Stay With Me escrita por Fenix


Capítulo 25
Sonhando Acordado




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O final de semana está chegando e eu ainda não sei o que vou fazer. Meus planos costumam a se resumir em ficar em casa e assistir algum filme. Portanto eu já tenho preparado uma maratona de episódios da nova série de televisão que ainda não chegou no Brasil. Fala sobre a família Fosters, e quando assisti ao primeiro episódio, eu senti que eu iria adorar a série.

Meus planos permanecem firmes até na quinta-feira à noite. Narayani liga para minha casa e pergunta se podia passar o final de semana aqui em casa, e óbvio eu não recusei. Amo sua presença e principalmente os dias aqui, será incrível!

A quinta custou a passar. As horas pareciam intermináveis, não aguentava mais ficar assistindo televisão, então resolvo fazer algo que eu não fazia faz um tempo... Saio para caminhar na beira da praia no fim da tarde. Esse é o horário essencial para uma tranquila caminhada sem rumo.

Sem pressa, ando devagar pelo calçadão, observando as ondas do mar se quebrando, os banhistas que cismam que mesmo com o sol quase se pondo, ainda acreditam que vão ficar morenos. Cariocas e seus vícios em praias! De certa forma eu sou, mas não para me bronzear.

Caminhar sozinho é deprimente, porém eu consigo pensar melhor e assim coloco minha mente no lugar. Sento no banco olhando para o mar, em silêncio, nem ao menos penso direito. Esvazio-me totalmente, meu olhar se perde com o belíssimo pôr do sol sob o oceano. Analiso algumas pessoas que saiam da areia e outras que chegavam, o movimento era quase constante, algumas pessoas pegam cangas e ficam sentadas na areia usando roupas normais, apenas para passar o dia conversando com os amigos.

Foi então que meu olhar, que parecia procurar algo, mas sem saber o que exatamente. Encontrou um casal homossexual encostado na cerca do calçadão. Eles tomam milkshake e conversam de forma animada, com algumas risadas alegres que me fizesse olhá-los muitas vezes.

Tenho um vislumbre do que seria eu e Zac no futuro. Os rapazes aparentam idades entre vinte e cinco a trinta anos. Os olhares de algumas pessoas que passam por ali me chama atenção. Apenas do casal não se incomodar e continuarem agindo normalmente, eu não deixo de olhar as pessoas. A forma que eles se comportam é tão linda e carinhosa, tanto quanto um casal heterossexual, que é raro vê tanto carinho em uma conversa.

Eu vejo o quanto eu quero isso, o quanto eu quero ter um relacionamento sem me importar com a opinião dos outros. O que há de errado comigo? Por mais que eu tente lutar contra isso que tenho em mim, todo esse medo, toda essa angústia, parece que não adianta, como se eu nunca fosse superar. Olho para frente, observo o mar, as ondas, e sei o quanto eu ainda preciso lutar para conseguir o que eu quero, e estou tento forças para isso. Por um instante, me peguei pensando em algo que eu não pensei tão seriamente antes e acredito que muitos têm o mesmo receio... A primeira vez!

Como eu já disse, tenho dezenove anos e sou virgem, até porque meu Pai faz questão de lembrar-me disto sempre que possível. É complicado você pensar na sua primeira vez, pensar que terá mais intimidade com alguma pessoa, e eu sinceramente sou um tanto envergonhado pra isso. Preciso confiar na pessoa, assim como confio em Zac. Em um momento abrupto, vem-me uma ideia de que ele poderia ser o cara certo.

Só de pensar que eu pensei nisso, já me deu um pequeno frio na barriga. Acredito que qualquer um tem esse frio na barriga quando pensa em tal coisa. Levanto-me um pouco agitado, preciso andar e tentar tirar isso da minha cabeça. Junto o desejo de fazer isso com ele, me vêm em mente todas às coisas que eu ouvi quando criança. O quanto é "errado" dois homens dormirem juntos, e que quem o faria iria ao inferno. Mas minha vida já não está um inferno por causa de tudo isso? Apenas feche os olhos, respire fundo. Não dê ouvidos a opinião alheia, quem faz sua vida é você.

Quanto dava a última volta sozinho pelo calçadão, recebo uma ligação de Zac. Atendo sem nem pensar duas vezes.

Vai fazer o que esse final de semana?– Zac me pergunta.

