Line of Fire escrita por I like Chopin


Capítulo 1
Let's play a game


Notas iniciais do capítulo

Enjoy.
https://www.youtube.com/watch?v=wSaDElz7wSI



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Joan Watson acordou com Clyde novamente em cima de sua cama.

-Bom dia, Watson. – a voz de seu parceiro, Sherlock Holmes, parecia animada – Iogurte, frutas e café. Vamos, tem trinta minutos para se arrumar.

-Conseguiu um novo caso? – ela perguntou, sentando-se na cama. Naquelas duas últimas semanas, não tinham trabalhado juntos. Na verdade, mal tinham se falado.

Estranhou um pouco aquela súbita mudança no comportamento de Sherlock. Ele a tinha evitado desde que dissera que se mudaria do apartamento, e agora, levava-lhe café na cama.

-Não. – respondeu ele, depois de curta pausa – Mas achei que seria bom nos divertirmos um pouco hoje.

Ele sorria, esperançoso. Aquele seria o último dia de Watson no sobrado. Quanto mais sua partida se aproximava, mais ficava insegura sobre mudar-se. Cada vez que pensava no assunto, parecia-lhe que não fora boa ideia.

-Para onde vamos?

-Será uma surpresa. – ele estava visivelmente feliz – Espero por você lá no hall. Levantou-se subitamente e deixou Joan sozinha no quarto. Não pôde deixar de sorrir.

Não tinha nem ao menos terminado de arrumar suas coisas. Talvez, no fundo, não quisesse realmente partir. Era quase tudo uma questão de orgulho ferido.

Mas já estava decidido. O novo apartamento, assim que terminasse de preencher a papelada que lhe fora designada, seria dela. Teria seu próprio espaço.

Imaginava somente se conseguiria se sentir em casa ou se sempre pertenceria ao sobrado.

Depois de ter se arrumado; saia, meias-calças, blusa branca e sapatos de salto; desceu as escadas e encontrou Sherlock segurando seu casaco, no seu estilo desleixado de sempre; jeans, camiseta estampada, tênis e cachecol vermelho.

Sem dizer uma palavra, ele a ajudou a vestir o casaco e abriu a porta para ela.

Joan nunca tinha se dado conta das pequenas gentilezas que ele sempre lhe fizera. E que ela nunca se preocupara em agradecer.

Agora, ele iria embora para Londres.

A ideia a assustava, de certa forma. Claro, ela estava se mudando do apartamento, mas pensou que seu treinamento continuaria. Pensou que ainda teria Sherlock com ela.

Quando ele lhe contou que aceitara trabalhar para o MI6, sentiu-se, na pior concepção da palavra, desesperada. Como continuaria sem ele? Nunca lhe passara pela mente que Sherlock vivera toda sua vida em Londres e poderia querer voltar para casa, agora que estava melhor.

‘‘Agora que não precisa mais de mim. ’’, pensara com certa amargura.

Fora somente naquele momento que percebera o quanto se sentia incompleta apenas com a menção da ausência dele.

Mas agora eles caminhavam lado a lado, sob o sol um tanto tímido de uma manhã do início do outono, como se nada houvesse acontecido.

O quanto seria difícil para ele seguir sem ela?

Joan, em seu egoísmo, nunca respondera esta pergunta verdadeiramente. Não quisera pensar de que talvez ele precisasse de ajuda.

Ela tinha se tornado seu porto seguro. Tinha consciência disso.

Como ele viveria sem ela? Como ela viveria sem ele? Como viveriam sozinhos?

Era necessário que aprendessem a caminhar com as próprias pernas.

Joan olhou para Sherlock. Tinha se mostrado tão fechado que agora, seu sorriso parecia ser mais bonito. Os olhos azuis pareciam brilhar mais.

Estavam no Central Park.

-Este será seu último treinamento, Watson. Quero ver a detetive que criei.

Os jogos tinham começado.


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