Line of Fire escrita por I like Chopin


Capítulo 2
Crime scene


Notas iniciais do capítulo

Para Athos, porque eu prometi.



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Houve o barulho inconfundível de tiros, um grito e uma multidão de pessoas correndo. Joan procurou segurar a mão de Sherlock, mas ele havia desaparecido.

Olhou para os lados, num terror quase infantil. Não o via em lugar algum. Gritou seu nome, mas ele também não respondeu.

Tão rapidamente quanto começara, a multidão se dissipou aos gritos.

Joan permaneceu onde estava. Tirou o celular do bolso. Havia uma nova mensagem de um número desconhecido.

‘‘O primeiro lugar a ser visitado é a cena do crime. ’’

Resolveu seguir o conselho.

Caminhou até ao local de onde todos tinham corrido, remoendo as palavras de Sherlock. Ele dissera que aquele seria seu último treinamento.

Que loucura haveria feito desta vez?

‘‘Não é possível. ’’ – foi o que pensou, ao avistar o corpo de uma mulher jovem caída em meio a uma poça de sangue, com dois tiros no peito.

Holmes não encomendaria o assassinato de uma mulher inocente apenas para treiná-la.

Eles salvavam vidas, não as tiravam.

Meticulosamente, ela examinou o corpo da vítima. Branca, aproximadamente 21 anos e 1,65 de altura. A arma fora disparada a 2 metros de onde ela estava, tivera morte instantânea.

Essas eram as informações básicas sobre a moça, visíveis a olhou nu. Agora começava seu trabalho como deducionista.

Ela tinha um celular novo no bolso, com apenas três números chamados constantemente. O prefixo de um deles era 55. A menina era brasileira, e tinha pais preocupados.

A carteira ainda estava com ela, com muito dinheiro dentro. Não havia como ter sido um assalto. Pelo alto valor das cédulas, presumia-se que estava nos Estados Unidos há pouco tempo. Não como turista, já que não carregava mapas ou câmera fotográfica.

No pescoço, havia um colar de prata com o nome ‘‘Sofia’’.

Joan ouviu sirenes ao longe. Bell e Gregson já haviam chegado.

Olhou novamente para o cadáver.

Aquela morte não fora em vão. Tinha sido planejada para causar impacto. Para, talvez, ensinar uma lição à menina ou à outra pessoa.

–Joan! – Marcus vinha à frente dos outros policiais – Tinha acabado de pensar em chamá-la.

–Comunicação por telepatia.

Marcus sorriu, e ela acrescentou:

–Eu já estava no parque quando a moça foi morta.

–Conseguiu ver quem disparou a arma?

–Na verdade não, apenas ouvi os tiros.

–E o seu parceiro? Pensei que ele fosse estar com você.

–Sherlock meio que... Sumiu.

–Faz duas semanas que ele não aparece na Delegacia. Eu já estava prestes a colocar avisos de ‘‘Desaparecido’’ nas ruas.

Joan riu.

–Fico grata com a preocupação. Sherlock está em um momento difícil, depois da morte do irmão.

‘‘E da minha vontade de me mudar do apartamento e da sua decisão de voltar para a Inglaterra. ’’, acrescentou mentalmente.

A morte falsificada de Mycroft, na verdade, pareceu não atingir Sherlock. Mas ele tinha um talento nato para esconder seus sentimentos. Joan ainda não era capaz de se gabar por ser capaz de entender Sherlock Holmes. Talvez nunca compreendesse de fato os pensamentos controversos que passavam por aquela mente brilhante e problemática.

Bell se voltou para a menina morta.

–Sabe quem é?

–Só sei que se chama Sofia, e com grande probabilidade, é brasileira. Não estava com documentos, só com o celular e a carteira. Há três números discados, um do Brasil, provavelmente de casa e outros dois aqui de Nova York.

–Vamos tentar encontrar mais alguma coisa com o banco de DNA, embora ela não me pareça o tipo de garota que se mete em problemas.

–Ela estava nos Estados Unidos a pouco tempo, mas não é turista.

–Imigrante ilegal?

–Provavelmente.

–E os pais? Eu não gostaria muito de ter de contar pelo telefone que a filha deles está morta.

Ninguém deveria dar ou receber uma notícia assim por telefone, pensou Joan.

Os dois ficaram em silêncio por algum tempo, até que Bell comentou:

–Eu só não entendo porque a praça está vazia. Geralmente, nos assassinatos em público, temos dificuldade em isolar o local. Dia de sorte para nós?

Joan não respondeu. Poderia ser somente um dia de sorte, mas fora convencida a não acreditar em coincidências.

Havia uma lixeira a quatro metros do corpo de Sofia. Diferentemente das outras, a tampa estava jogada no chão.

Dentro dela havia uma máscara usada por um grupo jovem de liberdade. ‘‘United Global Rebels for Freedom. ’’

Era um rosto de palhaço. O lema era ‘’Já fomos enganados por tempo demais. ’’

Sofia tinha sido morta por um integrante da UGRF.

E Sherlock queria que ela lidasse sozinha com um assassinato realizado por uma organização rebelde mundial.

Joan não pôde deixar de esboçar um meio sorriso.

Realmente parecia-se com um caso digno de Sherlock Holmes.


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Notas finais do capítulo

A ''UGRF'' foi criada por mim e pelo Matheus. Sofia também é minha, e também os outros personagens que aparecerão durante as investigações. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
Até o próximo! :D



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