Tom & Mary - jornada musical escrita por IsaOli


Capítulo 17
Para ser sincero


Notas iniciais do capítulo

capítulo 17 inspirado na música "Para ser sincero" dos Engenheiros do Havaii
Para ser sincera, eu estou orgulhosa dessa história até aqui.



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"Você está sabendo da novidade Tom? " Rose perguntou toda animada durante o café da manhã. "Alguma coisa grande aconteceu enquanto eu estive fora?" ele perguntou sorrindo "Mary e Tony estão noivos" Ela disse quase batendo palmas de felicidade. Tom quase ficou em estado de choque mas fez um esforço para disfarçar. "Que bom, Mary merece ser feliz!"

"Tudo vai mudar nessa casa quando os dois se casarem" Lord Grantham resmungou. "Eu vou ter que concordar com você" Tom respirou fundo e continuou: "Sybbie já está grande o suficiente e com alguém preparado para ajudar você e ela a tocar a propriedade, eu finalmente posso ir embora sem culpa nenhuma, pronto para começar uma nova vida!" Edith não gostou da ideia de Tom "Mary me disse uma vez que você já havia desistido dessa ideia, essa casa é enorme Tom, você não precisa se mudar porque outra pessoa vai chegar"

Ele era aliviado que ninguém realmente havia notado qualquer sentimento diferente entre ele e Mary. "Aqui era o meu lugar porque Mary precisava de alguém que estivesse do seu lado cumprindo a vontade de Matthew" . Nesse ponto, Robert não gostou muito das palavras de Tom. "Mas agora ela terá alguém pra cumprir a vontade que ela tiver de seguir daqui pra frente; e seria muito estranho para o marido dela que eu e ela façamos tudo juntos como de costume, você não acha?" Edith parou pra pensar - estranho, muito estranho.... eles sempre estavam juntos.... faziam tudo juntos... era como se Tom fosse o marido dela. "Realmente eu não acho que Tony gostaria de ver Mary fazendo tudo com outro homem ao seu lado, ela teve muita sorte por ter uma pessoa como você ao lado dela Tom, ninguém nunca fez tanto por ela como você fez, será uma perda terrível para Mary, embora você saiba que para nós também."

"Uma perda justa que não será muito sentida, ela está trocando a companhia do cunhado viúvo pela companhia de um marido, logo ela esquecerá, eu pretendo ir para América e sempre que puder vocês podem me visitar ou eu posso vir visitar vocês" Ele terminou a conversa.

Quando o café terminou, Tom disse que não estava se sentindo muito bem e que precisava voltar para o quarto e descansar um pouco. Ele chorou amargamente por quase uma hora, de forma que seu rosto quase ficou desfigurado; Se sentiu tão exausto e com dores na cabeça e no estômago que tudo o que fez foi dormir até quase a hora do jantar. Ele sabia que isso iria acontecer, mas não imaginava que fosse assim, sem tomar nota, sem ser avisado, tão depressa. Ele não entendia porque Mary estava fazendo tudo isso com ele.

"Tom não vai descer para o almoço?" Cora perguntou preocupada. "Ele não estava se sentindo bem, está descansando" Robert respondeu. "Eu senti tanta falta dele esse fim de semana, gostaria de vê-lo hoje!" ela continuou. "Mamãe, acho melhor a senhora preparar o seu coração" Edith entrou na conversa.

"Porque minha filha?" Cora disse assustada. "Tom vai para a América!" Os olhos de Cora se encheram de lágrima, ela não era tão treinada como os ingleses para esconder seus sentimentos. Mary fez um esforço para conter a sua tremedeira do qual ela ainda não sabia se era de medo, raiva ou apenas surpresa. "Mas agora que eu estava tão feliz com o noivado de Mary?" Cora reclamou. "Ele disse que está pronto para começar uma nova vida... nós sabíamos que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde, não é?" Edith também estava triste, porém sempre imaginou que Tom não ficaria muito tempo por lá.

No jantar, eles evitaram se olhar; Quando todos estavam distraídos na biblioteca os dois foram atraídos um para o outro, mesmo que entre eles houvesse um muro de mágoa e decepções.

