma da conversa. Onde fui me meter?

---//---//---

- KAA-CHAN! – Alguém gritava desesperadamente pelos corredores da escola, o que chamou a atenção da sala inteira. – KAA-CHAN! KAA-CHAN!

- Kennichi, pare de gritar!

- Mas... Jiro! Jiro, Kaa-chan está virando homem! O nosso Kaa-chan cresceu como homem e como gente!

- Quem é o “nosso”, e o que quer dizer com isso?

- Eu o entendo, Kaoru! Qualquer um que foi a festa ontem entenderia! – Ah, claro, a festa. Eles deviam mesmo estar lá.

- Quem diria, O Príncipe e a Dama Negra. Matsuda Kaoru e Nakamura Kyoko, juntos, e em uma festa da alta sociedade!

- Ah, vocês estão falando disso...

- Mas é claro que é sobre isso! A escola inteira tá falando disso, ou pelo menos todos os que foram na festa ontem!

- Haruo tem razão. Você e a Dama Negra em uma festa! Juntos! E você foi vista conversando com a herdeira dos Ichikawa, que é sua ex, certo?

- Sim, mas o que tem de mais?

- Como assim “o que tem de mais?”. Me poupe, Kaoru! É só o cara mais importante da escola saindo com a garota mais assustadora da escola!

- Tudo bem que em popularidade vocês dois estão lá em cima do ranking, como os mais falados, maaas...

- Kaa-chan, vocês são totalmente opostos! Além disso, as garotas não vão ficar nada felizes com isso. Elas tinham aceitado a Ichikawa-chan, por que, bem, é a Ichikawa-chan!

- Por favor, não me fale dela! Prefiro não ouvir esse nome mais do que o necessário.

- Por que, Kaa-chan?

- Tenho lá os meus motivos.

- Que motivos?

- Dane-se os motivos do Matsuda. – Interviu Hirano, chegando com Matsui do seu lado. Ambas com uma expressão nada convidativa no rosto.

- Matsuda-kun, será que pode nos acompanhar por um momento?

- Mas o professor já vai voltar pra sala e-

- Não vamos demorar nem um minuto, Matsuda-kun, e nem precisamos sair da sala.

- Basta que possamos conversar sem interrupções desnecessárias. – Completou Hirano, olhando para os três ao meu lado.

- Ok, já estamos indo. – Disse Jiro, levantando os braços em sinal de rendição.

- Boa sorte, Kaa-chan.

- Até.

- Não, esper-

- Matsuda-kun, temos um assunto sério para falar com você. – Por mais que Matsui sorrisse, sentia como se ela quisesse me apunhalar.

- Tenho certeza que o Matsuda vai se arrepender pelo fato de seus tataravôs terem se conhecido, né Aya?

- Claro, Maki...

- M-mas... Do que estão falando?

- Do mais novo casal da Gakuen Campbell , Matsuda-kun.

- O Príncipe e a Dama Negra. Matsuda Kaoru e Nakamura Kyoko, como seu amigo disse, juntos em uma festa! Vocês são o assunto do ano, não são Aya?

- E foi em uma festa da alta sociedade, o que é mais surpreendente, Maki. Pergunto-me como a convenceu, Matsuda-kun.

- É verdade... Afinal, até semana passada vocês se odiavam e queria um ao outro mortos.

- Não é-

- Pelo menos da parte da Kyoko eu tenho certeza, Aya. – Dessa vez eu decididamente estava ficando com medo. Com tanto medo quanto de Kyoko.

- Será que dá pra me escut-

- Não, não dá, Matsuda-kun! Lembra que dissemos que ia se arrepender por seus tataravôs terem se conhecido? Pois então, vamos te explicar o porquê agora. – Ela sorriu, e só agora percebi como o sorriso de uma garota é perigoso. – E de uma maneira simples, para que você entenda, claro.

