Linha Tênue escrita por Dama dos Mundos


Capítulo 21
A sua maneira


Notas iniciais do capítulo

Acho que não demorei muito dessa vez - só acho - capítulo baseado na música "A sua maneira" do Capital Inicial.
É, gente... só faltam oito... acho que vou conseguir. Ou talvez não. Espero realmente que sim :v
Boa leitura :3



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E então estavam ambos ali, deitados, abraçados. Aquele tipo de situação que Mel nunca parara para imaginar. E que Isaak não perdia muito tempo pensando, para evitar perversões de sua parte. E Mel era tão pura em sua cabeça, apesar de suas palavras rudes, que ele não conseguia imaginar-se fazendo algo com ela. Simplesmente não conseguia... estranho, não? Ele se lembrou de Isabella tentando seduzi-lo, sem muito sucesso. Como podia olhar para uma garota nua sem desejo nenhum, e ficar perdido só de estar deitado ao lado de outra, devidamente vestida?

Ele deveria ser um homem realmente patético, no fim das contas. Não, ele era um garoto tentando parecer um homem, o que era ainda pior.

Seus braços ainda estavam em volta dela, enquanto esta tentava dormir... sem sucesso. Vira e mexe seus olhos se abriam, ela o fitava e voltava a fechá-los. Ficando cada vez mais vermelha no processo.

– Mel... tem certeza que quer que eu continue aqui?

– Apenas vá dormir, Isaak...

– Fica meio dificil com você tão incomodada.

– Ótimo, então vou ficar de costas para você. - ela resmungou, girando o corpo para o lado oposto e se encolhendo, disposta a ignorá-lo.

Ele riu, voltando a passar os braços pelo corpo dela, acomodando-a. Mel não reclamou, tão pouco se mexeu. Até sentir o beijo dele, calidamente direcionado a sua nuca. Fez com que estremecesse... um arrepio subiu pelas suas costas, e ela mordeu o lábio inferior por alguns segundos.

– O que acha que está fazendo, hum?

– Te beijando.

– Mas é muito abuso mesmo...

– Ué, não pode?

– É óbvio que... - e ela se calou, novamente... ele já tinha beijado-a tantas vezes, por que haveria de ser um problema agora? Bom, ela tinha ideia do porque, mas mesmo assim... talvez realmente gostasse daquela situação.

Deixe de ser idiota, Mel...disse para si mesma, enquanto voltava a virar o corpo, para ficar de frente para ele, fechando sua expressão.

– Tá... qual é a dessa carinha, hein?

Você é insuportável, Isaak.

– Ah... também te amo... - ele beijou a testa de Mel, sentindo ao mesmo sua temperatura alta. Parecia que a febre não ia ceder tão cedo, no fim das contas. - Você está quente ainda.

– Não é como se fosse culpa minha.

– Claro que não é. Você só não sabe se cuidar direito...

– Olha só quem fala... - foi a resposta resmungada dela, enquanto fechava os olhos. - Apenas me deixe descansar, então.

– Desculpe... é mais forte que eu.

– Você é uma praga pervertida, se me irritar mais vou fazê-lo dormir na casa do cachorro.

– Você nem tem cachorro. - ele provocou.

– Melhor ainda, não vai ter de dividir a casa com você.

Isaak apenas riu daquilo, passando os dedos pela cintura dela e distribuindo-os, fazendo-lhe cócegas. Até chegar a um ponto que ela não pôde evitar rir.

– P-pare com isso!

– Só quando deixar de ser tão irritante. - ele ficou por cima dela, ainda fazendo cócegas, enquanto Mel se contorcia tentando escapar da mão dele, sem sucesso algum.

– N-nunca!

Isaak subiu as mãos, e então passou por seus braços, segurando seus punhos do lado da cabeça dela. - Onde está a garota durona agora, hein?

Ela encarou-o, seus olhos escuros nos dele, fazendo contato visual. Sabia bem que não conseguiria sair daquela posição mesmo que quisesse, afinal ele era mais forte que ela – embora apanhasse explendidamente bem, também – e não parecia querer soltá-la tão cedo. Ele desceu a cabeça, jogando peso nos braços para não machucá-la, seus lábios ficaram bem próximos um do outro.

– Eu posso...?

Ela não respondeu... engoliu em seco e subiu um pouco a cabeça, de maneira que conseguisse beijá-lo. Sentiu o aperto dele afrouxar, e suas mãos descerem novamente. Enlaçando-a, enquanto o beijo se aprofundava. Podia sentir nitidamente o calor do corpo dele sobre o seu, sem pressão alguma, porém. Seus dedos percorreram sua nuca, e suas costas, num passeio quase gentil.

Tic-tac, um relógio fazia em algum lugar, no meio daquela situação. Isso de alguma forma, a despertou, ainda mais quando Isaak subiu seus dedos novamente, em direção ao seu busto. Instintivo. E como o instinto dela era completamente desvirtuado, em vez de aceitar o toque, desviou, empurrando-o. Um pouco timidamente, no inicio, depois com mais força.

– Isaak, pára!

Ele pareceu reparar no que estava tentando fazer, e como se isso despertar-se algo em sua cabeça, o rapaz se retraiu, se afastando, olhando para ela. Linda, mesmo com o pijama todo desarrumado, praticamente fora do lugar, sem suas habituais marias-chiquinhas... e muito, muito corada. Parecia que tinham batido em sua cara até ficar completamente vermelha.

