Confusões, Confissões e Paixões! escrita por Suzanna


Capítulo 42
Consolo No Mar...


Notas iniciais do capítulo

O fato de o mar estar calmo na superfície não significa que algo não esteja
acontecendo nas profundezas...



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A cura pra tudo é sempre água salgada:
O suor, as lágrimas ou o mar.

Ele poderia estar confuso, mas eu estava pior ainda. Seus olhos pareciam me perguntar se aquilo era realmente sério e eu tentava convencer a mim mesmo que sim, era sério. Eu molhava meus lábios freneticamente, meu corpo e minha mente brigavam para eu sair dali.

Seu corpo se aproximou do meu e tremi. Sua mão seguiu para minha nuca, puxando-me para perto de seu rosto. Minhas mãos encostaram-se a seu peito e nossas respirações descompensadas se misturaram. Engoli em seco e encarei seus olhos, nossas testas se colaram e nossos lábios se selaram em um beijo calmo e delicado, como quem não quer nada além de sentir o momento. Um beijo de certa forma apaixonado, apimentado apenas pela vontade de não terminar; um beijo simples, não muito rápido, onde as mãos acariciam apenas as costas e a nuca.

Senti tanto a falta dos seus lábios, tanto a falta das suas mãos caminhando pelo meu corpo. O beijo avançou para meu ombro desnudo. Ele baixou a alça da minha camiseta e desceu com a boca pelo meu braço. Naquele momento, eu queria estar o mais perto dele possível. Não queria que ele fosse embora. Precisava dele na minha vida naquele dia, e no dia seguinte. Precisava dele como nunca tinha precisado de ninguém.

_ Melhor você ir embora... – ele disse logo depois de um barulho vindo de seu quarto e pararmos o beijo. Porem nossas testas ainda se mantinha coladas. Eu podia sentir sua respiração ofegante e seu hálito de menta.

_ Não quero ir e você também não quer que eu vá. – respondi selando nossas bocas novamente. Mais não demorou em ele me afastar e suspirar fundo.

_ Por favor, vai embora... – ele pediu passando as mãos pelos cabelos, nervoso. Vi a porta do quarto dele se abrir e revelar Claire com a cara sonolenta e somente vestida numa camisa dele.

Engoli todos os sentimentos de uma vez só. O encarei de boca entreaberta e lagrimas vacilaram em descer pelo meu rosto. Mordi os lábios contendo toda a dor de saber que eles haviam dormido juntos e mirei o chão. Tentei me convencer que o beijo de mais cedo foi só por desejo, ergui a cabeça e passei por ele sem dizer mais nada. Simplesmente fui embora.

***

Eu não tinha condições de ir para o colégio hoje, muito menos de sorrir e fingir que nada aconteceu. Desci do taxi e encarei o mar a minha frente, a brisa batia em meu corpo e queria que junto com ela fosse todos meus sentimentos coagulados em meu peito. Tirei os sapatos e pisei na areia macia e quente. Aproximei-me do mar e parei por alguns segundos, fitando a imensidão azul e o sol radiante que vinha do final dela.

P.O.V IAN ON:

Eu não queria que nada disso tivesse acontecido. Não queria que ela visse a Claire aqui e nem imaginasse coisas.

Eu realmente estava morrendo de saudades de seus lábios macios e carnudos, sentia falta de suas mãos em meus cabelos e de seu sorriso meigo. Sentia falta de seu cheiro, de sua pele, de seus olhos, de tudo.

O pior de tudo é que hoje seria o dia em que ela tinha me ajudar. E encara-la seria tortura depois de tudo. As horas se passavam e o intervalo chegara, esse era o momento de ser forte e conviver com ela por alguns longos minutos.

Mas ela não aparecera. Sai de minha sala, preocupado. E fui até o refeitório, observei seus amigos sentados na mesma mesa de sempre, mais por sua vez todos calados e com expressões nada agradáveis. Será que algo acontecera com ela?!