- Escute aqui, Matsuda – Começou Hirano, batendo a mão na mesa, me encarando – Kyoko é nossa amiga, e se eu souber que ela se magoou, nem que seja pela roupa que você vestiu, vai estar ferrado.

- Por que vamos te matar, Matsuda-kun.

- E se fugir vai ser pior, porque nós te perseguiremos. E sabe o que faremos quando te encontrarmos?

- Sabe o que, Matsuda-kun? – Por que ela tem que sorrir tanto? Ela tem a aparência pacífica demais para sorrir enquanto fala essas coisas!

- N-não...

- Faremos questão de antes de te matarmos bem lenta e dolorosamente, Matsuda-kun, te torturarmos até que você já esteja querendo se matar, até que você esteja clamando por uma morte bem rápida. Mas, obviamente, vai morrer bem lentamente.

- V-vocês não tão falando sér-

- Ah, não? Acha que estamos blefando, Matsuda?

- Então por que não testa para ver, Matsuda-kun? – Uma valentona assustadora e um anjo cínico e mais assustador que a outra. Onde raios fui me meter? Matsui se aproximou perigosamente de mim, mas não me mexi – Quer que todo o Japão fique sabendo sobre como você e Ichikawa Hana romperam?

- C-como vocês... Do que estão... – Como foi que descobriram? Pensei que ninguém mais sabia... Não acho que Kyoko tenha contado, ele prometeu não contar e não parece ser alguém que quebra suas promessas. Kami-sama... As duas são psicopatas! São loucas, eu estou na mão de loucas!

Ah, Matsuda-kun. – Matsui me chamou, enquanto ia embora.

- S-sim?

- Poderia, por favor, não contar da nossa conversa para ninguém, principalmente para a Kyoko-chan?

- A-ah... Claro, claro, sem problemas...

- Obrigada e boa aula... Vamos, Aya, estou com fome! – Estavam rindo... Rindo como se não tivessem feito uma cruel ameaça de morte a um pobre coitado adolescente... Acho melhor começar a olhar por onde ando.

- Muito bem, todo mundo calado e sentado, agora! E como quero sorrir um pouco, vou entregar os testes logo no inicio da aula!

- As notas foram boas, Nana-sensei?

- Sim, muito boas. Boas ao ponto de que se metade da sala não se sair muito bem no próximo teste, as férias de verão serão aqui na escola! Ok, vamos começar. Fuji Aiko-san, parabéns, teve um 4. Fique tranqüilo, não foi a menor nota da turma. A menor foi do Iwao Hotaru-san. Nada como um 1, certo? A não se que tire nota máxima na próxima prova, nos veremos no verão. Keiko Haruko-san, estou orgulhosa, por isso se gabe pelo seu 8 com a sala, certo? – Ela adora chutar os alunos. Ao contrário dos outros professores, prefere perder uma aula inteira ditando as notas e fazendo comentários maldosos a apenas entregá-las sem nenhuma frase a mais. – Daremos parabéns agora à terceira maior nota da turma, Nakamura Kyoko-san.

- Não veio, sensei.

- Não veio? Nakamura-san faltou? Então é por isso que a sala está em tanta harmonia. Mas imagino porque faltou... – Ela olhou em volta, realmente parecendo surpresa, até que parou sem olhar em mim. – Será que Matsuda-san sabe de algo? Afinal, estavam juntos ontem à noite.

- Não sei de nada, sensei.

- Matsuda-san, como pode ter tirado 3 quando Nakamura-san tirou 9,5? Estou decepcionada, decepcionado com os dois. Não se ajudam nem um pouco. Tsc... Bem, Matsuda-san, entregue o teste para Nakamura-san, e aproveite e estude através dele até que consiga encontrá-la. O que me lembra: os que tiraram menos de 6, quero a prova -copiada, corrigida e com a assinatura dos pais para a primeira aula de amanhã.

- Sensei, temos testes físicos, hoje, não dá tempo!

