Não consigo deixar de te amar. escrita por Natalie


Capítulo 24
Imbranato.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado para Vitória (Aurélia), Suelem (Arelia) e Annie. ♥



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Eu preciso dar esse passo. Carol repetia, enquanto tinha Daryl sob os braços.

Agora que decidiram voltar a morar juntos, haviam pertences de Carol que precisavam ser recuperados na casa de Janine, e o caipira se sentia ainda mais desconfortável do que a esposa, ao considerar a ideia de que precisavam voltar lá.

Carol. Ele diz, seriamente. Eu vou com você.

De jeito nenhum. Ela protesta. Só iria piorar as coisas. Ela suaviza a voz. Apenas fique aqui me esperando.

O caipira tenta a convencer de que era um erro ir sozinha, mas acaba por ceder, para não dificultar a situação.

Sinto muito que tenha que passar por isso. Ele entrelaça suas mãos nas dela, antes que a mesma saia pela porta.

Não sinta. Carol o tranquiliza, sorrindo fracamente.

Caminhar de volta para aquela casa nunca fora tão doloroso; as marcas da última discussão atormentavam o cérebro de Carol.

Força... Não seja covarde. Ela dizia a si mesma, enquanto caminhava.

#

Eu já não aguentava mais esperar; Carol havia saído à mais de uma hora, e eu me sentia um inútil aqui.

Minha vontade era invadir a casa da maldita bruxa e pouco me importar com que o que ela tinha a dizer, ou quem iria chamar.

O pedido de Carol era o que me mantinha aqui, e além disso, era um passo que ela precisava dar sozinha.

Talvez as coisas se resolvessem... Ou talvez não.

Mas que porra!

Se essa mulher não chegar em dez minutos, não tô nem aí se tudo dar errado, mas preciso levantar a minha bunda daqui e ir ajudá-la.

...

Não demora muito até Carol irromper pela porta, com mochilas e malas em mãos, e os olhos vermelhos.

Ao vê-lo ali, parado e atordoado, larga tudo no chão, e corre para os braços protetores de Daryl.

Daryl, foi tão horrível! Ela soluça, o pequeno corpo tremendo.

Shhh... Já tá tudo acabado. Daryl a conforta, abraçando-a, também emocionado. Não precisa vê-la nunca mais se quiser. Eu não deixarei que você se machuque, Carol.

Carol estremece violentamente nos braços do caipira, encharcando seu ombro com as lágrimas.

O homem sentia uma fúria animalesca ao vê-la daquele modo.

Juro que vou encher essa vadia velha de porrada. Daryl pensa, descontrolado.

O caipira não deixou que Carol se afastasse dele até que estivesse mais calma, e desajeitadamente enxugou suas últimas lágrimas.

Daryl se amaldiçoava por às vezes ser tão atrapalhado; suas mãos tremiam, e seus olhos queimavam de emoção, desolado por ver Carol sofrer daquela maneira.

A ideia de tê-la ao seu lado para sempre era reconfortante, agora que as contas com Janine estavam deixadas para trás.

Me sentir somente dela...

Seus olhos transmitiam toda a enxurrada de sentimentos que inundavam seu coração, e o brilho nos olhos vermelhos de Carol o mostrava que ela se sentia igual a ele, agora.

#

Faculdade...

O assunto delicado chegara para Daryl Dixon no final da semana que se sucedeu ao feriado de Ação de Graças.

A jovem já o havia escolhido, mas o caipira se sentia bastante culpado por fazê-la desistir do estágio de enfermeira para ficar em casa.

Com sorte, arrumara um outro emprego, ao qual limpava mesas em um restaurante na cidade; quando chegava em casa, Carol o recebia de braços abertos.

Mas essa não era a vida que ele queria para sua amada; Daryl desejava que ela fosse independente, e não uma mulher que ficasse o dia todo em casa, ainda por cima, nesta idade tão aproveitável.

De onde estava na poltrona agora impecável que Carol limpara podia vê-la na cozinha, preparando o jantar.

Era muito bom ter sua amada em casa, isso era óbvio; mas para um casamento dar certo, os dois precisavam estar contentes e satisfeitos.

Se o pior acontecer... Daryl pensa, engolindo em seco. Todo esse tempo vai ter sido um atraso.

O caipira, exausto, se levanta, e caminha até a cozinha.

