Between Letters and Numbers escrita por Miss Melindre


Capítulo 16
Capítulo 16 - Talvez eu esteja me apaixonando. Rapidamente demais.


Notas iniciais do capítulo

Oi, amorecos! Olha só quem já voltou com capítulo novo? Que menina eficiente, hein?
Espero que gostem!



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“Eu não sei, mas eu acho que talvez esteja me apaixonando por você. Tão rapidamente. Talvez eu deva guardar isso pra mim mesma. Esperar até conhecê-lo melhor.”

Fallin’ for you – Colbie Caillat.

— Vai dar tudo certo, tá? — Thomas disse antes de ir embora. Ele me abraçou, afagou meus cabelos e me deixou segura de que aquela tinha sido uma ótima decisão para a minha vida.

Eu sorri confiante para ele, retribuindo o abraço carinhoso que ele me ofertava. Absolvi o seu cheiro uma última vez naquela noite, me esforçando para deixá-lo ir embora.

Quando ele finalmente conseguiu ir, eu entrei em casa e caminhei até a cozinha.

— Tive um pequeno problema com a torradeira.

O pequeno problema que ela estava citando me fez rir. As torradas que saíram do eletrodoméstico estavam tostadas. O cheiro de queimado possuindo o ambiente e me deixando com mais vontade de rir. Como que alguém não sabe fazer uma torrada?

— É difícil mesmo! — comentei reprimindo o riso e tentando ser simpática.

— Corta essa! Pode rir... — ela disse rindo de si própria e então eu liberei a gargalhada que estava presa em minha garganta.

— Com o tempo você pega o jeito.

— Duvido muito. Eu queimo até água se me mandarem colocar para ferver.

Voltei a rir. Pra mim era estranho alguém não saber cozinhar, já que na minha família isso era uma tradição passada de mãe para filha. Lembro-me de quando era pequena, passar horas lendo o livro de receitas da vovó e colocando tudo que aprendi em prática com a mamãe.

Porém, aquela não era questão de saber cozinhar e sim de saber usar uma torradeira.

— Vou preparar alguma coisa pra gente.

— Louise, eu não quero dar trabalho.

— Não esta dando. Eu também estou faminta.

Vasculhei o armário atrás de algo bom para preparar. Decidi então fazer dois copos de chocolate quente e algumas torradas não tão torradas.

— Aqui!

Estiquei o braço para lhe servir um pouco da bebida e ela sorriu.

— Essas toradas estão parecendo bem melhores.

Nós rimos.

— É bem legal você e o Thomas estarem juntos... Digo, eu não me lembrava dele tão feliz assim.

Eu sorri sem graça. Era bom saber que eu estava fazendo bem para ele.

Ficamos conversando sobre coisas banais e coisas da Universidade. Jasmine falava muito e, por incrível que pareça, eu não estava revirando os olhos para tudo que ela dizia. Na verdade, eu estava gostando de conversar com ela. Não que eu preferiria ficar aqui ao estar dormindo no meu quarto, mas não era de todo ruim.

Acho que posso conviver com ela. Pelo menos se continuar assim, acho que consigo.

— Bom, melhor a gente ir dormir.

— Tenho que concordar. Olha a hora! — ela disse indicando o relógio na parede da cozinha — Como o tempo passou rápido.

Era verdade. O relógio marcava quinze para meia-noite. Eu realmente tinha me entretido com ela. Digamos que Jasmine está marcando alguns pontos no meu conceito.

— Tem certeza que vai ficar bem aí no sofá? Se quiser pode dormir na minha cama que eu me ajeito aqui...

— Você tá se ouvindo? — ela riu — Claro que não! Essa é sua casa, não tem nem lógica isso. Eu estou bem.

Ela sorriu.

— Tudo bem. Qualquer coisa pode chamar.

A ruiva confirmou e eu subi as escadas com um atípico sorriso nos lábios. Realmente era bom ter alguém como ela por perto.

— Ei, Louise! — me virei para olhá-la. — Obrigada mais uma vez.

Sorri compreensiva e voltei para o meu quarto. Fechei a porta e troquei de roupa, preparando-me para dormir. Chequei meu telefone, uma mensagem não lida:

“Estou com saudades, de humanas. Tenha uma ótima noite.”

{...}

— Bom dia, flor do dia! — Thomas falou empolgado ao telefone.

— Impossível. Acabo de ser acordada por uma pessoa irritantemente animada às seis da manhã, chamando-me de flor do dia — ouvi sua risada e o acompanhei — Tenho que aprender a te ignorar, Thomas.

— Vejo que acordou com um ótimo humor. Que maravilha!

Puxei meu cobertor para cima e cobri meu rosto dos tímidos raios de sol que invadiam minha janela, pelas brechas da cortina.

— Última chance: diga o motivo de ter me acordado tão cedo e eu pensarei em não desligar na sua cara imediatamente — falei com a voz rouca.

— Você pode passar o celular para a Louise? A doce, meiga e carinhosa garota de cabelos negros com quem estou saindo? — ele disse num tom cordial e mudando a voz dramaticamente completou: — O que você fez com ela, seu monstro?!

Fui obrigada a gargalhar da encenação ridícula de Thomas e finalmente sentei-me na cama. Eu não estava necessariamente de mau humor. Muito pelo contrário, tinha sido ótimo ser acordada por sua voz gravemente deliciosa. Porém, eu era obrigada pelo código “Não demonstre que está apaixonada” a fingir que estava incomodada com aquilo.

— Bom dia, Thomas! — disse por fim, derretendo-me por aquele metido de exatas.

— Aí está você, princesa! Uma bruxa tinha atendido ao telefone antes — ele falou brincalhão — Enfim, eu queria te convidar para tomar café da manhã comigo.

— Às seis da manhã? — perguntei arrumando meus cabelos.

— Bom, eu tive a ideia de te convidar, então fiquei planejando como vai ser e não consegui mais dormir. E não são necessariamente seis horas. São seis e trinta e oito.

Revirei os olhos como se ele pudesse me ver. Ele não parava de me surpreender a cada dia. Ficar ansioso para tomar café comigo? Isso era no mínimo fofo.

— Onde nos encontramos?

— Eu vou te buscar sete e meia, ok? Não se atrase!

— Podemos adiar o café da manhã para às nove? — perguntei me espreguiçando.

— Não, Louise. Deixa de ser preguiçosa!

— Ok — respondi levantando da cama e indo para o banheiro. Antes olhei do alto da escada e Jasmine ainda dormia — Vou preparar algo para a sua prima, pois ela é um desastre na cozinha.

— Já descobriu isso? — ele gargalhou no outro lado da linha — Seja rápida, ok?

— Você acordou muito mandão.

— Pode ser rápida, por obséquio, senhorita Bennett? — ele disse formalmente — Melhorou?

— Um pouco. Agora posso considerar.

Nós rimos e ele disse:

— Estou ansioso para te ver. Beijo.

— Eu também estou! Beijo.

Desliguei o aparelho com um sorriso enorme no rosto. Era ridículo, eu sei. Estava parecendo uma adolescente apaixonada. Tão rapidamente apaixonada. Eu quero esperar para declarar isso aos quatro cantos do mundo, quero conhecê-lo melhor... Mas como que eu resisto a essa droga totalmente viciante chamada Thomas Mitchell?


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Notas finais do capítulo

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Beijos