Chuck como se fosse a primeira vez escrita por Annie Walker


Capítulo 13
Chuck X A CIA


Notas iniciais do capítulo

Voooltei o/ mais provável que vcs me odeiem pelos sumiços...mas eu não desisti da fic. Só não tenho muito tempo mesmo. Esse capítulo ficou longo, o maior que já fiz.



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Ok, eu olhava para o espelho. Calça jeans preta, meu All Star preferido e umas das muitas camisas que o Morgan comprou. Já virei o cabelo para todos os lados possíveis, o topete também não funcionou. Eu realmente não sei como vou a um jantar em que vou encontrar um espião bonitão que canta a minha mulher. “Tudo bem”— pensei – “Relaxa! Você é o Chuck! Você é uma gato! Lindo! Nossa como você ta lindo hein? Parece até um espião disfarçado.”

Chuck? O que ta fazendo?”— A voz de Sarah fez eu dar um leve salto na frente do espelho. “Hã? Ah, Sarah oi. Eu tava só...arrumando o cabelo. O que você acha?” – andei um pouco em sua direção e parei a alguns centímetros. Ela me analisou por um meio segundo: “Está bom. Agora vamos, já estamos atrasados.” – “Está bom” pareceu um “é você se esforçou” e não um “nossa como você ta maravilhoso”. Minhas mãos começaram a suar enquanto entrávamos no restaurante que não era muito distante de Eco Park. O garçom informou que nossos “amigos” já estavam nos aguardando e nos indicou a mesa. Parker levantou rapidamente para nos cumprimentar.

Chuck, como vai?” – Apertou minha mão com força enquanto observava Sarah ao meu lado. Ela não parecia muito confortável com aquele olhar em cima dela.

Agente Walker, linda como sempre. Como foi de viagem? Não tive a oportunidade de me despedir”— Trinquei a mandíbula e encarei a mesa. Sarah puxou sua mão que Parker fez questão de beijar e segurou a minha: “O melhor da viagem foi voltar pra casa, não tenho do que reclamar”— Ela olhou pra mim e sorriu, meu coração falhou uma batida. Nos sentamos um ao lado do outro, observei o ambiente. O restaurante era bem arrumado, mesas de madeira bem polida e iluminação ambiente. Pequenos lustres em tom de terra pendiam sobre cada mesa, dando a impressão de que aquele espaço era só seu. Uma enorme parede de vidro projetava-se à minha esquerda, dando visão para os carros e a avenida do lado de fora.

“Onde está Carina?” – Sarah perguntou e só então percebi que Carina não estava lá. Parker sorriu para Sarah, sem mostrar os dentes. Aquele cara conseguia ser sexy mesmo sem se esforçar muito. Me mexi na cadeira e olhei para Sarah. Ela estava séria, parecia que quanto mais Parker sorria para ela, mais ela tinha vontade de socar a cara ridiculamente atraente dele.

Ela precisou dar um telefonema, coisas do governo, você sabe não é mesmo? Todos temos nossos segredinhos sujos.”— Ele sorriu mais abertamente enquanto tomava um gole do seu uísque, observando cada traço do rosto de Sarah. Ela desviou o olhar por um instante antes de responder:

Sim, todos temos”.  

“E você, Chuck? Também tem um segredinho sujo?”— Parker me encarou enquanto tomava mais um gole de seu uísque. Observei seu rosto, uma cicatriz brincava no canto direito de sua boca, subindo até a asa do nariz. Lembrança de alguma tortura, certamente. Que tipo de segredo eu poderia ter a ponto de parecer bom perto daquele cara?

Bem...eu jurei que não contaria isso a ninguém, mas já usei códigos em Call of Duty. Eu realmente me envergonho disso”— Beberiquei minha taça de vinho, forte demais para o meu paladar. Sarah me olhou por um instante e sorriu.

“Essa é uma falta muito grave! Eu posso prender você por isso!”— Ela brincou, Parker nos observava em silêncio.

Por que jogar jogos de guerra em uma tv, se você pode ir a uma guerra de verdade? Eu já estive em uma guerra de verdade, Chuck. E vídeo game nenhum se compara à realidade.”— Parker me encarou como se estivesse me desafiando. O suor em minhas mãos voltou, engoli em seco, não fazia sentido eu tentar me igualar ao agente Parker. Nós dois somos o oposto um do outro.

Bem...Eu realmente nunca fui a uma guerra de verdade. Não consigo ver qualquer tipo de sucesso em algo assim, em que pessoas morrem muitas vezes por coisas estúpidas. Eu me distraio com meu vídeo game, saio um pouco dessa realidade desagradável. Lá as mortes não são reais. Se eu tivesse que entrar em uma guerra real, provavelmente morreria em menos de cinco minutos. Eu mal sei segurar uma arma” - Apertei levemente os lábios, e pus as mãos em cima da mesa, Parker me encarava como se eu fosse um objeto raro exposto em um museu. Virei o rosto na direção de Sarah, ela me observava como se tentasse ler meus pensamentos, seus olhos se apertavam levemente enquanto me encarava com um leve sorriso perceptível apenas para os olhos mais treinados. Ela desviou os olhos para Parker e o encarou, trouxe a mão até a minha e as entrelaçou.

Nem todo homem precisa de uma guerra para ser herói. Chuck é a prova disso”— Ela apertou minha mão levemente e eu a encarei.

Ora ora, o casalzinho já chegou!”— Carina sorria ao lado de Parker, não notei sua chegada. “ – Então Sarah, já contou a ele?”

