Tom & Mary - jornada musical escrita por IsaOli


Capítulo 21
À sua maneira


Notas iniciais do capítulo

Capítulo inspirado na música "À sua maneira" do Capital Inicial



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"Fique calma, talvez seu pai não precise que você se case tão depressa... pode ser só o desespero da sua mãe" ele passava a mão nos cabelos dela enquanto ela chorava. "Mas Tom, ele perdeu uma enorme fortuna para Tony durante o jogo, você mais do que eu sabe que isso vai nos arruinar!" Ele a apertou em seus braços, ele estava perdendo ela de novo, mas do pior jeito possível, sabendo que ela iria escolher por causa de todas as circunstâncias, a pessoa errada, a pessoa que ela não amava. "Se eu tivesse morrido no lugar de Matthew nada disso estaria acontecendo, ele faria tudo certo e não tudo tão errado como eu fiz! Eu coloquei você e Tony nessa situação, se eu não tivesse aceitado o pedido dele poderia inventar qualquer desculpa" ela dizia enquanto segurava o colarinho dele puxando-o para ela.

Ele segurou apertado nos ombros dela e a afastou alguns centímetros para que pudesse olha-la nos olhos: "Nunca, nunca mais diga uma coisa dessas, ouviu?" Ele quase a chacoalhou por ter ouvido um desses absurdos.

Os dois ficaram abraçados por um longo período até Mary ter coragem de dizer "Então essa é a nossa última despedida?". Ele fechou os olhos balançando a cabeça em negação, não acreditava que tudo estava dando sempre errado para os dois. "É o melhor por hora; Mas não podemos perder a fé até o último minuto de que um milagre possa acontecer. Seu pai é um homem forte e a medicina está mudando... eu não quero que você se case com um homem que você não ama, eu até poderia suportar te ver com alguém se esse fosse o seu real desejo, mas não desse jeito" Mary o beijou "Eu vou ficar aqui com você, porque essa pode ser a última vez em eu vou ter seus abraços" Tom pagou o beijo dela com um outro beijo e um sorriso meio dolorido "E eu vou me lembrar desse momento para sempre"

Quando Tom acordou de manhã e não encontrou-a, ele não sabia se ela tinha dormido no calor dos braços dele ou se era apenas um sonho. Eram as armadilhas do amor.

Aquele amor à maneira dela era tão difícil, sempre sabendo que o que ele tinha nas mãos nunca seria dele, como se tivesse perdendo seu tempo a noite inteira.

Quando estava se trocando a memória surgiu. Sim, ela havia dormido no calor dos braços dele. Entrelaçou as pernas dela nas dele; encostou a cabeça em seu peito porque ela gostava de ouvir as batidas ás vezes descompassadas do seu coração; acariciou os cabelos dele enquanto o beijava. Esse era o amor á maneira dela, quem sabe se ele não tivesse caído nessa armadilha há um tempo atrás, mas era tarde demais. Ele se lembrou da sensação da pela macia dela roçando na dele, parecia veludo. Se lembrou de como foi difícil se segurar sentindo em seu toque o baixo e alto relevo das costelas nuas e magras dela.

Quando ele perdeu Sybil daquele modo mais trágico possível, ele jurou que nunca mais iria amar de novo. Ele sabia que não era esse o desejo de sua esposa falecida, não quando Tom tinha uma vida inteira pela frente e uma bebê recém-nascida para cuidar. Ninguém poderia imaginar no entanto, que a gélida Lady Mary, a irmã mais implicante de Sybil se tornaria sua melhor companhia, o defenderia e cuidaria da sua pequena Sybbie como se fosse filha dela. Quem ia imaginar também que um ano depois o marido de Mary quem morreria daquela forma igualmente trágica, deixando Mary e um filho recém nascido nos braços, do qual Tom acabara amando e cuidando como se fosse dele? Ele nem queria ficar em Downton e agora tudo o que ele tinha de mais importante estava lá. Há praticamente quatro anos eles faziam tudo, juntos. Eles não passaram nem metade desse tempo juntos com seus falecidos pares. E agora, depois de tantos acontecimentos, tantas reviravoltas, tantas coisas vividas juntos, eles se amavam e eram uma família.

Mas tinha essa coisa.... um amor à maneira deles, sempre dando tudo errado como se o destino fizesse o possível para declarar-lhes que isso seria sempre impossível.

Tom se lembrou de Robert. Uma relação de amor e ódio entre os dois; Mais amor do que ódio obviamente. Eles eram apenas muito diferentes, mas tinham aprendido a gostar um do outro e suas brigas eram como de pai e filho. Ele também perderia Robert e isso era tão trágico. Cora iria ficar sozinha, Mary poderia ter que se casar com um homem do qual Tom não confiava muito; Ele não poderia ir embora e teria que conviver com todas essas coisas diante dele a vida inteira. "Deus, eu sei que o Senhor existe e está vendo tudo isso acontecer, eu espero que isso faça parte de um plano maior e mais bonito que está preparando para nós, e eu peço que me dê sabedoria para conseguir passar por isso da melhor forma, me ajude pois sozinho eu não consigo!"

Era engraçado como justo agora quando as coisas estavam mais dando errado, Tom sentia uma pequena fé brotar dentro dele.

E talvez uma fé do tamanho de um grão de mostarda fosse suficiente para Deus, que também faz as coisas à Sua maneira.


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Notas finais do capítulo

Para quem ainda não está ambientado na historia: Sybil era a irmã mais nova de Mary, ela morreu no parto de Sybbie sua filha com Tom, ela tinha apenas 24 anos. 1 ano depois o marido de Mary, Matthew, morreu em um acidente de carro quando acabara de sair do hospital em que Mary tinha dado á luz ao seu filho George. Mary e Tom se tornaram viúvos no dia em que seus filhos nasceram.



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