Não consigo deixar de te amar. escrita por Natalie


Capítulo 25
Você não me ensinou a te esquecer.


Notas iniciais do capítulo

Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho...



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Carol Dixon chega à Emory University e volta ao seu costumeiro quarto.

Tantas coisas mudaram desde sua última visita ali, que ela se perguntava se Daryl havia mesmo voltado para ela, que seus beijos haviam sido reais, e não um mero sonho.

A rosa Cherokee novinha em folha que fora colocada por entre suas roupas, a lembravam claramente que o caipira era seu novamente.

Cada boa lembrança de sua reconciliação era guardada na mente de Carol; desde o primeiro encontro no evento de formandos, que parecia ter acontecido à décadas, a ida para a delegacia, de Daryl, o afastamento de sua mãe...

O peso no coração da jovem a fazia se emocionar muito facilmente cada vez que se lembrava das palavras de Janine Edwards.

"Meu amor, sinto dizer, mas ou você me escuta e volta para a universidade, ou vai embora. Não pode ter as duas coisas. Não desta vez."

A expressão de sua mãe, o modo como suas palavras a atingiram, não era suportável nem mesmo para Daryl; o caipira havia lhe dito que com o passar do tempo, sua mãe reconsideraria e aceitaria sua decisão.

Mas claro que isso não acontecera. Carol havia voltado à sua antiga casa, e sua mãe a recebera com desaprovação e amargura, por não tê-la escolhido.

O que ela diria se soubesse que eu estou na faculdade novamente? — Carol suspira, cansada.

Guarda seus pertences do modo mais organizado possível, e já recomeça sua rotina diária, correndo atrás das semanas perdidas.

Ao notar a carga de trabalhos e seminários que teria de apresentar dali a poucos dias, se sente sobrecarregada novamente, como nos primeiros meses.

Encontra-se com Andrea, e divide com a amiga que está quase oficialmente casada novamente.

A loura a parabeniza e deseja-lhe sorte, mas não pergunta muito mais, querendo dar privacidade à Carol. A jovem nota que Andrea passara a conviver com Gareth, e Carol a alertou contra o tipo de sujeito que ele poderia ser. Não se esquecera da vez em que ele a surpreendera, chamando-a para uma noitada a qual não tinha a menor vontade de ir, e o quanto ele parecia alterado.

Fica sabendo tarde demais também que se esquecera de pedir a autorização para a mudança de horário, se livrando de Ed. O veria todos os dias e teria de se esforçar para manter a calma e a dignidade.

#

A ida de Carol para a universidade trouxera um pouco de solidão para Daryl Dixon, mas ele se contentava em saber que estavam bem, que estavam juntos novamente.

A diferença era que ele não estava mais só; havia alguém. Havia ela, de volta à sua rotina.

Telefonava para sua amada todos os dias possíveis, e com o emprego no restaurante já havia economizado algum dinheiro para visitá-la, mas ainda mantinha a data em segredo; queria surpreendê-la.

No final do expediente de todos os dias, chegava em casa à noite, exausto, e se permitia relaxar, pensando em como se sentia feliz e cada dia mais apaixonado.

Não me importa porra nenhuma que a bruxa velha me ache sujo para ela, Carol me quer, e isso é o que basta.

Mas, o raio que o parta, o que eu faço sem essa mulher? Carol não me ensinou nem por um momento como tirá-la da mente, como esquecê-la.

A solução era ser o mais correto e verdadeiro na nova vida; não aguentaria nem por mais um segundo pensar na possibilidade de sentar-se naquela mesma poltrona, com o peso de um coração partido novamente.

#

O grande dia finalmente chega.

O dia de sexta-feira é agendado à muito custo para com o dono do restaurante em que Daryl trabalhava.

O dia em que a veria novamente.

O dinheiro estava imaculadamente contado para pagar o táxi de ida e volta. Daryl se sentia envergonhado por ter tão pouco; gostaria de poder se dar ao luxo de comprar um presente melhor para a amada, em vez de uma rosa Cherokee, acompanhada da carta mais antiga que Daryl possuía com ele.

#

Carol ainda observava atordoada a cena; Ed com sangue escapando dos lábios, a rosa Cherokee e uma carta ao chão, amassados.