- Quem disse que eu me importo? Estudassem antes, agora se ferrem. Bem, continuando... Juiro Kaede, você conseguiu um 5,8... Quero o texto copiado, isso não é um 6.

---//---//---

Bem, se a Momiji descobrir o que estou fazendo, certamente vai me matar. E a Kyoko também, tenho certeza, tanto que acho que tenho mais medo dela que de Momiji. Duas mulheres controladoras e perigosas, que conhecem as armas certas para me derrubar e cá estou eu, indo contra as duas ao mesmo tempo. Muito inteligente da parte!

- Kaoru-kun! O que está fazendo aqui há essa hora? Não devia estar na escola?

- Nakamura-san, que bom revê-lo, é um prazer. – 10 horas da manhã de uma quinta- feira, lanchonete onde o Akira, irmão da Kyoko, trabalha. – Um dos meus amigos adoeceu, e estou visitando-o em um hospital próximo daqui.

- Ah, entendo. O que houve com seu amigo?

- Sofreu um acidente de carro, mas já está melhor.

- Sei, mas que bom, certo? O importante é que ele está bem. – Me sentia um pouco mal por mentir para o Akira, mas ele realmente tem que acha que sou um garoto direito. – Poderia esperar um momento? Está mesmo na hora da minha pausa, só vou avisar meu chefe.

- Claro, claro, sem problemas, Nakamura-san.

Bem, a fase inicial já foi. Pelo jeito as coisas que Kyoko provavelmente disse sobre mim não fizeram efeito nele. “...Faço faculdade e trabalho”. Mesmo com esses empecilhos bem significativos, Akira parece ser feliz. Se não for, finge muito bem que é. Simpatiza com todos, sempre com um sorriso no rosto e fala de modo gentil. Totalmente ao contrário de certas irmãs.

- Mas e então, o que veio fazer aqui?

- Gostaria de falar sobre a viagem, Nakamura-san. Acho que fiquei de lhe informar sobre a casa que tenho em Kyoto.

- Ah, claro, me lembro disso.

- Bem, a casa está vazia, e só precisaremos limpá-la quando chegarmos lá. Mas se for muito incômodo, posso pedir para alguém limpar por nós, não tem problema! – Por favor, diga que posso pedir para alguém limpar!

- Ah, não, não. Acho que seria até divertido se nós mesmos a limpássemos. Assim nos familiarizamos com a casa, já que vamos passar cerca de uma semana lá. – Droga... Se bem que ver a Kyoko com roupas de faxina na seria tão ruim, afinal, ela não parece ter um corpo feio.

- Uma semana apenas, Nakamura-san? Já que não teremos gastos com a hospedagem, poderíamos ficar mais, não?

- Tem certeza, Kaoru-kun? Eu realmente não quero incomodar e não fazemos questão de tanto luxo.

- Não, sem problemas, Nakamura-san. Não é sempre que consigo sair despreocupado com tantas pessoas, então eu certamente ficaria feliz ajudando no que puder.

- Kaoru-kun... Você é um garoto tão bom! Obrigado por cuidar da Kyoko!

- Não, Nakamura-san, eu é que agradeço por cuidar de mim.

- Mas é serio, Kaoru-kun. Eu realmente me preocupo com as amizades da Kyoko, e principalmente se ela tem amizades.

- Por que diz isso, Nakamura-san? Kyoko é bastante conhecida na escola, e mesmo que sejam poucos, ela tem amigos.

- Essas pessoas podem considerá-la uma amiga, mas Kyoko provavelmente não pensa assim. Com a morte dos nossos pais, ela foi a que mais sofreu. – Ele deu uma pausa, e eu preferi ficar calado. – Kaoru-kun, será que posso confiar em você para cuidar da Kyoko, mesmo que ela não simpatize tanto com você?

- Cla- - Me assustei. Ele tinha no rosto uma expressão que misturava sofrimento e culpa, de quem realmente se preocupava com Kyoko, e provavelmente se culpava por seja lá o que acontece com ela. – Claro, Nakamura-san.