"Ora, sua diversão em Londres deve ter sido mesmo muito boa" Mary puxou a conversa com um rancor audível. "Não tanto quanto sua diversão por aqui, futura sra Gillingham" ele respondeu igualmente rancoroso. "Se eu fosse um pouco mais ingênua sobre a vida, eu até poderia concordar, mas eu não sou, e imagino que sua diversão foi muito mais intensa e carnal!'' ela atacou. "Pois a sua imaginação anda corrompida demais, querida Mary" ele se aproximou dela, com vontade de contra-atacar, mas se lembrou que a família estava toda lá e poderiam estranhar a discussão e a aproximação. Ele abrandou a voz e continuou:

"Pra ser sincero eu não espero de você mais do que educação, aperto de mãos, apenas bons amigos...Pra ser sincero eu não espero que você minta, não se sinta capaz de enganar quem não engana a si mesmo"

Ele deu boa noite á todos e saiu da sala. Mas para Mary essa discussão apenas havia começado, tinha muita coisa entalada na garganta e precisava ser dita. Quando todos subiram ela subiu para o quarto dele.

"Seu noivo iria odiar o fato da noiva dele entrar no quarto de outro homem" Ele disse quando abriu a porta do quarto e deu de cara com Mary. "Você disse que não espera que eu minta, eu não vou mentir" ela disse empurrando a porta e entrando.

Ela ficava linda quando estava furiosa e ele tentava manter a concentração quanto a isso, porque naquele momento Tom tentava odiá-la.

"Para ser sincera, eu sei de tudo! Sei da Braithwait, sei da Caroline, aquela que você disse que fora apenas uma mentira sua! Quem é você afinal?" ela jogou na cara dele quase gritando.

"Eu não lhe devo satisfação sobre nada disso! Não depois que você está noiva de outro, aliás, não sei nem porque você se importa!" Ele replicou mais com raiva do que com razão, pois depois lamentou não ter se justificado corretamente.

"Você deve satisfação a toda a família, dormindo com a empregada! Aposto que ninguém sabe!" ela usou um tom de ameaça. Conseguira tirar Tom do sério. Ele se aproximou dela mais do que deveria, a ponto dos dois conseguirem sentir o calor do hálito um do outro. "E do tal Pamuk, eles sabem?" ele a atingiu na ferida e isso doeu mais nele do que nela. Ela perdeu o ar de altivez, sua fraqueza também havia sido exposta, ele sabia sobre Pamuk... quem não sabia?

"Bem, somos suspeitos de um crime que acreditamos um dia ter sido um crime perfeito!" Ela continuou a conversa com a voz mais branda. "Crimes perfeitos não deixam suspeitos, eu presumo" Tom respondeu para Mary olhando-a intensamente. O hálito de Tom ainda cheirava ao vinho do jantar e isso não estava ajudando Mary a argumentar, ela só pensava em como o beijo entre eles seria intenso se isso acontecesse. "Nós dois temos o mesmo defeito" ela concluiu. "E agora sabemos tudo a nosso respeito" ele continuou;

"Pra ser sincera não espero que você me perdoe, por ter perdido a calma, por ter vendido a alma ao diabo" ela disse, sabendo que se precipitara nesse fim de semana. "Não seja boba Mary, é isso que você acha que penso sobre o que você fez? Que eu vou te odiar como se fosse um pecado sem perdão? Eu não espero nada além de que sejamos bons amigos... um dia quem sabe a gente encontra uma explicação para o que aconteceu" Tom tocou o queixo de Mary, ela tremeu; Mas a única coisa que ele fez foi virar o rosto dela delicadamente para o lado e deixar pousar em sua bochecha um beijo desapaixonado. Ela o abraçou e recostou a cabeça nos ombros dele. "Eu espero que você seja feliz!" Ele disse quase chorando. "Eu também espero o mesmo pra você!" ela discretamente enxugou uma lágrima, antes que pudesse cair.

Ela saiu do abraço e olhou pra ele. Ele estendeu as mãos e disse "Ainda bons amigos?" houve então um aperto de mãos. "Pra ser sincera, eu não esperava menos de você" e ela então sorriu. As coisas não tinham sido totalmente resolvidas; Não do jeito que eles queriam, mas pelo menos eles não sentiam mais raiva um do outro e poderiam se encontrar e conversar sem discussões.

Pra ser sincera, eles ainda estavam sofrendo mais do que olhos humanos poderiam ver.
Para ser sincera o beijo, o abraço e os olhares passaram longe de serem "desapaixonados".


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