Between Letters and Numbers escrita por Miss Melindre


Capítulo 17
Capítulo 17 - Porque você é meu paraíso.


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei, eu sei. Mereço uma bronca de vocês, mas peguem leve comigo!
Esse capítulo é bem fofinho, então espero que gostem.
No próximo teremos revelações sobre o passado de Thomas.
Boa leitura!



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“Mas estou te segurando mais perto do que nunca, porque você é meu paraíso. (...) o paraíso não parece mais estar longe.”

A drop in the ocean – Ron Pope.

Na hora marcada ouvi a campainha tocar. Dei uma última olhada no espelho e desci para atender Thomas. Minha nova companheira de casa estava sentada no sofá com a típica cara desorientada de quem acaba de ser acordada às sete da manhã de um sábado.

— Bom dia, Jasmine! — Passei por ela sorrindo de sua aparência descabelada.

— Bom dia, Louise! — Ela me cumprimentou estreitando os olhos por conta da claridade.

Abri a porta principal sem ao menos perguntar quem era. Meu distinto acompanhante me esperava com um sorriso de orelha a orelha que se alargou ainda mais a me ver.

— Você não cansa de ser linda? — Ele disse e em seguida me envolveu em um abraço terno, depositando um beijo em minha testa.

— Não começa... — Eu disse fazendo-me de mal-humorada.

— Thomas, seu idiota, você não dorme, não? — Jasmine gritou da sala, resmungando com o primo.

— Bom dia para você também, priminha.

Nós dois rimos, vendo a ruiva cobrir-se com o edredom novamente. Thomas me puxou para um beijo, antes de irmos. Seus lábios eram macios como sempre, que acariciavam os meus numa sincronia deliciosa.

— Vamos?

— Para onde iremos mesmo?

— Tomar café da manhã!

Revirei os olhos, despedindo-me de Jasmine e fechando a porta. Nós saímos e eu observei Thomas segurando minha mão entrelaçada à sua, como se fôssemos namorados. Ele percebeu meu olhar e a soltou sutilmente, sem criar nenhum clima estranho ou coisa parecida.

Andamos mais um pouco até a pracinha do meu bairro, onde alguns motoristas de táxi faziam ponto. Estranhei o fato de estarmos indo em direção a um deles.

— Por que iremos pegar um táxi?

— Louise, não tente estragar meus planos.

— Mas como você quer que eu entre num táxi sem saber para onde ele está me levando?! Você pode muito bem me sequestrar e depois me matar. Seria fácil para você. Eu digo, olha o seu tamanho!

Thomas gargalhou, virando-se para mim e dizendo:

— Escuta aqui, sua nanica, eu não sou nenhum assassino não, tá ok? — Ele disse com bom-humor e me empurrou de leve. — E, se fosse, não estaria me expondo com você para todas essas testemunhas.

Eu ri, empurrando-o de leve com o ombro.

Quando chegamos perto o suficiente do senhorzinho simpático que estava disponível para nos levar, o moreno informou o endereço, que eu não reconheci, e entramos no automóvel. Eu observei todo o trajeto que fizemos até uma residência imponente. Provavelmente de alguma família tradicional, com uma conta bancária recheada.

Paramos de frente ao imóvel e Thomas acertou o pagamento com o taxista.

— Você mora aqui? — Perguntei com redundância, já que ele estava abrindo o portão principal do lugar.

— Sim. — Ele respondeu dando de ombros.

— Eu achei que você morasse mais próximo à minha casa.

— Por que achou isso?

— Porque quando nos vimos pela primeira vez você estava tomando café na cafeteria da dona Beth!

— Isso não quer dizer que moro perto de lá, só que aprecio o café da senhorinha, ué!

Revirei os olhos, vendo-o abrir a porta da frente. A casa era igualmente luxuosa por dentro. Não luxuosa do tipo com maçanetas de ouro, talheres de prata e almofadas com penas de ganso, mas estava na cara que a família de Thomas era bem de vida.