– Nada demais... A Nara vai dormir na minha casa esse final de semana - Respondo enquanto caminho com minha mão livre no bolso do meu short, olhando um pouco para baixo com meus passos calmos e lentos.

Quer viajar comigo?– Me surpreende, fazendo-me parar de repente.

– Oi?... Tipo, viajar, viajar?

É...– Ele da uma risada simpática no final.

De fato não estava esperando por isso. Como meus Pais iriam me deixar viajar sozinho com Zac? Isso não iria acontecer. Respiro um pouco e fico alguns segundos em silêncio para poder pensar em uma resposta. Apoio-me na cerca e fico de frente para o mar. Já estou tão nervoso que minha perna começa a inquietar.

Lipe... Ainda ta ai?

– Oi... É, hm... - Gaguejo um pouco para responder - É que eu já tinha combinado com a Narayani...

Não tem problema, ela pode vir também.

– Ah... Eu vou falar com ela... Mas para onde iríamos?

A tia da Carla emprestou a casa de Búzios pra ela.

– E não tem problema de irmos?

Não. A Carla não queria ir sozinha e convidou a gente.

– Tudo bem, eu vou ligar pra Narayani e já te confirmo... Eu também preciso falar com meus Pais.

Tudo bem, me fala antes de ir dormir.

– Ta bem!

Bye!

– Bye!

Realmente não sei o que vou dizer aos meus Pais. Meu coração está batendo acelerado, e não sei se aguentaria outra briga de novo, uma hora meu coração pode não aguentar mais.

Durante meu retorno para casa, fico pensando em formas de pedir aos meus Pais para viajar com Zac. No entanto o meu verdadeiro destino está nas mãos da Narayani, se ela for, e espero muito que vá, posso dizer que vou com os amigos dela e assim me deixariam ir. Então, nesse momento, tudo dependia dela!

Chego em casa e deixou minha chave na mesa perto da porta. Minha Mãe sai da cozinha para assistir a novela.

– Pipo, hoje vai ser frango pro jantar - Ela avisa ao me vê.

– Okay - Respondo e caminho para meu quarto.

Entro tão agitado em meu quarto que consigo prender meus dedos ao fechar a porta. Nunca vou esquecer o quanto fui tapado agora, principalmente porque essa dor vai fazer questão de lembrar-me por um tempo. Fecho a porta e deito na cama, ainda com dor nos dedos, observo-os ficarem vermelhos. É, sou uma bomba relógio quando estou angustiado, nervoso ou feliz!

Não demorou muito e Narayani me envia uma mensagem de resposta sobre a viagem. Meu coração volta a acelerar quando vejo a mensagem dela pronta para ser aberta na tela do meu celular. Respiro fundo e toco no ícone. Uma aflição toma conta de mim, logo em seguida uma felicidade avassaladora ao ler 'Minha Mãe deixou irmos viajar'. Não podia acreditar que ela realmente respondeu isso.

Está certo, eu vou viajar com Zac Monteith durante todo o final de semana... As coisas estão melhorando, posso sentir isso. No momento em que minha Mãe me grita para descer para jantar, dou um salto da cama e desço a escada sorridente. Isso foi tão estranho pra mim quanto pra eles.

– Meu Deus, que felicidade toda é essa? - Aline pergunta ao chegarmos na cozinha.

– Nada... - Respondo com um sorriso estampado no rosto - Mãe, essa comida foi feita com muito amor e carinho? - Brinco.

– Sim, com muito amor e carinho - Ela responde.

– Iiihhh, quando ta muito animado assim, é porque vai me pedir dinheiro - Diz meu Pai.

– Não... Não agora! - Digo - Eu ia continuar mais um pouco, mas já que tocou no assunto... Eu queria saber se eu posso viajar com a Narayani esse final de semana?

– A Mãe dela vai? - Minha Mãe pergunta.

– Não!... Mãe, eu pedi porque eu sou um ótimo filho, mas você sabe que eu já sou mais velho e nem precisava pedir, certo?

– Deixa o menino ir viajar, aproveita e durma pertinho dela - Meu Pai comenta.

– Ai Pai, a Nara é minha amiga, quase irmã.

– Você tem que pegar alguém! - Ele diz.

– Enfim, posso ir ou não?

– Ta bem... Mas preciso saber aonde vão e quem vai? - Minha Mãe diz indo para sala.

