Carry On Wayward Son escrita por Bella P


Capítulo 10
Capítulo 9




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– Mas então, devo matar Potter e esconder o corpo? - foi a primeira coisa que Drew disse ao ver a cara do irmão quando este chegou em Hogwarts após as férias de inverno.

– Não sei do que você está falando. - Ben respondeu azedo, seguindo caminho para a torre da Grifinória com Andrew em seu encalço.

– Claro que não. Com certeza a sua cara fechada não tem nada a ver com o fato de que você ignorou Potter quando ele falou com você, ou que agora Potter parece bem amiguinho da Evangeline Beauregard.

Benjamin trincou os dentes de ódio.

Depois da noite de Natal o resto das férias foi extremamente desconfortável. Um clima desagradável havia surgido entre James e ele e Ben considerou voltar para Londres, para a sua casa, e afogar as suas mágoas no armário de bebidas dos pais. Mas sabia que se fizeste isto os Weasley e os Potter iriam querer saber o porquê e James ficava pálido cada vez que o olhava, com certeza aterrorizado com o fato de que beijara um garoto. E Ben poderia estar puto com ele, mas não o suficiente para humilhar o pobre na frente da família toda.

Afinal, ele ainda era uma graça e parte da culpa era de Benjamin que resolveu se sentir atraído pela pessoa errada.

Quando passou o Ano Novo e chegou o dia de voltar para a escola, Ben já considerava perdoar James e deixar o incidente do Natal para trás, pois não queria perder a amizade do garoto mesmo que às vezes ele fosse um idiota. Isso até encontrar Potter agarrado com Evangeline no vagão de carga do expresso de Hogwarts.

Potter que fez uma expressão que misturava culpa e triunfo ao ver Ben na porta de entrada. Uma expressão que dizia claramente que ele não estava com Evangeline porque estava a fim dela, mas sim para provar a si mesmo que ainda era másculo.

Benjamin quis socar James por ser um porco chauvinista, mas conteve-se a tempo e somente deu um sorriso amargo para o outro grifinório e deixou o vagão de cabeça erguida.

James Potter que se ferrasse em sua humilde opinião. E se não soubesse que matá-lo traria problemas para Drew, até deixaria o irmão tentar, só por despeito.

– Você descobriu alguma coisa enquanto eu estive fora? - perguntou. Não estava a fim de falar sobre James e Ben sabia que se desse brecha Drew iria tagarelar sobre o assunto até perder o ar.

– Sim. - Ben parou de andar e rodou os olhos pelo corredor para ver se havia alguém além deles ali. Não havia, mas mesmo assim Drew baixou o tom de voz e começou a falar. - Sabia que você não precisa ser necessariamente um demônio para controlar um cão infernal? Basta fazer um acordo com um.

Que tipo de idiota venderia a alma a um demônio apenas para ter um cão infernal como bichinho de estimação?

– Esse acordo não necessariamente tem a alma como barganha. - Drew completou ao ver a cara que o irmão fez. Também havia se surpreendido quando recebeu a informação de Daphne, pois, para ele, só existia um tipo de acordo entre demônios e humanos. - Mary, quando fez o acordo com Azazel, não necessariamente negociou a própria alma.

Mary quando fez o acordo com Azazel para salvar a vida de John nem sabia o que estava negociando, até encontrar o demônio anos mais tarde no quarto de Sam alimentando o bebê com sangue e sendo morta ao tentar impedi-lo.

– E você sabe o que foi barganhado? - Drew deu de ombros diante da pergunta do irmão.

– Somente aqueles envolvidos que sabem.

– Então voltamos a estaca zero. Porque aparentemente tem um bruxo ou bruxa por aí que tem um acordo com um demônio e nesta escola o que não falta são suspeitos.

– Tem certeza que as vítimas não tem nada em comum?

– Não.

– Isso não faz sentido. Serial killers sempre procuram vítimas que tenham algum denominador comum, por menor e mais insignificante que esses sejam.

