Confusões, Confissões e Paixões! escrita por Suzanna


Capítulo 41
Lembranças.




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Sabe, eu só queria ter coragem de dizer pra você tudo que eu estou sentindo. Queria te falar o quanto eu sinto a sua falta, e o quanto dói te imaginar com outra pessoa. Queria que você soubesse que eu faria tudo diferente, me arriscaria por você, deixaria de me amar só pra amar você. Sei lá, meio que valeu a pena, sabe? Apesar de ter errado tanto, eu segui meu coração, e não desisti de você, da gente. Pena que você fez essa escolha, desistir de mim. Aprendi contigo a ser forte e a não chorar. E abafei toda a tristeza que senti quando você me deixou dentro de mim. Não chorei, não implorei, nem gritei. Só fingi que estava tudo bem.

Eu pensava em ódio. E depois eu percebi, que nem ódio eu sentia. Eu percebi que queria que fosses feliz sem mim. Porque isso era o melhor que te podia desejar, era o melhor que podia querer para ti. Depois de tanta magoa em seu peito.

Já não havia condição de encara-lo. Meus olhos encontravam o chão e minha respiração demonstrava todo meu nervoso. Engoli em seco sentindo o gosto amargo do álcool, suspirei pela ultima vez e encarei o Charles.

_ Vamos embora! – pedi. Ele assentiu e segurei sua mão.

_ Não quer nos fazer companhia? – a voz da vadia soou em meus ouvidos me causando calafrios inimigos.

_ Não. – respondi. Comecei a caminhar junto com o moreno para saída.

_ Seria ótimo um programa de casais, sabe?! – ela continuou dizendo. Parei meus passos e me virei para ela sedenta de raiva.

_ Não provoca. Não estamos no colégio, não tem diretora para te defender aqui! – disse em um tom ameaçador e bem próxima de seu corpo.

_ Vem Claire. Vamos sentar! – Ian disse pegando o braço da mesma e amostrando a mesa deles. Engoli a raiva e segui até o moreno.

Lembra-se dos nossos planos? Lembra-se das conversas? Lembra-se dos nossos sonhos? Onde um era diferente do outro? Sim éramos completamente diferentes. Você o fofo e romântico e eu a problemática e confusa. Tínhamos tantas diferenças e isso só nós completávamos. Sempre via um futuro ao seu lado, nós envelhecendo juntos. Mais tudo isso acabou. Pois você escolheu ser um idiota como todos os idiotas do mundo e eu mais ainda com minha vida idiota, magoamos um ao outro.

***

A escuridão tomava conta de cada cômodo da casa, menos do meu quarto. Eu não deixara o moreno ir embora, nem pensara na Selena e como ela se sentiria ao saber. Eu só queria esquecer minha vida por um momento e deixar o Charles tomar conta do meu corpo.

Seu corpo se encontrava só vestido na cueca Box branca. Deitado sobre a cama com suas mãos segurando minha cintura enquanto eu me preocupava em beijar seu pescoço e morder sua orelha. Minhas mãos focavam em acariciar sua nuca enquanto meu corpo provocava rebolando sobre o moreno.

Fui jogada ferozmente na cama e senti sua boca tocar meu pescoço, mordi os lábios sedenta de prazer. Ele abaixou sua cueca e me penetrou sem mais delongas. Meu corpo pedia por mais velocidade em suas estocadas e o seu corpo obedeceu aumentando meu prazer. Nossos gemidos se misturavam e isso tornava o desejo ainda mais intenso.

***

Acordara e seguira para janela. O sol já nascera com tudo, me dando a sensação de que meu dia só estava começando e que não seria nada fácil. Inspirei todo o ar ali presente e acariciei meu pescoço dolorido. Charles deve ter deixado chupões no mesmo e isso causara a dor.

_ Vai me matar por isso? – a voz sonolenta do garoto soou em meus ouvidos. Encarei-o na cama deitado e neguei com a cabeça.

_ Mais provavelmente, Selena sim! – respondi com uma cara não muito amigável. Primeiro por que tinha acabado de acordar e segundo por que eu estava prevendo fortes tempestades hoje.

_ Fica muito sexy com minha camisa, sabia?! – ignorou meu comentário e se aproximou do meu corpo. Abraçou-me por trás e encontrou meu pescoço.

_ Já me disse isso milésimas vezes... – respondi. Seu braço me virou para sua direção e sua boca tocou a minha em um beijo tremendamente gostoso.