- Escute Kaoru-kun, não leve a sério quando Kyoko disse que te odeia, pois pode não ser exatamente assim. Ela não quer fazer amigos para evitar decepções. Ela carrega certo medo de fazer amizades, e prefere não fazer nenhuma para não sofrer mais.

- Mas ela sempre conversou com Yuki-senpai, Nakamura-san.

- Esse garoto é um caso a parte, ele a ajudou em um certo assunto. Mas os outros, Kaoru-kun, não passam de conhecidos para ela. Kyoko carrega certo medo de fazer amizades, e prefere não fazer nenhuma para não sofrer mais.

- O que quer dizer, Nakamura-san?

---//---//---

O carro estava rápido, e não demoraria para que chegássemos em casa, mas a conversa que tive com Akira ainda me assustava. Definitivamente Kyoko tem um pouco de razão em ser tão fechada, mas ainda sinto que ela se precipitou se fechando tanto. Criando “um escudo contra as pessoas”, como o próprio Akira disse. Eu apenas sinto que está faltando alguma coisa nessa história toda. Uma coisa que eu acho que nem a Kyoko sabe.

- Kaoru-sama, faltou aula hoje novamente?

- Ah. Yo, Momiji. Faltei sim, precisava resolver uns assuntos.

- Com sua nova namorada, Kaoru-sama? – Como ela...?

- Como assim?

- Arata-san comentou comigo, nos encontramos no shopping. Por favor, traga-a para que eu a conheça.

- Maldito Arata. Tá, eu trago, e sim, tinha a ver com ela, sim, Momiji. Mas indiretamente. – Dei uma pausa enquanto subia a escada. – Momiji... Acha certo alguém não se apegar às pessoas por um trauma da infância?

- Bem, Kaoru-sama... – Ela deu uma leve pausa, pensando um pouco, e voltou a falar. – Traumas são coisas delicadas de se lidar, e a menor palavra ou ação errada pode destruir uma pessoa. Curar de um trauma é muito difícil, e um trauma nasce a partir de um passado ou de uma época de vida ruim. Talvez não seja certo, apenas compreensível, mas acho que depende de pessoa para pessoa.

- Entendo... Acho que tem razão. Obrigado.

- Kaoru-sama, o almoço logo vai sair.

- Hai, hai. Desço daqui a pouco.

Droga... Quanto mais sei sobre Kyoko, mais curioso fica... Bem, jogar vídeo game, é melhor que ficar quebrando a cabeça por algo que não vou conseguir descobrir sozinho. E me sentir mesquinho demais também não me deixa feliz.

- Que é? – Era meu celular, e tocou justo em uma parte crítica do jogo.

- Yo, Kaa-chan! – Ugh... Kennichi.

- Como foi a agradável manha sem aula, Kaoru?

- Bastante instrutiva, eu diria. – Bola, bola, esquerda, direita, X.

- Kaa-chan, devia ter ligado dizendo que você não ia. – R2, L1, X, X.

- Sim, o Kennichi estava super preocupado. Acho que conseguiu um admirador. – Droga, foi muito alto!

- Cala boca. Vocês estão me atrapalhando, estou em um chefão!

- Kaoru, não devia ignorar seu admirador assim, por um jogo. – Baixo, baixo, Bola, direita quadrado, cima, cima X e R2! Haa! Ninguém vence essa seqüência!

- Ao menos eu tenho admiradores, ao contrário de certas pessoas que estão totalmente sozinhas. – Engole essa, seu chefão maldito!

- Sinceramente, prefiro estar sozinho a namorar a Dama Negra. Como sobrevive? – Merda! Não, espera... Morri!

- Bem, eu... Ah, peraê, tem outra pessoa na linha. Quem é?

- Engraçado como o Kaoru sempre cumprimenta os amigos assim, né, Hao-chan? – Malditos... Tô tentando virar esse jogo a semanas! Bendito seja o Memory Card.

