Tom & Mary - jornada musical escrita por IsaOli


Capítulo 20
Uma bola de demolição


Notas iniciais do capítulo

capítulo inspirado na musica Wrecking Ball de Miley Cyrus



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Quando Mary estava subindo para se arrumar para o jantar ela encontrou sua mãe no corredor dos quartos. Parecia preocupada, com os olhos inchados, Mary quase nunca vira sua mãe assim. "Mamãe, você está bem?'' Ela disse tocando-lhe o ombro. Cora olhou nos olhos da filha e respondeu "Nós precisamos conversar" e então Mary levou sua mãe até o quarto.

"Eu preciso que você seja forte Mary, eu preciso de você do meu lado." Mary estava terrivelmente assustada, o que estava acontecendo com a mãe para estar nesse estado? Ela esperava que não fosse por causa dela e de Tom, era cedo demais para que a mãe já tivesse descoberto. "Continue mamãe, me conte o que está acontecendo."

"Seu pai Mary, seu pai!" ela disse caindo em prantos novamente. "Ele foi a Londres resolver algumas coisas, não me disse exatamente o que era, mas hoje ele me contou." Mary só acenava com a cabeça esperando que a mãe continuasse. "Ele foi induzido a entrar em um jogo de apostas e perdeu muito dinheiro na primeira noite, um dinheiro que nós não poderíamos perder" Mary estava ficando nervosa, como seu pai pôde fazer algo assim? "Mas a boa notícia é que ele perdeu boa parte para Lord Gillingham, então acredito que o dinheiro será reavido quando vocês dois se casarem" Cora disse enxugando os olhos "Bom mamãe, nós precisamos sentar e conversar sobre isso uma outra hora eu..." -Cora a interrompeu- "Mas eu não acabei, falta a pior parte" ela disse voltando a chorar "Seu pai tinha ido a Londres para consultar um especialista e fazer exames, tudo isso escondido de nós, ele está doente Mary, muito doente, o médico disse que não há cura!" Mary engoliu a seco "Muito doente, o que é que ele tem, mamãe?" seus olhos encheram de lágrimas. "Ele me disse o nome da doença, não consigo me lembrar exatamente, um nome alemão, que significa "sangue branco" é como uma anemia, mas incurável" Foi aí que Cora chorou amargamente fazendo Mary chorar também. "Não tem tratamento?" Mary perguntou "Tem, ele vai passar por radiação e tomar arsénio, mas o médico disse que desconhece quem foi efetivamente curado disso, só aumenta ao sobrevida do paciente". Mary ficou em choque enquanto Cora continuava "Ele não quer que eu conte para ninguém e você tem que me prometer que não vai contar também. Eu só estou te contando porque não tenho mais ninguém pra contar e eu preciso da sua ajuda" Mary estava tentando ser forte para sua mãe, porque ela merecia, estava sempre do lado dela quando precisava e certamente ficaria do lado dela e de Tom. "O que eu posso fazer mamãe? Me diga como posso ajudar!" Cora buscou forças e continuou a falar: "Você conhece seu pai Mary, ele não vai ter paz enquanto não tiver certeza de que Downton está a salvo novamente, a vida dele é esse lugar! E ele está se sentindo culpado por ter perdido o dinheiro e colocado a propriedade em risco. " Ela fez uma pausa e segurou a mão de Mary "Você precisa apressar seu casamento com Tony Gillingham minha filha!" Mary ficou atordoada, como ela diria para a mãe que não iria mais se casar com Tony e que amava Tom, o seu cunhado, viúvo da sua irmã falecida? Não era só o pai que não suportaria essa notícia, mas no estado em que sua mãe estava talvez ela também não. "Mas mamãe eu não tenho certeza se eu o amo" ela disse tentando amenizar o choque. "Mary pelo amor de Deus, você está nisso há quase 2 anos, como você pode ter aceitado ficar noiva de um homem que você não ama? Claro que você o ama, você só está confusa porque ele não é como Matthew, e talvez se sentindo culpada por ser feliz de novo e seguir em frente, é claro que você o ama... ele está esperando por você por tanto tempo Mary, querida, e ele vai te ajudar a manter Downton de pé, seu pai espera que ele possa ver você se casando antes dele morrer!" Mary não sabia como contornar aquilo, na verdade não havia meios para isso. Ou ela se casava com Gillingham e garantia o futuro de Downton, de George e o descanso do pai em meio a doença ou ela se casaria com Tom vendo seu pai morrer infeliz e desgostoso da vida, vendo Downton sendo arruinada e George perdendo toda a sua herança. Tudo o que ela conseguiu dizer foi "Você precisa descansar um pouco antes de descer mamãe, ou todos vão notar.... e eu preciso pensar nisso tudo e como vou tomar essa decisão"

