Linha Tênue escrita por Dama dos Mundos


Capítulo 6
Pra Sonhar


Notas iniciais do capítulo

Dia 6-Pra Sonhar (Marcelo Jeneci)

Testando o sistema de programação do site (espero que funcione, como espero).
Espero que se divirtam tanto quanto eu quando fiz esse capitulo... :3



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Havia um salão todo decorado, provavelmente era uma igreja. Ela estava
vestida de noiva, as marias-chiquinhas que sempre usava soltas para formar um penteado esvoaçante. O vestido não era nada espalhafatoso, e também não era branco... podia ser lavanda. Não dava para saber, era tudo nebuloso demais. Ela entrava no local por um tapete vermelho, cuja testura adoraria sentir com os pés descalços, mas a situação a impossibilitava.

Quando chegou ao altar, virou-se para ver o rapaz com quem se casaria.
Cabelos escuros, desfiados, como se tivessem enfiado um capacete em sua
cabeça e depois tirado. Olhos igualmente escuros... mas um sorriso adorável. Sim, ela aprendera a amar aquele sorriso.A cerimônia passou tão rápido que mal parecia ter acontecido. Ela apenas conseguiu gravar os votos trocados e o "sim", resposta de ambos, para ficarem sempre juntos.

Quando entraram no carro, preparando para partir, depois de abraçar e
ouvir as parabenizações dos amigos, ela conseguiu finalmente respirar, e sem sequer se incomodar, retirou os sapatos de salto alto que usava. Eles machucavam. Seu recente marido não pareceu se incomodar com isso. Ele apenas passou seus braços pelos ombros dela beijando sua bochecha.

–Hei, pequena... animada pra festa?

–Não sou pequena... e não gosto de festas.

–Eu sei, eu sei... -ele riu. Um riso transparente, que a fez
ilogicamente abrir um sorriso em resposta. Seus lábios se tocaram uma
vez mais.

–Vou ter você para me fazer companhia, então não me incomodo...

–Essa sim é uma boa resposta.

A festa também não entrara em sua lembrança. Ela apenas se recordara que havia um bolo, e houve um momento que tiveram de dançar, mas por ela ser descoordenada, não deveria ter sido muito bonito para quem estava vendo. Desta vez, quando saíram do salão decorado com esmero, eles se dirigiram ao aeroporto. Uma viagem para o Hawai, quão clichê isso poderia ser?

Praia, sol, mar e muito, muito calor... aquele clima e toda aquela situação deixavam-na tonta, embriagada. Por que não conseguia lembrar das coisas? Eram tão importantes... ela precisava lembrar... precisava.

Mas as horas iam passando de modo rápido, como se fossem adiantadas. E quando deu-se por si, já era noite. Depois de beber uma taça de vinho no
restaurante e fazer um jantar no minimo arrebatador, o casal seguiu para seu quarto.

Lua-de-mel... quem iria pensar que ela consideraria essa hipótese, ainda
mais com aquele cara. Disso com certeza ela haveria de lembrar-se. Com ambos deitados na cama, abraçados, em meio a um beijo apaixonado que esquentava os corpos e provavelmente levaria a "algo mais", ele parou para olhar em seus olhos e dizer: -Eu te amo, Mel...

–Isaak, seu idiota...

Ele riu... deveria ter se acostumado aos insultos que no fundo não eram
xingamentos. E então percorreu seu corpo com as mãos...

____________________________x___________________________

O grito da garota percorreu cada comodo da casa, e quando sua mãe,
desesperada, subiu as escadas correndo e abriu a porta do quarto de Mel para ver se ela estava bem, encontrou-a de olhos arregalados e agarrada ao travesseiro, tremendo e arfando.

–Er... filha... tá tudo bem?

A aparição da mãe fez com que ela desse um pulinho de susto para trás, e
ela rangeu os dentes, tentando formar um sorriso amarelo.

–Pe-pesadelo... não foi nada, mãe...

A mulher, cujo nome era Katherine, lançou um olhar cético a filha. Já dava para se saber de quem ela puxara esse tipo de expressão. Aliás, ambas eram muito parecidas, em questão física e mental. Apesar de Kat ser um pouco mais madura. Os cabelos castanhos de Mel eram iguais aos dela, mas a própria utilizava-os na maioria das vezes presos em um coque.

–Melisandre... se você me acordar outra vez em plena madrugada por causa de nada, vai se arrepender, okay?

–O-okay... -talvez a única pessoa que colocasse medo na garota fosse de
fato a mãe dela. Viu quando a mulher abriu um sorriso (como se nada houvesse acontecido) e começou a fechar a porta. -Tenha bons sonhos, amor...

–Você também, mãe...

A porta se fechou e ela se deixou relaxar, voltando a se enfiar debaixo
das cobertas.

Essa foi por pouco... sonhar com Isaak... argh.

Ainda mais fazendo aquele tipo de coisa... cogitou se algum alienígena tinha abduzido-a, feito lavagem cerebral e depois apagado suas memórias. Era uma ótima teoria.

–Vou matar o Dan... ele fica colocando essas ideias imbecis na minha
cabeça... como vou descansar assim... -resmungou baixinho consigo mesma, enfiando o travesseiro por cima da cabeça.

–Preciso dormir... hummm

Fechou os olhos mais uma vez. Mas de fato, não conseguiu nem sequer cochilar outra vez aquela noite. Decidiu que assim que estivesse melhor falaria com ele... sim, tinha de fazer isso. Assim saberia o que estava sentindo e poderia dizer. Aquela ideia, no entanto, ainda a atormentava.

–Eu o... odeio... só pode ser...


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Notas finais do capítulo

Bem, não foquei muito na cena de casamento por ser um sonho...
Se houver de fato um casamento entre os dois, darei tooooooooodos os detalhes (será?)
Beijos e até a próxima :3



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