Carol... Ele a abraça por trás, como tantas vezes já fizera.

A Dixon sorri, ao ser surpreendida.

Sim?

Daryl apenas beija seu pescoço, para ter mais tempo para pensar como começar a conversa.

Você não sente falta da... faculdade? O caipira não permite que a amada vire o rosto para encará-lo.

Carol suspira.

Sim, Daryl. Eu sinto falta de lá. Ela o força a deixá-la se mexer e vira-se para olhá-lo nos olhos. Mas isso não significa que estou infeliz aqui com você. Ela beija a ponta do nariz de Daryl.

O caipira pensa por alguns minutos.

Eu quero que você volte para lá. Ele diz, sem olhá-la nos olhos. Quero que termine tudo o que tem que fazer. Não quero...

Não quer o quê? Carol segura seu rosto com as mãos, obrigando-o a olhá-la finalmente. Não quer mais essa vida?

Não, porra. Não é isso. Ele se defende. Eu não quero ser um peso...

Pelo amor de Deus, Daryl! Carol parece ofendida. Você não é um peso e eu não estou infeliz! A semana toda você tem me olhado dessa maneira, como se eu fosse um filhotinho abandonado que não estivesse contente! Como se eu fosse forçada a ficar aqui! Pare com isso!

Seus braços tentam fugir de Daryl, a expressão irritada e magoada.

Ei. Ele a segura firme, não deixando com que se movesse. Eu só estava preocupado com você. Ele desvia o olhar novamente. Me desculpa.

Carol se odeia por amolecer imediatamente com o pedido rouco e inocentemente doce vindo de sua voz. A jovem estava irritada e vinha guardando o receio dele para com ela só para si, e queria que aquilo parasse.

Não, não perdoo. Dessa vez ela decide torturá-lo um pouco, fingindo ainda estar magoada.

Daryl parece atordoado, e Carol tem vontade de rir histericamente ao imaginar o que se passa por sua mente agora.

Me solte! Carol protesta.

O caipira afrouxa os músculos e deixa Carol livre, se afastando dela com cuidado.

Oh meu Deus! As mãos dele estão tremendo! Carol ri internamente.

Me desculpa, meu... Daryl respira fundo. Me desculpa, meu amor.

Carol não resiste.

Coloca os mãos nos lábios para abafar a grande onda de risadas que a domina; a expressão do caipira muda imediatamente.

Você me paga, mulher! Daryl ergue Carol em seus braços, tirando-a do chão.

Imediatamente começa a fazer cócegas na amada, fazendo-a se contrair e rir histericamente.

A risada mais bonita que já ouvi... Daryl a admira.

Seus olhos estão cheios de lágrimas por conta dos risos, assim como os do caipira.

Você é um cabeça-de-vento. Carol o beija. E também, o amor da minha vida.

Daryl não se surpreende mais ao sentir seu coração disparar com as palavras dela; não importava quantos anos passassem, Carol sempre o faria se sentir um adolescente.

Eu quero que você volte para a faculdade. Ele sorri. Ficaremos bem. Carol o abraça forte.

Obrigada, amor. Ela sussurra, e Daryl pode sentir o sorriso em sua voz.

#

O maldito táxi insistia em tocar a maldita buzina para apressar o momento de despedida temporária de Daryl e Carol.

A mais jovem havia concordado que voltar para a faculdade era o certo, e ambos pareciam satisfeitos.

Até logo... O caipira conseguia dizer, enquanto a beijava na testa. Irei até lá assim que conseguir uma folga.

Contarei os minutos. Carol se recusava a sair daquele abraço; podia desistir de tudo agora mesmo e mandar o taxista embora, mas sabia que aquilo era apenas um 'até logo' para com seu amor.

Eu te amo. Ele sussurra, antes que Carol entre no carro.

Eu te amo mais. Carol lhe sopra um beijo, os olhos marejados se perdendo dos dele enquanto o carro dá a partida e deixa Daryl para trás.


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Notas finais do capítulo

Me recuso a acreditar que só me restam mais seis capítulos pra terminar essa fanfic. ME. RECUSO.
Quero aprontar mais com esses dois, e receio que não dará tempo, hahaha. Mas como sou malvada, darei um jeito. :* Até amanhã! Seus comentários iluminam meu dia! ♥