Coloco rapidamente a comida em meu prato e a sigo até o sofá.

– Ah, vai a Nara e dois amigos dela... Vamos para a casa do amigo dela em Búzios!

– E esse amigo, você já viu ele? - Bruna pergunta.

– Sim... Na festa de aniversário dela... Mãe, posso ir? - Pergunto com um sorriso no rosto. Ela me olha por alguns instantes, e acredito que só tenha dito "sim" por fazer um bom tempo que não me via deste jeito. De alguma forma, sentiu que isso era importante pra mim.

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Narayani ajuda-me a retirar as bagagens de casa e levá-las até a calçada. Meu pé está melhor, já consigo pisar direito, mas não posso parar com os remédios e nem pegar muito peso. Volto para casa com objetivo de despedir-me de meus Pais. Abraço meu Pai e beijo minha Mãe no rosto e como Pais preocupados, ela revisa comigo tudo que eu precisava levar e principalmente, citando pela terceira vez, se eu não tinha esquecido os remédios e o carregador do celular.

Digo que o amigo da Narayani está na esquina e que ligaria para eles assim que chegasse na casa de praia. Saio de casa com eles me olhando da porta, olho para trás acenando junto com Narayani e então vejo minha Mãe dar um sorriso. Aquele sorriso que só uma Mãe sabe dar, que fica marcado em sua mente e você já sente saudades antes de qualquer coisa. E depois de tanto tempo, eu sinto que ela se importa com algo que faço.

Ao chegarmos na esquina, Zac está encostado no carro e Carla apoiada na porta aberta. Narayani cumprimenta Carla com um abraço e vou diretamente à Zac, que solto a bagagem e logo o abraço feliz. Não tem como nada dar errado, não depois de tudo que aconteceu, de finalmente as coisas estarem dando certo, tudo se encaixando e eu podendo ficar com quem eu realmente amo.

– Desde que eu te conheci ainda não tinha visto esse sorriso tão lindo - Ele diz olhando para mim, ainda com os braços envolvendo-me.

Abaixo a cabeça dando uma risada. Não sei ao certo, mas aposto que fiquei vermelho. Desculpa, eu não podia evitar, apesar das coisas serem sempre incríveis com ele por perto, dessa vez é diferente... Dessa vez não tenho medo... Eu estou bem, estou verdadeiramente mais próximo do que muitos dizem ser a felicidade. Sabe quantas vezes eu quis isso e sentia-me cada vez mais longe? Depois de tanto lutar, eu enfim estou sentindo que estou me aproximando da felicidade. Ainda não descobri como é isso, mas me sinto tão bem, e quando eu descobrir exatamente como é, eu direi!

– Está lindo! - Ele diz levantando meu queixo.

– Oi, Zac! - Narayani se aproxima e o beija no rosto.

– Deixe que eu coloco as bagagens na mala, podem entrar no carro - Diz Zac.

– Eu te ajudo - Digo pegando minha bagagem e acompanhando-o até a mala do carro.

Observo abrir a mala. Zac estica o braço para trás a fim de pegar a bagagem, sem intenção toca em minha mão, seu rosto vira-se para mim e da um sorriso. Solto e o deixo arrumar as coisas. Ele se aproxima de mim.

– Não acredito que vamos mesmo fazer isso! - Ele diz.

– Eu sei, é loucura... Eu não estou acreditando que vamos mesmo viajar juntos - Digo, sem conseguir parar de sorrir por um instante. Toda essa felicidade tomava conta de mim, e isso porque eu estou evitando a pensar que vou passar três dias com ele, sem que ninguém nos julgue, ou que eu precise ter medo... Apenas aproveitar, e melhor de tudo, eu compartilhando com uma das pessoas mais importantes pra mim, Narayani.

Vamos para frente do carro e vejo Carla com Narayani no banco de trás. Meu olhar rapidamente olha para Zac por cima do teto do veículo, ele está dando uma risada e negando com a cabeça.

– Vamos? - Ele pergunta ao olhar pra mim.

– Sim! - Digo segurando a porta da frente e abrindo-a.

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Seguimos pela rua em direção ao nosso destino. É engraçado dizer isso, já que eu sempre quis viajar assim, apenas com meus amigos... Mas nunca imaginei que também teria um quase namorado junto comigo.

