As canções de nossa vida escrita por Andreos
Notas iniciais do capítulo
Sétimo dia do desafio. Música baseada em Yesterday, The Beatles.
07/09/2014
Que, por sinal, também é meu aniversário, então, parabéns pra mim :P
Theor sentia a dor da perda. Uma dor que não havia degustado antes. Não daquela forma, pelo menos. Ele tinha deixado o irmão sozinho, não levando em consideração os sentimentos do mais novo. Pensara apenas nele mesmo. Unicamente nele. E aquilo agora lhe doía, porque, passada a raiva e a sede de vingança, ele precisava de alguém para acalentá-lo.
E ele não tinha coragem de ir até Thommem, porque a vergonha também acompanhava-o.
A morte da mãe pegara a todos desprevenidos. Era um sinal. Um maldito sinal de que as coisas só iriam piorar. Ela praticamente ganhara a última guerra, juntamente com O Herói. Juntamente com Vinícius. Eles formaram um belo par de guerreiros. Mas, droga, a morte dela era imprevisível.
Ela era a Herdeira. Theor não estava pronto para tornar-se o Herdeiro. Ele não queria ter tal responsabilidade tão cedo. Ele vivera sim com a sombra do que se tornaria um dia, mas ele nunca pensara que a sombra tornar-se-ia sua realidade antes do esperado. Ele esperava que a mãe vivesse como o avô, talvez mais. Ele não estava pronto.
Ele não queria.
E droga, ele sempre fora o próximo Herdeiro. Não havia como negar isso. Ele era o único que possuía o fogo, como sua mãe. Suas irmãs podiam ter a força, mas ele tinha o fogo. Ele era o futuro Herdeiro.
Futuro. Não presente. Ele não conseguia assimilar isso. Era quase impossível, na verdade.
Ele não aguentou o peso em seu peito. Levantou-se da sua cama, não se importando com o chão de pedra. Ele estava quente no inferno que era Mortir. Caminhou, somente de camisa e roupa íntima para o quarto do irmão, abrindo a porta com cuidado.
Thommem estava sentado, esperando-o. O mais novo abriu os braços e ele imediatamente fechou a porta e enterrou-se no irmão, chorando. Choraram juntos, por muito tempo, até que deitaram e se encararam, tentando encontrar forças um no outro.
Forças que não existiam.
Theor não fazia ideia de como ia continuar levando agora que se tornara o Herdeiro de Kalat. Ele não tinha noção de como faria. Ele não queria aquela responsabilidade, nunca desejara.
Isso significava que nunca poderia investir em seu irmãozinho, porque precisaria deixar Thommem a salvo. E, para deixá-lo a salvo, tinha de afastar-se dele. Agora os inimigos de sua mãe iriam focar-se nele. E ele não poderia estar com o mais novo.
Deuses, Theor não sabia como iria superar aquela fase, se ontem mesmo estava confiante de que conseguiriam livrar-se daquela situação. Nunca imaginou a morte da mãe.
E agora ele teria que lidar com a sombra da morte dela para sempre. Teria que levar seu maldito manto. Teria que ser o Rei, o Soberano de Heltândia. Teria que substitui-la e ser infeliz, como ela fora ao assumir o lugar do pai.
Ele fechou os olhos e abraçou o irmão com força, tentando ignorar aquelas divagações momentâneas.
Ele teria que dar um jeito. Pelos dois.
Ele tinha medo de que a partir de agora vivesse no ontem, como Tesália fizera por toda sua vida.
Afinal, era isso que significava herdar o trono.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Acontecimento logo após os gêmeos receberem a notícia da morte da mãe. Capítulo 28 de Portadores do Reino.
Até amanhã