- “Hao-chan”? Quem é Hao-chan? – Ótimo, agora o Jiro também entrou na conversa.

- Hao-chan é o Haruo, Jii-chan!

- Haha! Toma, Jiro, agora também tem apelido! – Cima, cima, bola, X, baixo, direita, bola, bola, bola, X... Isso! Tá quase, tá quase!

- “Jii-chan”? Jii-chan? Haha, adorei! Sem dúvidas o Kennichi é ótimo para dar apelidos, né, Jii-chan, Hao-chan!

- Olha quem fala, Kaa-chan!

- Haha, gostei, Jii-chan! – Hun? Arata? Ah! Merda! Morri de novo!

- Arata?

- Ah, bem, eu... Não estou aqui! – O que raios ele tava fazendo ali?

- O que o Arata tá fazendo aí?

- Eu e Hao-chan somos inocentes!

- Eu encontrei com ele na rua, Kaoru. – Muito bem, recomece agora... Dessa vez você consegue!

- Ah, tá... Bem, não importa. O que querem? Estou muito ocupado no momento, então sejam rápidos, por favor.

- Arata-kun, ele sempre deixou os amigos de lado pra ficar jogando?

- “Arata-kun”? Por que ele não ganhou um apelido? – Alguém tem noção de como é vergonhoso ser chamado de “Kaa-chan” no meio da rua? E aí o Arata não ganha apelido? Droga, esquerda, esquerda!

- Arata-kun é, por enquanto, um conhecido. E ele já tem a aparência naturalmente fofa pra ter um apelido fofo.

- Kennichi tem razão... Se o Arata ganhar um apelido como os nossos, vai ficar ainda mais parecido com uma garota. Acho melhor deixar assim.

- Parem com isso!

- Tanto faz, o que vocês querem? – Opa... Espera, esse é o Especial? Putz, fudeu! Bola, triângulo, quadrado, X, bola, quadrado, quadrado... Aah, droga!

- Ah, certo, err... Esqueci.

- O passeio, Kennichi, o passeio.

- Ah, claro. Kaa-chan, vamos sair um pouco?

- Pra onde, pra quê e quando? – Desisto! Faço isso hoje à noite!

- Kaa-chan, não seja tão frio!

- Não estou frio, o dia está realmente quente!

- Kaa-chan!

- Digam logo o que querem!

- Estamos te esperando no shopping às 3h. Todo mundo, sem falta. Tchaaau!

---//---//---

- O que estamos fazendo aqui?

- Concordamos em nos encontrar aqui, então...

- Não! Vocês concordaram, e desligaram na minha cara antes que pudesse responder.

- Então por que veio?

- Momiji ouviu o final da conversa e me obrigou a vir. – Na verdade, ela quase me matou para que eu viesse, e ameaçou meu Nitendo Wii – De qualquer jeito... Por que estamos aqui?

- Bem, já que o Arata não pôde vir... – Começou Haruo, observando a livraria - O plano foi ir até ele, já que o Kennichi insistiu.

- ...Sim, também te amo. Não, te amo mais! Prometo te ligar quando terminar aqui...  Não, eu juro! Certo, beijos, meu amor. Boa tarde e boa sorte com os estudos! Tchaaau!

- Estou me sentindo desprezado. – Começou Haruo – Kennichi tem uma namorada, Jiro tem uma namorada, e mesmo que seja a Dama Negra, o Kaoru também tem uma namorada. Sou o único solteiro!?

- Fique tranqüilo, Haruo... Marcamos um encontro em grupo e você fica segurando a vela, assim não fica sozinho.

- Obrigado, Jiro, foi realmente acalentador!

- O que estão fazendo aqui? – Arata havia acabado de nos ver, e graças a isso deixou o livro em sua mão cair.

- Yo, Arata-kun!

- Se não nos quer aqui, vamos embora. – Falei, enquanto ele pegava o livro.