– Antes o denominador comum era que todas eram mulheres, isto até McGuill ser atacado.

Benjamin recostou na parede de pedra e soltou um suspiro cansado, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos.

– Odeio dizer isto. - Drew começou. - Mas aparentemente teremos que esperar o assassino fazer uma nova vítima para assim sabermos melhor por onde começar. - Benjamin grunhiu. Andrew tinha razão. O jeito era realmente esperar e continuar explorando todas as informações que já tinham em busca de alguma novidade, algo que lhes desse uma luz.

– Gabriel e Castiel? - Benjamin abriu os olhos em um estalo ao lembrar-se dos anjos. Talvez eles pudessem...

– Nops, já tentei. Castiel veio com um papo todo complexo sobre livre arbítrio e interferência direta. Que Gabriel e ele tinham um acordo com o Céu, caso eu tenha esquecido.

Ah, claro, o bendito acordo.

Quando toda a confusão de anjos caídos, guerra entre Céu e Inferno, terminou, descobriu-se que os irmãos Winchester eram guerreiros escolhidos por Deus para limpar a bagunça sobrenatural que Ele deixou no mundo. Não somente d'Ele como o de outras entidades, incluindo os anjos. E como favorecidos de Deus eles tinham certas regalias. Entre elas a autorização de unirem-se à anjos (porque nem mesmo Deus seria capaz de desfazer a ligação entre Castiel e Dean, e Ele nem queria mesmo, dizendo que era um fã do casal) desde que ditos anjos não interferissem por demais nos Destinos de seus parceiros humanos e aqueles ligados à eles por laços de amizade ou familiares.

Benjamin grunhiu.

– Então o que nos resta é esperar. - murmurou irritado. O que mais detestava fazer era esperar as coisas acontecerem. Não era tão paciente assim.

– Então, - Drew sorriu matreiro. - janta comigo esta noite? - e Ben olhou para o irmão com desconfiança.

– Por quê?

– Pelo prazer da minha companhia é claro!

– Certo, e não é porque você deve estar planejando aprontar algo com James, não é?

– Quem? Eu? Nunca! Você sabe que eu sou incapaz de cometer tamanha barbaridade.

Ben conhecia Drew o suficiente para saber quando ele estava sendo sincero ou completamente falso. Conhecia o suficiente para não se surpreender quando na hora do jantar Andrew arremessou uma bombinha no prato de sopa quente de James, a espirrando por completo sobre o outro grifinório.

E enquanto Potter era levado pela prima e irmã para a enfermaria para tratar das queimaduras, Drew era escoltado para fora do salão principal pela professora Delacour. Com certeza ele receberia uma bela detenção, mas Ben não pôde deixar de sorrir para o irmão, agradecendo silenciosamente pelo apoio dele.

oOo

Rose soltou os seus livros sobre a mesa, assustando James com o barulho, e sentou-se ao lado dele, o mirando com uma expressão de desagrado.

– O que você fez? - ela o acusou entre dentes.

– O quê?

– O que você fez James Sirius Potter? Nas férias Ben estava legal conosco, agora ele nem olha na nossa cara. Quero dizer, na sua cara. Mas como Lily e eu sempre estamos com você, então ele não olha na nossa cara.

– Não aconteceu nada. - James se defendeu em um tom baixo de voz para não atrair a atenção dos colegas que entravam na sala de aula e tentavam entender por que Rose Weasley estava esbravejando com James.

– Eu não disse que aconteceu alguma coisa. - Rose sorriu triunfante diante do deslize do primo e James ficou branco como uma folha de papel. - Eu perguntei o que você fez. Mas já que você entregou o jogo, me diga: o que aconteceu?

– Eu já disse: nada! - James soltou com uma voz esganiçada pelo pavor e Rose estreitou os olhos na direção dele.