O Dixon não a avisara de sua chegada, e o que mais temia aconteceu: Ed viera atrás dela mais uma vez.

Carol havia acabado de apresentar com sucesso seu seminário sobre primeiros-socorros avançados, e se demorara para seguir com os outros estudantes para o almoço, ficando para trás.

Ed havia calculado cada um de seus passos, e a pegara desprevenida. A estranha paixão possessiva do professor para com ela era maior do que qualquer um podia imaginar.

Desorientado, Daryl andara minutos a fio pela enorme universidade, a fim de ver sua esposa sem nenhum estardalhaço.

A cena que presenciara após abrir a porta de uma das salas de aula o tirou de controle: Carol presa sob os lábios de outro homem.

Não havia explicação. Não havia tempo para raciocinar o que estava acontecendo.

Carol parecia apavorada.

As mãos do caipira irromperam em socos na face do homenzarrão, derrubando-o no chão, com uma fúria animalesca.

Carol não o impediu; não disse uma palavra, apenas caiu de joelhos, e se pôs a chorar, assustada e tremendo.

A carta que fora cuidadosamente reescrita por ele e a rosa Cherokee foram deixadas para trás, enquanto o caipira saia pela porta, furioso como um tornado.

#

"Geórgia, 25 de outubro de 2011.

Eu tive um amor com você... um amor tão bonito...

Minha doce Dixon...

Tem coisas que a gente não esquece... você não merecia tanta dor...

Nossa história foi bonita demais; mas agora, sozinho, percebo a falta que você me faz.

Esconder os sentimentos, esconder a saudade... já não são mais necessários.

Eu quero você de volta.

Mais um dia que se passa, e o telefone não tocou...

Passeiam por a velha sala, as marcas do nosso grande amor.

Pra que tentar fugir de mim? Se eu sempre vou seguir na sua direção?

Pra que tentar me esquecer?

Pra mim só tem você, Carol... O resto é solidão.

Mais um dia que passa, e nada de você voltar.

A vida não tem graça... e eu sinto que vou morrer de tanto te esperar.

Não há lugar no mundo, onde eu não possa te encontrar...

E mesmo nos teus sonhos, você me ouvirá gritar a enorme falta que sinto de você.

Os jogos, as apostas, as bebidas, os vícios, não satisfazem nem metade do êxtase que eu sentia somente quando suas mãos me acariciavam e sua voz transbordava de amor em meu ouvido.

Seus maravilhosos e inacreditáveis olhos azuis... olhando para mim com o amor puro e único que só você poderia atribuir.

Extrapolei diversas vezes com você, e cada dia o arrependimento queima em meu peito... sua voz assombrando-me nos sonhos... nossas lembranças me torturando na velha casa que você preferiu abandonar...

E agora estou sozinho reclamando sua ausência, na esperança dos bons tempos te tocar;

Lembrar de mim e saber que ainda existo, é o desejo mais voraz que ouso pedir a você.

Nossa discussão e o bilhete que você deixara sobre a mesa antes de desaparecer, são a pior lembrança que ameaça tirar toda a minha sanidade.

Carol Dixon... volte para mim. Eu suplico. Não consigo deixar de te amar.

Seu, e somente seu, Daryl Dixon."

...

Carol jamais havia lido a carta. Sentia-se amada pelo caipira como nunca antes, devido a seriedade de suas palavras durante os tempos difíceis.

Com o coração apertado, corria pelos corredores à sua procura, a garganta fechada, os olhos inchados, a expressão de pura angústia.

A Dixon sabia que ele não havia ido embora, e iria encontrá-lo, pondo fim ao mal entendido, fosse qual fosse a conclusão que seu amor chegara.

Daryl não a ensinara a esquecê-lo. Ele era único, e não haviam outros braços e outros lábios que o substituíssem.

Não havia outro amor.


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Notas finais do capítulo

PREVEJO: "NOOOOOOSSA, NATHY! MAS O QUE VOCÊ FEZ, MULHER?"
Essa era a música mais aguardada para mim, desde o primeiro capítulo. Fiz bom uso dele? Claro que não! Mas eu sou rebelde, escrevo coisas rebeldes. Espero que me amem ainda. AMO VOCÊS! ♥