— (y/n)! — ele gritou.

— Kili! — você disse correndo até ele.

Ele a abraçou com toda a força que tinha, tirando seu fôlego, mas isso não importava. Ele colocou seu rosto entre as mãos e lhe beijou.

— Nunca mais quero perdê-la novamente — ele disse depois.

Você ia falar algo quando ouviu os gritos de Legolas por perto. Ele parecia estar ordenando que os anões o seguissem até Valfenda. Você tentou fazer com que Kili fugisse dali mas o elfo o encontrou. Você não podia ir contra a autoridade de Legolas então fingiu que estava a favor de capturar os anões. Mas estava pensando em um plano para tirá-los de lá depois.

Chegando lá, todos foram colocados em prisões, alguns até tentaram arrombá-las, mas são muito resistentes. À noite você foi até lá falar com Kili.

— Eu vou tirar vocês daqui — você falou, mas depois notou uma coisa — Onde está Bilbo?

— Não sei — ele respondeu e depois olhou fixamente para você — Senti tanto sua falta, foi como se parte de mim tivesse sido arrancada.

— Não sabe o quanto foi frustrante ficar longe de você, Kili — você passou a mão por uma abertura do portão e conseguiu tocar o rosto dele — Mas logo ficaremos juntos novamente.

Um barulho de chaves chamou sua atenção, olhou em volta, mas não viu ninguém, e num segundo Bilbo estava bem na sua frente.

— Bilbo?! — você levou um susto — Como conseguiu entrar aqui?

— Longa história — ele respondeu.

Com as chaves ele abriu todas as jaulas. Bilbo direcionou todos para a adega e pediu que entrassem nos barris de vinho que estavam vazios. Os anões excitaram um pouco, aquilo era arriscado, porém o fizeram. Bilbo puxou uma alavanca que abria uma rampa no chão, todos os barris caíram num rio que tinha logo abaixo. A passagem se fechou e Bilbo ficara para trás.

— Vá, eu lhes dou cobertura — você disse, puxando a alavanca novamente para que Bilbo fugisse.

Os guardas chegaram logo depois, mas infelizmente os que ficavam lá fora viram os barris com os prisioneiros dentro. Você fingiu que nada tinha a ver com a fuga e seguiu Legolas e os outros guardas na perseguição aos anões. No caminho se depararam com orcs, você os esfaqueava e flechava rapidamente na tentativa de alcançar a Companhia. A guarda fechou os portões que eram a única esperança de escapada dos anões. Kili saltou do barril e foi em direção à alavanca que abria a saída novamente. Mas antes que chegasse lá, antes que tocasse nela, o chefe dos orcs o atingiu com uma flecha envenenada na coxa.

— Kili! — você e Fili gritaram juntos.

Kili caiu no chão e gemeu de dor. Com muito esforço conseguiu levantar-se e puxar a alavanca. Pulou de volta para seu barril e a flecha que estava cravada em sua perna quebrou nas bordas do tonel, isso o fez grunhir dolorosamente. Os anões foram levados pela correnteza fugindo do ataque dos orcs e conseguiram escapar por pouco. Chegaram às margens do rio e saíram dos barris, Kili disfarçava o desconforto da ferida em sua perna e olhou em volta procurando alguém.

— Onde está (y/n)?

— E quem se importa? — Thorin perguntou irritado.

— Eu me importo — Kili alterou a voz — Não vou sem ela.

— Kili, não vou colocar tudo a perder por aquela hobbit.

— Eu a perdi uma vez, não vou perdê-la novamente — Kili olhava com fúria para o tio.

O clima foi quebrado quando um misterioso homem apareceu. Ele era um barqueiro e morava em Valle, uma cidade que antes costumava ser alegre e próspera e agora fora entregue à miséria e infortúnio. Os anões (e Bilbo) pediram um favor para o tal barqueiro, que se chamava Bard. Que ele os levasse até Valle. E conseguiram. Os barris nos quais desceram o rio foram os mesmos que os esconderam para entrar na cidade. Ficaram na casa de Bard tempo necessário para se prepararem para seguir caminho até a montanha. No dia da partida, Thorin impediu que um de seus sobrinhos fosse junto com a Companhia, Kili estava debilitado, este protestou, mas seu tio o proibiu de ir. Fili ficou com o irmão, Gloin também, para prestar assistência, e Bofur atrasou-se e ficou para trás.

Kili estava perdendo as forças, os anões que ficaram o levaram até a casa de Bard. O deitaram em uma cama improvisada e fizeram o que podiam mas sua dor só aumentava.

Houve um momento que barulhos começaram a vir do telhado, uma das filhas de Bard, ao pensar que era o pai, foi checar na varanda. De repente, um orc pulou do telhado e a garota gritou, tentou fechar a porta, mas foi em vão. E não apenas um, mas vários orcs começaram a cair do teto e entrar dentro da casa. Fili e os outros anões estavam sem armas e por isso ficaram em desvantagem. Para o alivio de todos, você e Legolas, que estavam nas redondezas, chegaram a tempo e atacaram os orcs um por um. Depois, estranhamente eles começaram a recuar. Legolas chamou você para ajudá-lo a persegui-los, mas depois de ver Kili agonizando de dor, desistiu da ideia.

— Bofur, traga para mim uma planta cujas flores são pequenas e brancas — você pediu.

Não demorou muito para que o anão chegasse com a planta. Você fez uma mistura que aprendera no pouco tempo que passou na companhia dos elfos, ela curava. Mandou que todos segurasse Kili, que não parava de se rebater. Quando colocou as plantas na ferida, ele gritou alarmado. Mas à medida que você passava a solução, o sofrimento de Kili diminuía. Depois você enfaixou o ferimento, que já estava quase desaparecendo e ouviu Kili sussurrar.

— (y/n)...

— Estou aqui — você se aproximou do rosto dele e o tocou.

— Você estava tão longe... — a voz dele falhava — Voltou para mim...

Os olhos de Kili estavam quase fechados, mas a mão dele tocou a sua sutilmente.

— Você é minha luz... Sem você meu mundo é escuro e sombrio... — com a outra mão ele passava os dedos pelo seu tosto — Minha (y/n)... Eu amo você...

— Eu também amo você, Kili — você não conseguia conter a emoção da grandeza daquele sentimento. Sentia que era para sempre.

E nesse momento Kili parecia ter escutado seus pensamentos:

— Sempre... — e seus olhos fecharam de vez.