O Alvorecer De Um Novo Sol escrita por Marimachan


Capítulo 16
Capítulo 14 - Arco de Izra: Conhecendo Novas Pessoas


Notas iniciais do capítulo

E aí? Td certo? Primeiro capítulo da semana postado! ^^
Boa leitura. ;)



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Quase 23 anos...

― Eu descobri uma coisa interessante alguns dias atrás, Mugiwara. Quer que eu compartilhe minhas descobertas?

Akainu tinha um sorriso sarcástico nos lábios enquanto caminhava em direção ao capitão pirata. Todos os outros Mugiwaras se encontravam lutando contra a marinha, que acabara de chegar à ilha, aparentemente, para atacá-los diretamente.

― E por que eu iria querer te ouvir? Você está aqui para me matar, não está? Não vejo sentido nisso. – o moreno sorriu de canto, já se preparando para o ataque do Almirante que poderia vir a qualquer momento.

― Sim... Estou. – concordou firme, ainda caminhando. ― Eu não achei que você conseguiria chegar tão longe. Mas qual a minha surpresa quando descubro uma semana atrás que você havia conseguido! Confesso que minha ira foi enorme por perceber que lhe subestimei... Rei dos Piratas, Mokey D. Luffy. – seu tom de voz agora era irritado.

― Eu sempre disse que iria encontrar o One Piece. Não acreditaram porque não quiseram. – o garoto deu de ombros, não dando importância a expressão do inimigo.

― Enfim... Não é essa a descoberta que eu quero compartilhar com você. – o sorriso de antes voltou a reinar sua face. ― É algo muito mais... Vejamos... Interessante!

― Oe, você vai partir pra cima logo ou vai ficar aí falando um monte de coisas que eu não entendo nada? – Luffy cruzou os braços, tinha uma expressão infantil, como uma criança aborrecida e realmente iria atacar primeiro se o almirante não se resolvesse de uma vez.

― Impaciente, como sempre! – Akainu exclamou, agora parando de andar e encarando o pirata. ― Realmente não quer saber o que tenho para lhe contar, Chapéu de Palha? Tenho certeza que é algo que te interessa. – Luffy bufou.

― Você fala demais! Se for pra lutar que seja de uma vez! – sem esperar a resposta fez seu primeiro ataque; de certa forma surpreendendo o Almirante de Frota, que o bloqueou com certa dificuldade. Com certeza desde a última vez em que se enfrentaram, há quatro anos na Guerra de Marineford, ele havia subido – e muito – seu nível de força.

Vendo que não tinha outra opção, Akainu desistiu de provocá-lo e então uma luta surpreendente foi travada. Depois de alguns bons minutos trocando golpes e já feridos o bastante para deixar uma pessoa normal inconsciente, os dois se separaram ofegantes. Sakazuki encarava o moreno, enquanto esse sorria de canto por perceber que estavam, até àquele momento, empatados. O Almirante, entretanto, já estava impaciente com aquele combate que nunca trazia um vencedor.

― Não tem sequer uma única pessoa que se salve nessa família, não é mesmo? – o sorriso sarcástico, mas visivelmente irritado do Almirante voltou a surgir. Luffy o encarou ainda sem compreender o real sentido daquela frase. ― Seu pai é o criminoso mais procurado do mundo, sua mãe era uma fugitiva e você um maldito pirata! Nem mesmo Garp, que é um marinheiro renomado, se salva, porque se fosse digno de respeito já teria entregado você e seu pai à justiça que ele serve.

Luffy agora tinha uma expressão totalmente diferente no rosto. Um misto de surpresa e ira tomava conta do garoto. Do que diabos ele estava falando sobre sua mãe?

― Oh... Agora quer ouvir a descoberta que fiz? – Akainu debochou, o que deixou o pirata ainda mais irado. ― Pois é... Eu acabei descobrindo, sem nem mesmo querer, sobre a morte de sua mãe, Mugiwara. E olha... Confesso que fiquei realmente surpreso! Ela foi assassinada, certo? – conversava como se aquilo não fosse nada demais.

― O que você sabe sobre ela? E por que está envolvendo ela nisso?! – questionou, não gostando do rumo que aquilo estava tomando.

― Eu sei quem assassinou sua mãe. – simplesmente foi direto e reto.

― De quem você está falando, maldito? – a expressão de Luffy era assustadora, o que não deixou de ser percebido por seus nakamas, que agora se aproximavam dos dois com o intuito de descobrirem o que estava acontecendo. Todos já tinham ganhado suas lutas. Alguns bastante feridos, outros nem tanto.

