Estava sentado na praia, sim, naquela praia, nunca vou me esquecer do dia que vim aqui com ele apenas para ver o por do sol e tive a imensa satisfação de ter meu primeiro beijo, com meu primeiro e único amor.
Ainda sinto a pressão que os lábios dele fizeram nos meus naquele dia, foi mágico, embora cada outro beijo que ele me deu foi melhor que o anterior, mas nenhum vai superar o primeiro, porque foi dentre todos, o mais especial.
Também me recordo exatamente do local e posição do sol, acho que fiquei maravilhado demais com o momento. Bem, estou exatamente no local, pra falar a verdade, esperando ninguém mais do que ele, ah Gon, você podia ser mais rápido não é?
É tão engraçado, só de pensar em seu nome, já fico tão bobão, lembro do seu rosto, seus olhos cor de caramelo, tão doces e sinceros, aquele sorriso tão brilhante, tudo perfeito em um corpo mais perfeito ainda. Ele é lindo mesmo, mas o mais incrível é o seu espírito indestrutível, que não se abala não se corrompe, ele é tão puro, quase um anjo.
– Pensando em mim?
Olhei para trás e me deparei com a visão mais perfeita do mundo, meu Gon, sorrindo para mim, aquele sorriso que era o mesmo desde quando eu o conheci, os olhos penetrando nos meus, ele decifrava tudo que eu pensava, não havia nada que escapasse, eu sou um livro aberto para ele, por sinal, sou o único livro que ele tem paciência para ler.
Ri com meus próprios pensamentos e percebi que ele ficou confuso. Imediatamente me levantei, batendo as mãos nas minhas calças para remover a areia que tinha ficado presa, e estendi minha mão para ele, para andarmos do jeito que sempre fazíamos e eu amava.
Começamos a passear por ali, pude ver melhor a praia, as ondas vinham de uma forma tão delicada, como se quisessem beijar a areia, olhei para cima e vi o sol, que brilhava de uma forma emocionante, o brilho se igualava ao brilho de Gon, mas em sentidos diferentes.
Do outro lado do céu já se encontrava a lua e as estrelas, embora fracas, já era possível ver o brilho prateado delas refletindo na água do mar. Já havíamos feito esse trajeto de agora tantas vezes, e eu sempre me perguntava se era um sonho, mas em todas as lindas noites, Gon apertava nossas mãos de uma forma tão firme e ao mesmo tempo carinhosa, que me fazia sair dessas desilusões momentâneas e voltar à realidade, nós estávamos juntos, de verdade.
Continuamos a andar e eu notei um local da praia mais vazio que os demais, era um tanto quanto escondido, possuía muitas rochas, mas tinha um espaço que podíamos sentar e continuar a noite um ao lado do outro, então de leve puxei o braço dele indicando que eu queria ir lá, o que foi rapidamente atendido.
Nos direcionamos até uma grande pedra que tinha espaço suficiente para nós dois sentarmos nela, eu pude então, finalmente abraçá-lo. Sentir o corpo dele tão próximo ao meu era muito bom, me sentia tranquilo, seguro. Agora só faltava uma coisa para a noite ficar perfeita.
– Gon - O chamei, ele olhou para mim com aquele sorriso costumeiro e eu por um segundo tive vergonha de pedir o que eu queria - Será que... Você me beijaria?
– Que pergunta é essa Killua? - Ele deu uma leve risada - Nós somos namorados, por que eu não te beijaria?
– Sem perguntas, apenas beije!
E como todas as vezes que nos beijamos sentir os lábios carnudos dele tocarem nos meus, e a sua língua quente invadindo minha boca foi mágico. E a melhor parte, sem dúvidas, é poder ver o rosto angelical dele após cada separação, com aquele rosto sereno se transformando em um enorme sol radiante assim que ele abria seu sorriso.
Como sempre eu cheguei a conclusão de que eu nunca poderia ver um luar ao lado dele, pois aquele sorriso iria brilhar mais que todos os astros juntos.