Queria poder assumi-lo como meu namorado, de certa forma ele já é, certo? Eu espero que ele pense da mesma forma. Fomos ouvindo algumas músicas na rádio, quando tocou uma música do 'Legião Urbana', Narayani e Carla se animaram no banco de trás. Eu e Zac ficamos gargalhando e por acaso eu tentei cantar algo, porém eu ria mais do que falava qualquer palavra.

Abrimos as janelas e ficamos cantando como se estivéssemos em um clipe de música. Carla tira fotos da paisagem com seu celular, e não demorou muito para a câmera se voltar para gente. Carla e Zac foram tão carinhosos e legais com Narayani. Ambos sabiam que ela é a minha melhor amiga e não deixaram ter tempo para que fique aquele clima de silêncio constrangedor.

Ao escurecer, ainda estávamos na estrada. Já tínhamos parado para comer um fast food de beira de estrada, que por sinal estava delicioso. A essa altura, Narayani e Carla já estão dormindo encostadas em cada janela da porta, e quanto a mim, estou sem sono, apenas observando os carros que passavam no sentido contrário, a lua cheia que clareava o céu estrelado.

No rádio está tocando uma música lenta, que apenas ouvia os acordes do violão que soava baixo no fundo do carro. Encosto-me a porta e devagar levo meu olhar à ele, que está focado e atento no volante. Não sei como, mas passei os próximos vinte minutos olhando para ele, simplesmente sem dizer uma palavra se quer, só olhando-o, tentando achar algo que me fizesse amá-lo menos, e quanto mais eu procurava, mais razões eu encontrava de amá-lo mais.

– Eu não vou dormir - Ele comenta, me acordando do transe.

– Oi?... Não, não é isso... - Falo enquanto me ajeito um pouco dolorido no pescoço.

– Eu to brincando - Zac da um sorriso.

– Idiota- Digo rindo e olhando pra frente.

– Eu imagino que deve ter sido difícil falar com seus Pais.

– Foi... - Respondo - Eu queria que eles pudessem entender, ou então não julgar e nem me proibir de nada.

– É... Mas as coisas nunca são como a gente quer.

– É... - Relaxo no banco olhando para a floresta, vejo o tempo passar tão rápido quanto as árvores que se movimentavam tão de pressa que mal podia dizer como são.

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Depois de horas na estrada, finalmente chegamos a casa da tia de Carla. Para ser sincero, eu não esperava uma grande casa, mas realmente me impressionou. Apenas um andar, mas uma casa que se estendia por meio quarteirão. Ao entrarmos, deparo-me com um jardim lindo, uma casa estilo americana, pintada de bege e branca. Olho para Narayani e estamos completamente surpresos.

– Nossa - Digo.

– Sintam-se a vontade - Diz Carla - A casa tem um quarto de casal e três de solteiro, podem escolher seus quartos.

– Não, tudo bem, eu não me importo - Diz Narayani.

– Por favor, você não vai dormir na sala, né? - Carla brinca.

– Não tem problema, a gente escolhe - Digo.

Carla nos mostra o interior da casa enquanto Zac colocava o carro na garagem. Os cômodos são tão aconchegantes, madeira envernizada nas paredes e em alguns cômodos também tinham no chão. Os sofás de couro preto. O que dividia a cozinha da sala, era apenas uma bancada com bancos em volta.

Depois de conhecer cada canto da casa e a piscina nos fundos, saímos para ajudar Zac a retirar as coisas do carro.

– Esquecemos de uma coisa - Carla comenta ao sair da casa.

– O que? - Zac pergunta retirando as bagagens da mala do carro.

– A comida - Ela diz.

– Ih, é mesmo - Narayani olha pra mim.

– Putz... Essa hora deve estar tudo fechado, podemos ir comprar amanhã de manhã - Falo.

– Só precisamos de água por enquanto - Zac brinca.

Narayani e Carla levam mais algumas bagagens e fico esperando Zac trancar o carro. Ele se aproxima e envolve seu braço em meu pescoço para caminharmos até a porta da casa.

– Pode deixar tudo aqui na sala mesmo, amanhã nós arrumamos com calma - Diz Carla, sentada no banco atrás da bancada - Estou cansada.

– Cansada de que? - Zac pergunta - Veio dormindo a maior parte do tempo.

– E dai? Você agora virou fiscal de sono? - Ela retruca.