Akainu soltou uma gargalhada, se divertindo com efeito satisfatório que estava conseguindo.

― Como foi perdê-la, hum? Como foi ver sua mãe sendo assassinada na sua frente? Acredito que deva ter sido um choque para um pirralho de cinco anos! – ainda sorria provocador. A essa altura, Luffy já tinha seus olhos escondidos sob o chapéu e seus punhos fechados. Os Mugiwaras apenas observavam e ouviam perplexos.

O capitão nunca havia sequer comentado em algum momento sobre aquilo. Achavam até mesmo que ele nunca chegara a conhecer a mãe, mas parece que estavam enganados.

― O assassino de sua mãe foi o mundo, Chapéu de Palha! O mundo!

(...)

― Hum... Acho que compramos tudo o que precisávamos... – Issa dizia pensativa enquanto caminhavam pela avenida.

Já haviam se passado algumas horas desde que chegaram à Cidade Sul e os quatro já tinham andado praticamente por toda a avenida comercial, comprando o que precisavam. Seguiam pela rua, enfileirados um ao lado do outro e Seion e Ken carregavam as sacolas e caixas numa espécie de carrinho puxado por um cordão branco de espessura média que, aliás, podia ser visto por todo o lugar, sempre repleto de produtos consumidos das mais diversas origens.

― Vamos procurar um lugar pra comer. Estou com fome... – o capitão reclamou enquanto puxava o carrinho, praticamente se arrastando.

― Grande novidade... – Ken revirou os olhos com o comentário característico do moreninho.

― Mas dessa vez ele tem razão... Também estou com fome. Ficamos andando a manhã toda e não paramos pra comer ainda. – Nara era obrigada a concordar com o primo de consideração.

― Yosh! Ali! Tem um restaurante ali! – apontou animado, já pensando na comida deliciosa e diferente que a ilha pudesse lhe proporcionar. ― Vamos!

― Oe, Seion! Espere aí, seu esfomeado! – Nara saiu correndo atrás do garoto, que já estava na porta do restaurante.

― Onde deixamos isso? – inclinou a cabeça, procurando uma resposta nos olhares dos amigos, mas nenhum deles fazia ideia.

― Podem deixar suas compras com o Haiki-Kun! Ele irá guardá-las até o momento em que deixarem o restaurante.

Os quatro se viram a procura da voz feminina que lhes dirigia e encontraram uma garota de longos cabelos rosas, olhos castanhos e vestida com um avental branco sobre seu vestido azul escuro. Ela sorria receptiva.

― Bom dia! Meu nome é Kin e sou a dona do restaurante. Não se preocupem com suas bagagens, ele é pago pra isso. – explicou animadamente. ― Oe! Haiki-Kun! Chega aqui!

Com o chamado, um rapaz que aparentava ter seus 22 anos se aproximou. Haiki era um jovem de porte médio e parecia um verdadeiro Cowboy com a roupa que vestia, trazia um pequeno palito na boca.

― Sejam Bem-vindos! – recepcionou os clientes com a mesma animação que Kin.

― Esta animação toda está fazendo com que eu me sinta uma pessoa sem felicidade. – Nara cochichou no ouvido de Issa, que apenas riu levemente.

― Certo! Vamos comer! – Seion entrou sem aguentar esperar mais.

― Por que tão impaciente? – Ken bufou entediado. Em seguida entregou ambos os carrinhos para Haiki e caminhou em direção à entrada, sendo acompanhado de Issa.

― Oe, você, Cowboy sexy. – Nara chamou a atenção do jovem que estava prestes a guardar os carrinhos, o moreno a encarou com um sorriso sedutor, agradecendo o elogio, mas o sorriso logo sumiu assim que observou mais atentamente a expressão da garota. ― Acho bom cuidar muito bem disso ou de Cowboy sexy você se tornará Cowboy fatiado. – deixou claro, o encarando séria, pousando sua mão direita sobre as bainhas de suas katanas.

― P-pode deixar. Suas coisas estarão intactas quando voltar! – sorriu amarelo.

― Arigatou! – Nara inclinou sua cabeça e sorriu fofa, caminhando em seguida na mesma direção que seus amigos.

― Que perigo! – Haiki observava a morena se afastar e balançou a cabeça de um lado para o outro, tentando afastar os pensamentos sobre a atitude assustadora dela de sua mente.