— Thomas, eu disse que não estava pronta para conhecer seus pais! — Passei a mão por meus cabelos, arrumando-os para parecer ao menos apresentável para a família Mitchell.

— Meus pais não estão em casa, Louise. Apenas a nossa cozinheira. Estamos a sós, praticamente.

Pensei por um minuto, soltando o ar que havia prendido anteriormente.

— Ah, então agora é a hora que você me mata e enterra meu corpo no seu quintal? — Ele riu.

— Deixa de ser idiota. — Thomas caminhou até onde eu estava, estacionada perto da porta, sem segui-lo. Relutante.

Ele passou a mão em meu rosto, acariciando minha bochecha e depois beijou o local.

— Lydia? — Chamou pela cozinheira, abraçando-me. A senhora loira, com alguns fios brancos começando a aparecer, logo chegou à sala.

— Oh! Então essa é a Louise? — Ela disse sorridente e eu assenti. — Eu preparei um café da manhã delicioso para você, senhorita.

— Vamos lá? — Thomas me olhou ternamente, soltando-me do abraço e me levando para a cozinha.

{...}

O banquete do café da manhã estava delicioso e variado. Conversamos e rimos bastante com as histórias que a senhorinha contava sobre a infância de Thomas.

— Estava delicioso, Lydia! Muito obrigada. — Agradeci levantando-me da mesa.

— Oh, eu que agradeço, querida.

— Lydia, você é a melhor! — Thomas deu uma piscadela para ela, que sorriu com simpatia.

Quando saímos da cozinha ele me conduziu até seu quarto, que ficava no primeiro andar da casa. Subimos uma escada de madeira branca, passamos por um corredor com quarto cômodos, sendo um, uma enorme sala de música. Parei de frente para ela, observando seu interior.

— Você toca isso tudo?! — Perguntei referindo-me aos diversos instrumentos dentro do cômodo.

— Não! Eu não sei um acorde sequer. A sala é da minha mãe.

— Nossa! Que incrível... Sua mãe é musicista?

— Sim. Ela era de uma orquestra, teve que se afastar por alguns anos, mas agora já voltou a tocar. Tanto que eles viajaram para um concerto em Londres. Meu pai sempre a acompanha.

— E por que você não foi?

— Eu não gosto muito. — Sua resposta foi seca. Não entendi direito a mudança repentina de Thomas, mas o segui assim que ele continuou a andar.

— Se meu pai sonhar com a possibilidade de que sua filhinha está prestes a entrar no quarto de um menino e ficar a sós com ele, não sei nem o que me aconteceria. — Eu brinquei e ele riu, aliviando o clima tenso que havia se estabelecido há pouco.

— Bem-vinda ao meu esconderijo.

Abriu a porta do cômodo e me deu passagem para adentrar.

O quarto de Thomas era grande, recheado de prateleiras de livros; uma prancheta de desenho, com réguas, lapiseiras e uma luminária perfeitamente ajustada para lhe garantir a iluminação perfeita. Sua cama era de casal e aparentava ser macia e confortável. As paredes pintadas de azul deixavam o ambiente ainda mais acolhedor.

— Gostou? — Ele perguntou com um sorriso de lado, sentando-se na cama.

— É a sua cara. — Eu disse dando de ombros.

— Nossa! Não o achava tão lindo assim. — O moreno disse rindo e eu revirei os olhos. — Vem cá...

Ele me chamou com olhos doces e eu caminhei até ele, sentando na cama.

— Você é linda!

Fechei os olhos ao ouvir o elogio. A voz de Thomas era um de seus pontos fortes. Ela me fazia sentir no paraíso. Na verdade, meu paraíso era ele. Um paraíso que parecia tão longe, mas que agora estava ao meu alcance, oferecendo-se para me fazer feliz.


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Notas finais do capítulo

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