Momentos escrita por Theeco


Capítulo 3
Capítulo 3 – Can't remember to forget you


Notas iniciais do capítulo

Dia 3 — Can't remember to forget you (Shakira) 03/09/2014



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Ian acordou com dor de cabeça e isso não tinha nada a ver com o fato de seu celular estar vibrando em seu rosto.

Se espreguiçou, coçou os olhos e leu a mensagem. Era Mandy.

Mandy: Mandando essa mensagem só pra te avisar que você não deve procurar o meu irmão.

Ian bocejou, enquanto enviava sua resposta à amiga.

Ian: E por que eu não deveria?

Mandy: E eu vou saber? Suas palavras foram "Não me deixe falar com o Mickey, ok? Um distanciamento pode ser saudável", idiota.

A dor de cabeça aumentou quando Ian fez um pequeno esforço para tentar lembrar do que aconteceu na noite anterior. O ruivo fechou os olhos e teve alguns flash's de memória: Lágrimas; cerveja; Mickey; sexo; arrependimento.

No dia anterior, ele chorara por causa de Mickey. Ian tinha conhecimento de que Mickey não era do tipo carinhoso e sentimental, ele só não sabia por que ele esperava muito do moreno. Claro, Mickey tinha seus momentos fofos, mas eram raros.

Ian saira para beber e tentar afogar as mágoas — afinal, dizem que funciona, não é? —. Quando o álcool já fazia efeito em seu organismo, Mickey o encontrou e o levou para sua casa. Seu pai e seus irmãos passariam a noite fora, então não teria problema algum.

Na casa dos Milkovich, Ian tentou conversar seriamente com Mickey sobre eles. O ruivo se cansara de ser um segredo, de ter que esperar a família de Milkovich estar ausente para poder dormir com Mickey. Mas Ian já estava muito afetado pelo álcool pra conseguir direcionar uma conversa séria. Não demorou muito para que seu cérebro levasse as palavras de Mickey "Você pode dormir lá em casa hoje, todos estarão fora" para o sentido sexual e, então, demorou menos ainda para ele se atirar nos braços do moreno.

— Droga — murmurou. Ian não conseguia nem se lembrar de como e quando foi parar em sua cama.

Mandy mandou mais algumas mensagens pedindo detalhes da noite anterior e perguntando o que Mickey fez que o deixou tão bravo, mas Ian a deixou falando sozinha.

Ian tomou um banho demorado — e necessário, pois seu estado era deplorável. Quando terminou seu banho, Ian já se sentia um pouco melhor. Preparou um chá para curar a ressaca, e saiu às ruas para espairecer.

Ian andava sem rumo pelas ruas, observando as casas; as pessoas; os pássaros... Qualquer coisa que ocupasse sua mente, impossibilitando-o de pensar em Mickey.

Ian entrou numa livraria para ver os últimos lançamentos — não que ele se interessasse tanto assim por livros, mas achou que seria uma boa maneira de se distrair. Tudo estava dando certo, até Ian se deparar com um livro entitulado "Cervejas, cigarros e tattoo's". Como se o nome já não fosse o suficiente para que a mente de Ian rapidamente relacionasse o livro ao Mickey, a imagem da capa do livro era um garoto moreno, segurando um cigarro e uma garrafa, com os dedos tatuados.

Ian não devia pensar em Mickey. Ele queria, mas não devia.

O ruivo saiu da livraria rapidamente, procurando alguma outra coisa para distrair sua mente.

O incrível era que Ian não conseguia não pensar em Mickey. Foi assim desde que se conheceram, e provavelmente será assim até morrerem.

A forma de gesticular de um rapaz na rua o lembrava de Mickey; o jeito de andar de outro rapaz também. Um jovem delinquente assaltando um mercadinho; um menino intimidador andando ao lado de uma menina — provavelmente sua irmã — tão intimidadora quanto ele.

Não importava aonde ele fosse ou o que ele olhasse, algo sempre o lembraria de Mickey porque Ian não conseguia esquecê-lo.

Já era noite quando Ian estava pensando em ir para casa. Apesar de passar a tarde toda pensando em Mickey, Ian não queria ir vê-lo... Ele nem sabia se Mickey estava sozinho — o que era uma condição caso eles quisessem ficar juntos. Se o pai de Mickey soubesse que seu filho se relacionava com Ian, os dois jovens estariam mortos antes mesmo de pensar em fugir.

Um carro buzinou enquanto Ian caminhava lentamente pelas ruas escuras da cidade. Quando se virou, notou que era seu irmão, Lip.

— Hey, Ian — disse Lip, abrindo a porta do carro para o ruivo entrar. — Vem.

Ian deu de ombros e subiu no carro, sem perguntar de quem era o veículo. Lip lhe disse que alguém da faculdade havia lhe emprestado por essa noite e Ian acreditou. Saber de quem era o carro não faria diferença em sua vida.

Ian se surpreendeu ao perceber que estava muito longe de casa, ele nem se lembrava de ter andado tanto — obviamente, os pensamentos em Mickey o fizeram perder a noção do tempo.

Ao passarem por uma praça, Ian viu um casal se beijando à luz do luar e dessa vez os pensamentos sobre Mickey dominaram sua mente mais intensamente do que nunca. Foi numa madrugada em uma praça qualquer, a primeira vez que Mickey o beijara por livre e espontânea vontade — e a primeira vez que Ian disse para o moreno que gostava dele.

— Foda-se — disse para si mesmo, tirando seu celular do bolso.

Ainda ignorando as mensagens de Mandy, Ian começou a percorrer a agenda procurando o nome de Mickey.

Ian não conseguia esquecê-lo, por mais que devesse. Mickey estava longe de ser perfeito, mas ele era diferente de qualquer outra pessoa com quem Ian já saira. Era ele quem fazia Ian se sentir especial, era por Mickey que ele faria qualquer coisa.

Mickey tinha seus defeitos — talvez um pouco mais do que as pessoas em geral — mas Ian o amava do mesmo jeito, e ele não conseguia explicar isso. Ele tinha tudo para deixá-lo de lado, mas ele não o fazia. Ian não conseguia nem deixar de pensar nele.

"Foda-se se eu não consigo me lembrar de esquecê-lo. Foda-se se estou agindo estupidamente. Ele faz parte de mim", pensou.

Ian: Tá sozinho? Eu preciso te ver.

Ian tinha consciência de que isso poderia ser um erro, mas ele arriscaria. Afinal, errar é humano, não?

E talvez, só talvez, errar não seja tão errado assim.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi um sacrifício pra ser feito (eu fiz mais dois, mas apaguei por não curtir), e nem sei se tá tão relacionado com a música da forma que eu gostaria. De qualquer forma, espero que tenham gostado.