Os quatro, por sua vez, comiam bem animados, considerando que estavam sem se alimentar por muitas horas. Enquanto almoçavam observavam o ambiente que parecia ser bastante tranquilo, sem muitas confusões, o que era estranho porque podia-se perceber que boa parte das mesas estavam sendo ocupadas por piratas. O que era mais incrível ainda é que os cidadãos presentes não pareciam se importar com a presença dos possíveis criminosos.

― Talvez eles sejam piratas legais. – Issa respondeu positiva ao comentário de Ken, enquanto isso saboreava seu pudim como sobremesa.

― É possível... Mas é estranho. – o loiro ainda observou também saboreando sua sobremesa, mas a dele era uma salada de frutas.

― Vai ver tem alguém que bota ordem na casa através de pauladas que nem a Issa fazia no Katanga. – o capitão sugeriu divertido, fazendo com que todos rissem e Issa mostrasse a língua.

― Considere um elogio, Issa. Você botava pra quebrar. – Nara brincou.

― Vou considerar. – Issa riu.

― Nada disso! – Ken brigou com o moreninho, que tentou furtar o pedaço de pudim que ainda restava na bandeja de Issa. ― Seu fominha.

― Mas ela comeu o pudim quase inteiro! – Seion retrucou, fazendo biquinho.

― Não! É meu. – a médica puxou a bandeja para mais próximo de si, assim vendo um olhar pidão surgir nos olhos do amigo.

A verdade é que pudim era o maior vício da garota.

― Você é uma médica! Deveria controlar sua taxa de glicose. – Nara debochou rindo, tomando seu saquê.

― E você sua taxa de alcoolismo! – Issa fez questão de mostrar novamente a língua, mas agora para a amiga.

― Eu não preciso! Não tem efeito algum sobre mim.

― Claro que não. – Ken comentou sarcástico.

― Não venham querer controlar o que bebo ou deixo de beber! Nem meu pai faz isso. – a morena cruzou os braços, irritadiça.

― Esse argumento não faz muito sentido. Seu pai também é um alcoólatra! – o loiro retrucou.

― Isso é verdade. – Seion comentou, apenas observando a discussão dos dois enquanto comia seu pedaço de bolo recheado, mas fora totalmente ignorado.

― Fale isso na frente dele, seu merda! – Nara já se exaltava.

― Eu não! “Cê tá loca”? Eu tenho amor a minha vida!

― Hunf! Medroso! Tem corajem só pra falar essas coisas na minha frente!

― Claro! De você eu posso ganhar, do seu pai não. – provocou intencionalmente.

― Ora, seu...! – a morena se levantou e foi até o amigo o encarando irritada, começando assim a discutir de forma mais fervorosa, o ameaçando de morte.

As pessoas observavam aquilo sem saber se ficavam impressionadas ou se divertiam com a cena.

Enquanto ambos continuavam a discutir, Issa e Seion aproveitavam suas sobremesas, apenas observando os amigos. Aquilo não era nada fora do comum. Nara discutia assim com todo mundo, não só com Ken. Ken era apenas o que perdia em menos tempo a paciência, já que era realmente “esquentadinho”. Em todos os anos que os quatro se conheciam, Seion era o único que dificilmente se estressava com Nara, na verdade, ele não se estressava com ninguém por conta de piadas ou comentários sarcásticos, exceto quando metiam seu pai no meio, que fora o que aconteceu há algumas semanas, mas algo assim era raro.

Seion sorriu atento aos dois. Eles nunca paravam com aquilo, até que no final das contas sempre acabavam rindo um da cara do outro e voltavam a conversar normal. Com leves pitadinhas de implicância, é claro, mas sempre se divertindo com isso.

A discussão continuou até ouvirem um murmurinho do lado de fora. Pela janela do estabelecimento podiam-se ver pessoas se aglomerando em frente ao restaurante e alguns clientes saírem para verem o que estava acontecendo. Nara e Ken deixaram de discutir para prestar atenção na movimentação, seguindo Seion e Issa assim que eles caminharam em direção ao lado de fora.

Quando os quatro chegaram ao lado externo do restaurante puderam enxergar uma mulher ajoelhada em frente a um homem bem vestido em um terno cinza, o qual apenas tentava fazê-la sair dali. Aparentemente ele era o dono da farmácia atrás deles.

― Mas Seylin-san, eu preciso desse emprego! Por favor, não me demita! – ela implorava aos pés do empresário, aos prantos.

― Pensasse melhor nisso ao criar seus filhos direito! Não posso admitir que a mãe de uma ladrazinha permaneça em minha empresa. – ele respondeu firme e frio.

― Eu já a castiguei por isso! Acredite em mim! E já me certifiquei que ela nunca mais volte a esse lugar, apenas não me demita, por favor. Não posso ficar desempregada! – a mulher continuava a implorar, chorando.