Sento ao lado da Narayani no sofá e tento ligar para meus Pais.

– Depois me empresta seu celular para eu ligar pra minha mãe? O meu está sem sinal aqui - Narayani fala enquanto guarda seu celular novamente no bolso da calça.

– Tudo bem - Respondo.

Eu esperava um pouco impaciente durante os toques angustiantes do telefone. Alguns minutos mais tarde, minha Mãe atende ao telefone e lhe conto como foi a viagem e que chegamos bem em casa.

Ela conta-me que já estava pronta para dormir e só esperava que eu ligasse. Nos despedimos e deixo meu celular com Narayani. Carla caminha para os fundos da casa e fico com Zac na sala.

Sento ao lado dele no sofá, deixando-o por seu braço em minha nuca e relaxar sua mão em meu ombro. Olho para ele e dou uma risada.

– O que foi? - Ele pergunta.

– Estou feliz, posso? - Brinco.

– Pode, mas eu espero que eu tenha algo haver com isso.

– Sempre tem!

Toco em seu rosto, aliso como se não tivesse mais nada para tocar no mundo, como se ele só me pertencesse. Sim, sou um pouco ciumento, mas quem não é quando se ama alguém? Eu fico tão feliz de poder ter esse tempo com ele, ficar abraçados, conversar sobre coisas, sermos carinhosos um com outro sem ter que nos escondermos.

– Eu correria o risco de me apaixonar por você - Zac fala de forma tão espontânea e natural, fazendo-me levantar o olhar para encará-lo nos olhos e de fato eu não esperava que alguém dissesse algo assim pra mim, nem nos meus melhores sonhos.

– Que bom... Porque eu corro esse risco por você... E poderia correr pelo resto da minha vida, porque vale a pena - Digo.

Ele aproxima-se lentamente, sinto sua respiração controlada e então seus lábios tocam os meus. Essa foi a primeira vez que eu disse pra alguém que estou apaixonado. Esse sentimento é tão intenso, quase incontrolável. Você se apaixona por uma pessoa pelos detalhes. Pela sua gentileza. Seus olhos. O sorriso. O fato dele conseguir arrancar o mais sincero sorriso quando você mais precisa, sem nenhum esforço.

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Durante a madrugada, estou deitado na cama, sem querer dormir e deixar que esse final de semana passe rápido. Estou me torturando para que isso dure o máximo que puder, pois sei que quando eu voltar... Bem, quando eu voltar as coisas vão voltar ao normal. Às vezes penso o quanto sou sortudo por tudo isso e ao mesmo tempo acredito que isso só tem me iludido cada vez mais. Tudo bem, ninguém pode ser feliz todos os dias da sua vida, mas agradeço por ter esse final de semana.

Ouço a porta do quarto abrir de devagar, arregalo meus olhos e continuo imóvel na cama. Claro que não poderia ser um assassino ou um espírito, mas não sou eu que vou virar para ter certeza.

– Está acordado? - Ouço Zac murmura da porta.

Dou uma risada abafada e ergo-me virando para porta.

– Está maluco? Você quer me matar do coração?

– Desculpa! - Zac se aproxima da cama - Imaginei que quisesse conversar...

– Eu pensei que você fosse estar dormindo.

– Não consigo dormir.

– ...Pode ficar aqui se quiser.

A cama era larga e coube os dois sem problema. Lhe abraço debaixo da coberta, ele segura minha mão entrelaçando seus dedos.

– Porque não consegue dormir? - Pergunto, enquanto observamos a luz da lua refletida na parede do quarto.

– Não sei. Você está com sono?

– Não... Quero dizer, eu estou, mas eu não quero dormir - Respondo.

– E por quê?

– Não quero que esse final de semana acabe rápido.

– Não vai acabar rápido - Ele diz - Você não precisa ficar acordado de madrugada e praticamente dormir na praia... Eu fico com você aqui. Eu não quero que passe também.

Mais tarde, dormimos. Quer dizer, ele dormiu. Eu fiquei abraçadinho com ele o tempo inteiro. Até eu não conseguir mais poder lutar contra o meu sono e adormecer com meu rosto encostado na cabeça de Zac.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, o capítulo foi postado hoje por um motivo muito sério... Provas na faculdade! =)
O próximo capitulo deve ser postado neste Domingo.