O Som de Um Romance escrita por Risurn


Capítulo 16
16. Say Something


Notas iniciais do capítulo

Eu estava doidinha por esse capítulo. *Suspira*
Obrigada todo mundo que tá acompanhando, mandando review, favoritando... Tem tantas fics do desafio que não tem leitores. Realmente, dei muita sorte!
Obrigada por tudo!
Aproveitem ;)



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Percy me olhava de boca aberta e expressão confusa.

— Como é?

— Sua casa. Tem espaço para mim?

— Como é? – repetiu ele. Revirei os olhos.

— Mas é um Cabeça de Algas mesmo. – comecei a falar bem devagar e pausadamente entre as palavras. – Sua casa tem espaço para mim?

— Essa parte eu entendi – disse ele, imitando minha lentidão. – A dúvida é: como assim?

— Thalia voltou o com o Nico. Ela me expulsou da casa dela essa noite. Quer fazer sabe-se lá o que com o pobre homem. Eu que não quero ficar aqui pra descobrir.

— Ah, eu imagino o que ela quer fazer com ele.

— É. Ok. Todos nós imaginamos. Mas, tem ou não tem?

— Tenho. Você sabe que tem.

— Ótimo. Segunda pergunta: Eu posso ir?

Ele pareceu pensar um pouco.

— Tudo bem. Pode ir. Sem problemas.

— Certo. Eu vou pegar as minhas coisas, pode me esperar?

— Claro. – Percy recostou-se no muro e então rumei em direção à casa.

Droga. O que eu estou fazendo? Eu podia ligar para Atena e pedir para passar a noite. Podia pedir para Ártemis me deixar ficar na sorveteria. Podia fazer qualquer coisa. Porque justo Percy?

Peguei uma bolsa enfiando algumas peças de roupa e outras coisas básicas. Procurei por papel e caneta e deixei um bilhete para Thalia: “Achei um lugar senhorita sensibilidade. Se eu for sequestrada, foi o Percy. Sim, estou indo para a casa dele. E, não, eu não posso explicar. Não, isso não é estranho. Certo, talvez um pouco. Até amanhã. Ah, boa noite Nico.”.

Coloquei o bilhete na porta da geladeira esperando que algum deles visse - o que eu acho meio difícil, mas não importa.

Passei em frente a um espelho e encarei meu reflexo. Minha franja caia de um jeito estranho em meu rosto. Era esquisito. Me sentia uma baleia com o uniforme da sorveteria e minha pele estava um horror. Ótimo, acho que estou preparada para passar a noite na casa do meu ex-namorado.

Acho que não existe um jeito dessa frase parecer normal.

Saí de dentro da casa, Percy encarava o chão.

— Vamos?

(...)

— Bom, - disse Percy abrindo a porta, me dando passagem – O banheiro é pra lá. O quarto é logo ali. Se você...

— Percy – o interrompi, rindo. – Eu morei aqui por um tempinho. Lembra?

— Ah, verdade – ele pareceu envergonhado, e correu juntando as coisas e escondendo pelos cantos – Sinta-se a vontade, certo?

— Certo. – Observei ao redor, o lugar estava bem menos organizado. Tinha roupa jogada para todos os lados, caixas de pizza e garrafas de bebida e refrigerante. Um horror.

— Você pode ficar com o quarto. Eu durmo no sofá, sem problemas.

— Não Percy, não precisa sair da sua cama. Eu fico na sala, tudo bem por mim.

— Annabeth. Você vai dormir no quarto, sem essa.

— Não vou.

— Vai sim.

— Não vou. – dei um passo para frente, acusatoriamente.

— Você vai.

— Não vou mesmo. – estávamos próximos demais para o meu gosto.

— Annabeth, se você não se afastar agora mesmo eu vou beijar você. Vai para o quarto.

— Eu vou para o quarto agora mesmo. – falei rápida, me virando e indo em direção ao cômodo.

Abri a porta e a fechei atrás de mim, coração disparado. O quê foi aquilo na sala? Meu deus. Má ideia vir para cá. Má ideia. Má ideia.

Sai do quarto e fui em direção ao banheiro, colocar um pijama. Eu havia tomado o cuidado de escolher o meu pijama mais comportado. Calça e camiseta. Como uma garota normal.

Certo, talvez eu não seja tão normal.

Suspirei. Minha vida é uma droga, de verdade.

— Annabeth? – ouvi Percy dar três batidinhas na porta – A gente pode conversar?

Droga, não, nós não podemos conversar.

— Claro. – as palavras saíram da minha boca sem que eu lhes permitisse. Que horror.