– O que você...?

–Desculpe... eu não queria assustar você. - e ele se levantou completamente da cama, evitando tocá-la mais uma vez. Sentia-se culpado, e irritado, e decepcionado... não que esperasse realmente alguma coisa, aliás estava perplexo por ter tentado abusar de Mel... da sua Mel, da garota que nunca, em hipótese alguma pensaria em machucar ou ofender.

Mas a rejeição da parte dela também o pegara desprevinido. Quer dizer, ela parecia estar gostando... parecia? Parecia mesmo? Com Melissa tudo era sempre tão confuso. Ele poderia realmente morrer com essa dúvida.

– Não... não é isso, é que... - ela desviou os olhos para baixo, encolheu os ombros. Suas pernas jaziam soltas do lado de suas coxas. Parecia estar ou muito confusa, ou extremamente culpada. Sua mão direita levantou-se para segurar a dele, mas Isaak retirou-se mais um pouco, em direção a porta.

– Eu já entendi. Boa noite, Mel...

– Onde está indo?

– Dormir no sofá. Como deveria ter feito desde o inicio.

– Mas...

– Sem mas, Mel. Chega, okay?

– Mas que droga, por que diabos está chateado comigo?

– Sei lá, eu não estou... não realmente... ahn, eu realmente não sei o que estou sentindo, tá legal? É um misto de frustração, e culpa, e mais alguma coisa que não consigo pensar. - ele jogou o peso no batente da porta e lançou um olhar a garota. - Não é nada com você... durma bem.

E saiu... como se não fosse nada demais. Meio com raiva, meio com vergonha, ela voltou a se enfiar de baixo das cobertas. Ele que se virasse sozinho. Não ia perder uma noite de sono por causa disso, não ia mesmo...

oOo

Eram duas horas da madrugada. Mel levantou-se mais uma vez de sua cama, resmungando baixo. Ainda sentindo as dores da perna machucada, se dirigiu a cozinha. A febre havia baixado, pelo menos. Ela virou um copo de água gelada, estupidamente gelada pela garganta e voltou em direção a sala.

Isaak dormia encolhido, no sofá claramente menor que ele, sem qualquer cobertor ou algo que o protegesse do frio que começara a surgir.

– Francamente... - ela resmungou, e foi a cata de pelo menos um travesseiro e um cobertor. Quando retornou, esforçou-se para colocar o travesseiro abaixo da cabeça dele, sem acordá-lo,tarefa não tão dificil assim, ele parecia dormir feito pedra. Perguntou-se como Isaak podia dormir tão facilmente depois daquilo tudo. Estendeu o cobertor, fazendo-o cair sobre o corpo dele.

Acomodou seus braços sobre o que sobrara de espaço no sofá (perto do rosto dele) e deitou a cabeça ali, olhando-o de frente. Parecia estar tendo bons sonhos. Sua respiração estava tão lenta que, se não fosse a proximidade, ela acharia que estava em coma. Okay... isso era um exagero de sua parte. Mel continuou a olhá-lo, esperando saber o que passava em sua cabeça, em seus sonhos... não teve resultado algum.

Quando Isaak acordou no dia seguinte, descobriu-se abraçando a cabeça da garota, que estava deitada sobre seu peito. De alguma forma alienígena (afinal, quem dorme assim?), Mel estava em seus braços... ou melhor, parte de seu corpo. Uma parte mesmo pequena, contando apenas com cabeça, e os braços. Ele deveria ser um ótimo travesseiro, porque ela se mexeu minimamente e “afofou” seu abdomem (o que lhe causou cócegas), voltando a se acomodar.

–Francamente... sua estúpida. - ele resmungou baixinho, e então descansou uma das mãos sobre a cabeça dele, fazendo uma caricia no local. - Vai acabar ficando toda dolorida.

Obviamente, Mel não acordou com essas palavras. E Isaak mais uma vez pôs-se a perguntar o que tinha feito rejeitá-lo... se era medo, receio, e porquê. Afinal, estúpido e completamente ignorante no que chamavam de “jogo do amor” como era, a probabilidade de ter feito algo errado era enorme. Bem grande, gigantesca.

Precisou se lembrar pela enésima vez que aquela era a garota mais importante para ele, de todas, e que não deveria fazer nada que a assustasse. Ou então a perderia para sempre. E Mel era bem capaz de dar um sumisso de sua vida assim, num piscar de olhos.

Mesmo que ela o negasse – e isso não seria para sempre – Isaak nunca haveria de forçá-la a fazer algo que não quisesse. Mesmo que seus instintos estivessem a flor da pele, pedindo pelo corpo daquela garota, praticamente inocente, esquecendo-se que ele também o era.

Agora que tinha se dado noção de tal desejo, as coisas iam ficar um pouco mais dificeis. Mas era tudo questão de tempo. No momento, tentou esquecer dessas duvidas e focar-se na menina em seus braços. E baixinho, enquanto acariciava sua cabeça, ele cantou.

Ela dormiu no calor do meus braços

E eu acordei sem saber, se era um sonho...


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Notas finais do capítulo

Nah.... ficou pequeno mas a falta de ideia tá me matando... sério mesmo. É por isso que acho romance muito dificil de se escrever... principalmente para alguém como eu.
Então, Isaak levou um toco, será que ele consegue realizar suas "intensões" ou vai ficar querendo? Você verá aqui, na próxima sessão do Jornal Nacional! Não, pera...
Kisses e até a próxima :3



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