– Então eu devo supor que este nada não tem relação com o fato de que você e Evangeline estão juntos... de novo. - todo os Potter e Weasley sabiam que Evangeline era a bengala de James. O rebote. Era com quem ele ficava quando estava muito necessitado de uma relação rápida e sem apegos, ou quando queria erguer a própria moral, inflar o próprio ego.

Afinal, Evangeline era bonita, popular, influente entre os alunos da escola e com fama de difícil. Conquistá-la sempre ajudava a erguer qualquer coisa de um menino, fosse moral, fosse outras coisas.

Rose sempre achou que essa relação de objetificação mútua entre Evangeline e James não iria terminar bem, de uma maneira ou de outra. Era uma sensação que ela tinha desde que o primo namorou pela primeira vez a corvinal.

– Certo. Talvez, e somente talvez, eu estivesse um pouco bêbado, Ben estivesse nas escadas d'A Toca e as luzes externas estivessem lhe dando um ar etéreo. E somente talvez eu o tenha beijado. - James confessou com uma voz sumida e o rosto rubro.

– Defina beijar. Falamos de um selinho ou de um amasso bem dado? - Rose perguntou com irritação, não acreditando na estupidez do primo.

– Talvez a segunda opção?

– JAMES! - Rose bateu com um rolo de pergaminho na cabeça de James que ficou da cor de um tomate. - Você é um idiota! Então é por isso que está se esfregando com a vaca da Evangeline? Para provar a sua masculinidade?

– Shhh Rose. Fala baixo. - James soltou aterrorizado, olhando a sua volta para ver quem estava prestando atenção na conversa deles. Rapidamente os seus colegas desviaram os olhares ao serem pegos no flagra.

– Você me envergonha. - Rose o repreendeu, erguendo-se da cadeira e recolhendo o seu material. - E você não merece o Ben. - sibilou para James. - Nem como amigo, nem como amante. - e foi para o outro lado da sala se sentar com um aluno da Lufa-Lufa.

James grunhiu e cruzou os braços sobre a mesa, escondendo o rosto rubro entre eles. Rose estava certa, absolutamente certa. O problema era que, nesta questão, ele não honrava a sua casa, a Grifinória. Nesta questão ele era apenas um covarde.

oOo

Gina entrou na sala, encontrando Harry debruçado sobre papéis e pastas que estavam espalhados na mesa de centro.

– Harry. - ela o chamou, acendendo um dos abajur que enfeitava a sala, aumentando a iluminação, e Harry piscou repetidamente diante da súbita claridade que lhe incomodou os olhos. Nas últimas horas estava trabalhando somente sob a luz da varinha com a exata intenção de não chamar a atenção de Gina. - São duas da manhã, venha para a cama. - pediu.

Da última vez que Gina vira o marido tão empenhado em um caso foi há dez anos quando o Ministério reabriu o caso Malfoy. Agora, ele novamente voltara a ficar obcecado em resolver aqueles crimes e Gina não lhe tirava a razão. Eram crianças sendo atacadas e mortas no lugar que era considerado um dos mais seguros no mundo mágico.

A notícia dos ataques e dos assassinatos tinha sido mantida em sigilo até antes do Natal. Agora, neste novo ano que iniciara, ela chegou ao público que cobrava providências enquanto pais preocupados tiravam os filhos da escola. Minerva estava com mais cabelos brancos que o usual e Harry dizia que cada vez que falava com a diretora, apenas para informar que ainda não tinha nenhuma novidade, sentia-se novamente um adolescente culpado por alguma coisa que havia feito e prestes a ser posto em detenção.

Hogwarts foi o primeiro lar que Harry conheceu e para ele era questão de honra mantê-la segura.

– Eu não posso. - Harry suspirou cansado, passando as mãos entre os fios de cabelo, o bagunçando mais ainda. - Eu preciso encontrar o ponto em comum dessas vítimas, alguma coisa que me aponte por onde começar. O assassino não se importa se atinge o alvo ou não, já que o último ataque teve mais de um ferido.