Sim, ele já sabe” – Sarah soltou a minha mão e sua expressão ficou séria. “Eu farei a proteção de Chuck 24horas por dia. Ninguém vai chegar perto dele.

Parker se curvou sobre a mesa, a voz um tom abaixo: “Ele ainda está com o interssetorial?”

Não”.— Sarah respondeu secamente.

Carina nos observava, de Sarah para mim, de mim para Sarah. “Nós podemos conseguir proteção da CIA, ele pode ir para um abrigo.”— Carina falava com Sarah.

De jeito nenhum, ele é minha responsabilidade. Eu sou a guardiã.”— Sarah a encarava como se estivesse a ponto de voar no pescoço dela.

Carina suspirou: “Tudo bem, já vi que você não vai deixar o Chuck. Já entendi o recado”.

Senti meu rosto queimar. O garçom interrompeu a conversa ao chegar com os pratos que pedimos enquanto Carina lia algo na tela do celular, infelizmente para Sarah, o dela estava cheio de azeitonas. Ela observou o prato por um instante.

Pode me dar as azeitonas, eu sei que você não suporta”— Disse sorrindo e já retirando algumas do prato de Sarah, ela me olhou e sorriu enquanto me ajudava a catar azeitonas.

“Então Walker, qual é o plano afinal? Montar guarda no apartamento do Chuck?— Carina nos encarava com uma expressão desafiadora. Dei uma garfada do meu bife enquanto Sarah mexia calmamente sua taça de vinho.

Exatamente, Chuck está seguro comigo”.— Sarah respondeu sem olhar para Carina. Ela parecia preocupada.

É perigoso fazer a proteção de Chuck sozinha, o capanga de Quinn não deve ser subestimado. Eles acreditam que Chuck ainda tem o interessetorial.”— Parker pareceu desligar o “modo garanhão”, me encarou por um instante antes de concluir. “Temos permissão para permanecer aqui por um tempo, vamos reativar o castelo. Walker você deve retornar ao disfarce na loja de iogurtes”.

Sarah pareceu um pouco perturbada, não tinha certeza se ela lembrava sobre esse disfarce.

Tudo certo, vai ser bom reviver os velhos tempos”— Ela olhou pra mim e sorriu. Sarah parecia mais amorosa que o normal, tem algo errado aqui e eu não estou sabendo identificar o que é.

Parker e Carina nos acompanharam até Eco Park logo após o jantar, Parker fez questão de apertar minha mão como quisesse quebrar todos os ossos do meu corpo enquanto se despedia. Mas isso me incomodou menos do que o beijo estalado que ele depositou no rosto de uma Sarah séria demais. Carina aproximou-se encarando a mim e a Sarah: “Por que vocês não parecem um casal? O que houve Walker? Acabou a chama?”— Abri a boca pelo menos duas vezes com a intenção de responder que tecnicamente não somos mais um casal, mas minha voz não saiu em nenhuma das tentativas. Sarah apertou minha mão.

Você bebeu demais, Carina. É melhor o agente Parker te levar pra cama, você precisa dormir.” Eu só me dei conta do sarcasmo de Sarah quando já havíamos entrado em casa.

O que foi aquilo lá fora?”— Perguntei enquanto tirava os sapatos.

Eu disse a eles que recuperei a memória e que ainda somos um casal.”— Sarah respondeu como se fosse algo muito natural, ela estava soltando o coque que havia feito para o jantar.

Eles acham que somos um casal? Mas que sacana aquele cara! Se insinuando pra você daquele jeito e bem na minha cara!— Falei indignado enquanto sentava na beirada da cama. Sarah estava tirando as sandálias, o movimento fez com que seu vestido subisse levemente e uma parte da sua coxa direita aparecesse revelando a arma presa em um sinta. Me perdi por um minuto, Sarah me olhou e sorriu:

O agente Parker é treinado para seduzir, faz parte do trabalho dele. Ele estava nos testando, ao que parece, eles não acreditaram muito na minha história. Me ajuda aqui a soltar o vestido, por favor?” Levantei e andei em sua direção, o zíper descia até a base da coluna de Sarah. ‘Mas... por que fingir que sua memória voltou e que ainda somos um casal?” Perguntei enquanto descia o zíper, Sarah se virou e pôs as mãos em meu peito, meu coração acelerou enquanto ela me encarava como se estivesse decidindo o que me dizer. Estávamos muito próximos. Ela suspirou:

Chuck, você sabe pelo menos metade dos segredos do governo. Você tem noção do quanto é perigoso? A CIA não vai pensar duas vezes antes de colocar você em um abrigo subterrâneo e você nunca mais vai ver sua família, enquanto eles pensarem que somos um casal e que posso te proteger, você fica bem.”— Encarei Sarah por um minuto longo, seu cabelo solto já estava caindo pelos ombros, crescera desde o incidente com Quinn. Seus olhos revelavam preocupação, a mesma preocupação da Sarah com quem me casei. Observei seus lábios, o fino contorno rosado. Tirei uma mecha de cabelo que caia sobre o rosto dela, deixei minha mão em seu rosto e a acariciei. Ela fechou os olhos levemente, depois os abriu e me encarou.

Chuck, eu ainda estou tentando proteger você’— Ela sussurrou, a observei por um instante mais: “Obrigada”— sussurrei de volta e saí do quarto. Por mais que gostasse da preocupação de Sarah, estava claro pra mim: eu voltei a ser uma missão.


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