Não havia mais uma decisão feliz e certa, em qualquer uma das duas Mary nunca seria completamente feliz. Ela poderia dizer adeus para uma vida gloriosa em Downton por amor a Tom, mas não desse jeito, vendo a ruína completa de tudo que ela pudesse oferecer para seu filho. Ela poderia brigar com seu pai e contrariar a sua vontade, mas não quando a última felicidade do pai pode depender dela, ela precisaria estar em paz com ele quando ele se fosse. Ela não sabia o que fazer, Tom não poderia saber de nada mas ele também não merecia receber a notícia assim, não agora, não depois de tudo o que ele também sofreu."Nós nos agarramos, acorrentamos nossos corações em vão

Pulamos, sem nunca perguntar por quê, Nós nos beijamos, e nos rendemos a um amor que ninguém poderia negar... meu Deus, eu não posso viver uma mentira fugindo pela minha vida, porque eu sempre irei o querer!" Mary chorou mas tentou não pensar muito nisso pois se não, ela não conseguiria ser forte agora que a mãe precisava.

Depois do jantar quando Tom e ela se encontraram novamente na biblioteca, ele a beijou e seu coração quase se partiu ao meio. "Quando é que você vai desfazer o noivado com Tony Gillingham?" Tom perguntou todo animado.

Uma lágrima caiu e escorreu lentamente no rosto de Mary. Tom apertou a mão dela no peito dele "O que foi, Mary?" ela olhou para ele e disse com a voz fraca "Você vai ter que confiar em mim, por hora nossos planos terão que ser cancelados, eu não posso continuar com isso" Tom soltou a mão de Mary e se virou, pôs a mão na cabeça e olhou de volta para ela "Mary, eu poderia dizer que nunca fui tão duramente atingido por um amor assim, e eu cheguei achando que derrubaria as suas paredes como uma bola demolidora, mas tudo o que você está fazendo é quebrar meu coração, você me colocou no meio desse incêndio, me deixou queimar e agora o que nós somos? Só cinzas no chão, de novo? Você quer me destruir? Eu espero que você nunca diga que eu apenas saí andando, porque eu te coloquei num pedestal e você não quer sair dele." Ele saiu da biblioteca e foi para o quarto não entendendo o porque ela fez tudo isso. Ela estava o destruindo em pedaços; Ele já tinha se conformado de que ela iria se casar com Gillingham, mas ela veio até ele e pediu que eles não desistissem um do outro, agora que ele estava disposto a lutar e enfrentar tudo isso ao lado dela, Mary simplesmente disse que isso não poderia acontecer? "Eu achei que estava destruindo suas paredes Mary, mas tudo o que você estava fazendo era me destruir"

Quando Tom se deu conta ela já estava dentro do quarto dele, parada com um ar de desespero, bem na frente dele. Ela estava nervosa de um modo que ele jamais viu, desconcertada. "Nunca, nunca diga que eu simplesmente saí andando e desisti de tudo, porque eu sempre, sempre irei te querer!" então ela começou a chorar. "Mary, me conte o que está acontecendo para que eu possa te ajudar!" ele disse enquanto se levantava e a envolvia em seus braços. Não posso viver uma mentira, fugindo pela minha vida, e eu sempre irei te querer!" ela dizia com a voz abafada por estar com o rosto enterrado no peito dele"

"Então porque você não fica comigo e a gente segue com nossos planos?" ele perguntou confuso. Mary contou tudo para ele. Tom também amava Robert a ponto de não imaginar que ele pudesse passar os últimos dias da vida dele odiando tanto ele Mary. Ele entendia que Mary não tinha saída. E foi aí que ele percebeu que ambos estavam sendo esmagados por uma bola demolidora, chamada de destino.


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Notas finais do capítulo

a doença que Robert descobriu que tem é Leucemia, chamada pelos ingleses nos anos 20 de Weisses Blut que em alemão significa sangue branco, nessa época eles usavam radiação e arsênio como tratamento



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