Linha Tênue escrita por Dama dos Mundos


Capítulo 15
Oceano


Notas iniciais do capítulo

Dia 15-Oceano (Djavan)

Ai, ai... pensei que esse não ia sair nunca, depois de ficar o dia inteiro olhando para uma folha em branco... mas consegui!
Um agradecimento especial a todos que leem e acompanham, mesmo sem comentar, eu sei que estão ai, okay? Beijos para vós.



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O que é o amor, afinal? Seria algo tão incostante e sem sentido que é impossível de se prever? Algo inevitável? Uma obra do destino? Por que se fala tanto dele, mas é tão dificil senti-lo de fato? São pequenas perguntas, mas elas passam na sua, na minha, na cabeça de quase todos... inclusive de um certo casal, que sem dúvida não tem muita experiência no assunto.

–Ei... que tal sairmos hoje?

–Pra onde, fazer o quê, que horas? -Mel perguntou em resposta rapidamente, enquanto esperava o próximo professor aparecer para continuar a aula. Fechou o caderno e virou-se para a carteira ao lado, onde Isaak costumava se sentar.

Não podia se dizer que a relação deles dois havia evoluído muita coisa depois do Halloween... ambos continuavam querendo se matar de vez em quando, e as brigas continuavam como sempre. No entanto, algo parecia ter mudado. Havia um certo cuidado que um tomava em relação ao outro. Quando havia algum problema, algo que causasse ressentimento ou alguma briga familiar, eles estavam sempre juntos.

E não eram namorados...

Não tecnicamente, ao menos. Nunca houve um pedido de namoro entre os dois, então não era considerado algo oficial. Talvez nem os mesmos pudessem compreender a relação que tinham entre si.

–Ahn, eu sei lá... talvez você pense em algo...

–Eu, mas você que teve a ideia. -ela moveu sua cabeça em direção a ele e franziu o cenho. -Você não tem a menor ideia de para onde levar uma garota não é?

–Como se você mesma tivesse.

–Isso é fácil até pra mim, que não sou uma menina convencional.

–Claro que é. Então para onde a gente vai?

–Ver um filme, sei lá... -ela pareceu notar a armadilha e apontou o dedo para ele. -Tá, você fez isso de propósito.

–Eu? Bobagem. -olhou para a janela e franziu o cenho. -Que tipo de filme? Algo de romance?

–Bah... como se eu gostasse de coisas melosas assim... -fez uma careta. -Algo com ação ou fantasia, de preferência.

–Certo... novo ou antigo?

–Tanto faz, idiota...

–Por que tá me xingando, pouca-sombra?

–Porque você só faz perguntas imbecis! Quer me chamar pra sair, chame logo de uma vez e com um programa em mente, pra variar!

A sala pareceu finalmente prestar atenção neles, de maneira que, ignorando a briga, não havia mais nenhum pio... notando tal silêncio incomum, os dois se acalmaram por um tempo, encolhendo-se em suas devidas cadeiras.

–Você é tão chata...

–E você insuportável.

–Claro que sou, mas pelo menos não sou uma maniaca sádica.

Os cochichos entre os dois pararam uma vez mais com a entrada do dito professor. Mel voltou a abrir seu caderno. Isaak resmungou qualquer coisa e encostou sua cabeça na parede, afinal sua carteira ficava do lado da janela.

A aula continuou e terminou sem mais incidentes que o normal. Quando o casal deixou mais uma vez o prédio, Isaak apenas apoiou o seu peso no ombro de Mel, o que fez com que ela quase caísse. -E então... no sábado?

–Tá falando sério mesmo não é?

–Se eu não estivesse falando, não estaria perguntando... -fechou sua expressão, cutucando a cabeça dela pelo lado.

–Não seja tão revoltada por nada... é só um convite.

–Tá... okay. -a jovem revirou os olhos, e apressou o passo consideravelmente.

Ver um filme significaria ir ao cinema, logicamente. Um lugar escuro e aconchegante, sem dúvida, mas Isaak iria estar com ela. Ainda sentia o coração palpitar por um simples beijo. Ela tentara evitar tal contato para não parecer estúpida, porém...

Sabemos bem que isso é quase impossível depois de uma (bizarra) declaração de amor, não é?

O fato era que ficar sentada ao lado dele num cinema começava a incomodá-la bastante, embora não fosse dizer isso em voz alta. No fim das contas, amar era quase uma dor. Era incomodo, e persistia por muito tempo. Mesmo com tanto remédio, não dava para se evitar completamente.

Ela teria de lidar com aquilo cedo ou tarde. Aprender tal coisa era seu pequeno desafio particular, imposto a si mesma. Porque no fundo, o menino de cabelos esquisitos que sempre a acompanhava valia esse pequeno esforço.

Como muitas vezes antes, ela puxou o fone de ouvido que este sempre usava, para que dividisse a música consigo. Tapou a outra orelha com a mão, tentando identificar o som que escutava.

–Longe de ti, tudo parou...

Ninguém sabe o que eu sofri...

Fechou os olhos enquanto cantava aquele pequeno trecho, e ouviu quando Isaak continuava, em um tom baixo, a canção.

–Amar é um deserto e seus temores
Vida que vai na sela dessas dores
Não sabe voltar, me dá teu calor.

–Vem me fazer feliz porque eu te amo
Você deságua em mim, e eu, oceano
Me esqueço que amar é quase uma dor...

O ultimo trecho foi cantado por ela, o que fez seu parceiro abrir um breve sorriso. -Eu acho que você está realmente se apaixonando por mim.

–Eu acho que está faltando humildade ai...

–Talvez... mas ainda assim fico feliz por isso.

Ele apenas piscou e ela suspirou, balançando a cabeça... ia ser uma longa semana.


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Notas finais do capítulo

Mais um... e chegamos na metade... uhu
Acho que consigo terminar... só acho haha
Até a próxima, gente.



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