Memories of the Living escrita por BlindBandit


Capítulo 2
Primeiro amor, por Victorie Weasley.




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Eu não me lembro de ter me apaixonado por Teddy Lupin.

Eu me lembro sim, do momento que eu finalmente notei o que eu sentia pelo menino de cabelos coloridos, mas nunca me ocorreu o momento exato que eu começara a sentir essas coisas. Acho que amar Teddy sempre foi algo normal para mim, Tão comum como respirar

Mamãe me contava que fora Teddy quem me ensinara a andar. Ele não tinha mais do que três anos, e ficava impaciente com o quanto eu demorava para segui-lo engatinhando, então Teddy me colocou de pé, e obviamente eu cai. Mas ele repetiu a lição até que eu ficasse inteiramente de pé, esperando pela próxima etapa. Ele então andavam lado de um lado para o outro, esperando que eu o imitasse. Minha mãe e tia Gina assistiram a tudo de uma certa distancia, elas tentavam não rir quando viram os cabelos de Teddy mudar de cor varias vezes de acordo com suas emoções.

As coisas continuaram assim enquanto eu crescia. Sempre seguindo Teddy onde quer que ele fosse. Aquele amor infantil, tão puro e inocente como a primeira luz da manha.

Eu dizia a todos que Teddy era meu namorado, sem mesmo saber o que isso significava. E então, depois que cresci um pouco, negava fervorosamente, com o rosto vermelho de vergonha, se alguém dissesse aquilo.

Quando eu tinha dez anos, fomos a festa de aniversário de meu primo James. Teddy, é claro, estava lá. Eu o chamei de canto e disse a ele que tinha um presente. Teddy pareceu confuso, e tentou me explicar que o aniversário não era dele, mas de James.

Pobre Teddy, nem teve tempo de terminar sua explicação, porque o que se seguiu o deixou sem palavras.

Eu, uma garotinha de dez anos, cabelos trançados e usando um vestido branco bordado que eu mesma tinha escolhido, puxei o pré-adolescente de calças rasgadas e cabelos coloridos para perto e lhe dei um beijo nos lábios. Foi rápido, inseguro e eu admito, nojento. Eu não fiz nada alem de encostar meu lábio no dele por dois segundos, mas mesmo assim, eu escovei os dentes três vezes aquela noite.

Depois do beijo, os cabelos de Teddy passaram de azuis para um vermelho vivo, assim como suas bochechas. As minhas deveriam estar da mesma cor. Eu corri para o banheiro e fiquei la até que a cor normal de minha face voltasse. Quando sai, Teddy já tinha ido embora, e nós nunca comentamos sobre o ocorrido.

Mas foi só alguns anos depois que descobri que aquilo tudo era amor. Eu sempre andara atrás de Teddy, sempre fazia tudo com ele, e eram raríssimas as ocasiões que ele dispensava a fedelha chata que eu era porque queria ficar sozinho. Na maioria das vezes, ele era doce e gentil comigo. Talvez esse tivesse sido o motivo pelo qual eu me apaixonara. Eu cresci em uma família abarrotada, com primos e primas surgindo de todos os lugares. Eu amava ter uma família grande, mas isso também significava não ter muita atenção em especial. Teddy era o único que me olhava nos olhos quando eu falava com ele, e prestava atenção a cada palavra que eu tinha a dizer. Talvez fosse esse o motivo de eu ter me apaixonado. A bondade por de trás do garoto punk.

Eu estava no terceiro ano. Faltavam dois dias para o feriado de natal, e eu estava animadíssima para ir para casa. Meu malão já estava pronto e eu usava meu suéter Weasley com um gigante V na frente. Eu reconheci Teddy pelos cabelos, que eram um ponto rosa na paisagem branca.

A aquela altura, eu já sabia o que significava quando os cabelos de Teddy ficavam rosa. Ele estava emocionado. E cabelos rosa, no meio da neve, sozinho, não podia ser um bom sinal.

Eu respirei fundo, apertei meu casaco, e me lancei na paisagem fria que cobria a escola.

Tudo o que eu fiz foi me sentar ao lado dele, e segurar sua mão, que agora estava com as pontas dos dedos um pouco azuladas pelo frio. Eu coloquei sua mão entre as minhas, e ficamos daquele jeito por muito tempo. Sem dizer uma palavra sequer. Eu conhecia Teddy bem demais. Sabia que ele não queria conversar, mas como não rejeitara minha companhia de prontidão, eu continuara ali, segurando sua mão.

Depois do que se pareceu horas, Teddy se virou para mim, e me abraçou com força. Eu retribui o abraço, e senti suas costas tremerem, como se ele chorasse. Depois de um tempo, Teddy me soltou, mas suas mãos foram para meu rosto, e ele me olhou intensamente por longos segundos, eu sabia que se olhasse de volta, nos beijaríamos. Eu não tive que pensar duas vezes antes de encaram seus olhos Amendoados e deixar com que ele encostasse os lábios nos meus.

Daquele dia em diante, a barreira da infância que existia entre nós se dissipou. Eu não era mais Vic, a menininha que ficava andando atrás de Teddy, e ele não era mais Teddy, o garotinho que cuidava de Victorie quando ninguém mais podia.

Aquela barreira derreteu como gelo em uma tarde de verão. A partir daquele momento, eramos melhores amigos, e com alguns benefícios.

Demorou um tempo para nos tornamos namorados, mas nem eu nem ele tínhamos pressa para isso. a vida estava boa como estava.

Naquele natal, Teddy me levou para a sacada, e nós dançamos sem nenhuma musica. Quando voltamos, ninguém, alem da pequena e curiosa Lily, que sempre olhava tudo, tinha notado nossa ausência. Eu fiz sinal de silencio pra ela, e a garotinha assentiu séria. Depois ela pegou a mão de Teddy e o levou para uma dança, em cima dos pés dele, enquanto eu gargalhava.

Teddy olhava com o maior dos apreços para a filha de seu padrinho. Lily o abraçou forte no final da dança, enroscando suas pernas na cintura de Teddy.

– Mude a cor do cabelo! - ela exclamou. Teddy sorriu e fez seu cabelo azul ficar rosa, depois verde e por ultimo ruivo, como o de Lily.

Ela beijou as faces do primo, e então desceu de seu colo, e correu por entre os familiares.Teddy a perdeu de vista. Ele voltou a se sentar ao meu e segurou minha mão por debaixo das almofadas. Dominique arqueou as sobrancelhas para mim, mas eu apenas ri em resposta. Eu sabia que Dominique exigiria uma resposta mais tarde.

E foi exatamente o que aconteceu.

Eu, Rose, Roxanne e Dominique dividíamos um quarto. Dominique pulou na cama e anunciou, para quem quisesse ouvir.

– Vic e Ted estão namorando!

– Pare com isso Dominique - eu disse, empurrando minha irmã, mas sem conseguir conter o rubor. - Nós não estamos namorando.

– Mas eu vi vocês de mãos dadas. Vi sim, vi sim.

– É verdade Vic? - Rose perguntou, sentando na beirada da minha cama e passado o braço por minhas costas.

– Mais ou menos - eu disse, e o quarto se encheu de risadinhas. - Mas não é nada sério.

Ah, como eu estava errada.


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