― Já foi decidido! Está demitida! E nunca mais apareça com sua filha aqui! – fora a última palavra do homem, que atravessara a porta do estabelecimento como um furacão. A mulher apenas permaneceu no chão, derramando lágrimas doloridas.

― Mas que carrasco! – Nara comentou alto, visivelmente irritada.

― Realmente, um homem terrível. – Ken concordou.

― Ninguém vai falar com ela? Um amigo, talvez? – Issa olhava em volta, indignada com a aglomeração de pessoas se desintegrando sem que ninguém fosse até a pobre mulher, quando então pôde enxergar seu capitão já do outro lado da avenida, estendendo sua mão direita à moça, que escondia seu rosto úmido.

― Bem... Alguém foi. – Ken respondeu sorrindo. Os três seguiram na mesma direção que o moreno.

― Sinto muito... Pessoas como ele são desprezíveis. – Seion ajudava a moça a se levantar. Os três companheiros do moreno se aproximaram.

― Obrigada, mas infelizmente ele teve seus motivos. – a mulher enxugou suas lágrimas, tentando recompor-se.

― Tem algo que possamos fazer? – Issa perguntou gentil. – Aliás, meu nome é Issa, esses são Seion, Nara e Ken. – apresentou cada um dos amigos.

― Meu nome é Misaki e obrigada novamente pela preocupação, mas não acredito que possam fazer alguma coisa quanto a minha situação. Foi demissão por justa causa. – esboçou um sorriso triste.

Agora que a mulher estava de pé e havia parado de chorar, os garotos puderam observá-la melhor. Misaki era uma mulher que aparentava estar na casa dos 35 anos, tinha cabelos lisos, de cor escura, cortados ao ombro. Seus olhos eram de um profundo verde, que apresentavam certa melancolia no olhar. Eram olhos que traziam uma carga de sofrimento árduo aparente. Por um momento, os piratas sentiram pesar por uma mulher tão bonita ter uma aparência tão sofrida. Provavelmente já havia passado por muita coisa.

― O que aconteceu para você ser demitida, Misaki-san? – Ken perguntou curioso com a história da moça, guiando-a até um banco ali por perto.

Um suspiro pôde ser ouvido dela.

― Minha filha, Ayssa, foi pega furtando medicamentos na farmácia ontem. Eu sei que estamos passando por um momento difícil, mas ela não podia fazer isso! – abaixou sua cabeça, escondendo o rosto sob as mãos, visivelmente frustrada e abalada.

― Mas por que ela fez algo tão idiota? – Nara questionou indignada.

― Olha só pra mim! Mal conheço vocês e já vou contando minha vida assim. Isso não é confiável. – a morena tentou aliviar os sentimentos ruins que invadiram sua alma com aquele acontecimento, brincando em um sorriso fraco, porém divertido.

― Não se preocupe. Não vamos sair atacando sua família ou algo parecido. Apenas nos compadecemos com sua situação e queremos saber se podemos ajudá-la. –Seion explicou, sorrindo gentil. Misaki devolveu o sorriso.

― Acho melhor vocês virem comigo, então. Posso lhes explicar a situação mais detalhadamente se vierem até minha casa. – se levantou. ― Não sei por que, mas sinto que posso confiar em vocês. Mas é realmente raro encontrar pessoas, ainda mais jovens como vocês, que se importam com o sofrimento alheio. – sorriu agora mais conformada.

― Bem, somos seres-humanos e necessitamos de socializar, se não fizermos isso dessa forma, um mundo já não existiria mais. – Issa respondeu sorrindo, fazendo com que Misaki concordasse em um meneio de cabeça.

― Yosh! Vamos pegar nossas coisas ali e aí vamos com você. Tudo bem? – Seion avisou à recém conhecida, enxergando em seguida essa concordando.

Assim que os quatro pagaram o almoço no restaurante e pegaram seus carrinhos de compras de volta, acompanharam Misaki até sua casa. Durante o caminho, a morena foi contando tudo o que sabia sobre Izra e suas quatro cidades principais. Também pôde observar a interação entre os quatro jovens que era bastante divertida e curiosa, assim como descobrira que eram piratas e que estavam começando sua jornada agora.

Com toda essa conversa e entendimento entre ambas as partes, Misaki enfim percebera que talvez o mundo não estivesse tão perdido como pensara. Talvez ainda existisse pessoas que valessem a pena confiar.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro, reportem aí. :)
Até o próximo, mina! O/