O Som de Um Romance escrita por Risurn


Capítulo 15
15. Pra Ser Sincero


Notas iniciais do capítulo

Essa música vai ser difícil de encontrar na história. Mas tá ali. Acreditem, está.
Boa leitura meus amores!



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Acho que todas acordaram para loucuras hoje. Talvez loucura demais. Talvez loucura de menos. Um pouco de cada.

Thalia havia me ligado dizendo para dormir fora hoje, porque ela traria visita. Disse também que voltou com o Nico. Acho que sei quem vai ser a visita e também sei que não vou querer estar em casa. Eca.

Depois de terminar mais um expediente na sorveteria e muito refletir eu cheguei a conclusão que estava em um estado de abstinência gravíssimo. Três dias sem Percy chamar, ligar, aparecer do nada ou me salvar de alguma loucura. Sem dias sem vê-lo. Três dias de pura saudade. Mas que merda. Eu deveria ser internada em uma clinica psiquiátrica para pessoas bipolares. Devia mesmo.

Suspirei andando pelas ruas da cidade. Eu precisava mudar isso. Precisava mudar agora. Não mudar o que eu decidi. Mudar meu jeito. Tenho que tomar uma posição. Ou eu quero, ou não quero.

Mas, eu estou tão magoada. Dói tanto. Machuca tanto. Grita dentro de mim.

Meu celular vibrou, uma nova mensagem.

Abaixei os olhos, lendo o recado da empresa. Hora extra no dia seguinte. Maravilhoso. Entenda, trabalhar na sorveteria era ótimo, mas Ártemis era um tanto quanto peculiar. Eu vivia fazendo hora extra e ela só reclama de homens. Acho que se eu arranjar um namorado ela me demite. Nem posso pensar nisso.

De repente, esbarrei em algo e cambaleei alguns passos, percebi que ia cair quando uma mão me segurou.

— Desculpe eu... – o dono da voz olhava para o chão, mas eu não precisava ver seu rosto para saber quem era. Só pode ser piada. Sério Vida, nota dez pra você, troféu jóinha. Merece um prêmio.

— Não, tudo bem, eu estava distraída Percy.

O garoto levantou os olhos finalmente me olhando. Olhos arregalados, expressão de surpresa.

—Annabeth?

— A própria. – ri, sem graça. – Continuo desastrada.

Ele assentiu ainda me encarando.

— Indo pra casa? – concordei. – Quer companhia?

Levantei uma sobrancelha, surpresa. Ele ainda queria me ver?

— Achei que me odiasse a essa altura do campeonato.

— Odeio. Mas ainda não deixei de ser um cavalheiro. – sorri sem emoção, pura educação.

Ele esticou um braço como se fosse realmente um cavalheiro e pude encaixar o meu ali, me sentindo estranhamente confortável. Ou nem tão estranhamente assim, sou acostumada com Percy.

— Então... – tentei começar um assunto. – Como estão as coisas?

Ele me olhou de lado, como costumava fazer e então deu um meio sorriso.

— Poderiam estar melhores, obrigada. – concordei com a cabeça. Tantas coisas poderiam estar melhores. – E com você? Soube que não está mais morando com Atena.

— É. – mordi o lábio – A gente brigou e eu saí de casa. Estou na Thalia por enquanto.

— Entendi.

Aquilo parecia tão errado, tão mecânico. Tão... “Anti nós”.

— É. Ela é legal.

— É. Como está Nico?

— Bem, eu acho. Não sei. Eles haviam terminado.

— Também? – perguntou surpreso.

— Também. – respondi calma.

— Que esquisito. Podia jurar que vi os dois juntos hoje.

— Eles voltaram. Hoje.

Ele assentiu com o longo “Ah”, como se agora o mundo fizesse sentido. Ri.

— O que foi? – perguntou ele.

— Nada. – falei sorrindo.

— Você está rindo de mim, não está?

— Quem? Eu? Não, claro que não. Eu nunca fiz essas coisas.

Ele bufou, revirando os olhos.

— Aham. E eu sou o Papa.

— Meu deus, os católicos estão perdidos se você é o Papa!

— O quê? Eu seria um Papa maravilhoso se eu quisesse.

— Claro.