           

- Não, não, espera! O que estão fazendo aqui? Pensei que iam sair.

- E estamos, mas Kennichi se sentiu mal por você não pode ir, e obrigou a gente a passar aqui.

- Na verdade, o Jiro veio de boa vontade, né, Jiro?

- Está pensando em trair sua namorada, Jii-chan? – Kennichi era mesmo mal. Ouvi um “já volto” do Arata, e voltei a rir da cara do Jiro.

- D-do que estão... De onde... Ah, vão pro inferno!

- Haha, essa é boa. Jiro até ficou vermelho.

- Jii-chan é tão danadinho!

- Não encham! – Haruo e eu rimos com aquilo, ele estava vermelho e irritado. Irritar as pessoas é tão fácil e divertido.

- Ah! Arata, quem disse que... – Quando me virei para procurar Arata, me lembrando que ela havia falado para Momiji sobre meu suposto namoro, vi uma cena estranha.

Jiro estava pegando um livro que Arata tentava alcançar, e duvido que tenha ao menos pedido licença, o que fez com que a cena ficasse bem estranha. Arata agradeceu e se virou para mim.

- Me chamou, Kaoru?

---//--//---

- K-kaa-chan... Po-or que ela? – Uma garota baixinha, de cabelo curto e óculos, cujo nome eu não me lembrava, havia acabado de se declarar para mim. E as declarações aumentaram desde que comecei a namorar, o que de certa forma é interessante.

- Não se pode mandar no coração, afinal de contas. – Justifiquei, fingindo um sorriso triste.

- Mas... Kaa-chan! Todas te amamos, e muito mais que ela! Kaa-chan, ele é assustadora, e malvada, e... e...

- Me desculpe... Eu apenas me sinto bem perto dela. Meu peito se aquece, minha nuca se arrepia... Não posso evitar sentir isso.

- K-kaa-chan... Gosta de meninas assustadoras? – Havia certo pavor em sua voz, e isso me divertiu um pouco.

- Acho que sim.

- Ka-kaa-chaaan! – Ela se virou e saiu correndo. Ah, ser popular é tão difícil! Mas tinha que continuar encenando. Abaixei a cabeça, como se lamentasse algo, e me virei. Quando me virei, recebi um soco.

- O que acha que está fazendo? – Ouvi gritarem. Coloquei a mão na boca, estava sangrando. E isso não era bom para seja lá quem havia me batido.

- Eu é que pergunto! Não se dá soco nas pessoas de repente, sabia?

- Por que dispensou Azami? Sabe o quanto ela gosta de você?

- Sabe o quanto sinto por isso? Se estuda aqui, sabe que já estou compro-

- Cale a boca! – Gritou, depois de me dar um segundo soco. Chega de conversa, ninguém me bate duas vezes e sai impune.

- Escuta aqui! – Comecei, revidando. – Se gosta da garota, vá atrás ao invés de-

- Matsuda Kaoru! – Droga. – O que pensa que está fazendo agredindo este rapaz?

- Kotone-sensei...

- Takahiro-san, está bem? Precisa ir á enfermaria?

- Estou bem, sensei. Esse louco me atacou de repente e-

- Não é verdade, eu-

- Matsuda-san... Yamada-sensei precisa de ajuda para limpar a enfermaria. Poderia ajudá-la, por favor? – Se fosse um pedido, teria negado. Mas não preciso de mais problemas pro meu lado.

- Claro, sensei.

           

Oras! Lá tinha culpa se era popular! Quando o cara gosta de alguém, tem que agir. Aposto que só estava com inveja. Além disso, ele nem era tão bonitinha! Aparência simples demais, já conheci mulheres bem mais bonitas que ela aqui mesmo na escola! Mas tanto faz, eu sou o vilão no final, só eu ganho a detenção, e só eu recebo dois socos. Mas espere, espere porque vai ter volta, ah se vai!

- Detenção outra vez?

- Kyoko-chan!

- Não me chame de Kyoko-chan.

