Contos Perdidos escrita por Bucaneiro


Capítulo 4
Poemas em Meio a Rosas e Tempestades: Página 119


Notas iniciais do capítulo

Baseado em A Lista e Léo e Bia de Oswaldo Montenegro



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Meus olhos percorriam as numerosas páginas, decidi por conveniência ler um dos poemas do início, já que o livro tinha quase mil e duzentas páginas. Parei na página cento e dezenove. A Letra era mais suave, quase como a brisa matinal que açoita o rosto com ternura, porém este era diferente dos demais poemas, no cabeçalho havia algo que como uma nota ou explicação:
Certo dia, um homem bom viajava por entre as montanhas e encontrou um mercenário que havia sido pago para lhe assassinar, a princípio não imaginou quem pudesse lhe querer mal, porém não ficou rancoroso ou vingativo, apenas serviu de motivação para se tornar um homem melhor, o mercenário chegou perto dele e como de costume brincou com sua futura vítima, como uma cobra amedronta um rato, ele sibilou: - Algum ultimo desejo? E o bom homem com pesar no olhar lhe respondeu: - Sim, me escute e pense sobre o que vai fazer. Antes que o mercenário pudesse lhe interromper ele começou a citar:
A ti pobre homem.
Pergunto-lhe sinceramente.
Quantos homens foram teus amigos.
E terminaram em tuas lâminas.
Quantos amores tivestes?
Ou será que os despojastes?
Como o ouro que tu recebes.
Foram insuficientes?
Tudo para saciar sua sede de ganância.
Aprenda com os erros meu caro.
Meu trabalho é honesto.
Repouso em meus aposentos sem nenhum remorso.
E quanto a você?
As almas que tanto fizestes sofrer.
Estas não te atormentam durante teu descanso?
Os amores e paixões que atirastes pela janela?
Estes não vem a tua mente com pesar?
Saia deste caminho meu caro.
Está afundando na própria desgraça.
Eu lhe perdoo.
Oh! Homem de Pecados.
Aprenda com a lei antiga.
Sobre o fio de tua lâmina só deveram passar os animais de sacrifício.
Te arrepende ainda que seja tarde.
Volta atrás com teus amores.
Conquista novas amizades.
Mas em teu coração não deixe o ódio e ganância se disseminar.

O mercenário escondendo as lágrimas abraçou o bom homem e ambos partiram juntos como amigos de infância.

Fechei livro e pensei em todos aqueles que me magoaram e eu não os desculpei, senti uma vontade repentina de contatar a todos e pedir perdão, mas estava muito entretido na leitura e retornei a minha pacata diversão.


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