— Obvio. Eu sou demais. Faço tudo certinho.

— Ah sim, traição é extremamente correta. – droga. – Desculpe, foi sem querer.

— É. Não vai me perdoar. Nem me ouvir. Eu sei. Eu te conheço.

— É. – murmurei rápida. Não queria falar daquilo. – Quem pagou a fiança? – eu já sabia a resposta. Rachel.

— Minha mãe.

— Oi? – parei no meio do caminho – Sally? Sally pagou a fiança?

— Sim. – disse franzindo a sobrancelha. – Por quê? Algum problema?

— Não, nada. – falei, pensando. – Você tomou coragem de ligar pra ela?

— Foi. Nós conversamos um pouco. Ela estava com saudades. – sorri feliz.

— Fico feliz por você, já estava na hora. Sabe, seu problema é com Poseidon. Não ela.

— Eu sei senhorita amo-minha-mãe.

— Eu amo ela.

— Mas saiu de casa?

— Um pequeno imprevisto.

— Sei. – murmurou risonho.

— Mas, como ela está?

— Ela está muito bem. Fazia muito tempo que ela não ficava feliz daquele jeito. No fim das contas, acabou se divorciando de Poseidon.

— Mesmo? Tem quanto tempo?

— Um ano e meio, ou um pouco mais.

— Não foi muito tempo depois que você saiu de casa.

— É. Mas agora ela conheceu um cara. Eles ainda não têm nada, mas ela falou muito dele. Sabe, muito mesmo. Ele ia levar ela pra jantar naquela noite. Mas ela foi pagar a fiança.

— Ah. Que bonito da parte dela. – corei. Me senti mal por ter estragado um possível encontro de Sally. Eu poderia ter pagado a fiança.

— É. Bela maneira de cancelar um primeiro encontro, não acha? “Poxa Paul, desculpe, mas meu filho delinquente está preso. A gente pode marcar pra outro dia?” Meu deus, espero que ele ainda queira vê-la. Já pensou?

— Já. Iríamos ser obrigados a encontrar um namorado para ela. O peso da culpa está nas nossas costas. – rimos daquela idiotice. Era bom conversar um pouco com Percy. Sem tensão. Sem estresse. Sem nada.

— Me disseram que foi a Rachel que pagou. – ele bufou.

— Não acredito, você também? Só pode ser piada.

— O quê?

— Aquela maluca! Inventou um monte de coisas, sério, de acordo com a última que ouvi, estou noivo de uma garota que tem namorado. Super a minha cara, não acha?

— Claro, Percy Jackson vive pedindo as garotas em casamente, e elas se derretem por ele.

— A segunda parte é verdade. – o encarei – O quê? É verdade. Você sabe que eu sou irresistível.

— Tem razão. Irresistível. – falei, entrando na brincadeira.

— Jura?

— Nah. Nem é tudo isso.

— Ei! Eu sou um poço de gostosura. Fala sério, eu sou delicioso, realmente gostoso.

— É, eu não preciso de detalhes sobre você se provando para saber disso.

— É o que todas dizem.

— Eu nunca disse isso.

— Não em voz alta.

— Nem em... É. Tem razão.

— Não acredito. – Percy parou, me encarando. – Você disse que eu tenho razão? Não acredito. Annabeth Chase disse que eu tenho razão! – gritou ele.

— Meu deus Percy! Para de passar vergonha homem!

— Mas eu gosto de passar vergonha mulher! – ele riu. – Me senti fazendo parte de um casal de velhinhos depois dessa. –ri.

— Eu também. Você é meio retardado.

— Um pouco.

Paramos em frente a casa de Thalia, nem havia reparado que já estamos ali. O tempo passou muito rápido.

— Então... Está entregue. – falou ele – Adeus Annabeth. – ele se aproximou e dei um passo para trás, meus olhos se fecharam instantaneamente. E então ele me deu um beijo no rosto. Calmo e terno.

— Espera. – falei, de olhos ainda fechados. Droga, vou me arrepender. Sei que vou. – Tem espaço pra mim na sua casa?


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Notas finais do capítulo

Eu precisava quebrar essa coisa depressiva! Oh deus, nem eu aguento mais.
Enfim, o que acharam? Bom? Espero que sim!
Beijos ^^



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