Momentos escrita por Theeco


Capítulo 13
Capítulo 13 – Só Hoje


Notas iniciais do capítulo

Dia 13 – Só Hoje (Jota Quest)
Voltei pra terceira pessoa! (Tava na hora, já tava escrevendo só em primeira pessoa há uns dias, rs)
Eu curto essa música e curti esse capítulo. Espero que gostem, rs.
Boa leitura!



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— Mickey? O que você tá fazendo aqui? — Ian o olhou surpreso e até mesmo confuso. O que o Milkovich estaria fazendo em frente à uma balada gay?

— Eu não sei... — Mickey deu de ombros e bufou. — Eu... Quer ir lá em casa? — perguntou de uma vez.

— Eu tô trabalhando.

— Sério? Você chama isso de trabalho? — Mickey ergueu uma sobrancelha em questão. — Vai ficar se mostrando pra esse bando de viados?

— Ian, tem gente te esperando lá dentro! — gritou um homem, se aproximando dos dois. — Algum problema aqui? — Colocou a mão ao redor do ombro de Ian.

— Quem é esse? — Mickey perguntou fazendo uma careta. — Estamos conversando aqui, cara.

— Que se dane a conversa de vocês, eu contratei ele pra dançar pros gays lá de dentro e não pra ficar de papo com os daqui de fora.

O tal homem começou a arrastar Ian para o caminho da entrada da boate, mas parecia que Ian ainda não havia decidido se ia voltar a trabalhar ou acompanhar Mickey. Ver o estranho pressionando Ian, praticamente o obrigando a entrar lá (e a deixá-lo sozinho), irritou o moreno.

Mickey empurrou o homem para longe de Ian, lhe deu dois socos no rosto e uma joelhada.

— Eu não sou gay — disse com menos convicção do que gostaria e se voltou para Ian. — É sério. Você vem?

Ian olhou para o chão, ainda incerto da decisão a tomar.

— Não vou sair daqui enquanto você não for comigo.

Ian acabou aceitando o convite pra ir à casa do Milkovich junto com ele. O ruivo percebera que Mickey estava agindo diferente. Não sabia o porquê, mas ele estava diferente sim. Primeiramente porque Mickey segurou sua mão e nem se importou de estarem na rua. Mickey também parecia mais calmo, mas ao mesmo tempo parecia nervoso. (é, é confuso, mas ele estava assim)

Depois de andarem um pouco, Mickey guiou o caminho até um ponto de táxi. Não pegaram um metrô, ônibus ou trem, como se costume. Mais suspeito ainda.

Mickey deu um endereço desconhecido para o taxista. Ian o olhou confuso, mas o moreno apenas deu de ombros e se virou para a janela.

...

— Um hotel? Sério? — perguntou Ian desconfiado. — Achei que iríamos pra sua casa.

— Aqui a gente pode dormir junto — Mickey disse, se sentando na cama do quarto de hotel, enquanto Ian trancava a porta.

— O que deu em você?

— Pela primeira vez eu estou tentando agir naturalmente, fazendo algo que namorados fazem... Você não pode simplesmente fingir que está gostando?

— Somos namorados? — Ian perguntou rindo, pois Mickey pareceu nem ter percebido que dissera a palavra "namorado".

Mickey bufou e respondeu: — Eu afirmei que sim.

— Bem, isso é muito incomum. — Ian se sentou ao lado de Mickey. — Mas eu estou gostando.

Mickey puxou Ian para um beijo carinhoso, que Ian estranhou mas retribuiu; sorriu e disse: — Eu posso me acostumar com isso.

Mickey abraçou Ian fortemente como se Ian pudesse ir embora a qualquer momento. Tal ato de carinho (ainda mais intenso daquela maneira) era algo que Mickey não faria normalmente, e isso não foi a primeira coisa que Mickey fizera naquela noite que não batia com seu comportamento normal.

Ian estava preocupado.

— Aconteceu algo? — perguntou, colocando os braços ao redor de Mickey e o abraçando de volta.

Mickey inalou o cheiro refrescante de Ian (que ele não sabia se era do mesmo ou apenas de sua roupa limpa) e fechou os olhos, inebriado.

— Nada não. — Mickey se desvencilhou do abraço e se deitou, recostando-se na cabeceira da cama. — Como foi o seu dia?

Se Ian achara que a noite não poderia ficar mais estranha, ele estava enganado. Mickey Milkovich não parecia Mickey Milkovich. Ele já tentou saber o que aconteceu, mas pra responder, Mickey ainda era o velho Mickey e guardaria — o que quer que fosse — para si. Ian então decidiu não questioná-lo mais.

Era estranho ter uma conversa amigável com Mickey, talvez aquela fosse a primeira vez que eles iriam conversar de verdade. Ian não sabia se Mickey realmente queria saber ou se perguntou apenas por perguntar; mas decidiu responder e começou a se queixar sobre Frank e sua irresponsabilidade e imaturidade — e isso devia deixar Mickey entediado, afinal, ninguém gosta de ficar ouvindo reclamações; mas Mickey sorria e parecia realmente apreciar aquela conversa. Aquele momento.

Nem mesmo quando o assunto caminhou para o relacionamento deles (com Ian reclamando dos erros de Mickey), Mickey parecia se incomodar. E ele realmente não estava incomodado.

Mickey só estava feliz de ter Ian consigo naquela noite, que talvez sua última na Terra.

Ele não era do tipo medroso e nem nada, mas há um tempo atrás ele havia se metido numa briga com um bandido e o mesmo entrou em contato lhe dando um prazo para pagar sua dívida, ou ele seria assassinado. E o prazo se esgotava naquela noite. Seria impossível conseguir a quantia pedida pelo bandido e ele não hesitaria em matar Mickey — ele já havia matado outras pessoas (inclusive outros Milkovich), um a mais não faria diferença.

Por isso Mickey insistira para Ian ir com ele. Por isso Mickey fizera tantas coisas que nunca faria, mas que Ian sempre quis; ele sabia que poderia ser seu último dia e ele queria passar da melhor forma possível: com Ian, fazendo-o (e sendo) feliz.


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