Gina não queria nem lembrar disto, já que o ferido em questão havia sido Albus que ao tentar ajudar o colega acabou machucado também. Receber uma mensagem dizendo que o seu bebê estava hospitalizado e chegar em Hogwarts para encontrá-lo inconsciente e com profundas feridas nas costas foi o pior dia da vida de Gina.

Ela se sentou ao lado de Harry sobre o tapete, o abraçando pelos ombros e com a outra mão começou a remexer nos arquivos na sua frente de maneira curiosa. Viu relatórios de legistas e médicos, depoimentos de testemunhas, amigos e familiares das vítimas, além de fichas sobre as mesmas.

– Esta menina não foi namorada do James? - Harry, que no momento esfregava os olhos cansados, recolocou os óculos para ver sobre quem Gina falava. Provavelmente era de Josie Hawthorn. A esposa conseguia se manter mais antenada nos namoricos do filho do que ele.

Mas quando Harry leu o nome no topo do arquivo, surpreendeu-se ao ver que não era de Josie, mas sim de Lucky Hale.

– Quando ela foi namorada do James? - perguntou, pegando o arquivo das mãos da mulher.

– No quinto ano. Não lembra? Achamos até que era sério porque eles ficaram juntos por uns quatro meses. - geralmente a média de tempo dos relacionamentos de James era de um mês e meio a dois.

E agora Harry lembrava. Lucky Hale. James costumava a chamar de Luc e na época a menina era loira. A garota da foto do arquivo estava morena.

– E esta daqui? - Harry mostrou a Gina a foto de Gracie Jones e ela fez uma negativa com a cabeça.

– Não, não lembro dela. Mas geralmente James me fala mais das meninas com quem ele namora por mais de duas semanas. Se esse foi um namorico breve, ele nem mencionaria. - Harry revirou novamente os arquivos e mostrou à ela a foto de Terrence McGuill e Gina arqueou um sobrancelha ruiva.

– O que foi? Ele é adolescente, pode querer experimentar. - Harry deu de ombros e Gina riu.

Sim, James podia querer experimentar, mas Gina sabia que a recente crise existencial do filho não estava relacionada ao jovem McGuill, mas sim a um certo grifinório amigo de seus filhos e que passara as festas de final de ano com a família Potter-Weasley.

E se Gina recebesse mais uma carta de Lily ou Rose dizendo que elas iriam azarar James por ser um idiota, ela própria iria para Hogwarts poupar as meninas do trabalho e azararia o filho ela mesma.

– A mim ele não disse nada. - respondeu e Harry soltou o arquivo sobre a mesa, o olhando longamente antes de levantar de supetão sob o olhar curioso da esposa. - Aonde você vai? - Gina perguntou ao ver o marido recolher o casaco de cima do sofá e colocá-lo. Harry nem ao menos tinha trocado de roupa após chegar do Ministério, indo direto para a sala para trabalhar no caso. E agora, aparentemente, ele havia tido uma ideia que não poderia esperar até o sol raiar.

– Ao St. Mungus. - respondeu, recolhendo as suas chaves de sobre o aparador perto da porta de entrada.

– Harry, é meio da madrugada.

– E? - Gina sacudiu a cabeça de maneira exasperada

– Nos vemos mais tarde. - despediu-se da esposa com um beijo e saiu da casa, erguendo a varinha na soleira da porta pronto para aparatar para fora de Godric's Hollow.

A conversa com Gina havia dado uma nova luz ao caso e fez Harry perceber uma possibilidade de aspectos em comum entre as vítimas. O problema era que o denominador comum poderia ser James e a última coisa que Harry queria era o filho no meio dessa encrenca.

Mas como Ron dizia: Potters sempre estavam no olho do furacão. Um dom que Harry agora fazia questão que a sua família não tivesse.

Com essa teoria em mente, Harry desaparatou para o St. Mungus, torcendo imensamente para que estivesse errado.


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