- Mas nós somos-

- O corredor está vazio, Matsuda. Sem teatro.

- Ah, claro...

- Preciso ir, tenho trabalho agora.

- Kyoko-ch-... Kyoko. – A chamei, assim que se virara.

- Que foi?

- Quanto tempo quer ficar em Kyoto? – Ela me olhou por um instante, confusa, mas depois voltou ao normal.

- O tempo que Akira quiser. Não tenho amigos lá, de qualquer maneira.

“Há algumas semanas, ela encontrou uma foto no meio das nossas coisas velhas. Era a foto de duas garotas com cerca de seis anos de idade, Kyoko e uma amiga, Haruhi-chan.”

- De qualquer jeito, preciso ir. Até.

- Até...

Flash Black

“- Escute Kaoru-kun, não leve a sério quando Kyoko disse que te odeia, pois pode não ser exatamente assim. Ela não quer fazer amigos para evitar decepções. Ela carrega certo medo de fazer amizades, e prefere não fazer nenhuma para não sofrer mais.

- Mas ela sempre conversou com Yuki-senpai, Nakamura-san.

- Esse garoto é um caso a parte, ele a ajudou em um certo assunto. Mas os outros, Kaoru-kun, não passam de conhecidos para ela. Kyoko carrega certo medo de fazer amizades, e prefere não fazer nenhuma para não sofrer mais.

- O que quer dizer, Nakamura-san?

- Há algumas semanas, ela encontrou uma foto no meio das nossas coisas velhas. Era a foto de duas garotas com cerca de seis anos de idade, Kyoko e uma amiga, Haruhi-chan. Éramos vizinhos, e as duas já eram amigas desde muito pequenas. Quando nossos pais morreram, tivemos de ir ao orfanato, e não falamos mais com ela.

O que me intrigou foi que os olhos da Kyoko brilharam enquanto via a foto, e quando a perguntei se lembrava dela, imediatamente seus olhos ficaram tristes. E acho que se sentiu assim por algo que aconteceu no orfanato.

                     

Quando chegamos lá, como havia previsto ninguém falava muito com a gente, apenas o necessário. Com o tempo, fui me socializando, mas a Kyoko tinha mudado um pouco depois do acidente, e não conseguiu fazer amigos.

Ou melhor, até consegui, apenas um. Um garoto meio tímido, mesmo que fosse um pouco mais alto que o normal.” – Suspirou por um momento e continuou – “Naoko-kun era um bom garoto e fiquei feliz quando começou a conversar com a Kyoko, pois ela só falava comigo, e como não gostava dos meus amigos, não ficava sempre comigo. O que importa é que Kyoko realmente ficou feliz conhecendo o Naoko-kun, e isso me deixou, de certa forma, aliviado.

E um dia, enquanto brincavam de bola, ocorreu um acidente. O típico acidente infantil, em que a bola cai na rua e a criança vai pegá-la sem se importar com os carros. E nesse acidente, Naoko-kun foi levado já morto ao hospital.

- M-morto?

- Sim. E o pior de tudo é que foi bem na frente da Kyoko. Ela se culpa porque era a vez dela pegar a bola, segundo o que ela me contava, e quando soube que ele morreu, ficou traumatizada. Provavelmente ficou achando, e ainda acha, que atrai a morte para aqueles que ama, já que eu mesmo fiquei em estado grave após o acidente com nossos pais. Depois da morte do Naoko-kun, Kyoko se fechou ainda mais, e quando não estava comigo, estudava ou desenhava. Acho que ela criou um escudo contra as pessoas, justamente pra evitar sofrer.

- Então ela é assim... Por que não quer sofrer?

- Acredito que sim.

- Mas... Nakamura-san, ela tem duas ótimas amigas na escola, Matsui-san e Hirano-san, e as três inclusive já saíram juntas. Fora o Yuki-senpai, que passa os almoços com ela.

