Linha Tênue escrita por Dama dos Mundos


Capítulo 5
Preciso Dizer Que Eu Te Amo


Notas iniciais do capítulo

Olha eu de novo o/

Dia 5-Preciso dizer que eu te amo (Cazuza)

Pra variar está osso pra fazer as músicas, dias e capítulos entrarem em consenso, mas aqui está mais um... espero que gostem.



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Mel ganhara naquela noite duas coisas: um beijo que rejeitou, e uma
gripe tão diabólica quanto ela pra piorar ainda mais seu humor.

–Atchim.

–Se você me passar esse virus, vou realmente ficar zangado com você. -
Dan, que havia visitado a menina, estranhando o fato de não tê-la visto nos ultimos três dias, mantinha uma máscara médica no rosto. A jovem havia ameaçado arrancá-la a base de tapas, mas o resfriado arrancara boa parte da sua força. Sob ameaças de ser enrolada no edredom como se fosse um rolinho primavera, ela decidiu, para seu pr´roprio bem, manter a compostura.

–Não posso fazer nada, isso é tudo culpa daquele idiota.

–O vocativo pegou mesmo, hein... -ele coçou a bochecha, indiferente, se
ajeitando na cadeira em que estava sentado. -Sabe o que eu acho, Mel?

–Fale. -ela espirrou novamente, e assoou o nariz com um lencinho de
papel.

–Sabe... você não teria ficado tão zangada vendo-o ficar com outra
garota se apenas o odiasse, como faz questão de demonstrar.

Ele separou uma batata ruffles do pacote que estava posicionado no
criado mudo, e colocou-a na boca, depois de abaixar a máscara que usava. Pelo canto dos olhos, viu a outra se ruborizar. Pra variar, nunca sabia se era de raiva ou de vergonha.

"Outra" de novo... quando foi que começou essa denominação...

–Ele me deixou pra lá... e me fez pegar uma gripe. É obvio que vou estar
zangada, aquele imbecil me irrita.

–Tá, tá, se você diz...

Ele comeu outra batatinha. Mel estendeu a mão, num pedido mudo.

–Hei, também quero.

–Você não pode, está doente.

–Que diabos tem uma coisa a ver com a outra?

–Vai acabar me deixando resfriado também se dividirmos o pac...

–Deixe de ser fresco. -ela arrancou o pacote do mesmo jeito e pegou uma
para si, devolvendo-o logo após. -De qualquer forma, não nos veremos mais...

Ela volta ao assunto de antes com muita facilidade.

–Uhun. Sei. Isso tudo por causa de ciumes.

–Não tenho ciumes de ninguém. -fechou a expressão, encolhendo o corpo
entre as cobertas.

–Okay. Então porque aguentar uma pessoa que supostamente odeia por tanto tempo? Vocês se enfrentam a o que? Dois anos? Não poderia simplesmente ignorá-lo ou algo assim?

–Eu ignoro, ele não desiste nunca! Parece que tem prazer em me
estressar.

Daniel ficou em silêncio por alguns instantes, se recostou na cadeira e
repôs a máscara em sua face. -Entre o amor e o ódio a linha é tênue. Ouvi isso em algum lugar. Uma música, talvez... você deve conhecer...

–O que você está... -outro espirro. -... querendo insinuar?

–Ahn, eu não posso dizer, não teria graça nenhuma. Embora eu ache que
você, por mais lerda que seja, já tenha descoberto...

–Sério, vou comer seu figado no café da manhã... -fungou, abaixando a
cabeça. -Quando a gripe passar... ai você vai ver...

–Certo! Apenas pense nisso, okay? Preciso fazer algumas coisas ainda
hoje. E além do mais... -ele fingiu uma careta de desespero. -Ainda posso ficar doente perto de você.

Após algumas ameaças de morte, discussões e palavras de despedida,
Melisandre se viu novamente sozinha em seu quarto. Voltou a deitar-se,
enquanto trazia para mais perto o pacote de batatas que fora deixado lá. Pegou uma e a mordeu, fechando os olhos brevemente. Afinal, mesmo com tanto sal, ela mal conseguia sentir o gosto do que estava comendo.

–Maldição. -as palavras de Dan vieram a sua cabeça. Já deveria ter
percebido o que exatamente?

Ahn... é obvio...

Seu coração estupido não mentia... ele tinha mania de acelerar quando estava com Isaak. Nos ultimos tempos, pelo menos. No começo achara que era algum problema médico, mas talvez não fosse nada tão grave.

Amor... ela não entendia o significado de amor. Caso seus pais não fossem divorciados, com alguma sorte pudesse pensar sobre o assunto. Mas em sua cabeça, aquele sentimento só causava dor.

Guardou o saquinho no criado mudo novamente e se encolheu debaixo do
edredom de letras japonesas, tampando até mesmo sua cabeça. Sabia que cedo ou tarde a mãe ia passar pela porta trazendo sopa ou algo parecido para ela comer. Era fim de semana. Ela parecia disposta a passar o tempo livre cuidando da filha.

Mel detestava causar preocupação nos outros. Preferia ser forte, independente, nunca dar motivos para os outros se incomodarem com ela.

No entanto... alguém como Isaak notara que havia algo mais por baixo daquela carranca mal humorada e golpes de caratê.

Se aquilo que a incomodava era amor... o minimo que podia fazer é ser sincera sobre esse sentimento, não é?

–Preciso dizer que o amo...

Fechou os olhos, com aqueles pensamentos na cabeça. Não conseguiu dormir tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Bom, aparentemente não estarei em casa esse fim de semana, então devo programar os capitulos para serem postados... espero que isso funcione, realmente vou odiar perder um dia por falta de tempo... :(
Até a próxima gente :3



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