Até a Lua escrita por A Garota Dos Livros
A lua estava cheia de maneira que sua luz dava contorno as nuvens brancas.
O restaurante ficava na parte de trás, as mesas ficavam na grama e parte embaixo da sacada, o resto ficava ao ar livre. Eu estava sentada em uma delas que ficava na parte sem cobertura, estava debruçada sobre a mesa em cima dos braços.
– O que você está olhando?
Dei um pulo com a voz de Brad, ele tinha ido até o balcão fazer o pedido. - O céu. Bonito, não acha?
– Hm, não sei, Ana - ele diz meio rindo.
– O que você pediu?
– X-burguer, batata frita e refrigerante.
– Perfeito. Obrigada.
– Sem problema. Acho que aquela mulher é meio surta, ela perguntou sobre o x-burguer três vezes.
Eu ri - é, parece que sim.
– Você está bem?
– Sim, estou sim - levanto a cabeça - só estou com fome.
Como que para confirmar, meu estômago ronca. Ele ri e seus ombros balançam, seus olhos ficam meio fechando fazendo seus olhos claros ficarem meio ocultos.
– É acho que sim.
– Até quando vamos ficar aqui?
– Com certeza, Caleb vai nos tirar daqui amanhã cedo.
– Ah, eu gostei daqui.
– Sério?
– Não.
Ele ri de novo.
– Ah, eu estava pensando. Nós podíamos ver a continuação daquele filme que a gente assistiu - ele deu de ombros - sei lá, acho que seria bom pra distrair.
– Nossa! Já saiu?
– Já.
– Ah, acho que seria legal.
– Ótimo! Podemos ver quando chegarmos.
– Sim, podemos.
Brad havia me chamado para sair? Porque era o que parecia, ele não mencionou nada sobre Caleb estar junto, e é claro, com certeza Caleb estaria. Mas ele me chamou pra sair! Caramba! Ele é lindo! E me chamou pra sair!
– Estava lendo, e as pessoas estão gostando bastante da continuação...
– Hey.
Caleb nos interrompeu se sentando na mesa e segurando o notebook.
– Desculpa, mas vocês precisam ver isso.
Eu olhei para Brad e nós nos levantamos nos colocando ao lado de Caleb.
– Olha.
Ele está na pasta que eu havia aberto.
"Perfis" .
Havia uma lista de arquivos, cada um com um nome de uma pessoa.
...
Billy W.
Bradellin O.
Caleb H.
...
– O que é isso? - pergunto.
– São as pessoas que entraram no projeto.
– Meu nome está ai - Brad diz - mas não lembro de ter entrado.
– Você se chama Bradellin? - seguro o riso.
– Sim - ele faz uma careta.
– O meu nome - Caleb interrompe - também está. E eu também não lembro.
– Vocês devem ter feito parte do que estava com defeito.
Caleb assente então abre o arquivo com seu nome.
Nome: Caleb A. Harrison
Idade: 19 anos
Número : 9968
Classe: Campo
Projetor: 3 vezes
Tentativa 1- um dia inteiro sem pausa
Perca parcial da memória por três dias, esquecendo coisas sobre si mesmo como nome ou aniversário.
Tentativa 2 - uma semana sem pausa
Sangramento nazal, perca total da memória por dois dias. Memórias sobre o projeto apagadas permanentemente.
Tentativa 3 - três semanas sem pausa
Coma de uma semana, sangramento nazal, perca total da memória por três dias.
– Não lembro de nada disso.
– Seu pedido - um homem nos interrompe, colocando na mesa o lanche e o refrigerante.
– Obrigada.
– De nada.
Ele saiu e eu me sentei. Devorei o lanche e as batatas mais rápido que meus bons modos pediam.
– Como consegue pensar em comida agora? - Caleb pergunta.
– Sei lá - dou de ombros colocando uma batata na boca.
Incrivelmente ele ri, uma eis da curta e controlada, mas ele ri. E Brad também.
– Ok, Ok. Acabem com isso e subam. Sairemos amanhã de manhã.
Caleb se levantou e pegou o notebook.
– Posso ver? - Brad pede.
Caleb dá ombros e coloca o notebook em cima da mesa de novo. Em vez de ir embora, ele se senta na mesa de novo.
Eu ainda estava com as batatas apenas observando, quando Brad pega o notebook, eu puxo minha cadeira para seu lado.
" Bradellin O."
Não havia nada nessa pasta, só havia um vídeo. Brad o abriu e primeiro a tela ficou preta, depois acendeu e Brad estava nela.
– Bradellin O., 27 anos, médico, 9854. Tentativa um, tempo de dois dias sem pausa. Os efeitos colaterais foram a perca de memória parcial por três dias, câimbras musculares e perca de memória definitiva referente ao projeto.
Ele ficou quieto e o vídeo fechou.
Era só isso.
– Porque o seu tinha um vídeo? - perguntei.
Então Brad olhou para mim.
– Eu era a pessoa que fazia os relatórios, só poderia fazer o mundo por vídeo. Mas, eu não lembro de nada disso.
Nos olhamos um para o outro e ficamos em silêncio.
– Acho melhor irmos dormir - Caleb diz se levantando.
Assentimos e nos levantamos também. Peguei o notebook e fui atrás dos dois. Subimos a escada em silêncio. Até chegarmos no quarto e Caleb dizer:
– Temos que chegar em Lynchburg amanhã, então sairemos bem cedo.
Eu assenti colocando notebook na mesa e me joguei na cama. Chutei os cobertores até eles saírem debaixo de mim e Caleb e Brad estavam rindo.
– Ah, cuidem das suas vidas - disse brincando e puxando o cobertor até o queixo.
Eu não demorei pra dormir, só sei que quando acordei minha mochila estava pronta e Caleb me puxou da cama.
– Vamos embora, Jared está aqui.
Eu estremeci, porque ainda com sono eu sabia o que aquele nome queria dizer. E queria dizer que eu estava ferrada.
Enfiei os pés dentro da sapatilha e joguei a mochila nas costas. Cada um deles segurava uma arma.
Caleb olhou pelo corredor e fez sinal para irmos. Praticamente corremos até o carro, Brad me mandou sentar no banco de trás, bem atrás dele e baixada, enquanto Caleb ligava o carro. Havia um carro ao nosso lado, era um Volvo preto e ele causou outro arrepio na minha espinha. Voltamos para a estrada sem sinal de problemas maiores, e eu nunca estive tão ansiosa quando a Lynchburg.
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