As canções de nossa vida escrita por Andreos


Capítulo 8
Fancy, Samara


Notas iniciais do capítulo

Sei que estou um dia atrasado. Não consegui, mesmo, postar ontem. Aliás, escrever. Mas postarei dois hoje. Então, oitavo dia de desafio. Fancy, de Iggy Azalea, que foi terrível para escrever. Spoiler.
09/09/2014



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Samara era uma princesa naturalmente glamorosa, ela sabia disso. E não era somente por ser a preferida da corte, e por ser filha de Bestia, a verdadeira Herdeira. Era porque ela tinha estilo. Mesmo.

Tamara, sua gêmea, era seu total oposto. As duas eram completamente diferentes, ao mesmo tempo em que se davam tão bem. A mais velha era literalmente Sol. Faltava muito pouco, Samara diria, para ela ser a verdadeira Herdeira. Faltava o Fogo. O Fogo que o irmão mais novo de ambas possuía, o que definia-o como Herdeiro. Mas isso não importava, porque ambas sabiam que não seriam separadas, daquela forma.

Ninguém podia negar que as duas juntas eram de arrasar. E Samara tinha plena consciência disso.

–Não vou me unir ao meu irmão mais novo. Não dessa forma.

Tamara ainda estava descontente com essa decisão. Por que diabos os homens tratavam daquele assunto com tanta naturalidade? Certo, ela, assim como Theor, desejava recuperar o Reino que fora de sua mãe e que, por direito, pertencia ao mais novo. Mas não daquela forma. Não através daquela maldita aliança.

Samara continuou a pentear os cabelos vermelhos e longos da irmã, sorrindo calmamente.

–Não é como se isto fosse acontecer, querida irmã.

Samara era sempre tão delicada. Em tudo. Mas Tamis podia ouvir o veneno na voz da irmã, a acidez em boa parte de seus comentários. Ela sabia que a mais nova sempre tinha cartas na manga para ter o que desejava. Mas que, também, não usava-as para assuntos tolos.

Afinal, Samara era a princesa herdeira de Bestia, futura Herdeira de Kryniier. Ela era delicada e pequena, fofa, Tamara podia dizer, mas também era inteligente e sagaz. O que a transformava em ácida, muitas vezes.

Seu humor só piorava quando estava próxima do seu ciclo, mas Tamara não pretendia pensar nisso. Não, pelo menos, naquele momento.

–Às vezes eu tenho medo de saber o que pensas, Samara.

A irmã riu, daquela forma meiga que não enganava a irmã mais velha. Sentiu-a terminar de pentear seus cabelos e ajeitá-los em um rabo alto, prendendo-o com uma fita preta, para contrastar com a cor vibrante natural dos fios. Não tão vermelhos quanto do irmão mais novo, e sem as mechas douradas que ele possuía. Aliás, nunca sabia, mesmo, se era loiro ou dourado. Sempre apostava no dourado.

Samara levantou a cabeça de Tamis e deixou um selinho em seus lábios, sorrindo calmamente.

–Digamos que não é somente tu que sofres da maldição de Kalat, minha querida gêmea.

Tamara envergonhou-se terrivelmente.

Não era uma maldição. Ela só tinha uma infinita queda por sua gêmea. Nada de errado, afinal de contas. Mas isso a fez sorrir, concordando com a cabeça.

Samara um dia ia casar-se, seguindo as leis de Bestia. Ela tinha direito de escolher seu marido, como qualquer outra mulher do reino. Mas ela ainda tinha de casar-se para herdar o trono e não deixar a linhagem principal morrer. E Tamara nunca iria se opor a isso, desde que pudesse ficar e proteger sua irmãzinha para sempre.

Ela também tinha plena ciência que o amor da irmã era ingênuo perto do seu amor. Samara retribuía seus sentimentos, mas com a intensidade de uma irmã, não de uma amante. Mas isso não queria dizer nada para a mais velha. Ela ainda ficava feliz somente de ter a mais nova por perto.

Ela sabia que o irmão mais novo, não, o Herdeiro, pensava da mesma forma que ela. E talvez de forma ainda mais forte. Porque, afinal, ele era o Herdeiro e ele sofreria ainda mais as influências de Kalat.

Ok, Samara era glamorosa aos olhos de Tamara. E Tamis tinha certeza que Thommem significava o mesmo, que Samara significava para ela, para Theor.

Quem melhor para completa-los que seus próprios gêmeos?

Só que, no caso dos irmãos, ela sabia que o amor seria retribuído da maneira correta. Não seria unilateral como o seu.

A irmã era tão ingênua. Soltou um suspiro em meio a um sorriso, vendo a mais nova ajeitar-se para o jantar.

Ela pensou novamente: Sua irmã era tão ingênua.

...

Tamara encarou os irmãos gêmeos saírem do quarto, ambos com um sorriso no rosto. Cada um queria dizer algo, ao olharem-se daquela forma. Ela os entendia. E não podia deixar de sorrir.

Theor se aproximou da irmã e, antes que ele pudesse dizer algo, ela comentou:

–Espero que sejam felizes. Não é uma maldição, Theor, não quando se é retribuído.

E ela ouviu Samara chamando-os, do outro lado do corredor, e deixou os irmãos sozinhos.

Theor ficou envergonhado, mas o irmão mais novo somente o cutucou, sorrindo levemente. O mais velho beijou a testa de Thommem, vendo-o corar igualmente.

Não era uma maldição, nem mesmo um pecado, quando se era retribuído.


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Notas finais do capítulo

Como deu para reparar, acontece praticamente ao mesmo tempo do capítulo Pra Sonhar, com nosso futuro, desta mesma fic. Que é um spoiler, o que torna este um spoiler também.
Ah, sei que Fancy pode ser traduzido para luxuosa, no sentido da música "inspiração", mas eu acho que glamorosa serve, já que Samara é ingênua demais para ser luxuosa. O que cabe na tradução ideal, ou extravagante. Serve, né?
Introdução de ambas as personagens, provavelmente, no próximo capítulo de Portadores do Reino.



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