Mental escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 9
O perdão de uma irmã.


Notas iniciais do capítulo

Qual é seu personagem favorito? O que achou mais... sei lá! Emocionante, triste, engraçado, interessante... O que está ruim e eu posso melhorar? Podem responder essas perguntas?



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N: Cléo.

Eu não pude acreditar no que ela me contou. Zoe nunca mentiria pra mim e eu sabia que era verdade. Tudo o que eu queria era me lembrar de tudo. Quem eu sou? Quem são meus pais? Como ela se foi? Meu nome era apenas Annie Queel? Eu queria me lembrar de tudo. Saber o que era falso ou verdadeiro e, logo depois, enfiar uma faca no peito de Zoe, o que iria doer, mas para minha alegria (já que tenho princípios), não a mataria.

Eu estava deitada na cama quando Zoe bateu na porta:

– Irmã. Abra a porta. Eu preciso falar com você.

– Sai daqui! Você não é minha irmã! - eu mal queria ouvir a voz dela.

– Não de sangue, mas eu, você e Nick somos uma família!

Ela arrombou a porta do meu quarto (movendo os mecanismos da tranca com a mente, talvez) e abriu a porta. Eu me levantei e fiquei bem séria, na postura que só Zoe chamava de “Postura de Durona”: perna meio abertas, braços cruzados e nariz pra cima com uma expressão séria no rosto. Eu quis mostrar que eu não gostava da presença dela.

– Você não tem o direito de me chamar pelo nome da sua filha. Eu me chamo Annie.

– Não. Quando Nick nos adotou, você mudou de nome oficialmente. Você não é mais a Annie.

– Que importa?! Você mentiu pra mim! - acho que perdi o controle.

– Eu sei. Pode me perdoar? - uma lagrima escorre no rosto de Zoe.

– Nunca! NUNCA! Você tem alguma noção do que fez com minha cabeça?! Você mentiu sobre quem eu sou!

– Você não iria querer se lembrar de sua vida. Eu li suas memórias, Annie. Eu adoraria me esquecer daquela noite, em seu lugar.

Zoe deu as costas para sair e quando tomei uma decisão, mesmo que eu fosse me arrepender depois. Antes que ela passasse pela porta, eu disse:

– Quero que restaure minhas memórias.

Ela se virou para mim e insistiu: - Você não vai gostar.

– Zoe, faça isso.

– Eu só quero seu bem.

– Então me deixe voltar a ser a Annie Queel.

– Você não vai querer isso.

Ela novamente iria sair e então eu propus: - Se restaurar as minhas lembranças verdadeiras eu juro que te perdoo.

Zoe se aproximou de mim, segurou meu rosto e olhou em meus olhos dizendo: - Não diga que eu não avisei.

Suas pupilas cresceram como sempre e minha visão de seu olhar se destorceu. Logo depois eu vi...

Flashback on:

Eu tinha sete anos. Tinha feito um desenho de mim e minha mãe. Ele era simples. Coisa de criança. Mas minha mãe achou uma obra prima. Então ouço a campainha tocar e logo depois minha mãe gritando da cozinha:

– Annie! Atende a porta pra mim!

– Tá bem, mamãe!

Fui até a porta e abri. Era o namorado da mamãe. Ele era legal e costumava me trazer presentes e me levar para tomar sorvete. Ele me abraçou, deu um beijo na minha bochecha e disse:

– Oi Aninha!

– Oi Mike!

– Como vai, florzinha?

– Muito bem! - eu dei um sorrisinho fomo de criança.

– Vim ver a sua mãe, ela está?

– E me deixaria sozinha? Claro que ela está!

Ele entrou e recebeu minha mãe com um beijo. Então, como de costume, eles vão para o quarto dela para conversar algo que eles chamavam de “conversa de adulto”. Como sempre, eu fiquei na sala desenhando.

Eu fiz outro desenho. Um de Mike e mamãe se casando e eu vestida de madrinha entre eles. Mas ouvi uma alta e furiosa briga do segundo andar. Preocupada, eu fu até o quarto, mas a porta estava trancada. Eu só ouvi três tiros vindo de dentro e me escondi no fim do corredor atrás de uma planta.

Então, Mike saiu com uma arma de dentro do quarto o fugiu. Entrei correndo para ver o que havia acontecido, mas só encontrei o corpo de minha mãe jogado no chão, sangrando e sem vida.

– MAMÃEEEEE!!!!

Eu gritei com força torcendo para ser um sonho ou uma brincadeira, mas não era. Minha mãe foi morta.

Flashback off:

Eu coloquei as mãos no rosto e comecei a chorar. Alguns bons momentos surgiram em minha memória mais tarde, mas eu não parava de pensar naquilo no momento. Eu olhei para frente procurando Zoe, mas ela não estava lá. Eu desci as escadas e a encontrei na cozinha. Corri e a abracei dizendo:

– Você tinha razão, Zoe. Não gostei do que vi.

– Tudo bem, Annie. Já passou.

Eu a olhei nos olhos e disse: - Sou Cléo Michell. Sua irmã.

N: Paôla.

Eu e Scott estávamos arremessando dardos em alvos na parede. Conversávamos sobre Zoe e eu tive essa ideia por lembrar que ela namorou um arqueiro. Eu zoei muito, mas foi engraçado. Só precisei dosar muito o que eu iria falar. Se vise o que eu vi a Mental fazer em 2015, não iriam querer provoca-la.

– E ela é tão forte assim?

– E como! Pergunte ao professor! O que ele viu na mente dela.

– Pelo que você me disse, me surpreende ela ter deixado ele ler a mente dela!

– Mas deixou! - eu disse disparando outro dardo, que acertou o canto do alvo.

Então, eu tive outra visão. Dessa vez, Zoe vestia um tipo de uniforme da S.H.I.E.L.D. modificado, com um decote em forma de coração e luvas enormes que ficavam a um palmo do ombro. Ela não usava arma, pois tinha algo muito mais poderoso: sua mente. Ela lutava contra o mercenário que ameaçou matar sua irmã.

– O que foi? Tá bolada por ter errado? - Scott riu e zoou.

– Ela precisa saber. - eu disse bem baixo depois da visão.

– Quem precisa saber o que?

Não respondi. Apenas me levantei e corri. Peguei a chave do meu carro e foi até a casa de Zoe. Eu precisava avisá-la do que estava pra acontecer. A vida de sua irmã Cléo estava em jogo naquele momento.


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Notas finais do capítulo

Continuem acompanhando. Intendeu Achillea? Só vai melhorar!