Erza Scarlet

Depois que eu fui expulsa do grêmio estudantil, depois de ter terminado com o Jellal, e depois de ter humilhado a Lucy na frente de todo o colégio, eu me senti angustiada. Me sentia seca, um trapo, um lixo. Eu me sentia um nada. Era como se nada (nada mesmo!) me fizesse mais feliz. Perdi meu grupo, meu namorado e minha melhor amiga. E tudo do causa do destino. Por causa de um beijo que nunca deveria ter acontecido. Que nenhum dos dois queriam. Agora eu entendo. Não era culpa da Lucy. Ela não faria isso comigo. Foi o Jellal. Ele estava confuso por achar a Lucy extremamente bonita e confundiu com amor. A raiva, o ódio e o desprezo que eu sentia não era da Lucy, era do Jellal. A Lucy foi apenas um fantoche onde eu descontava nela toda a raiva que eu sentia do próprio Jellal. E queria pedir desculpas para a Lucy, mas duvido que ela aceite. O que eu fiz junto com a Juvia, a Cana e a Lisanna não tinha perdão. Era uma cicatriz que ia ficar para toda vida e que nunca iria sair, nem com Cicatricure.

Passei a noite em claro pensando no que eu havia feito. Virava de um lado para o outro e nada do sono vir, nem minhas atormentações em relação a Lucy saírem. Nem o fato de chegar alunos novos para eu poder desencalhar me faziam esquecer os problemas. Esquecer tudo e ter uma noite relaxante. Passo horas e horas rolando na cama até ver o sol nascer e finalmente decidir levantar.

Fui até a cozinha beber um copo d'água e comer alguma coisa. Geralmente eu não sou assim! Eu sou do tipo de pessoa que só come o necessário, mas como eu estava deprimida, eu fui comer até não aguentar mais. Comi uma melancia inteira e três barras de chocolate. Eu devia ter ganhado uns três ou quatro quilos só naqueles petiscos, pois comi muito mais coisas que não posso contar aqui senão vocês vão saber por que engordei dez quilos! Depois voltei para o quarto. A aula começava de oito e era ainda cinco e meia, mas mesmo assim eu fui me arrumar para escola. Estava passando pelo quarto da minha irmã mais nova, a Kagura, quando olhei direito para as roupas dela. Nós vestíamos o mesmo n´mero, apesar de dois anos de diferença. Ela vestia roupas do Nirvana e botava uma jaqueta de couro preta por cima.

Entrei no quarto dela e peguei sua jaqueta e a blusa. Depois peguei seu all-star cano longo que mais parecia uma bota gigante e coloquei tudo. Depois peguei sua maquiagem roxa e preta e um lencinho preto que amarrei no cabelo em um rabo de cavalo e fui me olhar no espelho. Eu estava diferente. Muito diferente mesmo. Me sentia a tal com aquela roupa. Me dava uma alegria que nem sei de onde vinha. Decido ir daquele jeito. Mas a Kagura não ia deixar eu ir com as roupas preferidas dele, que agora também eram pra mim, pro colégio. Decido sair antes dela acordar e ir para o colégio. Tiro a roupa e coloco no banheiro onde ia tomar banho, no caso da Kagura acordar antes do esperado. Depois de terminar o banho eu escovo os dentes rapidamente, coloco minha roupa preferida/da minha irmã e corro para o colégio. Como mulher demora pra se arrumar eram seis e cinquenta quando saio de casa já vendo minha mãe acordar.

Agora Jellal você volta pra mim, nem que seja a pulso.