_ Emily... – chamei assim que avistei a garota caminhando sozinha no corredor, indo para sala.

Seus olhos me encararam nada amigável e suspirei preocupado:

_ Onde está a Lucy? – perguntei.

_ Por que eu deveria te dizer?! – respondeu ríspida e cruzou os braços.

_ Eu sei que você e seus amigos me odeiam e têm motivos, eu concordo. Mas ela deveria me ajudar hoje e não apareceu. – expliquei e ela revirou os olhos e levou as mãos até os bolsos de trás da calça.

_ Ela não apareceu em lugar algum... – disse também preocupada.

_ Como assim? – perguntei angustiado.

_ Ela disse que passaria num lugar antes de vim para cá, mais ela simplesmente sumiu e não atende o celular. – respondeu triste.

_ Ela disse em que lugar passaria? – perguntei.

_ Não. E tenho medo de ter acontecido o pior! – respondeu.

Meu coração gelou. Meu corpo travou. Não poderia ter acontecido nada com ela, ou eu me culparia pelo resto da vida.

***

P.O.V SELENA ON:

_ Podemos conversar? – perguntou Benson se aproximando de mim enquanto eu tentava avisar ao Pietro do sumiço da Lucy.

_ Depende do assunto. – respondi ríspida e guardando o celular.

_ Pensei que estivesse tudo bem entre nós. – ele disse coçando a nuca.

_ E estava... Até você escolher pegar as duas, Hudson. – respondi.

Eles pensam que não sei de nada, mais eu ouvi os gemidos em nome de Charles vindo do quarto da Lucy, ouvi também os dele. E isso me machucou tremendamente, afinal eu nunca tinha um homem só para mim, sempre tinha que dividi-lo com ela.

_ Do que está falando? – perguntou cínico.

_ Dos belos gemidos vindos do quarto da Lucy... – respondi ríspida e sentindo meu celular vibrar na bolsa.

_ Selena, foi só... – eu o interrompi.

_ Não me interessa. Quando decidir qual Hudson você quer, me procura. – disse confiante em minhas palavras. Não deixaria acontecer como aconteceu com o Logan. Peguei meu celular e atendi me afastando dele.

***

P.O.V EMILY ON:

Pela primeira vez admirei alguma atitude do Ian. Ele propusera que cada um de nós, procurássemos pela Hudson nos lugares mais óbvios e que conhecíamos e sabíamos que ela frequentava. E foi oque fizemos.

Eu e Caio procuramos por todas as baladas 24 horas que gostávamos de frequentar, nós procuramos nos parques, no shopping e nada dela. Charles e Lilly disse que procuraram no barzinho que ele costumava leva-la, procurou por perto de lá e até mesmo no ML. Selena e Pietro reviraram os hospitais e becos mais obscuros. O resto também procurou em lugares mais comuns e NADA DELA!

P.O.V LUCY ON:

Sentada na areia, com os olhos fechados, a brisa levava meus cabelos. Minha mente pedia por descanso, meu corpo pedia por algo verdadeiro como meus cigarros e um pouco de álcool. Encarei a garrafa de vodca que acabara de comprar na barraca e abri a mesma. Suspendi na altura de minha boca e comecei beber como agua. Meu corpo não sentia o arder, pois estava tomado de raiva e sentimentos misturados. Lagrimas desciam pelo meu rosto enquanto eu encarava a praia esvaziando aos poucos. Já estava escuro, devia se passar das 17h00min.

Com a garrafa só pela metade, joguei a mesma na areia e me levantei para encarar o pôr do sol. Era muito lindo, o alaranjado se escondendo entre o azul escuro do mar. Caminhei em passos curtos e desengonçados, meios tontos até o mar e continuei caminhando para cada vez mais fundo.

Até que meus olhos se tomaram de escuridão e minha respiração falhou completamente...


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