_ E posso dizer mais bilhões de vezes. – rebateu quando se afastou de minha boca e ambos sorrimos.

***

_ Diga a sua irmã que passarei num lugar antes de ir para o colégio, então ela não precisa passar aqui, vou de taxi. – falei assim que o moreno atravessou a porta para o lado de fora, enquanto eu rezava para Selena não descobrir nada.

_ O que ganho em troca? – perguntou debochado. Observei a casa por todo canto e sai da mesma fechando a porta.

Puxei-o pela gola da jaqueta e depositei um beijo em seus lábios. Suas mãos tocaram minha cintura de modo selvagem e mordi seu lábio inferior:

_ Tudo bem. Eu digo! – ele disse assim que nos separamos, sorri vitoriosa.

_ Volte sempre. – brinquei e ele piscou indo embora.

***

Encarei a tela do meu celular (06h10min), eu merecia acordar tão cedo. Suspirei pensativa e meus pensamentos eram nada mais, nada menos que ele (Ian). Não fazia sentido, mais eu sentia como se devesse desculpas e obrigado a ele. Obrigado por me ajudar algumas vezes, principalmente com meu braço e desculpas por ser uma idiota completa, talvez.

_ Aquela velha historia das desavenças entre o impulso e a razão. – sussurrei sozinha em meu quarto e me joguei sobre a cama com o rosto tapado pelas mãos.

Dói lembrar tantos belos momentos que tivemos, juntos e eles foram para o inferno, para algo tão insignificante. Quando estamos fora da nossa zona de conforto agimos como animais irracionais, os quais só querem que tudo dê certo. Assim, não percebemos nossas atitudes diante aqueles que amamos, nossas atitudes, atitudes… Atitudes que nos fazem perder quem realmente amamos, que faz esse laço se quebrar, besteiras e bobagens machucando um sentimento sincero e verdadeiro.

Assenti para mim mesma e fui para o banheiro. Tomei meu banho gelado procurando esfriar a cabeça e depois voltei para o quarto, vesti minha roupa, arrumei o cabelo, retoquei a maquiagem, peguei minha bolsa e celular. Era cedo demais para bater na porta de alguém e dizer o quanto precisava simplesmente vê-lo por um segundo a mais.

***

Quando o taxi parou em frente ao seu prédio e eu desci. Meu coração parecia querer voar de mim e minha cabeça me confundia. Era o momento em que eu decidia entre seguir meu coração ou minha cabeça, ambos pediam ao contrario, ou seguiria meu coração e ia bater em sua porta, ou seguia minha cabeça e fingia que nada aconteceu e ia embora.

_ Já estou aqui, terminarei oque vim fazer! – disse querendo-me convencer de que seria o melhor.

Subi as pequenas escadas e me deparei na frente de sua porta. Minha mão tremia sem deixar-me tocar a campainha. Suspirei procurando calma e apertei o pequeno botão. Minutos demoraram e vi a porta se abrindo, seus olhos me encararam arregalados e me vi perdida neles. Molhei os lábios, nervosa e engoli em seco:

_ Podemos conversar? – perguntei receosa e abaixando o olhar.

Ele não respondeu, não hesitou e nem ignorou. Ele deu espaço na porta e passei pela mesma. Observei cada canto daquele apartamento que eu costumava frequentar e veio à tona momentos maravilhosos e até dolorosos aqui vividos:

_ Pode falar. – disse me despertando dos devaneios.

_ Eu queria agradecer tudo que fez por mim... – comecei meio sem graça e posso jurar que minha voz mal saiu.

_ Em relação ao seu braço? – perguntou e nossos olhos se encontraram.

_ Em relação a tudo. E também quero pedir desculpa. – falei desviando meu olhar para a parede onde eu lembrava ter sido atingida e senti meus olhos lacrimejarem.

_ Não me deve desculpas. – ele disse num tom meio arrogante e frio.

Meus olhos voltaram a encontrar os seus e uma lagrima escorreu pelo meu rosto. Abaixei meu olhar até sua boca e notei que sentia saudade do gosto dela.

_ Eu juro te esquecer, eu juro esquecer o toque dos seus lábios, eu juro esquecer cada abraço, eu te juro o céu e as estrelas, mas prometa-me um último beijo... – pedi com mais uma lagrima escorrendo em meu rosto. Nossos olhos se chocavam perfeitamente. Senti meu sangue ferver ao pedir isso e o desejo de tê-lo perto de mim era inevitável.

– Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam
barreiras, outras constroem moinhos de vento!



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