- Sei disso, Kaoru-kun. Sei que esses três provavelmente consideram Kyoko uma boa amiga, mas duvido que Kyoko também pense assim. Ela criou essa personalidade rude justamente para afastar as pessoas, porque sempre algo levou as pessoas que ela amava.

- Mas isso não devia levá-la a querer proteger as pessoas que gosta?

- E afastar-se para impedir a dor do outro não é uma forma de proteção, mesmo que muito idiota? Talvez essa seja a maneira idiota dela mostrar que gosta de alguma pessoa.

- Sim... Muito idiota.

- Kaoru-kun... Talvez eu esteja pedindo demais, mas não a magoe. Ela já tem mágoas o bastante, seja antes ou depois do acidente dos nossos pais.”

- Não tem amigos, heim...

- Matsuda-kun! – Ouvi me chamarem, e quando me virei vi que era Yamada-sensei, na porta da enfermaria. – Kotone-sensei me avisou de sua deteção.

- Ah... Claro. O que preciso fazer, sensei? – Perguntei, indo em sua direção.

- Nada complicado, apenas me ajude a guardar algumas coisas e jogar outras fora.

           

- Certo...

O lugar estava realmente bagunçado, provavelmente porque houve problema nos treinos matinais dos clubes de esportes, que vêm aqui quase todo dia. Deviam arrumar uma enfermaria apenas para eles, já que destroem a da escola.

O clima também estava tenso. Yamada-sensei colocava coisas nas caixas, e eu guardava as caixas. Ela fazia anotações, e eu limpava as coisas... E acabei descobrindo que o trabalho de empregadas é realmente chato. Talvez devesse aumentar o salário de Momiji, já que ela está sempre arrumando alguma coisa.

- Então, Matsuda-kun...

- Sim?

- Ouvi que está namorando a Nakamura-san, da sua classe.

- Ah, sim. Estamos saindo.

- Antes namorava a filha do sócio de seus pais, certo?

- Err.. Sim, mas minha relação com Hana já estava meio fria. – Por que, além de faz detenção, tenho que falar dela?

- Claro, acho que sei como é.

- ...

- Matsuda-kun... – Ela me chamou, se virando para mim. – Não acha que deveria ser um pouco mais calmo?

- Como assim, sensei?

- Mal se passou uma semana do término do seu relacionamento com Ichikawa-san e já esta com outra garota, e totalmente oposta.

- Sensei, mas-

- Matsuda-kun, você deve saber ter respeito por suas parceiras, e dar ao menos um mês entre um relacionamento e outro!

- Sense-

- E fiquei sabendo que mesmo enquanto namorava Ichikawa-san, estava sempre beijando descontroladamente as meninas da escola!

- Como a senhor-

- Como fiquei sabendo? Pra quem você acha que elas vêm chorar as mágoas ou xingar você? Quem você acha que-

- Sensei! – A chamei. Já havia se levantado da cadeira e ia na minha direção de maneira assustadora. – Se acalme.

- Me desculpe, Matsuda-kun, só perdi a paciência... Mas você tem que tomar juízo! Sabia que doenças graves são passadas por beijos e-

- Sensei... Estou tentando tomar juízo. E como sinto que, por alguma razão, está nervosa pelo ocorrido do ano passado, já peço desculpas por toda confusão. – Falei, logo me voltando às minhas tarefas.

- Matsuda-kun...

- Sim, sensei...

- Você realmente criou juízo?


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Notas finais do capítulo

Voltamos a postar! Esperamos reviews, ok? ;D E Milkshakes de Ovomaltine! Ahh, q vontade de tomar Milkshake i.i
Bem, Milkshakes a parte, esperamos que tenham gostado do cap, e que tenham entendido pelo menos um pouco do pq a Kyoko é do jeito que é u.u
E provavelmente daqui algum tempo vamos ter uma surpresinha pra vcs, q n estará nos caps! 8D Se bem q eu acho q n vai ser uma coisa mto...Interessante...