— Posso entrar?

— Pode.

A porta abriu lentamente e o moreno de olhos verdes surgiu detrás dela. Segurei um suspiro.

— Eu tenho a impressão que temos um assunto inacabado. – ele falou, encostando-se na batente da porta.

— Temos?

— Temos.

— E qual seria?

— Não se faça de burra Annie. Eu sei que você sabe do que estou falando. – meu estômago apertou.

— Sei é?

— Sabe. Sabe muito bem.

— É. Sei. E dai?

— E dai? Não se importa com isso?

— Olha Percy. Tudo o quê nós tínhamos para dizer já foi dito. Todas as palavras já foram pronunciadas.

— Eu sei.

— Então, o quê você espera de mim?

Ele suspirou cansado, esfregando o rosto com as mãos.

— Nada. Olha, esquece isso, tá? Boa noite Annabeth.

— Boa... noite, eu acho. – falei, confusa. Eu não consigo entender esse garoto.

— Posso fechar a porta?

— Pode.

— Certo. Até de manhã.

— Até.

Joguei meu corpo contra a cama e ouvi a porta estralar.

Por que tão idiota? Por que tão ridiculamente sedutor? Por quê?

Neguei com a cabeça, me enrolando nos lençóis. Tinham o cheiro dele. Menta e uma fragrância que desconheço, mas que era bom.

Inalei o perfume que a cama exalava. Senti-me confortável e tentei dormir, em vão.

Saber que Percy estava no cômodo ao lado, dormindo tranquilamente me deixava inquieta, por algum motivo.

Por muito tempo só consegui virar de um lado para o outro naquela cama. O sentimento de inquietude. Ansiedade. Martelando na minha cabeça.

Entendo o que Percy quer dizer, temos algo inacabado. Algo que precisa ser resolvido.

Levantei da cama em um pulo, eu não estava conseguindo dormir mesmo. Já haviam se passado três horas desde o boa noite, espero que ele não tenha dormido.

Abri a porta devagar a caminhei pé por pé até a sala.

— Percy? – sussurrei. – Está acordado?

— Estou. – ele respondeu quase no mesmo segundo, baixo e grave.

— Não consegue dormir?

— Não. E você?

— O quê você acha? – perguntei me aproximando.

— Eu não sei. Nunca sei o que se passa pela sua cabeça.

Sentei no chão, ao lado do sofá e o encarei.

— Nunca?

— Nunca.

— Como por exemplo?

— Sei lá Annabeth.

— Como você está se sentindo?

— Normal.

— Como você está se sentindo?

Normal. – repetiu ele, encarando o teto.

— Tem certeza?

— Não.

— E então? Qual o problema?

— Qual o problema? Quer mesmo saber qual o problema? – falou ele, sentando de frente para mim, cabeça abaixada, olhando em minha direção - O problema dessa merda toda sou eu, eu acho. Porque, eu sei que eu fiz muita besteira mesmo. Nossa, demais! Aliás, eu nem sei por que a Rachel que agarrou um mês atrás. Ok. Eu deixei ela me beijar, mas poxa vida! Eu amo você! Não ela. Mas você não me diz nada. Não me deixa saber o que sente. Eu nem sei se você ainda me ama. Ou se me amava. Não sei de verdade. – ele suspirou, encarando o chão e voltando a me encarar fixamente. – Diga alguma coisa. Qualquer coisa. Porque eu estou desistindo de você.

Arregalei os olhos, eu tinha ouvido isso mesmo? Ele finalmente desistiria? Sairia do meu pé? Quer, dizer, ele ia desistir. De mim. De nós. Mas, isso é bom, certo?

Se isso é o certo, porque meu corpo diz que não?

Ele suspirou.

— Eu sabia. Olha, bom falar com você. Eu... Eu só quero dormir. Vá para o quarto. – ele olhou para o lado contrário, como se não quisesse me ver. Talvez não quisesse mesmo.

— Percy. – falei baixinho. Seus olhos se voltaram para os meus. Me encaravam firmes, parecendo me ler, e eu queria que ele lesse tudo. Meus medos, minhas mágoas, minhas dores, tudo. Seu rosto estava novamente próximo ao meu, eu só precisava empurrar minha cabeça. – Eu estou aqui, fazendo a maior burrada de todas, engolindo meu orgulho. Não. Não desista de mim. Não desista.

Ele me encarou fixamente e então aconteceu. Me beijou.


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Notas finais do capítulo

ME AMEM!
Vai, eu deixo. Pode falar.
Ai, ai, gostaram? Heim? Reviews?



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